Helena Luz
Era quase duas da manhã e mais uma vez naquela semana eu estava sem sono. Meus amigos já haviam dormido há muito tempo, e eu não tinha com quem conversar, para as horas passarem depressa, inclusive meu namorado já deveria estar no décimo sono, já que ele enfrentaria mais uma semana de faculdade e trabalho em algumas horas. Já eu, me via perdida em uma dose de insônia diária, e sinceramente? Eu realmente queria entender o motivo para as insônias, e estava ficando irritada porque a cada dia elas estavam mais presentes, e a falta de sono deixava meu corpo extremamente cansado, minha voz embargada e meu humor era sempre estourado.
Suspirei jogando meu corpo contra os travesseiros brancos e xingando pela milésima vez por não conseguir dormir. Vencida pela falta de sono e o tédio, peguei meu iPhone abrindo no W******p, mas sem sucesso, ninguém havia mandado mensagem para mim, e isso não era estranho, até porque, social era a última coisa que eu era, se tivesse vinte contatos era muito. Triste, porém era a realidade.
Sempre fui uma garota reservada, e minha fama de "anti social" só cresceu na adolescência quando me recusei a criar redes sociais e sair para as festinhas que todos adolescentes iam. De certa forma, eu nunca senti o interesse de me expor ao mundo, e a prova viva disso era meu I*******m que só tinha algumas fotos de trabalhos, e poucas fotos eram pessoais, e onde duas delas era com Luiz, meu namorado, além de uma selfie com Mariane, minha melhor amiga.
Para falar a verdade, eu não sei como eu e Mariane viramos amigas. Somos totalmente o oposto uma da outra, além dela ser muito linda, animada e talentosa, Mari adora frequentar várias festas, é popular e muito simpática, além de muito extrovertida e eufórica, enquanto eu era extremamente introvertida.
E é pensando em tudo isso que às vezes me pergunto o que o Luiz viu em mim, até porque ele parece aqueles caras perfeitos de filmes românticos, Claro que como todo ser humano, meu namorado tinha alguns defeitos, porém eu o amo demais para enxergá-los, e talvez esse seja o pior ponto do meu relacionamento. Porém para evitar o fim da relação eu busco ignorar.
Cansada de tentar forçar meu corpo a dormir, me levantei da cama indo até minha escrivaninha que estava perfeitamente organizada, graças a minha incrível mania de odiar bagunças, e abri meu caderno e decidi que não iria perder tempo tentando dormir já que o vestibular estava às portas e medicina não era lá uma das coisas mais fáceis do mundo. Mesmo eu não achando a profissão muito atrativa, sempre ouvi dos meus pais que cursar medicina me garantia um excelente futuro, e de certa forma eles estavam certo, por isso, dediquei anos da minha vida para entrar numa federal - o que era a melhor opção para mim, que não tinha tantos recursos para uma particular.
Já eram quatro da manhã e minha coluna doía por estar sentada a horas revendo algumas aulas antigas. Organizei minhas coisas como antes e depois fui deitar na cama. Mas ainda sem sono, abri meu celular no YouTube, em busca de algo que pudesse me distrair, e descendo a minha timeline vi algumas indicações de vídeos e alguns me chamaram atenção, e inclusive movida pela curiosidade, me aventurei a assistí-lo.
— Olá, sejam bem-vindos a mais um vídeo — falou um rapaz de pele clara, cabelos pretos e olhos pretos, ele estava usando um gorro escuro deixando apenas alguns fios do seu cabelo para fora e isso lhe dava uma aparência despojada e atraente ao mesmo tempo — Vou começar esse vídeo agradecendo a vocês por ainda me assistir — ele ri sem graça coçando a sobrancelha com o midinho e percebi que ele tinha uma tatuagem de cruz ali — Não sei o que vocês tem na cabeça por ainda me acompanhar, vão a um psicólogo pode ser algo grave — a câmera dá um foco em seu rosto sério e eu ri, achando fofo — Mas é isso, agora somos quase dez milhões e eu não consigo expressar o quão feliz estou por isso, é tudo graças a vocês e eu agradeço demais! — Suspirou sorrindo — Agora vamos para o vídeo de hoje, e só ressaltando que estou sem ideias para gravar então fiz a primeira coisa que me veio à mente — Ele sorriu novamente se remexendo na cadeira enquanto falava o tema do vídeo, que era algo relacionado a anime, o principal assunto do seu canal.
Analisei o cenário que o mesmo gravava, ele estava sentado na cadeira gamer, e atrás havia a placa de um milhão de inscritos, alguns quadros e de animes e mangás - que eu só sabia o que eram graças a Mari - e só. Era algo simples, porém bonito, e combinava com o dono do canal. Assisti a todo o vídeo compreendendo nem dez por cento do seu conteúdo, na verdade meu foco estava apenas no rapaz que falava, e não no vídeo em si.
Decidi ver mais um vídeo para dar uma chance ao conteúdo do E-Geek – nome do canal – e logo estava dando gargalhadas. Ele era tão engraçado e fofo que não dava para tirar a atenção da tela. Eu via aos vídeos e lia os comentários para constar que ele era muito querido, tanto pelo público masculino quanto pelo feminino, havia vários comentários de meninas o elogiando, mas olhando bem, ele realmente era lindo e em diversos momentos do vídeo me peguei olhando para seu rosto, olhos e sorrisos de lado.
Eram seis e quarenta da manhã e eu ainda estava acordada vendo o E-Geek e alimentando meu interesse, não só no canal como no dono dele. Se Luiz me visse assim ele ficaria uma arara e novamente iríamos ter uma briga boba.
A luz do dia já estava ultrapassando minhas cortinas brancas iluminando todo meu quarto, e vi que era hora de novamente tentar dormir, suspirei conectando meu celular ao carregador e pondo-o sobre o criado mudo. Desliguei o abajur e deitei abraçando meu travesseiro de pelos cor-de-rosa que eu tinha de decoração na cama e novamente o rosto extremamente do youtuber veio à minha mente. Sorri fechando os olhos e dormi.
[...]
Minha cabeça pesava e meu celular tocava Shake It Off da Taylor Swift sem parar enquanto vibrava no criado mudo, sentei na cama ainda confusa e a música parecia mais alta. A minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento. Coloquei a mão na mesma pressionando para tentar aliviar um pouco a dor e xinguei quando o celular começou a tocar novamente. Estiquei o braço pegando o mesmo, constatando dez chamadas de Luiz.
— Alô — Falei com a voz rouca por ter literalmente acabado de acordar.— Finalmente me atendeu! — Seu tom irritado me fez revirar os olhos — Foi dormir tarde novamente, não é? — Murmurei algo para concordar, já que estava sem a mínima vontade de responder o óbvio — Queria saber com quem tanto você fala para ir dormir tarde — Arqueei uma sobrancelha e bufei. Sério que ele estava me perguntando aquilo de novo?
— Luiz, já conversamos sobre isso — Falei tentando ser o mais branda possível — Pela milésima vez vou te dizer que não estava falando com ninguém, e se dormir tarde foi graças a insônia, que você sabe que tenho...Ouvi a chamada sendo finalizada e suspirei pesado olhando para o celular como se ele fosse um bicho. Bagunçando meus cabelos e sufocando um grito de frustração, digitei uma mensagem com um pedido de desculpas para meu namorado e enviei. Me joguei na cama olhando para o teto, a angústia dominava meu corpo e o medo da perda também, e por Deus, eu odiava aquilo!
Eu tenho quase vinte e quatro anos e não trabalho. Meu pai era do exército e morreu em combate e desde então, recebo um auxílio do governo que é o suficiente para me manter, assim como também ganho mensalmente uma mesada da minha mãe, que atualmente vive com outro homem e tem uma família muito bem estruturada e bonita, que obviamente eu não faço parte. Eu moro em um apartamento no centro de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O apartamento não era grande, ele tinha dois quartos onde um era o meu e outro eu usava para guardar as coisas do meu pai que restaram, já que quando ele morreu minha mãe se desfez de quase tudo antes de me abandonar sozinha, alegando ir buscar sua felicidade.
A decoração do meu apartamento foi planejada por Mariane e patrocinada pela minha mãe como um pedido falho de desculpas, e eu evitava falar sobre isso. Conheci Mariane quando me mudei para esse prédio, ela e eu somos vizinhas e se não fosse a morena, eu estaria mergulhada em uma grande depressão, e isso me causa arrepios só em lembrar.
Peguei meu celular novamente constatando ser dez da manhã. Forcei meu corpo a levantar e caminhei até o banheiro que havia no meu quarto e fiz minha higiene matinal. Tomei um banho lavando meus cabelos loiros e suspirei olhando para o espelho que havia dentro do box. Eu não gostava do loiro e isso não era segredo para ninguém, mas Luiz dizia adorar, e sempre que eu mencionava mudar a cor do mesmo ele brigava comigo e dizia que eu só fico bonita de loiro, o que eu achava uma grande mentira, porém evitava brigas idiotas com ele. Balancei a cabeça tentando esquecer esses pensamentos e fui para o closet pegando um vestido florido e uma sapatilha bege, eu não era muito boa em combinações de roupas, mas sempre achava que no fim ficava apresentável. Sequei meus cabelos com o secador e os prendi em uma trança baixa tendo em vista que estavam enormes, e suspirei fazendo uma nota mental: Precisava cortá-los.
Eu precisava fazer as compras pois minha despensa estava vazia, e já havia comentado isso com meu namorado, afinal ele passava mais tempo aqui do que em sua própria casa, e há dias Luiz dizia que iríamos ao mercado, porém ele sempre me deixava a ver navios, então decidi que não adiaria mais. Peguei meu celular e carteira e uma bolsinha de ombro pondo a carteira dentro com um bloquinho de notas e caneta. Desbloqueei meu celular que estava aberto no meu feed do I*******m onde havia uma foto do Rodrigo D'Ávila, youtuber da madrugada anterior, e eu nem me lembrava que havia o seguido. Na foto ele sorria abertamente enquanto lia um mangá e fazia sinal de “pare” para a pessoa que o havia pego desprevenido, e na legenda “Melissa e suas habilidades fotográficas”. Dei dois toques na tela do celular curtindo a foto e depois continuei explorando meu feed e vi uma foto da Mariane, ela estava sentada em frente ao janelão que tem em seu apartamento dando visão linda da cidade. A garota vestia uma camisa social branca que estava aberta mostrando a lingerie preta e segurava uma xícara de café branca olhando para o lado deixando seus cabelos longos preto-azulado esvoaçar. Curti e comentei, Mariane era uma das mulheres mais lindas que eu havia visto. Sorri orgulhosa da minha amiga e guardei meu celular saindo e trancando bem a porta.
Minha rotina era sempre a mesma: acordar tarde, comer e depois estudar até não aguentar mais, e vez ou outra eu ajudava a Mari em seu salão de beleza. Eu preferia milhões de vezes estar no salão, pelo menos assim me sentia útil de certa forma, porém detestava quando minha amiga me pedia para ser sua modelo, afinal fotos não eram meu forte, mas isso me dava uma renda extra, e ainda ajudava a divulgar o trabalho da minha amiga, então eu não reclamava.
Fiz sinal para o táxi assim que cheguei em frente ao supermercado com o carrinho abarrotado de compras, era quase uma hora da tarde e eu estava exausta. Por mais que o supermercado fosse perto do prédio, eu não iria conseguir andar por três quarteirões com várias sacolas. O taxista me ajudou a subir com as compras e só quando estávamos em frente a minha porta, reparei que ele era bem jovem, porém, foi muito gentil e educado. Pedi para que o mesmo pusesse as sacolas em frente à porta e peguei minha carteira para pagá-lo, ele sorriu ao ver a gorjeta e me agradeceu muito e eu sorri sem graça devido ao seu afobamento, nessa hora o outro elevador abriu-se e um Luiz extremamente irritado passou por elas.
— Posso saber o que está acontecendo? — Ele indagou cruzando os braços e me olhando com cara feia.
— Oi amor – Caminhei até o ruivo e o abracei, depositando um beijo rápido em seus lábios, e ele sequer retribuiu, me deixando desconcertada — O moço estava me ajudando com as compras — falo sorrindo apontando para o rapaz que aparentava ter a minha idade e em seguida para as sacolas. E o taxista sorriu nervoso se despedindo e saiu às pressas para o elevador. Quando as portas metálicas se fecharam, Luiz segurou meus braços com um pouco de força, me assustando.
— Que ideia estúpida foi essa? — Olhei para ele confusa tentando puxar meu braço e evitar um escândalo ali no corredor — Deixar um completo estranho subir com você, está maluca Helena? — Indagou irritado e eu arfei.
— Mas Luiz, havia muitas sacolas, eu não iria conseguir subir com todas — Falei assustada, afinal eu nunca havia o visto daquela forma, e ele pareceu notar meu temor e largou meu braço.
— Desculpa meu amor — Pediu sincero — você sabe o quanto eu te amo — falou me abraçando forte — Não suporto a ideia de te ver com outro, Helena — sussurrou aterrorizado e eu suspirei sentindo o seu perfume e retribuí o abraço.
— Você sabe que nunca vou te trocar — Falei afagando seus fios negros — Vamos esquecer esse episódio, ok? — Indaguei sentindo beijos molhados pelo meu pescoço e sentindo-o me levar para dentro do apartamento e então o afastei — Não estou afim — O cortei — E também preciso levar essas compras para dentro — Tentei me afastar para pegar as sacolas, e senti ele apertar meus pulsos com força e me olhar nos olhos — estou falando sério — alertei, e Luiz bufou me soltando sem a menor delicadeza e senti meu corpo ir ao chão.
— Fiquei sozinha então — Pisquei os olhos um tanto atordoada com a situação, senti as lágrimas se formarem em meus olhos e olhei ao redor, vendo que eu havia caído sobre algumas sacolas e esmagado todo seu conteúdo — Eu sou o único que ainda está com você Helena — Falou se abaixando e me olhando nos olhos — Mas vejo que você não dá valor a isso, uma hora eu irei embora e aí sim você ficará sozinha.
Vi o moreno se afastar e chamar o elevador, e sem olhar para trás, Luiz adentrou a caixa metálica e se foi, me deixando realmente sozinha. E eu ainda estava sem respostas para o ocorrido, e tentando entender o que havia acontecido. Toquei meu rosto sentindo o molhado das lágrimas e notei que o meu pulso estava com uma marca vermelha, que mais tarde se tornaria roxa devido a minha pele extremamente clara. Sequei meu rosto com certa velocidade enquanto me levantava e recolhia as sacolas para dentro do meu apartamento. Com as mãos trêmulas guardei todas as compras enquanto em minha mente, eu ainda não acreditava no que aconteceu. Pela primeira vez na vida senti medo de alguém que deveria me trazer paz, e aquilo era o mesmo que se sentir traída. Meu celular vibrou na mesinha de vidro da sala e então o peguei vendo a mensagem de Luiz e meu corpo tremeu novamente.
“Meu amor me desculpa por hoje, foi um dia cansativo e eu só queria ficar com você, mas daí te vi com aquele cara e você negou meus carinhos então deixei a raiva me consumir, eu prometo que isso não vai mais acontecer, você é minha namorada afinal, e aquilo foi apenas um momento de raiva. Eu te amo”
Eu li e reli a mensagem de Luiz umas dez vezes, não sabia o que responder, estava magoada pela sua atitude, e sentia a minha coluna doer pelo impacto da queda, assim como meus pulsos tomavam um tom arroxeados, e isso me impedia de esquecer a agressividade do meu namorado.Conheci Luiz no primeiro ano do ensino médio, ele sempre foi o príncipe da escola, o cara popular que todas corriam atrás, era gentil e educado, o aluno número. Nós fizemos dupla para um seminário de física e desde aquele dia acabamos nos apaixonando um pelo outro, e seis meses depois iniciamos um namoro. O casal perfeito... Era o que todos diziam, mas sinceramente somente ele era perfeito, e fazia questão de me atormentar quando suas notas eram máximas e as minhas na média, e com isso surgiu o primeiro defeito que eu odeio nele. Luiz agia como se fosse sup
Helena LuzEu havia chorado a noite toda, e não me lembro quando peguei no sono novamente, só recordo que acordei, sentindo como se minha cabeça fosse explodir e minha boca estava seca. Já era dia quando a barriga protestou de fome, me remexi na cama notando o quão bagunçada eu estava. Me levantei indo ao banheiro, enquanto me lembrava de tudo que aconteceu no dia anterior, senti a aliança dourada em meu dedo anelar e a removi com pesar, pondo na pia de mármore branco do banheiro e evitando pensar em Luiz novamente. Escovei os dentes e tomei um banho demorado, lavando meus cabelos loiros que batiam um pouco acima da cintura, os sequei com o secador enquanto escolhia uma música no celular, e pus um sorriso triste no rosto, eu finalmente começava a me sentir livre.Deixei o secador de lado e fui para o meu qua
Helena LuzA mudança foi algo que eu adorei, vez ou outra me encontrava parada em frente ao espelho, olhando meus cabelos com um sorriso bobo pintado nos lábios. Nunca imaginei que a cura para a minha depressão pós término, seria uma simples manhã no salão, e realmente aquilo havia me feito muito bem, tanto que eu já podia sentir as diferenças no meu humor. e eu já havia postado várias fotos nas minhas redes sociais, e havia também recebido likes de pessoas que eu sequer sabia que me seguiam, isso de fato era animador, mas intrigante ao mesmo tempo. Porém, mesmo estando momentâneamente bem, algumas situações ainda me deixavam incomodada, como o fato de Luiz ter parado de me seguir e estar aparentemente seguindo bem sua vida, e fazendo questão de compartilhá-la nas redes
Rodrigo D’ÁvilaEu estava terminando de me vestir para o evento, e já sentia minhas mãos suarem. Seria minha primeira apresentação em público, e eu estava nervoso pois não sabia o que fazer, porém tirando a parte onde eu me desespero, eu me sentia feliz em saber que iria conhecer vários inscritos que já considero amigos.Finalizo pondo um pouco do perfume que havia ganhado da minha mãe no último Natal, e dei uma analisada no espelho, eu estava usando uma camisa preta e por cima um moletom da mesma cor com o nome do meu canal estampado atrás, uma calça jeans escura e coturnos. Peguei meu celular e sai do quarto, me deparando com Otávio, que estava de braços cruzados encostado ao lado da porta do quarto onde a Melissa estava hospedada.
Capítulo 06 - EditadoRodrigo D'ÁvilarEntrei no quarto do hotel me sentindo realizado. Por mais que meu corpo só pedisse um banho e cama, o dia foi longo e inesquecível; meu primeiro contato com meus inscritos em um evento tão grande. Fechei a porta e removi a camisa, me sentando na cadeira em frente a escrivaninha. Abri meu notebook e comecei a editar o vídeo que gravei no evento. Ao finalizar, pus para enviar para o YouTube e fui tomar banho.Terminei o banho e busquei meu celular no meio da bagunça de roupas que fiz, o encontrando quase sem bateria. Abri o aplicativo de mensagens e vi várias de Otávio, e ao abrir o bate papo, o que eu li fez derrubar o aparelho na cama, rapidamente vesti meu moletom e uma calça qualquer, peguei meu notebook e ce
Helena LuzComo posso começar a explicar o que aconteceu na minha vida nas últimas horas? Bom, em um momento eu era a Helena Luz, uma garota comum que não sabia qual rumo tomar na estrada da vida, e em um piscar de olhos eu era a cinderella de Rodrigo D'Ávila, e a garota mais odiada pelo fã clube do mesmo, devo ressaltar. Tudo isso graças a um vídeo que Melissa Marini havia postado há doze horas atrás. E em menos de duas horas havia milhares seguidores no meu instagram, além de pessoas me mandando directs com vários questionários e a única reação que tive foi desligar o celular e buscar ajuda da minha única amiga.— E agora Mariane, o que eu faço? — Perguntei enquanto me jogava no sofá do apartamento dela. E a morena se arrumava para sair e
Rodrigo DÁvilaAcordei procurando meu celular pela cama e quando encontrei, olhei as horas constando serem oito da manhã, com um suspiro caminhei até o banheiro enquanto movimentava meu ombro que estava dolorido, resultado de uma noite muito mal dormida. Tudo graças ao Instagram e twitter, que virou uma bagunça quando um idiota anônimo postou um vídeo onde a “Cinderella do Rodrigo” estava quase beijando um homem em uma festa, e só bastou isso para todos os meus “fã clubes” xingarem a garota e fazerem vários comentários desnecessários.Tomei um banho frio e logo após sair do banheiro pus u
Rodrigo DÁvilaFechei a mala com tamanho médio e pus ela no chão, peguei o moletom preto que estava jogado sob a cama e o vesti, puxei a mala para fora do quarto e foi meio trabalhoso descer as escadas carregando a mesma sem fazer tanto barulho, na sala de estar Melissa e Otávio me esperavam animados e pensar nisso me fazia questionar quando eles iriam embora da minha casa.— Vamos? — Perguntei para ter certeza se todos os dois estavam prontos. A ruiva assentiu e Otávio concordou com um murmúrio baixo, e caminhamos até a garagem onde parei em frente ao meu carro que eu mal usava.Apertei o botão abrindo o porta-malas e Melissa foi a primeira a por sua grande mala cor-de-rosa e logo em seguida Otávio e por último eu. Caminhei até a p