Depois de mais um final de aula demorei mais do que o costume para arrumar minhas coisas e sair da sala. Eu tinha como rotina ser uma das últimas a sair, mas as coisas mudaram. Os meus colegas não fazem mais questão de cochichar entre si e fingir que eu era o assunto principal da conversa que circulava entre eles. Tentei ignorar cada um e o meu dia foi mais exaustivo por causa disso e não por causa da aula.– Você ainda está aqui?Kelly Okoye, a universitária que espalhou para todo mundo que estava ficando com Daniel e foi descartada na frente de todo mundo, parou do lado da minha mesa com as mãos na cintura.– E por que eu não estaria? – Continuei guardando as minhas coisas.– Fizemos um abaixo assinado para que saísse dessa instituição.– Posso saber porque perder o tempo com isso? – Ri. Era só que me faltava mais essa. Com tudo guardado olhei para ela.– Você é uma péssima influência para esse lugar. – Kelly diz irritada. – Está se orgulhando de ser a amante de um empresário rico,
P.V. Daniel Hart– É um crime para a humanidade que estejamos juntos? – Layla entrou em seu apartamento com raiva como se fosse fogo irradiando dela. – Quem eles pensam que são? Estão com tanto tempo assim na vida deles que precisam vir nos perturbar para preencher esse vazio? Idiotas! Filhos da…– Olha a boca. – Chamei sua atenção ao fechar a porta atrás de mim.Minha cabeça já doía de tanto que a Layla falava. Desde a delegacia até aqui e não parou de falar um segundo sequer, a vejo ir para a cozinha e vi que estava pegando água para beber. Sorri. Apenas um gás para poder falar mais. Era essa vontade que eu queria ver nela quando ninguém sabia sobre nós, a vontade de nos def
Depois de uma longa discussão pela manhã com Daniel, porque não concordou comigo onde seria o bairro que viria o prédio que está à venda. Ele precisa entender que quem deve decidir onde é ou não sou eu. A empresa é minha! Ele tem um prédio por si só que já dá muito trabalho e não tem que dar pitaco no meu.– Daniel, mas gostei daquele lugar. – Me estressei.– Mas não é comercial. – Daniel repete. – Na Financial District tem lugares muito bom…– Você fala isso porque sua empresa está lá!– E por que você acha que vendo tanto? – Ele ergue uma sobrancelha e dar um sorriso debochado. – Fácil acesso, um dos melhores prédios. Os benefícios são constantes. – Daniel cruzou os seus braços na altura do peito. – E seu namorado pode uma visita rápida a você sempre que dê vontade. – Deu de ombros. – Vice e versa. Aquela sala ficou pequena co nós dois. Apolo correu para um dos quartos vendo que as coisas estavam piorando.– Eu sabia! – Apontei o dedo para ele me aproximando. – Você está pensando e
– Irmãzinha? – A careta se forma em meu rosto, minha voz sai como eu tivesse fazendo xingamento.Daniel se senta novamente em sua cadeira. A expressão em seu rosto não entregava nada, o que começava a me deixar um pouco irritada. O que esse cara está fazendo aqui? Por que o Daniel está conversando com esse homem?– Sou Elijah Barrett. Descobri recentemente a perda de nosso pai, vir o mais rápido possível. – Nosso pai? Você não é meu irmão!– Foi difícil conseguir contato então precisei tomar medidas drásticas…Passei por ele indo até a mesa de Daniel, ignorando qualquer bobagem que saísse de sua boca. Coloquei as minhas duas mãos sobre a sua mesa.– Congelaram a minha conta. – Apontei para Elijah. – Porque esse imbecil pensa que é meu irmão. Pelo sim ou pelo não acharam melhor tirar o meu acesso ao dinheiro para ter a certeza. Você acredita…– Conseguiu fazer a compra do espaço? – Daniel me interrompeu.Fiquei mais irritada por me lembrar do porquê não ter conseguido comprar.– Não!
P.V. Daniel HartLayla tem um irmão. Fui pego de surpresa com essa notícia e sei que não será bem recebido pela Layla. Não foi. Ela já não tinha uma relação muito bem resolvida com os pais e saber que esconderam mais uma coisa dela não seria nada fácil. Layla pode se fingir de forte quanto quiser, mas sei enquanto isso a afetou. Quando Elijah entrou na minha sala, passei a anotar cada reação dele. Não havia deboches e gracinhas como foi a conversa quando a Layla apareceu.– Sou filho do Fernando Barrett e quero reivindicar os meus direitos. Elijah Wilson Barrett, primogênito do Sr. Barrett. – Ele não faz questão de se sentar. – Sei que você e a Layla estão juntos e pouco me importo com isso. Mas sei que é um
P.V. Layla BarrettSentir meu corpo queimar, mas não é como se eu estiver sem contato com o fogo. É como se algo perfurar a minha pele tantas vezes e a quentura do objeto me faz estremecer. Não me mexia. Por mais que quisesse me mexer e correr, não fiz. Também não tinha meus olhos fechados e não conseguia abrir. Onde estou? Daniel? Gritava em minha mente e não tinha resposta.– Abra os seus olhos. – Ouvi uma voz dizendo. – Você só tem que abrir os seus olhos.Eu não conseguia reconhecer quem era aquela voz. Mas as perfurações que sentia contra o meu corpo, foram parando aos poucos. Meu corpo estava sendo levantado e comecei a me desesperar. Como se estivesse abrindo meus olhos pela primeira vez, forcei as minhas próprias abrir. Vi o rosto da minha mãe e um branco atrás dela, ela sorriu para mim e tudo sumiu. Agora era outra pessoa que me olhava.– Layla! – Daniel me sacudia em seus braços. – Ei, fala comigo, meu amor. – O desespero em sua voz me fez despertar completamente.– Eu… – Se
Para ter acesso aos andares recebíamos uma ligação da recepção para liberar o acesso da pessoa, apenas Daniel e Rodolfo tinham a entrada liberada. Beatrice Cameron usava um terno feminino branco que ficava perfeitamente bem em seu corpo. É uma mulher com um corpo esbelto, que mantinha toda elegância com o cabelo curto diferente do da filha. Seus olhos eram tão azuis quanto os da Sophia. A bolsa preta em um tamanho médio com as cores branco e dourado completava o seu look, ela deu alguns passos à frente se aproximando da outra mesa que não está muito longe dela e onde estão as duas máquinas de costura.– Vejo que lentamente está construindo o seu negócio. – Ela passou o dedo sobre a mesa e conferiu no dedo se tinha sujeira, após ter certeza que está limpo colocou a s
Quanto mais olhava para Elijah gostaria de dizer que ele não é o meu irmão. Que Fernando não teve outro filho e esse filho não é da minha mãe. Quando ele disse que precisamos nos conhecer, queria gritar e dizer para ir embora. Pensei que passaria o resto da tarde sozinha fazendo meu trabalho, não teria nenhuma preocupação, no final do dia estaria indo feliz para casa.Beatrice Cameron foi a primeira a trabalhar.Elijah pediu comida para nós depois de me zoando dizendo que como a minha conta está bloqueada, ele teria que me ajudar a me alimentar. Idiota! Ele é o culpado! Estamos um ao lado do outro, cada um com a sua comida em mãos. Passei todo meu material para uma mesa para não arriscar respingar uma sujeira se quer. Sempre me pegava observando Elijah, seu jeito despojado é diferente do meu pai. Ver seu rosto de perfil me incomodava, porque via meu pai nele.– Sabe ando conversando com o seu namorado e ele sugeriu que viesse aqui hoje. – Elijah olhava para sua comida. – Talvez devess