Assim que o carro parou diante do imponente casarão, Charlote veio correndo ao encontro deles, um sorriso radiante iluminando seu rosto. Ela envolveu Caleb em um abraço carinhoso, sua preocupação evidente em suas palavras.— Eu fiquei muito preocupada com você — disse ela, sua voz tremendo um pouco. — A vizinha da frente disse que viu dois homens lhe colocando dentro do carro à força. Mas me tranquilizei quando falei com Daphine e ela disse que vocês estavam bem. Nunca mais saia sem avisar.Caleb sorriu, acariciando o cabelo da irmã e beijando-lhe a testa.— Foi brincadeira de alguns amigos que encontrei. Mas te prometo que não sairei sem avisar, maninha. Enquanto estiver aqui.Ele se retirou rapidamente, entrando na casa para se recompor. Enquanto isso, Charlote se virou para Daphine, cumprimentando-a com beijinhos nas bochechas. Charlote era sempre sorridente e animada, e agora não era diferente. Ela segurou a mão de Daphine com alegria e perguntou:— Como foi com seus pais? E seus
Charlote sorriu, sentindo-se reconfortada pelas palavras de Daphine, quando sua mãe entrou na sala. Isadora, uma mulher elegante com uma presença imponente, saudou Daphine com um caloroso "Olá!"Rapidamente, Daphine se levantou e foi ao encontro de Isadora, cumprimentando-a com alegria.— Olá, senhora Isadora! Desculpe por não ir falar com a senhora antes. Eu estava tão entretida com a conversa da Charlote. Cadê a Clara?Dessa vez, foi Charlote quem respondeu, revirando os olhos de maneira leve.— A Clara foi embora. Ela tinha combinado de ficar aqui até sexta-feira, mas você sabe como ela é.Isadora deu um leve sorriso, percebendo a implicância carinhosa de Charlote.— Pare de implicar com sua irmã, Charlote.Isadora então se aproximou de Daphine, segurando sua mão de forma elegante e perguntando com sutileza.— Daphine, você sabe me dizer o que aconteceu com o meu Caleb? Ele não parece a mesma pessoa.Daphine olhou para Isadora com um leve sorriso estampado no rosto e tentou tranqui
Fred olhou profundamente nos olhos de Caleb, como se estivesse tentando encontrar um ponto de compreensão, uma conexão que pudesse suavizar a verdade que estava prestes a revelar.— Quando conheci sua mãe, ela logo engravidou da Clara. Na época, eu estava desesperadamente à procura de um emprego para sustentar nossa nova família. Foi assim que acabei me envolvendo em uma série de eventos que colocaram sua mãe em grande perigo — Fred fez uma pausa, os olhos cheios de arrependimento, como se revivesse os momentos que o levaram a essa confissão. — Fui transformado em um lobisomem, contra a minha vontade. Um homem em quem eu confiava, que eu acreditava ser meu amigo, me enganou e me levou por um caminho sem volta.Fred suspirou profundamente, como se estivesse buscando coragem nas palavras que viriam a seguir. Ele precisava que Caleb entendesse o peso das circunstâncias.— Ele se chamava Derick. Eu confiava nele — continuou Fred, sua voz carregada de amargura e dor.A menção do nome fez c
Depois que Fred concluiu sua narrativa sobre como o Supremo Alfa, Derick, havia destruído sua vida e o distanciado de sua família, ele utilizou todo o seu poder de persuasão na esperança de que Caleb pudesse compreender a extensão de sua luta e sofrimento. As palavras de Fred, carregadas de mágoa e arrependimento, delinearam uma vida de escolhas difíceis e inevitáveis. Ele descreveu o homem que antes era seu amigo, mas que se tornou a figura que alterou o curso de sua vida de maneira irreversível. Com cada frase, Fred tentou transmitir a Caleb a profundidade de seu remorso e o desejo sincero de corrigir os erros do passado.Enquanto Fred falava, Caleb o escutava atentamente, suas expressões faciais mudando à medida que a história se desenrolava. A princípio, Caleb mantinha um semblante fechado e duro, evidenciando sua resistência e a dor que sentia pela ausência prolongada do pai. No entanto, conforme a conversa avançava e os detalhes da vida de Fred vinham à tona, uma transformação s
Preocupada e um tanto confusa, Daphine saiu do quarto em direção a Charlote, que estava olhando fixamente pela janela, talvez tentando decifrar o que acontecia. Vendo o estado de Daphine, Charlote imediatamente desviou o olhar da janela e voltou sua atenção para ela. Daphine suspirou, tentando encontrar palavras para descrever a confusão que sentia.— Eu não sei o que está acontecendo com o Caleb, mas preciso ir atrás dele — disse Daphine, sua voz trêmula, revelando sua apreensão.Charlote se virou para Daphine, seus olhos cheios de curiosidade e preocupação.— O Caleb está indo para Londres? — perguntou Charlote, tentando entender a situação.— Sim, ele brigou comigo do nada e disse que precisava ir — explicou Daphine, a tristeza evidente em sua voz. Ela ainda estava tentando processar o que havia acontecido no quarto momentos antes.Charlote, percebendo a angústia de Daphine, tentou animá-la, apesar de seu próprio coração estar pesado com a preocupação.— Vai atrás dele, Daphine. —
Daphine observou Caleb se afastando lentamente, até que ele desapareceu no corredor. Seu coração estava pesado, e ela se sentia imensamente desolada e triste. Saindo em silêncio, Daphine dirigiu-se em direção à porta, com os pensamentos inundados pela recente discussão. Antes que pudesse chegar ao lado de fora, seu celular começou a tocar, tirando-a de seus pensamentos. Olhando para a tela, viu que era sua melhor amiga, Carla, quem estava ligando. A voz de Carla soou animada do outro lado da linha.— Daphine! Que saudades! Como você está? Me conta como foi o Natal na casa dos Miller. — Carla perguntou com entusiasmo.Daphine respirou fundo, tentando encontrar uma maneira de responder com um pouco de animação, mesmo sentindo-se tão desanimada.— Calma, Carla, uma pergunta de cada vez! — ela disse, tentando parecer mais alegre do que realmente estava.No entanto, Carla, que conhecia Daphine muito bem, percebeu imediatamente a mudança na voz da amiga.— Aconteceu alguma coisa, Daphine? V
Antes de seguir para Norwich, Daphine fez uma parada em uma grande loja. Ela sabia que não poderia chegar à casa de sua melhor amiga, Carla, naquela época do ano, de mãos vazias. A estação festiva exigia um gesto carinhoso, e Daphine queria mostrar sua gratidão pela amizade de Carla, que sempre fora uma fonte de apoio inabalável.Enquanto caminhava pelos corredores da loja, seus dedos deslizavam distraidamente pelas prateleiras repletas de produtos. Sua mente, no entanto, estava longe dali. Ela se viu perdida em lembranças do passado, um tempo em que sua vida parecia estar em perfeita ordem. Lembrou-se, especialmente, de um episódio doloroso: o momento em que, recém-transformada, ela atacou Ethan. A cena voltou à sua mente com uma nitidez perturbadora. Ela quase arrancou o braço dele, e a lembrança ainda a assombrava. No entanto, mais doloroso do que o ataque em si foi a reação de Ethan. Ao invés de reagir com raiva ou medo, ele foi carinhoso e compreensivo, preocupado mais com o esta
Sem mais uma palavra, Daphine se afastou rapidamente, seus passos decididos, mas com um peso evidente. Ela entrou no carro, determinada a sair antes que as lágrimas que estava segurando rolassem. Carla, sentindo que talvez tivesse ido longe demais, correu até o carro de Daphine antes que ela pudesse dar partida.— Daphine, espera! — Carla chamou, a voz tingida de arrependimento. — Desculpa, eu não queria que você fosse embora chateada comigo. Só... só quero que você saiba que eu acredito que o Ethan ainda te ama.Daphine olhou para a amiga, seus olhos cheios de uma mistura de emoções. Por um instante, ela quase abriu a boca para responder, mas em vez disso, apenas assentiu ligeiramente, deixando a conversa pendente no ar.Carla olhou para Daphine com uma expressão de ternura e preocupação. Sem dizer uma palavra, ela se aproximou da amiga e depositou um beijo suave em sua testa. O gesto simples carregava todo o carinho e apoio que Carla sentia por Daphine, uma maneira silenciosa de diz