51. A CERIMÔNIA FÚNEBRE O momento de conexão entre eles foi interrompido pelo som de uma porta se abrindo atrás deles. O supremo apareceu, sua presença imponente lembrando-os das responsabilidades que tinham.— Daphine, Caleb — chamou ele. — Precisamos de vocês para os preparativos finais do ritual.Eles se entreolharam e, de mãos dadas, seguiram o supremo de volta ao castelo. Daphine jamais imaginou que sua vida tomaria aquele rumo. Ela sempre acreditou que sua vida ao lado de Caleb seria perfeita, uma vida comum e pacífica, como humanos normais. No entanto, tudo mudou de maneira dramática e abrupta. Agora, estava ali, diante de tantas descobertas e sentindo-se confusa com seus próprios sentimentos.Os olhares de Ethan sobre ela a deixavam desconcertada. Ela sabia perfeitamente que ainda o amava, mesmo que não quisesse admitir para si mesma. A complexidade da situação era esmagadora, pois estava noiva de Caleb e também o amava profundamente. Toda aquela confusão emocional a perturba
Com um último olhar para o céu, Daphine e o supremo começaram a voltar para o castelo. Caminhavam lado a lado, mas cada passo do supremo, longo e seguro, parecia um desafio para ela acompanhar. Ele era uma presença imponente, um lobo de grande estatura com pelos negros e brilhantes que refletiam a luz da lua. Seu focinho alongado e a aura de autoridade que emanava tornavam-no uma figura ainda mais impressionante.O supremo mantinha uma postura firme e controlada, seus olhos constantemente varrendo o entorno, como se ele estivesse sempre alerta, sempre vigilante. Daphine sentia a responsabilidade e o peso da liderança ao seu lado. Ela sabia que, apesar de suas habilidades e poderes, ainda tinha muito a aprender sobre o que significava ser um líder e proteger a sua alcateia.Logo atrás deles, vinham os demais membros da alcateia. Cada alfa acompanhava seus lobos, garantindo que todos permanecessem unidos e seguros. Alexia, sentindo uma mistura de urgência e ansiedade, aumentou os passos
Enquanto seguiam pela estrada de Snowdonia, a paisagem montanhosa e os bosques densos passavam em um borrão verde. O ar dentro do carro estava pesado de tensão não dita. Caleb olhou para Daphine, o rosto dele refletido de forma vaga no vidro da janela. Ele suspirou profundamente, tentando encontrar as palavras certas.— Daphine, eu não te contei tudo — disse ele finalmente, a voz carregada de uma tensão palpável.Daphine, que segurava o volante com firmeza enquanto mantinha a atenção na estrada sinuosa, ergueu uma sobrancelha em curiosidade. Seu coração acelerou um pouco, imaginando o que Caleb tinha para revelar.— O que você não me contou? — perguntou, mantendo os olhos na estrada, mas claramente interessada no que Caleb tinha a dizer. Havia uma mistura de preocupação e antecipação em seu tom.Caleb olhou para frente, perdido em pensamentos por um momento antes de falar novamente. Ele hesitou, tentando organizar os sentimentos e memórias dolorosas que estava prestes a compartilhar.
Assim que o carro parou diante do imponente casarão, Charlote veio correndo ao encontro deles, um sorriso radiante iluminando seu rosto. Ela envolveu Caleb em um abraço carinhoso, sua preocupação evidente em suas palavras.— Eu fiquei muito preocupada com você — disse ela, sua voz tremendo um pouco. — A vizinha da frente disse que viu dois homens lhe colocando dentro do carro à força. Mas me tranquilizei quando falei com Daphine e ela disse que vocês estavam bem. Nunca mais saia sem avisar.Caleb sorriu, acariciando o cabelo da irmã e beijando-lhe a testa.— Foi brincadeira de alguns amigos que encontrei. Mas te prometo que não sairei sem avisar, maninha. Enquanto estiver aqui.Ele se retirou rapidamente, entrando na casa para se recompor. Enquanto isso, Charlote se virou para Daphine, cumprimentando-a com beijinhos nas bochechas. Charlote era sempre sorridente e animada, e agora não era diferente. Ela segurou a mão de Daphine com alegria e perguntou:— Como foi com seus pais? E seus
Charlote sorriu, sentindo-se reconfortada pelas palavras de Daphine, quando sua mãe entrou na sala. Isadora, uma mulher elegante com uma presença imponente, saudou Daphine com um caloroso "Olá!"Rapidamente, Daphine se levantou e foi ao encontro de Isadora, cumprimentando-a com alegria.— Olá, senhora Isadora! Desculpe por não ir falar com a senhora antes. Eu estava tão entretida com a conversa da Charlote. Cadê a Clara?Dessa vez, foi Charlote quem respondeu, revirando os olhos de maneira leve.— A Clara foi embora. Ela tinha combinado de ficar aqui até sexta-feira, mas você sabe como ela é.Isadora deu um leve sorriso, percebendo a implicância carinhosa de Charlote.— Pare de implicar com sua irmã, Charlote.Isadora então se aproximou de Daphine, segurando sua mão de forma elegante e perguntando com sutileza.— Daphine, você sabe me dizer o que aconteceu com o meu Caleb? Ele não parece a mesma pessoa.Daphine olhou para Isadora com um leve sorriso estampado no rosto e tentou tranqui
Fred olhou profundamente nos olhos de Caleb, como se estivesse tentando encontrar um ponto de compreensão, uma conexão que pudesse suavizar a verdade que estava prestes a revelar.— Quando conheci sua mãe, ela logo engravidou da Clara. Na época, eu estava desesperadamente à procura de um emprego para sustentar nossa nova família. Foi assim que acabei me envolvendo em uma série de eventos que colocaram sua mãe em grande perigo — Fred fez uma pausa, os olhos cheios de arrependimento, como se revivesse os momentos que o levaram a essa confissão. — Fui transformado em um lobisomem, contra a minha vontade. Um homem em quem eu confiava, que eu acreditava ser meu amigo, me enganou e me levou por um caminho sem volta.Fred suspirou profundamente, como se estivesse buscando coragem nas palavras que viriam a seguir. Ele precisava que Caleb entendesse o peso das circunstâncias.— Ele se chamava Derick. Eu confiava nele — continuou Fred, sua voz carregada de amargura e dor.A menção do nome fez c
Depois que Fred concluiu sua narrativa sobre como o Supremo Alfa, Derick, havia destruído sua vida e o distanciado de sua família, ele utilizou todo o seu poder de persuasão na esperança de que Caleb pudesse compreender a extensão de sua luta e sofrimento. As palavras de Fred, carregadas de mágoa e arrependimento, delinearam uma vida de escolhas difíceis e inevitáveis. Ele descreveu o homem que antes era seu amigo, mas que se tornou a figura que alterou o curso de sua vida de maneira irreversível. Com cada frase, Fred tentou transmitir a Caleb a profundidade de seu remorso e o desejo sincero de corrigir os erros do passado.Enquanto Fred falava, Caleb o escutava atentamente, suas expressões faciais mudando à medida que a história se desenrolava. A princípio, Caleb mantinha um semblante fechado e duro, evidenciando sua resistência e a dor que sentia pela ausência prolongada do pai. No entanto, conforme a conversa avançava e os detalhes da vida de Fred vinham à tona, uma transformação s
Preocupada e um tanto confusa, Daphine saiu do quarto em direção a Charlote, que estava olhando fixamente pela janela, talvez tentando decifrar o que acontecia. Vendo o estado de Daphine, Charlote imediatamente desviou o olhar da janela e voltou sua atenção para ela. Daphine suspirou, tentando encontrar palavras para descrever a confusão que sentia.— Eu não sei o que está acontecendo com o Caleb, mas preciso ir atrás dele — disse Daphine, sua voz trêmula, revelando sua apreensão.Charlote se virou para Daphine, seus olhos cheios de curiosidade e preocupação.— O Caleb está indo para Londres? — perguntou Charlote, tentando entender a situação.— Sim, ele brigou comigo do nada e disse que precisava ir — explicou Daphine, a tristeza evidente em sua voz. Ela ainda estava tentando processar o que havia acontecido no quarto momentos antes.Charlote, percebendo a angústia de Daphine, tentou animá-la, apesar de seu próprio coração estar pesado com a preocupação.— Vai atrás dele, Daphine. —