Depois que Fred concluiu sua narrativa sobre como o Supremo Alfa, Derick, havia destruído sua vida e o distanciado de sua família, ele utilizou todo o seu poder de persuasão na esperança de que Caleb pudesse compreender a extensão de sua luta e sofrimento. As palavras de Fred, carregadas de mágoa e arrependimento, delinearam uma vida de escolhas difíceis e inevitáveis. Ele descreveu o homem que antes era seu amigo, mas que se tornou a figura que alterou o curso de sua vida de maneira irreversível. Com cada frase, Fred tentou transmitir a Caleb a profundidade de seu remorso e o desejo sincero de corrigir os erros do passado.Enquanto Fred falava, Caleb o escutava atentamente, suas expressões faciais mudando à medida que a história se desenrolava. A princípio, Caleb mantinha um semblante fechado e duro, evidenciando sua resistência e a dor que sentia pela ausência prolongada do pai. No entanto, conforme a conversa avançava e os detalhes da vida de Fred vinham à tona, uma transformação s
Preocupada e um tanto confusa, Daphine saiu do quarto em direção a Charlote, que estava olhando fixamente pela janela, talvez tentando decifrar o que acontecia. Vendo o estado de Daphine, Charlote imediatamente desviou o olhar da janela e voltou sua atenção para ela. Daphine suspirou, tentando encontrar palavras para descrever a confusão que sentia.— Eu não sei o que está acontecendo com o Caleb, mas preciso ir atrás dele — disse Daphine, sua voz trêmula, revelando sua apreensão.Charlote se virou para Daphine, seus olhos cheios de curiosidade e preocupação.— O Caleb está indo para Londres? — perguntou Charlote, tentando entender a situação.— Sim, ele brigou comigo do nada e disse que precisava ir — explicou Daphine, a tristeza evidente em sua voz. Ela ainda estava tentando processar o que havia acontecido no quarto momentos antes.Charlote, percebendo a angústia de Daphine, tentou animá-la, apesar de seu próprio coração estar pesado com a preocupação.— Vai atrás dele, Daphine. —
Daphine observou Caleb se afastando lentamente, até que ele desapareceu no corredor. Seu coração estava pesado, e ela se sentia imensamente desolada e triste. Saindo em silêncio, Daphine dirigiu-se em direção à porta, com os pensamentos inundados pela recente discussão. Antes que pudesse chegar ao lado de fora, seu celular começou a tocar, tirando-a de seus pensamentos. Olhando para a tela, viu que era sua melhor amiga, Carla, quem estava ligando. A voz de Carla soou animada do outro lado da linha.— Daphine! Que saudades! Como você está? Me conta como foi o Natal na casa dos Miller. — Carla perguntou com entusiasmo.Daphine respirou fundo, tentando encontrar uma maneira de responder com um pouco de animação, mesmo sentindo-se tão desanimada.— Calma, Carla, uma pergunta de cada vez! — ela disse, tentando parecer mais alegre do que realmente estava.No entanto, Carla, que conhecia Daphine muito bem, percebeu imediatamente a mudança na voz da amiga.— Aconteceu alguma coisa, Daphine? V
Antes de seguir para Norwich, Daphine fez uma parada em uma grande loja. Ela sabia que não poderia chegar à casa de sua melhor amiga, Carla, naquela época do ano, de mãos vazias. A estação festiva exigia um gesto carinhoso, e Daphine queria mostrar sua gratidão pela amizade de Carla, que sempre fora uma fonte de apoio inabalável.Enquanto caminhava pelos corredores da loja, seus dedos deslizavam distraidamente pelas prateleiras repletas de produtos. Sua mente, no entanto, estava longe dali. Ela se viu perdida em lembranças do passado, um tempo em que sua vida parecia estar em perfeita ordem. Lembrou-se, especialmente, de um episódio doloroso: o momento em que, recém-transformada, ela atacou Ethan. A cena voltou à sua mente com uma nitidez perturbadora. Ela quase arrancou o braço dele, e a lembrança ainda a assombrava. No entanto, mais doloroso do que o ataque em si foi a reação de Ethan. Ao invés de reagir com raiva ou medo, ele foi carinhoso e compreensivo, preocupado mais com o esta
Sem mais uma palavra, Daphine se afastou rapidamente, seus passos decididos, mas com um peso evidente. Ela entrou no carro, determinada a sair antes que as lágrimas que estava segurando rolassem. Carla, sentindo que talvez tivesse ido longe demais, correu até o carro de Daphine antes que ela pudesse dar partida.— Daphine, espera! — Carla chamou, a voz tingida de arrependimento. — Desculpa, eu não queria que você fosse embora chateada comigo. Só... só quero que você saiba que eu acredito que o Ethan ainda te ama.Daphine olhou para a amiga, seus olhos cheios de uma mistura de emoções. Por um instante, ela quase abriu a boca para responder, mas em vez disso, apenas assentiu ligeiramente, deixando a conversa pendente no ar.Carla olhou para Daphine com uma expressão de ternura e preocupação. Sem dizer uma palavra, ela se aproximou da amiga e depositou um beijo suave em sua testa. O gesto simples carregava todo o carinho e apoio que Carla sentia por Daphine, uma maneira silenciosa de diz
O carro continuava avançando pela estrada, mas a mente de Daphine estava presa no passado, nas escolhas que fez e nas que ainda precisava fazer. Ela sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que enfrentar esses fantasmas, mas por agora, tudo o que podia fazer era seguir em frente, um quilômetro de cada vez, esperando que a estrada eventualmente a levasse a algum tipo de resolução.Quando Daphine finalmente chegou ao seu apartamento, um cansaço profundo tomou conta de seu corpo e mente. Cada músculo parecia pesado, como se estivesse carregando um fardo que, a cada minuto, se tornava mais difícil de suportar. Sem perder tempo, ela colocou a bolsa sobre a bancada da cozinha, um gesto automático que refletia sua exaustão. Os pensamentos, no entanto, não lhe davam trégua. Enquanto seus pés a levavam mecanicamente para o banheiro, sua mente estava em outro lugar, dividida entre Caleb e Ethan.Ela começou a se despir, e cada peça de roupa que caía ao chão parecia representar uma camada de em
Quando o primeiro raio de sol da manhã atravessou a fresta da cortina e tocou suavemente o rosto de Daphine, ela se mexeu preguiçosamente na cama. Seus músculos ainda estavam pesados pelo cansaço emocional da noite anterior, e a luz que banhava seu rosto a fez despertar lentamente do sono agitado. Ela se espreguiçou, esticando os braços acima da cabeça enquanto sentia cada parte de seu corpo se alongar e relaxar.À medida que Daphine começava a tomar consciência de seu entorno, percebeu uma sensação de vazio em seu estômago. Um ronco audível veio em seguida, lembrando-a de que não havia comido nada desde que chegou ao apartamento na noite anterior. Naquele momento, a fome a atingiu com força, misturando-se com as emoções que ainda estavam à flor da pele.Ela ficou ali por um momento, sentada na cama, sentindo o silêncio do apartamento ao seu redor. Os eventos da noite passada ainda ecoavam em sua mente, mas a necessidade física de se alimentar começou a se sobrepor à confusão mental q
Daphine sentia o peso de cada palavra, como se estivesse carregando o futuro de Charlote e Caleb em suas mãos. A responsabilidade que pairava sobre ela era esmagadora, e ela sabia que qualquer deslize poderia causar consequências devastadoras. Por isso, fez um esforço enorme para manter a calma, escolhendo as palavras com muito cuidado, como se estivesse pisando em um campo minado.— Charlote... — Daphine começou, sua voz carregada de firmeza, mas também cheia de empatia. — Eu entendo que tudo isso deve ser assustador para você. Mas, por favor, preciso que confie em mim agora.Daphine fez uma pausa, tentando ganhar tempo para organizar seus pensamentos. Ela sabia que a verdade era algo delicado demais para ser revelado sem cautela, especialmente em um momento tão tenso como aquele. Não queria assustar Charlote ainda mais, mas também sabia que não podia simplesmente ignorar o que estava acontecendo.— Não pode acreditar cegamente nas coisas que seu pai disse... — continuou Daphine, sua