Hoje, assim que coloquei o pé na faculdade, decidi ir embora. Os olhares e alguns deboches estavam demais, e eu nem tinha chegado à minha sala ainda. Não sabia se aguentaria até o final das aulas e queria evitar todas as confusões que envolvessem o meu nome.
Voltei para casa e nem pensei em estudar; comecei a fazer os meus trabalhos. Daniel voltaria na parte da tarde, e ter o apartamento com ele não estava sendo nada mal. Apesar de ser apenas o primeiro dia, ele chegou ontem, e pedi para que não conversássemos mais sobre os pais dele. A situação ainda estava muito recente, e eu não queria me sentir culpada por Daniel estar brigando com eles.
Meu celular apitou, avisando que havia uma nova notificação. Deixei meu iPad de lado e vi que era um e-m
– Por que eu receberia um contrato? – Ri. – Pedro falou sobre algum presente, mas… – Apontei o dedo para o envelope. – É do Pedro?Lembro de ter uma correspondência com o nome do Pedro, mas faz uns dois dias. Esqueci completamente. Daniel respirou fundo dando alguns passos para longe de mim. Não estou entendendo a reação dele. Ele está do meu jeito quando chegou mais cedo e pela primeira vez evitava me olhar até se acalmar. Por que ele está tão bravo? E parece que está bravo comigo.– Você está brincando comigo. Um presente? – Daniel olhou para o papel em suas mãos e deu uma risada alta e áspera. – Você continua considerando trabalhar para MoNavu, Layla? Sério?Arregalei os olhos. Nem cogitava essa ideia, mesmo depois que Pedro apareceu. Até achei estranho ele querer manter contato. Não sei o que tem naquele papel, mas agora tenho certeza que Pedro tem a ver com isso.– Daniel, você está entendendo tudo errado.– Então me explica, Layla! – Ele jogou aos meus pés os papéis em minha dir
P.V. Daniel Hart– Qual é a parte que não quero falar com ninguém você não entendeu, Bruce? – Virei o copo de uma vez sentindo um líquido do whisky descer queimando pela minha garganta. – Mas não, você teve que vir atrás de mim em São Francisco.– É claro! – Ouço os passos dele se aproximando e logo sua mão está no meu ombro me virando para ele. – Você simplesmente deixou tudo em Nova York de uma hora para outra. – Bruce tirou o copo da minha mão e se distanciou de mim colocando o copo em cima de uma mesa próxima. – Passou esse tempo todo evitando viagens e simplesmente decide aceitar vim para São Francisco.– É um trabalho importante. – Dou de ombros e passei a mão pelo cabelo quase arrancando os fios. – Bruce vai embora, cara. Não te chamei dessa vez e pelo que sei você não está precisando de nada… Sozinho. Era a única coisa que queria no momento. Aceitei um trabalho qualquer para ter um motivo para vir, minha briga com a Layla só vem me deixando mais irritado e com dor de cabeça.
Ver os dois caixões lado a lado era algo perturbador. Não consigo chorar, não consigo demonstrar algum sentimento. Fiquei parada olhando para um único lugar, os caixões. Vi as pessoas se aproximando e deixando alguma palavra de carinho, alguns até me cumprimentavam e me davam um abraço. Eu respondi no automático. Meus avós estavam sendo mais receptivos do que eu, qualquer pessoa da minha família estaria sendo mais receptiva do que eu.Porque eu estou me sentindo muito mal, mas não conseguia expressar. Eu não teria mais eles comigo, não consegui o que tentei por todos esses anos. O amor deles e foram ingratos a ponto de morrer sem me amar. A única filha. Eu só… queria mais um abraço.Meus avós já estavam cientes do acidente quando o advogado ligou avisando. Pediram para que não me preocupasse com nada, porque eles cuidaram de tudo. Hoje pela manhã me arrumei e peguei a minha bolsa para vir ao velório, não esquecendo do contrato da MoNavu. Não faço ideia de que horas são, pessoas que nã
Apolo estava mais agitado que de costume. Meu cachorro parecia indeciso em me dar atenção ou ir dar atenção ao Daniel. Tirei meu celular da bolsa, deixando a mesma em cima da cama. Já havia mensagens do Sr. Williams, pedindo que entrasse em contato com ele assim que possível para falar a respeito dos bens e logo se desculpando pelo incômodo.– Você sabe os detalhes da causa… – Daniel deixa a frase no ar.É claro que ele saberia. Me virei coçando a testa, um pouco perdida. Olhei para ele e neguei.– Negligência ao trânsito de outro motorista, causando morte de outra família também. – Daniel está com as mãos no bolso da frente da calça. Seu óculos pendurado na camisa
P.V. Daniel HartEntrei na sala do Sr. Willis preparado para qualquer coisa. Layla não tem aparecido na faculdade, depois que a mídia descobriu onde ela estudava sempre tinha paparazzis presentes e além dos alunos dessa instituição que não facilitava o convívio. Ser chamado aqui não foi surpresa alguma, toda loucura que está acontecendo na vida da Layla é por minha causa. Sou uma pessoa pública. Seus pais eram muito mencionados na alta sociedade e não se preocupavam com as câmeras, ao contrário da filha que sempre foi mais na dela evitando qualquer atenção possível.– Sr. Hart, por favor. – Nos cumprimentamos com um aperto de mão. – Sente-se.Arrumei meu terno me sentando na cadeira à frente da sua mesa. Sr. Willis como sempre parecia nervoso pela minha presença.– Bem, peço desculpas novamente pela minha insistência. – Ele deu um sorriso forçado, sentando em sua cadeira. – Mas achei melhor conversar diretamente com você, antes de conversar com a senhorita Barrett.– Do que se trata?
P.V. Layla BarrettDaniel estranhou quando falei que queria marcar um horário com ele. Estou aqui para fazer uma proposta de trabalho e tem que ser algo formal, deixando nossa vida pessoal de lado. Então aqui estou eu no dia tudo mudou na minha vida com a morte dos meus pais, colocando meu primeiro negócio em jogo. Eles não prestam oportunidades e eu também não perderia. Minha entrada foi liberada, Daniel perguntou de sua cadeira vindo até mim. Sua sala como sempre perfeitamente organizada e uma vista maravilhosa para ser contemplada. Seu olhar é curioso em minha direção.Não estou com a mesma roupa da última vez que nos vimos. Me dei liberdade que depois de combinar tudo com meu advogado, voltei para casa a fim de tomar um banho e comer alguma coisa antes de vir.
– Imagino que você saiba do processo que está ocorrendo entre o Daniel e o Sr. Cameron. – Conversei com Jeff. – Abrir uma nova parceria de carros que seria com o Sr. Cameron meses atrás não é muito afrontoso a ponto de piorar a situação?Jeff riu. Ele desenrolou o grande cartaz hoje tinha várias ideias e de como ele imaginava as coisas. Às vezes ele fugia completamente da tecnologia.– Meu amor, é do seu futuro marido que estamos falando. – Fiquei completamente sem jeito com as suas palavras. Jeff riu mais. – Daniel está pouco se importando com esse processo que os Cameron moveu. Muito provavelmente esteja surpreso que eles conseguiram fazer toda essa briga durar por um bom tempo. Apesar de não saber todos os detalhes, apenas sei o pouco que a mídia divulga e não me leva a mal, não quero entrar nessa loucura que é a vida de vocês.Um pouco ofendida.– Pedi sua ajuda, porque mesmo que Daniel tenha contratado uma grande equipe o projeto é em pouco tempo. O relacionamento de vocês tomou
Depois de mais um final de aula demorei mais do que o costume para arrumar minhas coisas e sair da sala. Eu tinha como rotina ser uma das últimas a sair, mas as coisas mudaram. Os meus colegas não fazem mais questão de cochichar entre si e fingir que eu era o assunto principal da conversa que circulava entre eles. Tentei ignorar cada um e o meu dia foi mais exaustivo por causa disso e não por causa da aula.– Você ainda está aqui?Kelly Okoye, a universitária que espalhou para todo mundo que estava ficando com Daniel e foi descartada na frente de todo mundo, parou do lado da minha mesa com as mãos na cintura.– E por que eu não estaria? – Continuei guardando as minhas coisas.– Fizemos um abaixo assinado para que saísse dessa instituição.– Posso saber porque perder o tempo com isso? – Ri. Era só que me faltava mais essa. Com tudo guardado olhei para ela.– Você é uma péssima influência para esse lugar. – Kelly diz irritada. – Está se orgulhando de ser a amante de um empresário rico,