O carro continuava avançando pela estrada, mas a mente de Daphine estava presa no passado, nas escolhas que fez e nas que ainda precisava fazer. Ela sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que enfrentar esses fantasmas, mas por agora, tudo o que podia fazer era seguir em frente, um quilômetro de cada vez, esperando que a estrada eventualmente a levasse a algum tipo de resolução.Quando Daphine finalmente chegou ao seu apartamento, um cansaço profundo tomou conta de seu corpo e mente. Cada músculo parecia pesado, como se estivesse carregando um fardo que, a cada minuto, se tornava mais difícil de suportar. Sem perder tempo, ela colocou a bolsa sobre a bancada da cozinha, um gesto automático que refletia sua exaustão. Os pensamentos, no entanto, não lhe davam trégua. Enquanto seus pés a levavam mecanicamente para o banheiro, sua mente estava em outro lugar, dividida entre Caleb e Ethan.Ela começou a se despir, e cada peça de roupa que caía ao chão parecia representar uma camada de em
Quando o primeiro raio de sol da manhã atravessou a fresta da cortina e tocou suavemente o rosto de Daphine, ela se mexeu preguiçosamente na cama. Seus músculos ainda estavam pesados pelo cansaço emocional da noite anterior, e a luz que banhava seu rosto a fez despertar lentamente do sono agitado. Ela se espreguiçou, esticando os braços acima da cabeça enquanto sentia cada parte de seu corpo se alongar e relaxar.À medida que Daphine começava a tomar consciência de seu entorno, percebeu uma sensação de vazio em seu estômago. Um ronco audível veio em seguida, lembrando-a de que não havia comido nada desde que chegou ao apartamento na noite anterior. Naquele momento, a fome a atingiu com força, misturando-se com as emoções que ainda estavam à flor da pele.Ela ficou ali por um momento, sentada na cama, sentindo o silêncio do apartamento ao seu redor. Os eventos da noite passada ainda ecoavam em sua mente, mas a necessidade física de se alimentar começou a se sobrepor à confusão mental q
Daphine sentia o peso de cada palavra, como se estivesse carregando o futuro de Charlote e Caleb em suas mãos. A responsabilidade que pairava sobre ela era esmagadora, e ela sabia que qualquer deslize poderia causar consequências devastadoras. Por isso, fez um esforço enorme para manter a calma, escolhendo as palavras com muito cuidado, como se estivesse pisando em um campo minado.— Charlote... — Daphine começou, sua voz carregada de firmeza, mas também cheia de empatia. — Eu entendo que tudo isso deve ser assustador para você. Mas, por favor, preciso que confie em mim agora.Daphine fez uma pausa, tentando ganhar tempo para organizar seus pensamentos. Ela sabia que a verdade era algo delicado demais para ser revelado sem cautela, especialmente em um momento tão tenso como aquele. Não queria assustar Charlote ainda mais, mas também sabia que não podia simplesmente ignorar o que estava acontecendo.— Não pode acreditar cegamente nas coisas que seu pai disse... — continuou Daphine, sua
Daphine tentou de todas as maneiras afastar os pensamentos que a atormentavam, mas as palavras de Carla continuavam a ressoar em sua mente, como uma melodia que se repetia incansavelmente. "Eu sei que o Ethan ainda gosta de você." Essa frase, dita com tanta convicção por Carla, ecoava em sua cabeça, negando qualquer tentativa de se concentrar em outra coisa.— Por que ela teve que dizer isso? — Daphine murmurou para si mesma, sentindo o peso de cada palavra.Ela se levantou da mesa, os movimentos lentos e quase mecânicos, como se estivesse agindo no piloto automático. Recolheu os pratos com mãos trêmulas e caminhou até a pia. Enquanto lavava a louça, sua mente estava longe, presa nas lembranças de Ethan que insistiam em invadir sua consciência. Ela se lembrou do primeiro encontro, dos olhos de Ethan encontrando os dela no meio da multidão, como se o tempo tivesse parado só para eles. Ela se lembrou do sorriso dele, aquele sorriso que a fazia sentir segura, e das risadas que compartilh
Chegando ao mercado, Daphine parou por um momento na entrada, segurando a alça da bolsa com força. Ela sabia que precisava continuar, que precisava tomar decisões difíceis, mas essas escolhas a aterrorizavam.— Só preciso de um pouco de paz... — murmurou antes de entrar, a voz quase inaudível.Ela pegou um carrinho e começou a andar pelos corredores, tentando focar nas compras e no que precisava, mas sua mente continuava a voltar para os mesmos pensamentos. Como poderia conciliar esses desejos conflitantes dentro de si? Como poderia decidir entre dois amores tão diferentes, mas igualmente intensos?Assim que Daphine entrou em seu apartamento, ela se dirigiu diretamente à cozinha, sentindo o peso dos acontecimentos recentes em seus ombros. Colocou as sacolas no balcão e começou a separar os ingredientes para o almoço, tentando focar nas tarefas domésticas como uma maneira de afastar os pensamentos turbulentos. Guardou os demais itens nas prateleiras e na geladeira, mas sua mente estava
Daphine sentia o peso da tensão no ar, observando a maneira como Charlote tentava, com todas as forças, manter sua compostura. O esforço da amiga para não desmoronar era evidente, e Daphine, com um instinto protetor, tomou uma decisão imediata. Segurou a mão de Charlote com carinho, transmitindo o máximo de apoio possível através daquele simples gesto.— Bruce, eu vou sair um instante com a Charlote. Se precisar de algo, é só perguntar ao Ethan — disse Daphine, esforçando-se para manter o tom de voz leve e natural, apesar da preocupação que crescia em seu peito.Bruce, sempre o mais despreocupado e alegre, acenou com a cabeça, um sorriso despreocupado nos lábios, enquanto voltava sua atenção para a carne que estava cozinhando.— Pode deixar, Daphine! — respondeu ele, sem tirar os olhos do fogão, claramente imerso em sua tarefa culinária.Com um último olhar para Ethan, que parecia entender a gravidade da situação sem que uma palavra fosse dita, Daphine guiou Charlote para fora do apart
Charlote ficou em silêncio por um momento, absorvendo o que acabara de ouvir. Ela segurou a mão de Daphine com força, como se quisesse ancorar-se na realidade.— Eu... não sei o que dizer — murmurou Charlote, sua voz carregada de emoção. — Mas se você confia em mim para compartilhar isso, eu prometo que vou guardar esse segredo. Eu só... estou com tanto medo, Daphine.Daphine apertou a mão da amiga, transmitindo todo o apoio que podia.— Eu sei, Charlote. Eu sei. E é por isso que estou aqui. Não vou deixar você enfrentar isso sozinha. Vamos encontrar uma maneira de superar tudo isso juntas.As duas ficaram ali, sentadas no banco do parque, em silêncio, mas unidas por um laço de confiança e amizade que agora parecia mais forte do que nunca.Daphine e Charlote permaneceram por mais alguns minutos em silêncio, absorvendo tudo o que havia sido dito. As emoções estavam à flor da pele, mas Daphine sabia que precisava voltar para casa. Ela tinha deixado Bruce e Ethan cuidando do apartamento,
Algumas horas mais tarde, Daphine estava ocupada arrumando as coisas no carro, concentrada em colocar tudo em ordem para a viagem. Enquanto organizava as malas, ela se lembrou de algo importante: havia deixado alguns pertences no porão da casa de Jones. Eles eram itens que ela precisaria em breve, mas não havia tempo para voltar e pegá-los pessoalmente. Com isso em mente, Daphine decidiu pedir ajuda à sua amiga, Carla.Ela pegou o telefone e discou o número de Carla, esperando que a amiga atendesse. Quando Carla atendeu, Daphine não perdeu tempo.— Carla, sou eu, Daphine — disse, sua voz um pouco tensa. — Lembra aquelas coisas que deixei no porão da casa de Jones? Eu realmente preciso delas, mas estou a caminho de Norwich para pegar as coisas da minha mãe e não posso voltar agora. Será que você poderia pegá-las para mim?Carla, sempre disposta a ajudar, respondeu sem hesitar:— Claro, Daphine. Não se preocupe, eu cuido disso. Vou até lá agora mesmo e te aviso quando pegar tudo.Daphin