Mesmo com as repetidas ligações de Bruce, Daphine decidiu ignorá-las. Ela sabia que precisava enfrentar sua realidade em breve, mas queria aproveitar aquele dia ao lado de Caleb para reunir coragem. Voltar para Snowdonia, reencontrar Ethan e se reconectar com sua verdadeira identidade como licantropa não era algo que desejava, embora soubesse que era necessário.A tarde passou rapidamente, e quando a noite caiu, a neve lá fora era constante e fina, rodopiando no ar e formando camadas nos telhados das casas e nas calçadas. Caleb estava determinado a fazer sua surpresa naquela noite.No restaurante, eles jantaram entre conversas e risos, saboreando a comida. Daphine apreciava a carne suculenta, sentindo-se em alegria. Ela tinha evitado tanto comer carne para não lembrar de quem realmente era, e agora se sentia outra pessoa. Quando aquele jantar maravilhoso estava chegando ao fim, eles foram servidos com vinho. Saboreando e conversando, Caleb e Daphine desfrutavam de um momento a dois.C
Assim que entraram no carro, Caleb ligou o som e uma música suave começou a tocar, preenchendo o ambiente com uma sensação acolhedora. Ele olhou para Daphine com um olhar cheio de ternura e amor.— Iremos mais cedo amanhã — disse Caleb, mantendo o tom doce e tranquilo. — Quero que conheça minha família. Você passa o dia conosco e, à noite, ceia com sua família. Combinado?Daphine sentiu uma onda de emoções ao ouvir as palavras de Caleb. A ideia de encontrar a família dele e, posteriormente, enfrentar seu próprio passado era ao mesmo tempo assustadora e emocionante. No entanto, o apoio e a paciência de Caleb a faziam sentir-se um pouco mais segura.Ela não disse nada inicialmente, apenas deixou um sorriso suave e consentiu com a cabeça, transmitindo sua concordância. Caleb, percebendo a leve hesitação dela, segurou sua mão e a apertou carinhosamente.— Vai ser ótimo, você vai ver — acrescentou ele, tentando tranquilizá-la. — Minha família vai adorar você, assim como eu adoro.Daphine r
A mãe de Caleb, Isadora, era uma mulher elegante, com um rosto firme e um sorriso cativante que iluminava qualquer ambiente. Seus olhos brilhavam com uma mistura de alegria e sabedoria enquanto ela cumprimentava o filho e sua noiva. Logo atrás dela apareceu Apolo, o padrasto de Caleb e suas irmãs. Apolo era um homem alto e sério, com traços marcantes e uma presença imponente. Embora ele não sorrisse, seu comportamento era acolhedor e elegante, mostrando respeito e hospitalidade para com os recém-chegados.Enquanto os empregados da casa acomodavam as bagagens nos quartos, Clara, a irmã de Caleb, surgiu com um sorriso radiante. Ela correu para Daphine, envolvendo-a em um abraço caloroso.— Daphine! Estou tão feliz que você está aqui — disse Clara, a alegria evidente em sua voz.— Obrigada, Clara. É ótimo ver você também — respondeu Daphine, retribuindo o abraço com um sorriso, embora ainda se sentisse um pouco desconfortável.Após os abraços e cumprimentos, Daphine e Caleb seguiram para
Eram quase 22 horas quando Daphine se despediu da família de Caleb, trocando abraços calorosos e sorrisos sinceros. Ela sabia que precisaria partir em breve, mas a conexão que havia sentido com a família de Caleb lhe dava um pouco de consolo. Ao sair da casa, encontrou Caleb esperando por ela do lado de fora, seu olhar preocupado refletindo a intensidade de seus sentimentos.— Não quer que eu te acompanhe? Tem certeza? — perguntou Caleb, segurando as mãos dela com firmeza.Daphine sorriu e acariciou gentilmente o rosto dele. — Não se preocupe, meu bem. Eu retorno no domingo à noite.Caleb fez uma contagem rápida nos dedos, depois sorriu com um ar brincalhão. — São quase dois dias. Eu vou morrer de saudade.Daphine riu levemente, mas seu coração estava pesado com a perspectiva da partida. Ele a envolveu em seus braços e a beijou demoradamente, o calor de seu corpo e a suavidade de seus lábios trazendo um conforto momentâneo. Daphine sentiu seu coração aquecido com todo aquele carinho,
Quando Daphine desceu ao porão, sentiu o peso das expectativas e preocupações de todos os presentes. Cleo, Paulo, Ethan e Andrei já estavam lá, suas expressões refletindo uma mistura de ansiedade e determinação. A atmosfera estava carregada com a tensão do que estava por vir.Bruce se aproximou de Theo, encostando-se no pilar principal com um ar de preocupação misturado com firmeza. Duck, sempre protetor e carinhoso, segurou a mão de Daphine e a conduziu até o grande sofá que dominava o centro do porão. Eles se sentaram juntos, e ela sentiu um conforto familiar na presença dele.Mesmo tentando evitar, Daphine não conseguiu impedir seus olhos de encontrarem os de Ethan. Ele a observava de uma certa distância, seus olhos cheios de sentimentos não ditos. O reencontro trouxe à tona memórias e emoções que ela havia tentado enterrar. Sentiu o coração acelerar ao perceber a intensidade do olhar de Ethan, uma mistura de saudade, dor e talvez algo mais.Alexander quebrou o silêncio que dominav
Assim, Alexander, Theo, Bruce, Andrei e Daphine seguiram para uma sala pequena, especialmente preparada para o processo de hipnose. O ambiente era acolhedor e silencioso, com luzes suaves e cadeiras confortáveis, criando uma atmosfera propícia para a concentração e relaxamento. O objetivo era levar Daphine de volta ao pesadelo perturbador, na esperança de descobrir o paradeiro do supremo alfa, Dereck.Alexander fechou a porta atrás de si e se aproximou de Daphine, que já estava sentada em uma das cadeiras. Ele colocou uma mão reconfortante em seu ombro, tentando transmitir confiança e segurança.— Daphine, — começou Alexander com uma voz calma e controlada, — sabemos que isso não será fácil, mas precisamos que você se concentre e permita que a hipnose te leve de volta ao pesadelo. É a nossa melhor chance de encontrar Dereck.Daphine assentiu, determinada a ajudar sua alcateia. Theo se posicionou ao lado de Alexander, enquanto Bruce e Andrei permaneceram um pouco mais afastados, pronto
O grupo assentiu em uníssono, a determinação e a unidade entre eles mais fortes do que nunca. Sabiam que a tarefa à frente seria árdua e perigosa, mas estavam prontos para enfrentar o desafio.Enquanto se dispersavam para começar os preparativos, Daphine olhou para os presentes, sentindo uma mistura de medo e esperança. A batalha estava à frente, mas juntos, eles tinham uma chance de vitória. Mas, para ela, aquela batalha era algo que não queria enfrentar. Daphine não queria matar ninguém e nem queria ver ninguém morrer. Ela só queria ser uma humana comum, mas sua vida como loba bruxa estava apenas começando.Enquanto Theo, Andrei e Bruce estavam no laboratório preparando as poções, Daphine seguiu por um corredor comprido ao encontro do alfa. Antes que chegasse à sala onde ele estava, Ethan apareceu à sua frente. Ela parou em sobressalto e o observou por alguns segundos. Ele estava ainda mais lindo que antes, aquela áurea sóbria que carregava consigo lhe tornava ainda mais atraente. S
Enquanto Daphine e seu grupo seguiam para o castelo abandonado onde o supremo alfa residiu, as bruxas na floresta de Sidon estavam em uma reunião tensa e cheia de incertezas. A lua cheia iluminava a clareira, lançando sombras alongadas nas figuras reunidas. No centro, sentada numa cadeira de madeira envelhecida, estava a bruxa mais velha de todas, uma figura frágil e doente, seus olhos fixos na lua.— A profecia está prestes a se cumprir e não há nada que possamos fazer. Ela será a nossa ruína, — murmurou a velha, sua voz rouca e arrastada carregando o peso de anos de sabedoria e desespero.Aquelas palavras caíram como um manto de gelo sobre as bruxas presentes. Entre elas, a mais nova, uma jovem de cabelos ruivos e desalinhados, estava claramente furiosa e impaciente. Ela andava de um lado para o outro, o vento brincando com seus cachos enquanto sua raiva aumentava.— E não podemos fazer nada para mudar a profecia? — ela exclamou, sua voz cheia de determinação e desprezo. — Eu não ac