3 - Apenas para se esconder

Peter leva Rebecca até o destino planejado e estaciona em frente ao local. Um sorriso radiante ilumina o rosto dela ao perceber o local.

— Não posso acreditar que você me trouxe para ver a Mel. Estou morrendo de saudades dela, mas imaginei que esse tempo seria só nosso.

— Calma, gata, teremos muitas oportunidades para isso. Se eu não trouxesse você aqui, tua amiga me mataria. — Responde Peter com um tom brincalhão, conduzindo-a para dentro da casa.

Ao entrarem na sala, um coro uníssono de “surpresa” irrompe, fazendo Rebecca dar um pulo e soltar um grito de susto.

— Ai, meu Deus, não posso acreditar! Vocês são incríveis! — Exclama ela, colocando a mão no peito para acalmar o coração disparado.

— Olha só a minha linda universitária! Que saudade, amiga. Espero que esses anos passem rápido, não aguento ficar longe de você e ter que cuidar desse daqui. — Comenta Melissa, lançando um olhar brincalhão para Peter, que responde com um sorriso debochado. — Ele dá um trabalho danado, sabia? Tem muitas mulheres babando por ele. — Conclui Melissa, soltando uma gargalhada antes de abraçar calorosamente Rebecca.

— Não posso acreditar que fizeram isso! Amo vocês, seus doidos! Que saudades, Melissa, você me faz muita falta em Boston. Eu disse para você ir à faculdade comigo.

— Eu sei, mas não era a hora certa, amiga. Meus planos sempre foram diferentes.

— Então, o que elas estão fazendo aqui? — Questiona Rebecca, observando suas primas com curiosidade.

— Peço que não me dirija esse olhar intimidador, reserve-o para seu namorado. Elas foram convidadas por ele.

— Então, Peter, por que estão aqui? Você sabe que minha relação com elas não é das melhores.

— Minhas desculpas, meu amor, apenas evitei criar conflitos com seu tio, especialmente agora que estamos colaborando e próximos de fechar uma parceria significativa.

— Perdoo-te apenas desta vez, Peter. Por favor, evite repetir. Elas e eu não nos damos bem, e você está ciente disso.

— Compreendido, minha querida, não voltarei a cometer o mesmo erro.

— Onde estão meus queridos amigos, que não vieram me receber?

— Becca, a Susan precisou fazer uma viagem para o interior, mas estará de volta amanhã. Quanto ao André, bem, você o conhece, está provavelmente por aí se divertindo com alguma mulher. — Brinca Melissa, arrancando um sorriso dela. Amanhã vamos nos reunir com eles e colocar as fofocas em dia.

Eles continuam imersos na atmosfera festiva, trocando risadas e engajando-se em conversas vibrantes sobre uma infinidade de assuntos. Enquanto isso, em Boston, Sophia adentra a imponente mansão dos Ramsey para o aguardado evento. Sua presença irradia um encanto inegável, capturando instantaneamente a atenção de todos os presentes. Ao avistar Olga Shaw acompanhada de suas filhas, Ana e Amanda, Sophia irradia um sorriso radiante e se aproxima delas com graça e elegância.

— Vovó, que alegria a encontrar aqui. Onde está o vovô? — Indaga Sophia, demonstrando seu sincero apreço pela presença da matriarca na festividade.

— Olá, minha querida, o Nicolas foi viajar para Seattle com Alex. Ele não te falou sobre a viagem? — Pergunta Olga, com um sorriso acolhedor, enquanto seus olhos transbordam de afeto ao fitar Sophia.

— Ah, sim, ele mencionou, vovó. Me perdoe, acabei esquecendo. — Responde Sophia, uma leve cor de rubor colorindo suas bochechas.

— Então, minha querida, como vocês estão? Enfim, vamos anunciar esse noivado? — Questiona Ana, com um brilho de entusiasmo cintilando em seu olhar.

— Ainda não houve um pedido formal, sogra, mas acredito que sim, estamos bem. Alex é reservado, mas sei que ele me ama. — Responde Sophia, mantendo uma serenidade para esconder suas inseguranças.

— Com certeza vão, olhe para você, é uma mulher maravilhosa, é perfeita para o Alex. — Elogia Amanda com um sorriso sincero, transmitindo confiança.

— Obrigada, tia Amanda. Aproveitem a festa! Com licença. — Conclui Sophia com um leve sorriso, retirando-se em direção à varanda.

Na quietude da varanda, ela fecha os olhos e permite que a brisa suave envolva seu rosto, mergulhando em reflexões sobre o futuro de seu relacionamento com Alex. Consciente da falta de um amor genuíno entre eles.

— Olá, priminha. — Sussurra Bryan junto ao ouvido dela, provocando um susto que a faz derrubar a taça de champanhe no chão.

— Ai, meu Deus, Bryan! Quer me matar do coração? — Indaga Sophia, enquanto ele ri e gentilmente lhe entrega a taça que segura.

— Desculpe pelo susto. Então, me diga, como você está? E onde está o seu namorado? — Pergunta, enquanto mantém seu sorriso divertido.

— Bryan, por favor, não comece. Você sabe que o teu irmão nunca participa dos eventos da tua família.

— É verdade, às vezes esqueço que o jovem Shaw lida com alguns complexos porque meu pai não quis formar uma família com a mãe dele.

— Bryan, vamos evitar esse tópico delicado. Não quero entrar em discussões sobre os problemas familiares de vocês.

— Entendido, não vou mais insistir nisso. Que tal entrarmos e aproveitarmos a noite juntos?

— Não, preciso de mais um tempo ao ar livre.

— Vamos lá, desabafe. Eu te conheço tão bem que sei quando algo não está certo.

— Sabe, todos estão esperando que o Alex e eu fiquemos noivos no final do verão, mas não tenho certeza se é isso que realmente quero! Parece que todos assumiram isso por mim, e meus pais têm essa expectativa.

— Espera aí, como assim? Você estava tão feliz, o que aconteceu?

— É simples, meu problema é o Alex! Ele não me faz feliz. Há muito tempo que não me sinto realizada, e acho que ele é tão indiferente que nem sei se realmente me ama. Ultimamente, ele tem sido mais rude do que o normal. Quero me sentir amada, e simplesmente não sinto isso. Estou tão frustrada que nem sei se ainda o amo. Eu me esforço tanto por ele, e ele nunca retribui. Estou esgotada. — Sophia desabafa, segurando as lágrimas, sua voz trêmula revela a profundidade de sua aflição.

— Prima, você é incrível e merece alguém melhor que ele. Nossa família encara seu casamento como um mero negócio, sem se importar com sua verdadeira felicidade. Tudo se resume a dinheiro. Enquanto você continuar tolerando as atitudes do idiota do Alex Shaw, a família ficará satisfeita.

— Agora percebo que permiti que nosso relacionamento se transformasse em uma transação comercial. Em algum momento, Alex e eu nutríamos um amor mútuo, pelo menos eu acreditava nisso, mas agora somos estranhos um para o outro. Abomino o fato de ele sempre se esconder atrás de uma máscara. Por que ele simplesmente não pode ser autêntico? Em cada evento social, me vejo sozinha, pois ele não quer se expor. Isso me incomoda profundamente, assim como sua insatisfação constante.

— Meu irmão sempre teve essa tendência exagerada, especialmente com essa peculiaridade de evitar usar o sobrenome da família apenas para se esconder.

— Vamos para dentro, quero me divertir. Deixarei as preocupações com o Alex de lado por algumas horas e amanhã pensarei calmamente sobre o nosso futuro. — Conclui, e juntos retornam ao salão, dirigindo-se à pista de dança.

Em Seattle, após desfrutarem da festa na calorosa companhia de amigos, Peter decide encerrar a celebração para compartilhar um momento íntimo a sós com Rebecca.

— Mel, não tenho palavras para expressar minha gratidão por tudo que você fez. Você é incrível, e eu te amo, amiga.

— Amo você também. Agora, vá aproveitar com seu namorado. Parece que ele tem planos especiais para vocês. — Sugere Melissa, com um brilho travesso nos olhos enquanto observa Rebecca.

— Que planos são esses? Você sabe que não aprecio esse tipo de suspense. — Reclama Rebecca, ao mesmo tempo, em que sua curiosidade sobre os planos de Peter aguça.

— Ah, você sabe muito bem o que vocês dois andaram tramando enquanto trocavam mensagens ousadas. Aposto que ele só antecipou algumas surpresas! — Afirma Melissa, sorrindo ao perceber o constrangimento de Rebecca. — Aproveite a noite, amiga. — Conclui, afastando-se com um sorriso cúmplice, sem esperar por respostas.

— Pronta, meu amor? — Pergunta Peter, olhando para Rebecca com expectativa.

— Sim, podemos ir. — Responde Rebecca, delineando um sorriso que, apesar de tentar esconder, revela sua inquietação, enquanto acompanha Peter.

Durante o trajeto, um silêncio confortável paira entre eles, cada um imerso em seus próprios pensamentos. Ao adentrarem o apartamento, um sorriso tímido escapa dos lábios de Rebecca enquanto ela segue para o quarto. Com delicadeza, organiza suas coisas e adentra o banheiro, permitindo que a água do chuveiro acalme sua mente inquieta. Enquanto a torrente morna a envolve, seus pensamentos mergulham em uma reflexão profunda sobre seus sentimentos por Peter. Questiona-se sobre a autenticidade de seu amor e se está verdadeiramente preparada para dar o próximo passo em seu relacionamento.

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