Não demorou muito para que Angel descobrisse que algum animal na fazenda tinha mordido a pata da pobre égua. A garota correu para pegar alguns curativos e remédios. Gabriel apenas a olhava atentamente, cada detalhe que suas mãos faziam, cada expressão que o rosto perfeito da garota fazia, era como se ele estivesse admirando uma rara peça de arte. Ele nunca tinha visto algo tão parecido como aquilo, ela era única.
— Você pode me levar em casa? — a voz de Angel tirou Gabriel do transe.— Não quer me fazer companhia? — um sorriso surgiu no canto do rosto do garoto. A menina não disse nada, as suas bochechas arderam na hora. — Eu estou brincando, mas se você quiser ficar...— Não, obrigada. Meu pai está me esperando. — Angel se virou caminhando até a moto muito bem cuidada.— Que pena, lindinha. — Gabriel passou por ela e parou em sua frente, ele apertou seu queixo delicado. Ele queria tocá-la, ele precisava disso. Subiu em sua moto e entregou o capacete para a garota.XXX
A chuva caindo nos dois corpos grudados em cima da moto fez Gabriel acelerar na estrada barrenta. Ele não queria que aquele momento passasse rápido, ele não queria que as mãos de Angel saíssem de seu abdômen. Ela as apertavam em volta do corpo musculoso e molhado. Um silêncio constrangedor tomava conta daquela viagem. A estrada tornava cada vez mais barrenta e ocasionalmente, impossível de andar por lá.— Droga! — Gabriel gritou em meio a chuva batendo em seu rosto.— O que foi? — Angel disse sob o capacete.— Não consigo enxergar nada! Acho que a gasolina está acabando, sabe onde estamos?— Não faço ideia. — a tempestade só aumentava e Angel se apertava cada vez mais ao corpo de Gabriel, ele estava adorando aquilo.Sentir seu corpo molhado espremendo-se contra ele o fazia sentir no céu, ele queria mais daquilo. Sua moto desligou em meio a rua barrenta cheia de árvores, os relâmpagos ficavam cada vez mais constantes e o barulho dos trovões se tornavam mais fortes. Angel não conseguia se desprender de Gabriel e apertava mais forte.— Se quiser pode me soltar agora. — ele sorriu maliciosamente.— Desculpa, eu não notei que estava te apertando. — Angel desprendeu seus braços do corpo frio de Gabriel. — Por que parou?— Não dá pra continuar, a gasolina acabou. Acho que vi um posto ali atrás. Podemos voltar. — Gabriel desceu da moto com dificuldade, sua perna incendiou com uma dor aguda. Seu rosto não deixou de demonstrar o sentimento, a garota viu, mas não disse nada. — Vamos, não é muito longe.Angel desceu da moto apressada e esperou que Gabriel a guiasse, ele voltou até a moto e começou a empurrá-la. A garota longe, o olhou curiosa.— De jeito nenhum deixo minha bebê aqui sozinha, acha que sou louco? — ele riu enquanto a empurrava pro meio do matagal.Eles andaram um pouco até encontrarem um posto totalmente abandonado. As bombas de gasolina estavam completamente destruídas e não havia telhado ali.— Acho que não funciona. — Angel disse, chutando um pedaço de ferro velho.— Também acho que não, lindinha. — Gabriel gargalhou quando viu as bochechas de Angel ficarem rosa. O garoto avistou um pequeno prédio escuro em sua frente e acenou com a cabeça para a menina. — Tem um hotel ali, veja.Angel ficou na ponta dos pés tentando olhar o prédio em meio a escuridão.— Acho que isso também não funciona. — ela disse baixinho.— Mas pelo menos tem um teto, vem. — Gabriel começou a empurrar sua moto até a porta de entrada do hotel abandonado. A garota hesitou por alguns segundos até acompanhar o rapaz.— Precisamos ir embora, não posso ficar aqui. — Angel ficou parada olhando para a porta enferrujada.Gabriel deixou a moto encostada debaixo de uma marquise e caminhou de volta até a garota.— Quer voltar a pé? Se quiser, vá em frente lindinha. — ele estava tão perto que podia sentir a respiração quente de Angel batendo em sua boca.— Não me chame assim. — a menina mal conseguia respirar e suas pernas tremiam, nunca esteve tão perto assim de um garoto. Ela se desviou dele e foi em direção a porta, tentando abri-la desesperadamente. Gabriel a observava achando aquilo uma cena muito engraçada.— Sai daí. — ela nem sequer hesitou quando escutou a voz sexy do homem atrás dela. Com um chute certeiro, Gabriel arrebentou a porta. Ele olhou para a garota que estava com os pequenos olhos castanhos arregalados. — Você vem, lindinha? — ele gostava de irritá-la. Sorriu debochado e arqueou uma sobrancelha.Angel acompanhou Gabriel, amedrontada no completo escuro dentro daquele lugar.— Não tem luz aqui? — Angel encostou sem querer no braço musculoso a sua frente. Ela voltou para trás e ficou esperando uma resposta.Gabriel nunca tinha sentido algo como aquilo, sentiu um choque percorrer todo seu corpo com aquele único toque. Ele sabia que aquela garota iria deixá-lo maluco, ele já estava ficando. Engoliu seco enquanto ficava calado por alguns segundos.— Acho que não entendeu que isso aqui está abandonado. Não acredito que fantasmas possam pagar a conta de luz. — ele abriu uma porta e com o pouco de claridade que invadia o quarto, viu que tinha uma única cama. — Está no seu quarto, lindinha, vou procurar um pra mim.Ele sabia que se ficasse no mesmo quarto que a menina, ele não aguentaria. Ela era ingênua demais e ele sabia que garotas assim não serviam pra uma só noite. Assim que Angel entrou no quarto escuro, ele fechou a porta e saiu procurando por uma outra cama. Depois de abrir dezenas de portas, não conseguiu achar uma cama, sofá ou colchão qualquer. Nada por ali a não ser aquela única cama onde deixou Angel. Ele sabia que ela não o deixaria dormir ali, ele também sabia que não iria conseguir ficar perto demais da garota.— Não tem mais cama por aqui. — Gabriel disse enquanto abria lentamente a porta.Angel se virou assustada enquanto olhava a sombra de um corpo que ela passou apertando por um bom tempo.— Você pode dormir no chão se quiser. — ela estava com medo de ficar sozinha, mesmo que não quisesse tê-lo no mesmo lugar. Por mais que ela não conseguisse admitir, ela o queria ali com ela.— Qual é? Tem uma cama bem grande aqui, dá até pra fazer um ménage à trois. — a voz de Gabriel parecia mais provocativa, ele a olhava de uma forma quente enquanto deitava na cama. A garota ficou calada. — Espera, você não sabe o que é isso? — Gabriel riu. Seu semblante ficou sério quando percebeu que ela realmente não sabia do que se tratava. — Qual é? Sexo a três, lindinha!Os olhos de Angel arregalaram e ela se virou olhando a chuva pela janela. Gabriel levantou, se aproximando da menina.— Eu esqueci que você é a filha do Pastor. — suas mãos frias tocaram o pescoço da menina tímida enquanto afastava os longos fios dali. Ela se mexeu, arrepiada. — Não precisa sentir vergonha. — a voz rouca de Gabriel queimou a orelha de Angel. — Gabriel, meu nome é Gabriel.GABRIELA pele dela estava tão quente, ela tremia a cada toque. Eu não entendia o que estava sentindo, era diferente. Não queria apenas levá-la pra cama e sentir o prazer de estar dentro dela, eu queria mais. Angel se afastou quando sussurrei em seu ouvido, ela engoliu seco e não disse uma palavra.
— Está tudo bem? — minha voz era rouca.Sua cabeça balançou concordando com o que eu dizia. Por que ela tinha que ser tão perfeita? Eu sabia que talvez ela nunca tinha se deitado com alguém, qual é? Ela é filha do pastor, mal deve sair de casa a não ser para ir à igreja. Eu preciso ter calma, mas calma, não é algo que eu tenho agora.Eu não ia conseguir me segurar com ela ali na minha frente. Droga! Eu estava tendo o paraíso, mas estava começando a me arrepender de ter fingido sobre a gasolina da moto ter acabado. Sua roupa ainda estava molhada da chuva e suas longas pernas, muito malditas pernas longas e suaves estavam na minha frente. Eu queria apertar aquilo, eu as queria em volta de mim. Aquele olhar inocente, me chamava pra uma imensidão que eu não conseguia desviar. Não sei se era seu cabelo perfeitamente liso e longo, ou essas malditas pernas, alguma coisa me prendia a essa garota.
Merda, eu nunca tinha ficado assim por alguém. Eu me aproximei dela, eu estava perto demais. Minha mão levantou-se tocando sua bochecha rosada, eu precisava senti-la. Seu cheiro era tão bom. Enrolei meus dedos no cabelo macio da menina a minha frente. Seus olhos se fecharam com o meu toque e seus dentes mordiscaram o seu lábio cheio. Puta merda! Eu estou perdido. Eu quero morder essa boca pra caramba. Sorri pra ela encarando aqueles lábios, eu iria beijá-la. Um toque alto vindo do meu bolso me fez cair dos céus. O nome de Lewis estava na tela.
"Cara, eu te odeio muito agora!" — eu disse enquanto me afastava da perdição ao meu lado."Você some com o meu carro e ainda fala que me odeia? Por favor,Gabriel!"— Lewis tinha uma voz séria, mas com um pouco de sarcasmo."Eu sei que você me ama, seu gostosão" — era assim que nos relacionávamos desde quando eu tinha 12 anos. Ele era como um irmão pra mim."Seu idiota! Me deixou com vergonha agora. Onde você está? Cadê o meu carro?""Está tudo bem comigo, obrigado por perguntar. E sobre o seu carro, longa história e eu não estou muito a fim de contar. Pode escolher qualquer um da minha garagem pra você" — eu olhei para trás e pude verAngel me olhando assustada. Ela examinava cada parte do meu corpo, aquilo estava me matando."Merda,Gabriel! Seu tio disse que foi assaltado e agora voc&e
ANGEL—Angel!Angel! — aquilo já não parecia mais meu sonho, parecia real — Lindinha, acorde.Meus olhos se abriram preguiçosamente até encontrar o olhar acinzentado deGabriel. Aqueles olhos tinham me perseguido durante toda a noite, eu nunca tinha tido um sonho como esse. Ele estava com o cabelo mais bagunçado do que o normal, seu corpo se espreguiçava em minha frente enquanto me sacudia tentando me despertar.— O seu velho está no telefone. — a voz de manhã do homem a minha frente era mais sexy do que ontem. Ele parecia ter saído de um CD de rock extremamente quente. Eu não percebi que estava sorrindo. Sua grande mão me entregou um telefone — Eu disse pra ele que estávamos hospedados em um hotel, quartos diferentes, claro. — ele me deu uma piscada. MEU. DEUS. Ele piscou pra mim e algo em meu corpo que eu n&at
— Eu vim te trazer o almoço, papai foi para a fazenda. — ela era tão delicada enquanto falava, que eu queria agarrá-la com as minhas enormes mãos e morder cada parte do corpo dela.— Sentiu minha falta? — arqueei minhas sobrancelhas dando um sorriso torto, que eu estava ciente que a deixava louca. Ela não disse nada, apenas esticou seus bracinhos pálidos que seguravam uma vasilha grande até mim. Abri a vasilha e me assustei com a quantidade de comida — Wow, lindinha, quanta comida! Você me trouxe esse monte só por causa do meu tamanho, foi? — sim, eu como muito, mas a quantidade ali dentro era exorbitante.— Me desculpe, eu só não sabia como você gostava. — ela apertava suas mãos como se estivesse constrangida, e ela estava. Deixei a vasilha sobre a mesa e me aproximei da menina.— Eu gosto assim,Angel. Tudo que você
— Baby, você está com vergonha de alguma coisa? — eu me aproximei dela enquanto chegava na mesa.— Eu só nunca vim a um lugar como esse. — ela disse me olhando — Tem muitos homens aqui.O lugar não era tão grande, mas a maioria das pessoas estavam debaixo do pequeno palco montado onde a banda de um dos meus amigos estava tocando. Outras pessoas se concentravam nas mesas bebendo suas cervejas. Me sentei na cadeira e ela se sentou na minha frente.— Eu conheço o vocalista. — apontei para o loiro com cabelos até os ombros que cantava loucamente para as garotas em sua frente — Dustin Foster.Ela sorriu por alguns segundos enquanto observava a banda. Eles estavam no final de sua apresentação. Dustin já estava sem sua camisa, o que fazia as mulheres ficarem loucas.— Ele é seu amigo? —Angel gritou pra mim.— Meio
— Ele precisou encontrar um amigo, mas já está voltando. Me solta? — ele não estava me machucando, mas eu não queria ficar perto dele.— Você não faz o tipo dele. — isso eu já sabia, ele não precisava jogar na minha cara —Gabriel é só um monte de merda. Você merece alguém melhor do que ele.Eu realmente não entendia onde ele queria chegar. Eu observava cada músculo do pescoço dele enquanto ele falava. Por que eu estava fascinada naquilo?— Me solta. — ele riu.— Você quer que eu te solte? — será que ele é surdo?— Se eu estou te pedindo. — eu fiquei nervosa, geralmente as pessoas não me deixavam nervosa.Sua mão me soltou devagar e eu suspirei aliviada. Acho queGabriel não ia gostar nada se me visse com ele aqui.— Obrigada,
GABRIELEu não conseguia me levantar. Minha respiração era fraca e eu só conseguia pensar nela. Meu peito doía tanto que eu não sabia se iria aguentar. Eles haviam a levado de mim e me jogado para fora do bar. Eu merecia ter sido apagado por todos aqueles caras. Eu chutei ela. Droga! Eu não tinha visto que ela estava na minha frente. Minha cabeça girava enquanto eu estava deitado no chão perto da porta de saída. Ela ainda estava lá e eu precisava dela.—Angel! Por favor!Angel! — eu usava toda a minha força para tentar gritar por ela.A porta se abriu e eu tentei me levantar, mas não consegui.Angel estava ali. No colo de Dustin. Filho da mãe! Será que ela estava desmaiada? Ela é minha. Eu preciso dela.—Angel! Por favor, fale alguma coisa.Angel! — ela levantou a cabeça e quando
— Você é um babaca,Gabriel. Ela não quer te ver. Entre logo no carro, eu quero tirar essas porcarias de sapatos. Meus pés estão me matando.Eu não acreditava que ela não queria me ver. Nunca me perdoaria por hoje. Eu precisava vê-la.— Se você ousar tocar em mim, eu juro que me mando do carro. – eu disse enquanto me levantava. Tudo doía.— Você costumava ser mais carinhoso comigo. Pra falar a verdade, você adorava os meus carinhos. – ela se moveu até mim tentando me ajudar.— Eu sei andar sozinho até o banco. – eu caminhei com dificuldade até a porta, tentando não parecer dolorido.Tris se sentou do meu lado e não disse nada.— Eu não estou na minha casa. Estou numa fazenda. – ela me olhou confusa e eu continuei. Assim que a dei o endereço, ela o colocou no GPS.&
Acenei para Judi e caminhei atéAngel. Ela estava sentada no píer enquanto jogava as rações no lago. Ela não disse nada. Me sentei ao seu lado e peguei um pouco da ração no balde.— Belo dia para se alimentar patos. — eu disse olhando para frente.Angel continuou calada. Virei meu olhar pra ela e percebi uma lágrima escorrendo sobre seu rosto — O que foi, meu anjo? Está doendo algo?— Não é nada. — eu sabia que não. Eu sabia que ela estava chateada.— Quer falar comigo? — eu coloquei minha mão sobre a sua.Angel apenas negou com a cabeça — Quando estiver pronta, estarei aqui. — ela assentiu e continuou jogando a ração no lago.ANGELSabe quando tudo em volta não faz mais sentido? Quando tudo parece sumir? Ver Judi, fez isso. Eu a amava desde