A televisão na sala estava ligada, com o som bem alto, criando uma atmosfera animada. Os dois estavam sentados lado a lado, como um casal íntimo e apaixonado, assistindo à TV juntos. Mas Marília estava com a cabeça baixa, o corpo tenso, com as mãos firmemente seguradas pelo homem, e toda a sua atenção voltada para as mãos dele. Leandro estava recostado no sofá, com os olhos profundos e escuros fixos na televisão à sua frente. Seu olhar estava completamente concentrado, e apenas de vez em quando a adâmica de sua garganta se movia, emitindo uma ou duas respirações baixas. Uma sensualidade reprimida. Ao ouvir esse som, o rosto de Marília se tornou ainda mais quente e corado. Ela não sabia quanto tempo havia se passado, mas sentia que aquele momento se arrastava de forma interminável. Quando acabou, ela não teve coragem de olhar nos olhos do homem; apenas limpou as mãos de qualquer maneira e correu rapidamente para o quarto, fechando a porta atrás de si. No banheiro, ela usou
— Teodoro nos disse que o tal "grande chefe" que Rômulo mencionou é Leandro. Marília já está noiva dele, e ontem à noite, vocês e a família Santos foram jantar juntos, discutindo sobre o casamento.— Impossível! — Anselmo interrompeu bruscamente.— É verdade, a mãe e a irmã de Teodoro se encontraram com eles ontem à noite no Hotel do Lago Dourado. Se você não acredita, pode voltar e perguntar. Seus pais certamente sabem disso. Agora, essa história já está circulando, e Selma foi perguntar para Marília, que não negou...— Fique quieta! — Anselmo gritou, furioso, levantando a voz.As pessoas ao redor ficaram assustadas e se calaram imediatamente.Todos o observavam com expressões confusas.Anselmo empurrou alguém para o lado e saiu apressado, com o rosto contorcido pela raiva....Na mansão da família Pereira.A notícia do jantar das duas famílias se espalhou rapidamente. Logo cedo, Madalena já tinha recebido várias ligações de felicitações.Ela detestava aquelas pessoas bajuladoras, mas,
Marília, a caminho de entregar um vestido de gala para uma cliente, recebeu uma ligação da tia, que lhe contou que Anselmo a estava procurando. Ela não voltou para a loja e, após entregar o vestido de gala, trocou algumas palavras com Zélia e foi direto para casa.Porém, ao descer do carro, ela viu Anselmo esperando na porta do condomínio de Leandro, com os olhos sombrios fixos nela.Ela tentou correr rapidamente para dentro do condomínio, mas foi alcançada pelo homem, que a agarrou pelo braço.— Você se casou com o Leandro? — Anselmo perguntou, com raiva intensa na voz.Marília sentia um enorme incômodo toda vez que o via e, sem paciência, respondeu de forma ríspida: — O que isso te importa?Anselmo já havia investigado e sabia que Leandro morava ali. Ao vê-la voltando para aquele lugar, ele não podia ignorar que agora ela estava morando com ele! Pensando nas marcas que vira no pescoço de Marília, sua raiva explodiu. Ele apertou o braço dela com mais força. — Você claramente gosta
Anselmo mexeu os lábios, como se fosse dizer algo.Marília o interrompeu friamente:— Por que eu deveria me divorciar por causa de um homem tão irresponsável, egoísta, hipócrita, indeciso e volúvel como você? — Ela o empurrou com força, com repulsa nos olhos. — Estou aliviada por ter terminado com você. Não vou me divorciar de Leandro, porque ele é um bom homem e, responsável!Comparado a Anselmo, a impressão de Marília sobre Leandro melhorou consideravelmente.Ele pensou que ela estava grávida e, apesar de odiá-la, estava disposto a ir até o cartório e se casar com ela.Só por isso, Marília sentiu-se sortuda.Ela precisava aproveitar essa sorte e cuidar bem de seu casamento com Leandro.Para evitar que Anselmo continuasse a importuná-la, Marília disse:— Não venha mais atrás de mim. Estou muito feliz agora! — Depois disso, ela se virou e entrou.Mas Anselmo, de repente, riu de maneira escarninha atrás dela:— Leandro já namorou a Helena. Se ela não o tivesse largado, ele provavelmente
Marília sempre fora bonita desde pequena, chamando atenção onde quer que fosse. Quando apareceu vestida com um vestido de gala verde-claro estampado com borboletas de bambu, o barulho na sala privativa cessou de repente. Todos se reuniram ao seu redor, cheios de elogios. Marília olhou ao redor, mas não viu a pessoa que queria encontrar. Alguém percebeu seu olhar e brincou: — Está procurando o Anselmo? — Marília nem teve tempo de negar, e a pessoa continuou. — O Anselmo com certeza está preparando uma surpresa para você agora! — Surpresa? — Perguntou Marília, confusa. A outra pessoa respondeu com um olhar misterioso: — Você realmente ainda não sabe? Olhando para o rosto de Marília, brilhante e refinado, e para o vestido de gala que parecia ganhar vida com sua presença, todos sentiam uma admiração que aquecia o coração. A beleza dela era de uma sofisticação e harmonia quase poéticas. Apesar de uma pontada de inveja no fundo, todos mantinham uma expressão amigável. — Ac
No bar. Leandro olhou para o relógio. Já estava na hora. Ele se levantou, pronto para ir embora. Diógenes Lima ficou surpreso: — São só nove horas, já vai embora tão cedo? — Não tem mais graça. — Como assim não tem mais graça? Olha quantas mulheres bonitas! Isso aqui não é muito melhor do que fazer plantão no hospital? — Diógenes se levantou e passou o braço pelo ombro de Leandro, apontando para os jovens que dançavam colados na pista de dança. — Olha só como eles estão se divertindo. Você não sente nem um pouco de inveja? Leandro nem levantou as pálpebras. Apenas lançou um olhar frio para o braço que repousava sobre seu ombro e respondeu, com indiferença: — Tira a mão. O olhar inexpressivo de Leandro deixou Diógenes ligeiramente assustado, mas ele sabia que não tinha escolha. Leandro era o rosto mais atraente do departamento deles. Se não fosse por ele ter trazido Leandro hoje, eles jamais conseguiriam pegar o número de WhatsApp das garotas. Diógenes imediatamente
— Não ache que só porque eu te chamei de tio, você é realmente meu tio. Não se meta nos meus assuntos! Marília saiu da banheira com dificuldade. Será que ela estava maluca? Por que tinha vindo ao hotel com ele? Ela sabia muito bem que ele nunca fora sido amigável com ela. — Você vai sair assim? A voz do homem soou às suas costas, carregada de um tom indecifrável. Marília parou de repente, prestes a abrir a porta, e olhou para si mesma. Seu corpo estava completamente molhado, e o tecido fino do vestido de noite de verão estava grudado à sua pele, desconfortável e revelador. Até mesmo os adesivos de seios estavam desalinhados, deixando algo bastante chamativo à vista. Não havia como sair daquele jeito. Apertando a maçaneta da porta com mais força, Marília usou uma mão para cobrir o peito e abriu a porta. Ela não saiu. Com frieza, ordenou que ele fosse embora: — Saia. Quero descansar aqui! Leandro tirou um cigarro e um isqueiro do bolso. Acendeu o cigarro e deu uma t
Leandro disse que a esperaria do lado de fora. Marília terminou o banho, trocou de roupa e ficou enrolando até as dez horas. Ao seu redor, não havia som algum, nem ninguém que viesse bater à porta para apressá-la. "Ele deve ter ido embora", pensou. Marília foi até a porta do quarto, segurou a maçaneta, respirou fundo e a girou lentamente. Ao ver que não havia ninguém lá fora, soltou um longo suspiro de alívio. Quando estava prestes a sair, um fio de fumaça chegou até ela. Virou a cabeça e encontrou diretamente o olhar profundo e sombrio do homem. Leandro apagou o cigarro que segurava. — Vamos tomar café da manhã. Ele foi o primeiro a sair andando. Marília abriu a boca, sem saber o que dizer, e acabou apenas o seguindo com certa relutância. O restaurante ficava no térreo. Depois de se sentarem, o garçom trouxe o cardápio. Marília pediu dois pratos aleatórios e devolveu o menu. Sua bolsa não estava no quarto. Sem o celular para passar o tempo, só lhe restava mex