Meus sentimentos ficaram à flor da pele quando Torres, me liga para informar que entraram no quarto da Kimberly, durante a noite, e ela havia levado um tiro. Quase perdi o pouco de sanidade que eu tinha. Queria pegar o primeiro avião e ir até ela correndo, mas o segurança me tranquiliza dizendo que ela estava bem, mesmo assim eu liguei para ambos umas 30 vezes. Porém, Torres não permitiu que falasse com Kimberly, pois percebeu pelo meu tom de voz, que eu estava totalmente desconcertado e isso só piorava a situação, ela estava em estado de choque. Respirei fundo por um longo período, pois estava dormindo, quando o telefone tocou. Após a ligação era impossível dormir, levantei e busquei um café forte, como não tinha, tomei um whisky no escritório e fiquei no telefone o tempo todo, tentando falar com ela.Só quando a vi no aeroporto que realmente me tranquilizei. Não sei como pude deixar meu orgulho dominar e ficar sete meses sem ela, não quero ficar mais nem um dia sem o calor do seu
Estou tão animada, hoje vamos a um concerto de piano. Faz muito tempo que tinha vontade de conhecer, mas sempre estava tão atarefada que nunca tinha tempo, somente dava lugar para o meu trabalho quando morava em Londres.Dimitri sabia do meu desejo, então na primeira oportunidade ele logo adquiriu vários ingressos para que todos, até os empregados, pudessem ir. Estranhei tal atitude, mas vindo de Dimitri, tudo é possível. Por coincidência Giovanne e Sandy vieram aqui me visitar e iriam assistir conosco, todos estavam em clima de festa, animados, pois ir a um concerto assim era algo grandioso, possível somente as pessoas mais ricas.Estamos finalizando os cabelos para sair, enquanto converso com Sandy:— Você está tão linda! — Elogio admirada a beleza de Sandy. — Obrigada, mas não tanto quanto você.— ela sorri tímida. — Sandy, estou tão alegre por vocês estariam aqui comigo. É maravilhoso terem vindo em um dia como este. Sempre foi meu sonho assistir a este concerto de piano, estou t
O mundo parecia parar, eu estava entrando em um abismo. Porém, eu não tinha tempo de ficar dentro dele, precisava focar em encontrar meu filho. Uma sensação de desespero e impotência queria tomar conta do meu coração. Respirei fundo três vezes, contando até dez, precisava ser rápido, pois meu filho poderia ainda estar no teatro.Chamei o Gabriel. — Gabriel, preciso de você, sei que hoje é seu dia de folga, mas não temos escolha, avise à equipe o que aconteceu, pois temos uma chance de encontrá-lo ainda aqui dentro.— Pode contar comigo, vou agora mesmo. — Ele sai apressadanente.Seguro firme a mão de Kimberly, olho nos seus olhos e falo:— Não saia de perto de mim até que esteja segura, preciso que vocês vão para casa, os levarei até o carro. — minhas palavras parecem mais pesadas, pois vejo seu rosto ficar pálido e sua mão suar frio. — Estou com medo, e se machucarem Derick? ele é apenas um menino. — Ela fecha os olhos e respira fundo, engolindo as palavras.— Vamos encontrá-lo. —
Gabriel e eu chegamos no local, uma casa comum, com um portão grande que dava acesso à garagem. Já havia policiais no local, eu temi por envolver a polícia nisso.Principalmente por Javier ser um mafioso. A máfia é bem mais poderosa que a polícia. Entretanto, não sei ao certo se ele teria conseguido aliados aqui na Espanha.Fiquei ao lado da grade, em uma distância segura, para os policiais não nos reconhecerem, eles estavam vistoriando a garagem, enquanto conversavam com o dono da propriedade, que por sinal estava nervoso com a situação. Fiz sinal com a mão para Gabriel prestar atenção no que eu iria falar.— Finja conversar comigo, e só movimente os lábios, precisamos ouvir alguma coisa que seja útil, ou teremos que esperar a polícia ir embora. — Falo sussurrando. Olhando os políciais de forma discreta.— Entendi, vou começar agora... — Ficamos em silêncio enquanto ele fingia falar comigo, gesticulando com as mãos. — Eles estavam em quatro homens, com uma criança que usava roupas
Sempre nutri um profundo ressentimento em relação a Dimitri, pois ele tirou minha filha de mim ao se casar com ela. Eu havia feito um acordo com a Máfia Espanhola para entregá-la em casamento a um de nossos aliados, em troca de dinheiro e proteção, visto que minha família estava à beira da falência e eu precisava de recursos para nos reerguermos.No entanto, eles se casaram secretamente e a Máfia começou a cobrar o cumprimento do acordo. Quando não pude honrá-lo, eles passaram a exigir uma quantia em dinheiro como compensação. Na época, optei por não intervir na relação deles, pois minha filha amava Dimitri profundamente e eu não queria destruir ainda mais nosso relacionamento já abalado, especialmente porque Cloe tinha desafiado minha autoridade ao escolher esse caminho. Ela tinha conhecimento dos acordos com a Máfia e compreendia que a não realização deles poderia resultar em consequências fatais. Apesar dos riscos, ela fugiu com eleQuando minha filha e meu neto morreram, eu fiquei
Joguei o telefone na mesa, incrédulo de como esse homem tem a audácia de me ligar após raptar o meu filho. Meu estado era péssimo, com certeza minha aparência também. Meus olhos estavam inchados, minhas pupilas parecem querer sair da órbita. Meu coração batia descontroladamente, meus pensamentos giravam em torno da segurança de meu filho. Senti um misto de raiva e impotência, tentando encontrar uma forma de como resgatá-lo e como lidar com essa situação. A ansiedade e o medo eram esmagadores, impulsionando-me a pensar em medidas drásticas para salvar a vida do meu filho. Levantei da cadeira com o corpo todo dolorido, parecia que um caminhão havia passado por cima dele. Peguei uns remédios na gaveta e tomei com um pouco de água que sempre fica aqui no escritório. Andei a passos lentos, sem ao menos ter a coragem de olhar as horas no relógio, pois a dor na cabeça havia aumentado, então me arrastei até a porta, precisaria de um banho gelado talvez. Assim que abro a porta, ouço a voz d
A angústia que estava sentindo estava me sufocando. Sentia como se o mundo estivesse desabando ao meu redor. Cada minuto sem notícias do meu filho era uma eternidade de tormento. Kimberly havia me trazido o café da manhã, e estava fazendo uma massagem, tentando diminuir a tensão que eu estava sentindo quando o telefone tocou. Olhei para ela com esperança de que fosse alguma notícia do meu filho, entretanto poderia ser o Javier me atormentando, mesmo sendo ele, havia uma esperança de conseguir rastrear a ligação. Trim... trim.. Ligação on — Alô! — Atendi no segundo toque, com as mãos trêmulas. — Papai, papai, papai ... — Filho, onde você está — falo desesperado, mas a ligação caiu. — Kimberly era o Derick, era ele... — Falo assustado. — Como ele conseguiu ligar para mim? Claro que ele sabe meu número, apesar de que quase não me ligava. Isso não vem ao caso, vou ligar para a central, se o número for registrado aqui na região será possível identificá-lo. — Beijei a mão dela esperanç
Derick estava deitado em cima de uma cama velha onde havia feno e alguns cobertores, ao seu lado estava um homem caído no chão, pois havia levado um tiro na perna, um dos meus seguranças que havia atirado nele o rendeu, empunhando a arma em sua cabeça. Em pé ao lado dele estava uma senhora, com os vários fios de cabelo branco, uma aparência cansada e desgastada do tempo, era a mãe de Cloe, quase não a reconheço. Corri até onde meu filho estava deitado. Meu coração, outrora assolado pela incerteza e pela dor, encheu-se de uma mistura avassaladora de emoções quando finalmente pus os olhos nele. — Derick você está bem? Sinto muito.— Lágrimas de alegria escorreram pelo meu rosto enquanto abraçava meu filho, sentindo um alívio indescritível misturado com um amor intenso e um profundo desejo de proteger aquele que tanto havia sofrido. Cada batida do meu coração parecia uma melodia de esperança e gratidão naquele momento inesquecível. — Papai, onde o senhor estava? Fiquei com medo de não