Enquanto Daphine e seu grupo seguiam para o castelo abandonado onde o supremo alfa residiu, as bruxas na floresta de Sidon estavam em uma reunião tensa e cheia de incertezas. A lua cheia iluminava a clareira, lançando sombras alongadas nas figuras reunidas. No centro, sentada numa cadeira de madeira envelhecida, estava a bruxa mais velha de todas, uma figura frágil e doente, seus olhos fixos na lua.— A profecia está prestes a se cumprir e não há nada que possamos fazer. Ela será a nossa ruína, — murmurou a velha, sua voz rouca e arrastada carregando o peso de anos de sabedoria e desespero.Aquelas palavras caíram como um manto de gelo sobre as bruxas presentes. Entre elas, a mais nova, uma jovem de cabelos ruivos e desalinhados, estava claramente furiosa e impaciente. Ela andava de um lado para o outro, o vento brincando com seus cachos enquanto sua raiva aumentava.— E não podemos fazer nada para mudar a profecia? — ela exclamou, sua voz cheia de determinação e desprezo. — Eu não ac
Enquanto os outros lobos, acompanhados pelos alfas Geremy e Aldrick, seguiam para o lado norte onde as bruxas estavam, Daphine e Alexander se aproximaram do local onde o supremo alfa estava preso. Daphine pôde sentir a poderosa presença da magia que o mantinha cativo. Ela olhou para Alexander, que assentiu com determinação.— Agora é a hora, Daphine, — disse ele.Daphine respirou fundo e começou a entoar um novo encantamento, suas palavras cheias de poder e determinação. A jaula que mantinha o supremo alfa começou a tremer, a magia que a sustentava enfraquecendo lentamente. Com um último esforço, Daphine conseguiu quebrar o feitiço, libertando o supremo alfa de sua prisão.O supremo alfa, um homem imponente com uma presença quase mítica, caiu de joelhos, exausto por causa da magia que havia sugado suas forças, mas livre. Ele olhou para Daphine, curiosidade, gratidão e respeito refletiam em seus olhos.— Obrigado, — disse ele, sua voz fraca, mas cheia de autoridade. — Vocês salvaram mi
Sem perder tempo, todos se dirigiram rapidamente para o carro. Theo cuidadosamente colocou Caleb no banco de trás, e Daphine entrou ao lado dele, enquanto Ethan assumia o volante. O carro arrancou, deixando a cena para trás.Enquanto Ethan dirigia pelas estradas escuras e sinuosas, Theo preparou uma seringa e aplicou o conteúdo no braço de Caleb. Olhou para Daphine com ternura e tentou tranquilizá-la.— Não se preocupe, — disse ele suavemente. — Ele vai ficar bem. Os homens têm facilidade de se transformar mais rápido que as mulheres. Logo o Caleb será como um de nós.Theo colocou a mão no ombro de Daphine, oferecendo um gesto de conforto e apoio.— O que você fez hoje, — continuou ele, — significou muito para nós. Mesmo tendo perdido Cleo e Enzo, eles morreram em combate. Duck está gravemente ferido e precisamos de você para curá-lo.Daphine sentiu o peso das palavras de Theo e percebeu a gravidade da situação. Seus olhos se encheram de lágrimas novamente, mas ela assentiu, determina
O supremo fez menção de sair, mas mudou de ideia e falou:— Antes de prosseguirmos, vamos ver como está o Caleb.Com carinho ele colocou o braço em volta do ombro de Daphine e continuou:— Me fale sobre ele.Enquanto Daphine e o supremo seguiam para a sala onde os demais estavam, Zumira ficou aos cuidados de Duck, que logo se levantou e foi ter com os outros.Daphine sentiu um misto de alívio e preocupação enquanto caminhava ao lado do supremo. Ela começou a falar sobre Caleb, escolhendo suas palavras com cuidado.— Caleb é... especial. — disse Daphine, tentando resumir o que sentia. — Ele é humano, mas sempre teve um coração corajoso. Mesmo sem saber sobre o nosso mundo, ele nunca hesitou em me apoiar. E agora, por minha causa, ele está envolvido em algo muito maior do que ele poderia imaginar.O supremo a ouviu atentamente, sua expressão grave, mas compreensiva.— A lealdade e a coragem são qualidades raras, — disse ele, pensativo. — Mas isso também o coloca em grande perigo, se ele
O silêncio na sala era palpável. Alexander e os outros alfas olharam para o supremo em confusão.— Espera, espera... — Alexander balbuciou, incapaz de processar a revelação. — Você e a Morgana...— Sim, isso mesmo — confirmou o supremo, sua voz carregada.— Mas é impossível... os lobos não procriam com bruxas... a magia... — Alexander estava incrédulo, assim como os demais, mas o supremo, olhando para seus rostos confusos, explicou:— Mas eu não tive culpa. Depois do pacto que fizemos com as bruxas, pretendíamos levar nossas vidas em paz. Mas a Morgana se aproximou de mim por diversas vezes e usava um encantamento poderoso. Eu passei a ter alucinações, às vezes acordava no meio da floresta e não conseguia lembrar de nada do que tinha feito na noite anterior. Até que, numa manhã, acordei em uma cabana, ao lado dela na cama. Estávamos nus e naquele instante eu percebi o que havia acontecido. Era como se a Morgana soubesse que a profecia aconteceria com ela.Daphine sentiu um turbilhão d
O supremo voltou a olhá-la de forma paternal e, com orgulho, deu um leve sorriso.— Agradecemos por tudo o que fez — disse o supremo satisfeito. — Mas agora, há uma última coisa a fazer. Venham comigo.Eles caminharam pelo corredor e subiram uma escada até o andar superior, parando diante de uma porta escura. O supremo a abriu, revelando uma sala pouco iluminada onde, em uma cadeira aparentemente confortável, estava sentado um homem. Alexander foi o primeiro a pronunciar palavras em admiração:— Talla está vivo?Geremy logo se aproximou do homem e, antes mesmo de fazer uma pergunta, tocou em seu corpo, parecendo incrédulo.— Pensei que o Talla fosse um traidor.Aldrick, igualmente confuso, perguntou:— Ele está morto?Diante das especulações, o supremo caminhou devagar até o homem sentado na cadeira e parou em sua frente. O homem tinha uma aparência jovem e séria, seu olhar perdido e seu corpo paralisado, como se não estivesse realmente presente no ambiente.O supremo, de forma explic
Assim que o supremo disse aquelas palavras, ele se retirou da sala. Daphine, porém, segurou a mão de Caleb e sussurrou para ele:— Sei que está confuso, mas eu te ajudarei a entender tudo.Para sua surpresa, ele a olhou de forma séria e disse:— Não estou confuso, Daphine. Sei muito bem o que aconteceu comigo. Eu só não imaginei que você fosse como eles.Enquanto os demais saíam da sala para a primeira refeição do dia, Caleb parecia bem decepcionado. Ainda olhando para Daphine, ele perguntou:— Então essa é a sua família? Essa hierarquia existe mesmo entre vocês?— Sim, Caleb, — começou Daphine. — E ainda tem muita coisa sobre mim que você não sabe. Além de ser uma loba, eu sou uma bruxa com o poder da cura.Caleb franziu o cenho, tentando processar a nova informação.— Uma bruxa? Então você tem poderes além da transformação? — Ele parecia intrigado, mas também desconfiado.— Sim, — respondeu Daphine, tentando manter a calma. — Minha mãe era uma bruxa muito poderosa, e eu herdei algun
51. A CERIMÔNIA FÚNEBRE O momento de conexão entre eles foi interrompido pelo som de uma porta se abrindo atrás deles. O supremo apareceu, sua presença imponente lembrando-os das responsabilidades que tinham.— Daphine, Caleb — chamou ele. — Precisamos de vocês para os preparativos finais do ritual.Eles se entreolharam e, de mãos dadas, seguiram o supremo de volta ao castelo. Daphine jamais imaginou que sua vida tomaria aquele rumo. Ela sempre acreditou que sua vida ao lado de Caleb seria perfeita, uma vida comum e pacífica, como humanos normais. No entanto, tudo mudou de maneira dramática e abrupta. Agora, estava ali, diante de tantas descobertas e sentindo-se confusa com seus próprios sentimentos.Os olhares de Ethan sobre ela a deixavam desconcertada. Ela sabia perfeitamente que ainda o amava, mesmo que não quisesse admitir para si mesma. A complexidade da situação era esmagadora, pois estava noiva de Caleb e também o amava profundamente. Toda aquela confusão emocional a perturba