O medo pulsava nas veias de Daphine enquanto ela ouvia os passos e os gritos de seus perseguidores se aproximando. Ela tentou levantar-se rapidamente, mas o pânico a fez tropeçar novamente. Determinada a escapar, ela conseguiu se levantar, mas um dos homens já estava próximo demais. Ele aproximou a tocha de fogo de seu rosto, a chama tremulando perigosamente perto de sua pele.Instintivamente, Daphine levantou os braços para se proteger, e um grito de dor escapou de seus lábios quando sentiu o calor intenso do fogo queimando seu braço. A dor era insuportável, uma agonia que parecia queimar até sua alma. Ela fechou os olhos, sentindo-se perdida no desespero daquele momento.Foi então que, de repente, Daphine saiu do pesadelo. Acordou em sobressalto, ofegante e com dificuldade para respirar. Sentou-se na cama, ainda desorientada, e passou a mão pela testa, tentando secar o suor que escorria em abundância. Seu coração batia descompassado, e a sensação de urgência e medo ainda estava pres
Eram quase 12 horas quando Daphine finalmente saiu de casa, a ansiedade e a preocupação pesando em seus ombros. Ela havia marcado um almoço com Charlote, mas o sonho perturbador e a queimadura em seu braço continuavam a dominá-la. Tentando focar no encontro com sua amiga, ela dirigiu-se ao restaurante onde haviam combinado se encontrar. Quando chegou, Charlote a recebeu com um sorriso caloroso, que ajudou a aliviar um pouco da tensão que Daphine sentia.As duas se sentaram e começaram a conversar enquanto saboreavam a refeição. Charlote, sempre animada, comentou:— Minha mãe está ansiosa para te conhecer. Ela quer saber quem é a mulher que despertou esse sentimento no filho dela.Daphine sorriu timidamente, tentando esconder seu nervosismo.— Eu disse para seu irmão que não achei uma boa ideia. Está muito cedo para darmos esse passo. — confessou, mexendo na comida no prato sem muito apetite.Charlote deu uma risada e sorriu largamente, tentando tranquilizá-la.— Não se preocupe, amiga
Depois daquela tarde prazerosa com sua amiga, Charlote levou Daphine de volta para casa. O sol começava a se pôr, lançando um brilho dourado sobre as ruas movimentadas de Londres. Ao chegar ao destino, Charlote parou o carro e olhou para Daphine com um sorriso caloroso.— Foi ótimo passar o dia com você, Daphine. — disse Charlote, apertando a mão da amiga suavemente. — Mas agora preciso ir. Tenho um encontro com meu namorado.Daphine sorriu de volta, sentindo-se grata pela companhia de Charlote.— Obrigada por tudo, Charlote. Espero que você se divirta no seu encontro.— Tenho certeza de que sim. — respondeu Charlote com um sorriso travesso. — E você, cuide-se, está bem?— Pode deixar. — Daphine respondeu, acenando enquanto saía do carro. — Até logo!Charlote esperou até que Daphine estivesse dentro do prédio antes de seguir seu caminho. Ligou o rádio e deixou a música encher o carro enquanto dirigia para o local do encontro.Daphine subiu para seu apartamento, sentindo uma mistura de
Determinada a encontrar respostas, Daphine se levantou e foi até a cozinha. Pegou um copo de água e tentou se acalmar, sabendo que não poderia continuar ignorando esses sonhos perturbadores e o que eles representavam. Precisava agir imediatamente e, mesmo relutante, decidiu que iria até Bruce. Trocou de roupa rapidamente e pegou o carro, dirigindo em direção à clínica de Bruce, localizada na zona sul de Londres.Quando parou em frente ao prédio, ela suspirou profundamente, sentindo uma mistura de ansiedade e determinação. Olhou para o relógio em seu pulso e percebeu que já passava das 18 horas.— Talvez o Bruce já tenha ido para casa — murmurou ela para si mesma, refletindo sobre a possibilidade.No entanto, não deixou que isso a impedisse. Continuou seu caminho, entrou no prédio e seguiu para o elevador. Antes que pudesse apertar o botão, ouviu uma voz atrás de si. Virou-se imediatamente e se deparou com o médico que havia lhe atendido naquela tarde.— Oi, senhorita Jones! — Ele sorr
Daphine chegou em casa pensativa. Seu passado veio à tona: o relacionamento fracassado com Ethan, sua vida de licantropa em Snowdonia, e as coisas que teve que fazer para proteger sua alcateia. Uma angústia profunda tomou conta de seu ser.Enquanto estava deitada no sofá, olhando para o teto e perdida em pensamentos, seu celular tocou, tirando-a imediatamente de seu transe. Era Caleb.— Oi, minha linda! Como você está? — Ele suspirou pausadamente. — Porque eu estou aqui morrendo de saudades suas.Daphine sorriu com o aparelho ao seu ouvido e disse:— Também estou com saudades. Quando você vem?Ele soltou uma gargalhada.— Não imaginei que fosse sentir minha falta. Lembro que você me disse que estávamos indo rápido demais.— Bom, mas isso não significa que não quero estar ao seu lado o tempo todo.Caleb riu de novo, seu tom cheio de carinho.— Eu volto amanhã. Só queria ouvir sua voz antes de dormir. Como foi seu dia?Daphine hesitou por um momento, decidindo não contar sobre os pesade
Quando Daphine se espreguiçou na cama, percebeu que o sol já estava alto no céu. A luz que entrava pelas frestas das cortinas iluminava suavemente o quarto, e ela se deu conta de que havia dormido profundamente pela primeira vez em dias. O remédio que Bruce lhe deu funcionou maravilhosamente bem. Sentindo-se renovada e cheia de energia, ela pulou da cama com um sorriso no rosto.— Que maravilha de noite! — disse para si mesma, enquanto caminhava até a janela e abria as cortinas, deixando a luz inundar o quarto. — Eu precisava disso.Ela sabia que Caleb estava para chegar e queria estar no aeroporto para recebê-lo. Animada com a perspectiva de vê-lo, Daphine tomou um banho rápido, escolheu uma roupa confortável, mas elegante, e se arrumou com cuidado. Passou um pouco de maquiagem, ajeitou os cabelos e se olhou no espelho com satisfação.— Estou pronta, Caleb. — sussurrou, sentindo uma onda de excitação percorrer seu corpo.Pegou suas coisas e saiu de casa, trancando a porta atrás de s
Naquela tarde, Caleb fez questão de preparar um almoço especial para Daphine, mesmo tendo diversos empregados à disposição. Ele queria mostrar um lado mais pessoal e íntimo para ela, algo que só eles dois poderiam compartilhar. Eles se dirigiram à área gourmet, ambos animados com a perspectiva de passar um tempo juntos.— Adoro essa cozinha — disse Daphine, admirando o espaço elegante e bem equipado.— É uma das minhas partes favoritas da casa. — respondeu Caleb, sorrindo enquanto organizava os temperos no balcão. — Gosto de cozinhar, especialmente quando é para alguém especial.Daphine sorriu, sentindo-se lisonjeada e observando-o com atenção. Caleb movia-se com habilidade pela cozinha, demonstrando conhecimento e paixão pelo que fazia. Cada movimento dele era preciso, mas, ao mesmo tempo, cheio de uma naturalidade que Daphine achava encantadora.— O que está preparando? — perguntou ela, inclinando-se um pouco para ver melhor.— Uma receita especial de risoto de frutos-do-mar. Espero
Mesmo com as repetidas ligações de Bruce, Daphine decidiu ignorá-las. Ela sabia que precisava enfrentar sua realidade em breve, mas queria aproveitar aquele dia ao lado de Caleb para reunir coragem. Voltar para Snowdonia, reencontrar Ethan e se reconectar com sua verdadeira identidade como licantropa não era algo que desejava, embora soubesse que era necessário.A tarde passou rapidamente, e quando a noite caiu, a neve lá fora era constante e fina, rodopiando no ar e formando camadas nos telhados das casas e nas calçadas. Caleb estava determinado a fazer sua surpresa naquela noite.No restaurante, eles jantaram entre conversas e risos, saboreando a comida. Daphine apreciava a carne suculenta, sentindo-se em alegria. Ela tinha evitado tanto comer carne para não lembrar de quem realmente era, e agora se sentia outra pessoa. Quando aquele jantar maravilhoso estava chegando ao fim, eles foram servidos com vinho. Saboreando e conversando, Caleb e Daphine desfrutavam de um momento a dois.C