Rebecca, ao chegar no hotel, realiza o check-in, segue para o quarto e, com uma complexidade de sentimentos, entrega-se à cama. Lágrimas escorrem pelo seu rosto, a dor da traição e a humilhação a envolvem. Seu celular toca incessantemente, mas ela o coloca no silencioso, evitando as ligações de Peter.
— Recuso-me a ser essa tola, largada na cama, chorando por alguém que não me merece. — Murmura, levantando-se e recompondo-se. — Mereço me divertir também. — Afirma, tentando encontrar forças. Refaz a maquiagem e sai do quarto, dirigindo-se ao bar do hotel.
Ao chegar no bar do hotel, ela se aproxima, observando minuciosamente o local. Ao avistar um homem sentado no bar, encarando um copo de uísque, ela para e o analisa com cuidado.
— Por que não? — Questiona-se, aproximando-se dele com uma confiança sutil. — Consigo fazer isso. — Sussurra, mantendo a calma. — Aparentemente você não tem a intenção de apreciar isso. — Afirma, parando ao lado do homem, puxando o copo de uísque e saboreando-o de um só gole.
— O que você pensa que está fazendo? — Pergunta o homem, sem encará-la.
— Aproveitando um excelente uísque, já que parecia que você não o faria. — Responde, provocativa, capturando finalmente a atenção dele, enquanto o encara. — Mas, se desejar, posso pagar uma dose para você.
— Pagar uma dose? — Indaga, mantendo a seriedade em seu olhar. — No máximo, você poderia me devolver a bebida que acabou de tomar. — Declara, encarando-a com uma expressão indecifrável. — Não tenho interesse, posso pagar pelas minhas bebidas, ao contrário de você. Se afaste de mim. — Ordena, desviando o olhar para o copo vazio com uma assertividade fria.
— Você é um tanto grosseiro. De qualquer forma, peço desculpas por beber o seu uísque. — Expressa, observando o sorriso sarcástico dele.
— Grosseiro? Para mim, ser grosseiro é se comportar como você, invasiva e sem educação. Portanto, se não deseja nenhum problema, afaste-se de mim. — Ordena novamente, visivelmente irritado. — Por favor, me sirva outra dose de uísque. — Pede ao barman, mantendo o olhar firme.
— Me desculpe. — Murmura, distanciando-se do homem. — Que homem idiota. — Sussurra, abaixando a cabeça. — Por favor, sirva-me uma dose de Cabernet Sauvignon. — Pede ao barman, enquanto escuta o celular do homem tocar. Observa-o suspirar enquanto encara o aparelho.
— O que você quer agora? — Pergunta, irritado ao atender a ligação.
— Alex, só quero saber se você está bem. Eu esperava que você aparecesse ontem na festa. Afinal, você também é parte importante da empresa. — Afirma Christian Ramsey, mantendo uma calma contrastante com a irritação evidente de Alex.
— Você está brincando, certo? — Questiona, erguendo o copo de uísque aos lábios com um toque de incredulidade. — Quantas vezes precisaremos ter essa conversa? Eu não tenho o menor interesse nessa empresa. Na verdade, a considero irrelevante. Só me causaria mais problemas. — Responde, com uma pitada de deboche na voz.
— O que você está dizendo? A empresa é excelente e está bem administrada por nós. Seu irmão está fazendo um ótimo trabalho. Não confunda os nossos problemas pessoais com as questões profissionais.
— Não estou fazendo confusão, estou sempre acompanhando todas as transações, e afirmo, não irá demorar muito até que vocês precisem de empréstimos para tirá-la do buraco em que se encontra. Não tenho interesse em compartilhar nada com essa família. Por que vocês simplesmente não podem me deixar em paz? — Indaga, levantando a mão, indicando ao barman que sirva outra dose para ele.
— Não seja um jovem arrogante. Seu desprezo por mim está levando-o a inventar situações que simplesmente não existem. Meus negócios estão prosperando. Sou seu pai, preocupado com o seu bem-estar, e desejo que estejamos mais presentes na vida um do outro. Consegue compreender? Por quantas vezes devo suplicar por perdão?
— Você bem sabe que suas palavras são vazias. Não demonstra interesse real em construir uma relação familiar. Para mim, você é apenas o meu genitor, não um pai. Sua aproximação é motivada pelo interesse, por perceber o quão lucrativo é ter-me ao seu lado. — Declara, obtendo como resposta um silêncio constrangedor. — Por favor, não me contate mais. — Finaliza, encerrando a ligação, enquanto o barman lhe serve mais uma dose.
— Idiota, arrogante. — Resmunga Rebecca, recebendo um olhar incisivo dele. — Perdeu alguma coisa aqui? — Questiona, exibindo irritação diante do comportamento dele.
Alex a ignora por completo, direcionando sua atenção para a bebida. Ao longo da noite, ambos persistem na bebida ocultando suas frustrações, ocasionalmente trocando olhares que denotam a irritação mútua.
— Posso fazer-lhe companhia? — Indaga um homem ao se posicionar ao lado de Rebecca.
— Não, obrigada. — Responde, sem paciência, uma vez que dedicou boa parte da noite recusando investidas masculinas. — Homens não resistem à tentação de se aproximar de uma mulher sozinha, como se fôssemos presas fáceis. — Resmunga, observando o homem se afastar.
Alex esboça um leve sorriso à observação dela e mergulha novamente em suas próprias lamentações silenciosas. Ao longo de várias doses de bebida e trocas de olhares, Rebecca se vê incapaz de desviar sua atenção do desconhecido ao seu lado.
— Devo estar bêbada demais. — Resmunga, admitindo a atração que começa a sentir por ele.
Envolvida pelo álcool, ela continua encarando-o, meticulosamente analisando cada detalhe: os cabelos escuros que contrastam com a pele clara, os olhos azuis, semelhantes ao oceano que decora a paisagem lá fora, e uma postura impecável que sugere um físico atraente por baixo do terno. Ao notar o olhar dela, Alex guarda o celular no bolso, ergue-se e se aproxima dela.
— Acompanhe-me. — Ordena, afastando-se antes que ela tenha chance de responder, dirigindo-se a uma mesa discreta no canto do bar. Rebecca lança um olhar na direção dele, observando-o sentar-se com elegância, seus olhos fixos nela. Ela o contempla por alguns minutos, travando uma batalha interna sobre se deve ou não se aproximar.
— Não tenho nada a perder. — Murmura para si mesma, levanta-se com determinação e caminha na direção dele.
Alex observa meticulosamente sua aproximação, detalhando cada aspecto. Seus cabelos negros, longos e lisos, emolduram um rosto de pele branca com um rubor sutil nas bochechas. Os olhos verdes expressivos destacam-se, complementando uma estatura mediana e um corpo atraente, marcado por traços delicados. O caminhar hesitante denota uma sofisticação inegável. Ao sentar-se à mesa, ela encara seu olhar em silêncio.
— Por favor, traga uma garrafa de The Macallan Sherry Oak. — Pede ao garçom, enquanto seus olhos permanecem fixos nela. — E a senhorita, o que gostaria? — Indaga, dedicando uma atenção especial à mulher.
— Uma garrafa de Cabernet Sauvignon, por favor. — Responde diretamente ao garçom, mantendo-se firme.
Um silêncio significativo paira entre eles, os olhares se entrelaçando enquanto aguardam pelas bebidas. O garçom retorna com discrição, serve-os com habilidade e se retira, deixando-os sozinhos.
— Então, por que está aqui? — Questiona Alex, rompendo o silêncio com uma curiosidade inquisitiva.
— Não preciso de um motivo específico para estar aqui. Só busco diversão e um momento para esquecer. — Responde, sua voz mantendo um tom deprimido.
— Então, seu motivo é esquecer. Se quisesse diversão, estaria com suas amigas. Dificilmente mulheres frequentam bares sozinhas.
— Ah, peço desculpas. Eu não sabia que você havia estabelecido essa regra.
— Não é uma regra, é uma observação óbvia. Nenhuma mulher deseja estar sozinha num bar, sendo alvo constante de investidas incessantes de homens que a veem como presas fáceis! — Afirma, repetindo as palavras dela com uma pitada de ironia.
— E qual é o seu motivo para estar aqui? — Rebate, desviando o foco da conversa.
— Estou entediado, apenas isso. — Responde, levando o copo aos lábios.
— Entediado? Então, desconta sua raiva em estranhos porque está chateado com o papai? — Provoca, arrancando um sorriso sarcástico dele.
— Você é notavelmente invasiva. Nunca me deparei com uma mulher tão intrometida quanto você. E o que se passa contigo, falta de autoestima? Por que está aqui comigo, tolerando minha raiva numa sexta-feira à noite? Sua vida deve ser incrivelmente monótona.
— Você é sempre tão desagradável? Ou está colocando a culpa na bebida? — Indaga, a raiva a consumindo. — Você estava no bar falando ao telefone. Da próxima vez, talvez eu deva usar tampões nos ouvidos.
— Sou sempre assim, senhorita. Especialmente quando lido com jovens idiotas como você. Aposto que você é ainda mais patética quando está sóbria e não consegue se esconder atrás do álcool, interpretando a mulher confiante, ou melhor, a garota confiante. Porque, francamente, você está longe de ser uma mulher.
— Você é um cretino, não é mesmo? Sentado aqui sozinho neste bar de hotel, agindo como se fosse bom demais para qualquer pessoa se aproximar. Sabe o que dizem sobre homens assim?
— Não faço ideia, senhorita. Por que você não me conta?
— Ter um ego inflado é apenas uma maneira de encobrir outras partes que são, digamos, menos impressionantes, se é que você me entende. — Provoca, tentando manter a calma. — De nada adianta ter um rosto bonito se o que você tem para oferecer é bem pequeno, não é mesmo? — Indaga com seriedade, arrancando uma risada dele, que parece estar se divertindo com a situação.
— Sua ousadia é notável, senhorita. Eu até poderia deixar você descobrir se os rumores são verdadeiros, se você não estivesse claramente embriagada. — Declara maliciosamente, observando-a corar.
— Você é um perfeito idiota. Boa noite, senhor. — Expressa, levantando-se com determinação e retornando ao bar. — Que homem detestável. — Resmunga, reassumindo seu lugar. Ao olhar para trás, nota que ele a encara com um sorriso debochado nos lábios.
Alex persiste em saborear suas bebidas, com os olhos fixos na mulher que ocupa um lugar no balcão do bar, ambos imersos em frustrações e no excessivo consumo de álcool. Incapaz de desviar o olhar dela, ele se sente inexplicavelmente atraído. Seu devaneio é abruptamente interrompido pelo toque insistente de seu celular.— O que você quer, Sophia? — Questiona, ao atender a ligação.— Percebi que você estava agindo de maneira estranha mais cedo. Há algum problema?— Me diga você, Sophia! Temos algum problema? — Indaga, observando a mulher que conversa animadamente com um homem no bar.— Não, Alex, não temos. É você quem está sempre agindo estranhamente. Apenas estou tentando te compreender. — Responde, mantendo a calma.— Não há nada para compreender. Pare de me incomodar com essas trivialidades. — Conclui, encerrando a ligação e levando o copo de uísque aos lábios.Alex continua a observar a mulher sorrir animadamente, enquanto conversa com o homem que, a todo momento, aproveita para toc
Na manhã seguinte, ao abrir os olhos, Rebecca percebe um leve desconforto em seu corpo e uma intensa dor de cabeça. Ao virar-se na cama, seu coração dispara ao notar o homem adormecido ao seu lado. Levanta-se bruscamente, paralisando ao perceber o movimento do homem, aliviando-se ao notar que ele continua adormecido. Percorrendo o quarto com o olhar, pega seu vestido e salto alto, saindo silenciosamente. Na sala, veste-se rapidamente, pega sua bolsa e nota a chave de um carro na mesinha. Sem hesitar, ela a pega e sai apressada do quarto.— Que diabos é isso? O que eu fiz? — Indaga-se, perplexa, ao observar a notificação de transferência em seu celular. No elevador, ela verifica as diversas mensagens e ligações perdidas de Peter. Ao chegar na recepção, inicia meticulosamente o processo de checkout, enquanto tenta decifrar as lacunas da noite anterior. — Pietra Dickinson trabalha aqui? — Indaga a recepcionista.— Sim, senhora. — Responde com cortesia.— Por acaso, ela está disponível no
Ao regressar ao hotel após cumprir todas as suas obrigações, Alex dirige-se diretamente à recepção e depara-se com as duas recepcionistas da noite anterior.— Boa noite. — Cumprimenta Alex, ao se aproximar. — Poderia informar-me o nome da senhorita que trouxe até aqui ontem?— Senhor, lamentamos, mas não podemos fornecer essa informação. — Responde a recepcionista com firmeza.— Vou reiterar minha pergunta, visto que estou de bom humor hoje. — Afirma, acompanhando suas palavras com um sorriso sarcástico. — Gostaria de obter o nome e o número de telefone dela. Caso contrário, vocês podem enfrentar um processo por permitirem que uma desconhecida entrasse em meu quarto e me roubasse.— Como assim? — Indaga a recepcionista, exibindo clara confusão.— Não estou falando inaudível. Foi exatamente o que você ouviu. Para evitarmos problemas, por favor, forneça-me os dados necessários, eu cuidarei do resto. — Declara, com expressão séria.— Um instante, por favor, senhor. — Responde a recepcioni
Ao adentrarem o pub Tricks, Rebecca e seus amigos deparam-se com Peter e sua comitiva.— Rebecca, o que a traz a este local? — Questiona Peter, interrompendo-a com uma expressão curiosa.— O mesmo que você, Peter. Estou aqui para desfrutar de momentos agradáveis. — Responde, tentando prosseguir, mas ele a detém com um gesto firme.— Aonde você pensa que está indo? Teremos uma conversa agora. — Ordena, bloqueando sutilmente sua passagem.— Você é surdo? — Questiona André, colocando-se entre eles. — Mantenha-se afastado! Rebecca não está interessada em conversar, ela veio aqui para se divertir. — Conclui, afastando-se com Rebecca, seguidos por Susan e Melissa.— Amiga, não dê a ele essa satisfação. Deixe-o se lamentar enquanto você desfruta. Mantenha a serenidade. — Aconselha Susan, percebendo o nervosismo de Rebecca.Gradualmente, Rebecca encontra sua serenidade, desfrutando da sua bebida enquanto compartilha banalidades com os amigos. Por horas a fio, mergulham na alternância entre deg
Peter continua a encarar Rebecca da sua mesa, incrédulo ao descobrir que ela passou a noite com outro homem. Determinado a esclarecer a situação, ele se levanta e caminha decididamente em direção ao bar.— Quem você pensa que é? — Questiona Peter, puxando-a pelo braço e virando-a para si. — Como assim, você transou com outro logo após sair da minha casa?— Solte-me agora, está me machucando. — Ordena Rebecca, tentando soltar seu braço. — Qual é o seu direito de me cobrar qualquer coisa? Quando você mesmo estava envolvido com a minha prima. Afasta-se de mim. — Repete, sentindo-o apertar ainda mais forte o seu braço. — Está me machucando, por favor, solte-me.— Largue-a, seu imbecil. — Interfere Melissa, sendo brutalmente afastada por Peter. — Feche essa boca, Melissa. Já era previsível que ela se meteria em encrenca ao andar com você. Você é uma vergonha, Melissa, uma verdadeira vagabunda. — Vocifera, puxando Rebecca para mais perto. — Diga-me, você acha que sou um palhaço? Vou te most
Alex continua a observar Rebecca, que sussurra com suas amigas, evitando o contato visual com ele. Ao mesmo tempo, ele captura os sussurros de Peter, instruindo seus amigos a investigar a identidade dele.— Senhor Baker? — Chama o homem, trazendo-o de volta à realidade. — Sou Stefan Hill, gerente do pub, e este é Samuel Bale, chefe de segurança.— Prazer, senhores. — Responde Alex, direcionando sua atenção para eles. — Senhor Hill, permita-me apresentar Peter O'Donnel. — Apresenta apontando para Peter. — A partir de agora, está vetada a entrada deste homem neste estabelecimento. — Declara, encarando a expressão perplexa de Peter. — Senhor Bale, como chefe de segurança, confio que garantirá a execução da minha ordem. Por favor, retire-o daqui.— Sim, senhor. — Responde o chefe da segurança. — Senhor O'Donnel, por favor, me acompanhe.— De jeito nenhum, quem você pensa que é? — Questiona Peter, lançando um olhar repleto de raiva para Alex.— O senhor ouviu, foram ordens do proprietário.
Ao sair do quarto, Rebecca opta por um táxi, seguindo diretamente para sua casa. Durante o percurso, as memórias das noites anteriores assombram sua mente, um arrependimento a atormenta, principalmente com as palavras de Alex ecoando persistentemente em seus pensamentos. Ao adentrar sua casa, ela se depara com sua mãe.— Finalmente, você chegou! — Exclama Martina, visivelmente irritada. — Onde você estava?— Estava em um hotel. — Responde Rebecca, caminhando em direção às escadas.— Rebecca, aguarde um momento, por favor. — Solicita, observando-a interromper seus passos e voltar-se para ela. — O que quer dizer com “um hotel”?— É uma história longa, mãe. Explico em outro momento. A senhora parece estar de saída. — Responde, tentando desviar do assunto.— Na verdade, estamos prestes a sair. Suba e troque de roupa, temos um almoço na casa do seu tio Antônio.— Optarei por ficar em casa, necessito de um breve descanso.— De maneira alguma, Rebecca. Você compreende a importância desses alm
Ao ingressar na suíte do hotel, a irritação em Alex é notória, especialmente devido às inúmeras chamadas insistentes de Sophia ao longo do dia. Ele retira o paletó com um gesto brusco, lançando-o descuidadamente sobre a poltrona.— O que deseja, Sophia? — Pergunta, irritado, ao atender a ligação.— Que humor é esse? — Questiona Sophia, incomodada com a maneira como ele a trata.— O que deseja, Sophia? — Repete a pergunta, recostando-se no sofá.— Apenas queria te ouvir, só preciso saber se está tudo bem entre nós?— Você passou o dia me ligando por esse motivo? — Indaga, soltando um suspiro. — Estou extremamente ocupado, Sophia. Não tenho tempo para essas questões insignificantes.— Não são questões insignificantes, Alex. Estou tentando entender o que se passa contigo.— Percebo que você está preocupada nos últimos dias, aconteceu alguma coisa, Sophia? Há algo que queira compartilhar comigo?— Não aconteceu nada, Alex! — Exclama, incomodada com a pergunta. — Mas parece que algo não est