Ethan deu um leve sorriso, planejando algumas perguntas, mas foi interrompido pelo toque do telefone. Ele olhou para o aparelho e disse:— É a Carla.Nesse instante, Daphine pareceu lembrar de algo e perguntou:— Onde está meu celular? Por que eu não lembro de tê-lo perdido?Ethan tocou no rosto dela, e perguntou:— Você não vai falar com a Carla? Ela está preocupada com você.Daphine pegou o aparelho das mãos de Ethan e atendeu a chamada, dizendo:— Oi Carla! Eu estou bem. Sei que você deve estar preocupada comigo, mas o Ethan me encontrou e cuidou de mim.Do outro lado da linha, a voz de Carla ainda soava preocupada:— Quando sair da universidade, passo na sua casa.A conversa entre elas não durou muito. Logo, as duas se despediram e Daphine voltou toda sua atenção para Ethan.— Me conte o que aconteceu comigo. Por que eu surtei?Ethan pareceu desconfortável com a pergunta. Sabia perfeitamente o que havia acontecido, mas não sabia como dizer aquilo para ela. Escolhendo bem as palavra
Naquele entardecer, enquanto Daphine estudava os primeiros pergaminhos com Theo, a atmosfera na sala era carregada de tensão. Daphine, visivelmente frustrada, interrompeu finalmente o silêncio:— Para, Theo! Vamos parar por aqui. Tudo isso é muito bizarro.Theo, mantendo uma seriedade evidente em seu rosto, foi direto ao ponto.— Daphine, eu não sou como o Ethan. Se eu fosse seu namorado, eu lhe contaria tudo. Não lhe deixaria no escuro como ele fez.Ele fez uma pausa, caminhando pelo local sem tirar os olhos dela, e continuou:— Aprender sobre os licantropos é fundamental, porque é isso que somos. Mesmo que você não queira aceitar, é isso que você é.Daphine, abruptamente, levantou-se, largando os pergaminhos que estavam em suas mãos. Seu rosto mostrava uma mistura de confusão e aborrecimento.— Isso é apenas um mito. Eu aceitei vir aqui para relaxar, não para ficar ainda mais confusa. Disse ela aborrecida.Theo se encostou na mesa de madeira, mantendo os olhos nela, observando-a min
Esse segundo de hesitação de Daphine foi tudo o que Theo precisava. Ele disparou a pistola tranquilizadora, a agulha atingindo-a no flanco.Ela soltou um rosnado, tentando resistir ao efeito do tranquilizante. Aos poucos, porém, seus movimentos ficaram mais lentos, até que finalmente ela caiu no chão, adormecida. Ethan, ainda segurando seu braço ferido, observava a cena com uma mistura de esperança e temor.Ethan, ainda ofegante e com dor, tentou se levantar, segurando o braço ferido. Theo baixou a pistola tranquilizadora e correu para ajudar o irmão ferido, enquanto Duck se ajoelhava ao lado de Daphine, preocupado.— Ela vai ficar bem — Theo disse, tentando tranquilizar o irmão mais novo. — O tranquilizante é forte o suficiente para mantê-la adormecida por algumas horas.Ethan olhou para Daphine, a dor e a preocupação evidentes em seus olhos.— Sinto muito, Daphine. — sussurrou, sabendo que, apesar da situação, o caminho à frente seria ainda mais complicado e desafiador.Alexander se
Enquanto todos estavam à mesa desfrutando de um jantar em família, no porão, Daphine voltou à sua forma humana. O ambiente sombrio e frio do porão contrastava com o calor e a luz do andar de cima. Ao abrir os olhos, a lembrança do que havia acontecido voltou à sua mente como um turbilhão. Ela sentiu uma angústia indecifrável e desejou fugir dali, mas se deparou com a jaula de ferro que a mantinha presa.Com medo e sentindo o desespero crescer dentro dela, Daphine olhou ao redor, seus olhos percorrendo o porão. Notou suas roupas dobradas cuidadosamente em cima de uma cama pequena, um gesto que indicava um cuidado por parte de alguém. Rapidamente, ela se vestiu, cada movimento carregado de urgência e pavor. Os sons do jantar no andar de cima ecoavam fracamente, um lembrete distante de normalidade.Assim que se vestiu, Daphine ouviu passos se aproximando. O som das botas ressoando no chão de pedra a fez se sentar na cama, seus pensamentos confusos e caóticos. A porta do porão se abriu le
Daphine, naquele momento, sentindo-se profundamente conectada a esse ritual ancestral, ergueu a cabeça e uivou com os outros. Seu uivo, embora novo e incerto, carregava uma emoção intensa, uma aceitação de sua nova identidade e um reconhecimento de seu lugar na alcateia. Ela podia sentir a energia vibrante da lua cheia, a força e a liberdade que vinham com sua nova forma. Quando os uivos diminuíram, a floresta parecia mais viva do que nunca. O vento sussurrava entre as árvores, como se estivesse, se sintonizado com a energia da alcateia. Os lobos mantiveram suas posições por alguns segundos, respirando o ar fresco e absorvendo a serenidade da noite.Alexander, o alfa, olhou para Daphine, seus olhos amarelados refletindo orgulho e aceitação. Ele se aproximou dela, tocando seu focinho com o dela em um gesto de aprovação e carinho. Os outros lobos também se aproximaram, formando um círculo ao redor dela, mostrando que agora, ela era parte integral da família.Daphine sentia uma onda de e
Enquanto comiam, Daphine observava todos à mesa minuciosamente e percebeu a presença da ruiva que havia visto no vídeo beijando Ethan. Ela notou os homens ao redor, todos exibindo seus músculos, mas evitou encarar qualquer um diretamente. Mesmo assim, sentia os olhares disfarçados em sua direção. A ruiva, em particular, alternava seus olhares entre Daphine e Ethan, o que a deixou profundamente incomodada. Sem terminar sua refeição, Daphine levantou-se abruptamente e saiu da mesa, caminhando rapidamente até a saída.Alexander, percebendo sua agitação, se colocou em seu caminho e pousou a mão em seu ombro, olhando-a nos olhos.— Não pode sair sem terminar o jantar — disse ele com firmeza.Daphine suspirou, tentando conter sua frustração, e respondeu calmamente:— Desculpe, eu perdi a fome. — Ela olhou diretamente nos olhos dele e continuou: — Sinceramente, eu só quero esquecer de tudo isso e voltar para Londres.O semblante sério de Alexander suavizou-se, e ele sorriu serenamente.— Ven
Enquanto em Snowdonia aquele grupo se divertia testando suas habilidades, em Londres, Carla despertou com o toque insistente do celular. Ela se espreguiçou na cama, esticando os braços, e alcançou o aparelho em cima do criado-mudo. Sem ao menos verificar quem estava ligando, atendeu.— Carla, querida, como você está? — A voz do outro lado da linha era suave e familiar, pertencente à sua mãe.Carla bocejou, ainda sonolenta, e respondeu:— Bom dia para você também, mãe. Eu estava dormindo. São 6 da manhã e está um frio terrível. O que aconteceu para você me ligar tão cedo?A mãe de Carla, com uma calma característica, respondeu:— Desculpe, querida, mas você sabe como é o seu pai, impaciente. Queremos saber se você vem para o jantar.— Sim, mãe. Eu e o Arthur vamos — respondeu Carla, tentando manter a paciência.Porém, sua mãe parecia querer prolongar a conversa e perguntou:— Como está a Daphine?Carla revirou os olhos, claramente impaciente, mas respondeu:— Mãe, eu já te disse. A Dap
Depois do delicioso café, o grupo visitou alguns pontos turísticos locais. Em um dado momento, enquanto caminhavam, Ethan se aproximou de Daphine e perguntou:— Aconteceu alguma coisa? Você não parece bem.Ela suspirou, olhando para o grupo que se distanciava, e respondeu:— A Carla me ligou. Eu não sei o que dizer para ela. Não posso mentir, entende?— Mas você terá que mentir para seu próprio bem.— Mentir? — Ela sorriu com sarcasmo. — Como você mentiu quando me conheceu? Escondendo que tinha uma namorada.— Por favor, Daphine. Eu não tenho mais nada com a Alexia. Aquele beijo foi um mal-entendido.Daphine voltou a sorrir ironicamente e, sem lhe dar atenção, seguiu seu caminho, deixando Ethan sozinho com suas preocupações.Aquele grupo seguiu para o parque florestal, que àquela hora do dia estava cheio de vida. Jovens em diversos grupos se divertiam, aproveitando a manhã ensolarada. Theo, no entanto, sentou-se em um banco de cimento cru e chamou Daphine para perto de si. Os demais t