A paisagem estava muito linda, passamos por densas florestas de pinheiros, ciprestes, abetos, espruces e larícios, que se destacam com suas copas cobertas de neve, quando a luz incidia sobre o gelo, era comum ver reflexos cintilantes e brilhantes, que aumentam a sensação de magia ao lugar, deixavam o cenário encantador. A energia que emanava do lugar era excepcional. Dimitri queria fazer uma surpresa, fez questão de colocar a venda nos meus olhos novamente, eu já estava agoniada, sem saber onde realmente estávamos, meu nervosismo sessou quando ele as retirou e pude avistar o onde ficaríamos.De todos os lugares que eu poderia conhecer, jamais imaginaria ir até a Finlândia.Ficamos em uma cabana, construída com troncos de madeira, deitados sobrepostos um pelo outro. Nada muito glamoroso, pois móveis eram talhados em madeira.Dimitri fez questão de novamente me pegar em seu colo antes de entrar na cabana, como uma boba que sou, estava encantada e só sabia olhar em seus olhos profundos
Nosso primeiro dia de lua de mel estava sendo inesquecível. Passamos a tarde toda nos divertindo muito, brincando na neve. Eu estava muito relaxado, fazia muito tempo que não vivenciava um momento tão tranquilo como este, estou realmente entregue ao amor. Ver a alegria e o brilho nos olhos de Kimberly a cada brincadeira ou momento íntimo em que havia uma troca de olhares, ou um momento descontraído em que nos permitimos rir como crianças, era muito valioso. A partir de agora, seríamos Kimberly, Derick e eu. Nós três aproveitaremos muito mais os momentos em família, e também com os nossos próximos filhos, pois quero ter pelo menos mais três.Sentados no banco ao redor da mesa, enquanto trocávamos carícias e conversávamos sobre o passeio, estávamos despreocupados esperando o momento tão marcante dessa viagem, que seria apreciar a magia da Aurora boreal, quando a porta se abre com o vento.Me levanto e caminho até a porta, na intenção de fecha-la, no mesmo instante um lobo cinza entra da
Após tomar banho e nos aquecermos embaixo das cobertas, esperávamos com entusiasmo para ver a Aurora Boreal, visto que ontem a noite não foi possível.Ouvimos o sino tocar, como sinal de que estava acontecendo o show de luzes. Dimitri sentou no meio da cama, me encostei em seu corpo ficando no meio dele. O céu estava lindo, uma expansão com luzes neon nas cores verde, roxa, rosa e vermelha, formando uma verdadeira dança cósmica, onde os raios de luz se moviam e ondulavam como cortinas mágicas no palco do céu.Dimitri olhava para o céu e depois nos meus olhos, realmente estávamos tão conectamos, apreciando cada detalhe, a luz da cabana estava apagada, tornando o momento ainda mais especial, Dimitri estava ansioso para me ter novamente, e eu não poderia negar que o queria, fazer amor sendo iluminados por aquelas luzes era algo surreal, não posso negar que estavam nos meus planos também, pois estaria mentindo. Afinal era nossa lua de mel. Senti a sua mão afastar os meus cabelos e um arr
Dimitri Nossa lua de mel foi muito proveitosa, Kimberly e eu aproveitamos os passeios mais maravilhosos, com ela ao meu lado as coisas eram mais divertidas, já conheci vários lugares lindos, mas estar ao lado de quem você ama de verdade é bem melhor. Parece que o prazer de ver uma pessoa ao seu lado feliz tem um valor tão grande, que o dinheiro não pode pagar. Por mais que eu sempre tive muito dinheiro, não era feliz, porque dentro de mim havia uma sombra de tristeza e decepção e eu só fui curado quando realmente abri meu coração para experimentar o amor novamente.Por mais que a viagem fosse maravilhosa, eu estava com saudades da minha casa e do meu filho Derick. Quando chegamos em casa, meu filho ficou muito animado com a nossa chegada. Seu rosto alegre, mostra que as coisas mudaram para ele também, pois hoje eu consigo demonstrar o meu amor por ele, que era algo que estava guardado lá no fundo do meu peito e eu não conseguia expor em palavras ou em atitudes. Não sei como conseg
Dezembro de 1992KIMBERLY Os anos estavam passando muito rápido, e com ele, novos acontecimentos mudavam a rotina da nossa família. Minha amiga Amayume estava estudando medicina, em outro país, na mesma faculdade que o Dimitri estudou. Nós estávamos pagando a faculdade e todas as suas despesas. Além de amigas, eu fui promovida a sua madrinha.Que engraçado como o destino muda nossas vidas, eu vivia tão sozinha, e precisei sofrer um acidente para que minha vida mudasse totalmente e eu pudesse perceber que viver sozinha é tão desconfortável e não traz nenhum benefício. Antes, minha vida encontrava seu único propósito na minha profissão, mas, ironicamente, a rotina sufocante me impedia de enxergar minha própria infelicidade.Lembranças on— Amayume, esse ano você termina os estudos, já pensou qual faculdade você vai fazer? Tem que pensar, não pode deixar para a última hora.— Sabe o quê é, decidir eu já decidi, mas é um sonho um pouco distante.— Que distante o que menina, para com iss
INGLATERRA 1988 Acordei com o barulho agitado do meu telefone, eram apenas 6:30 da manhã de sexta-feira, quando fui despertada por ele. Abro os olhos irritada, quem em sã consciência me liga a esta hora… droga! Xingo em meus pensamentos. Ligação on: — Bom dia, senhorita Kimberly? — Sim, sou, em que posso ajudá-lo? — Desculpas por ligar assim tão cedo, sou o Peterson, liguei outras vezes, como não obtive susesso estou ligando mais cedo, sou advogado de seus tios, como você sabe eles faleceram o mês passado após ladrões entrarem, renderem e assassinarem o casal dentro de casa. Como eles não tinham filhos, deixaram a herança para você e seu irmão. Estou te ligando, para informar que preciso da presença de vocês dois aqui, para entregar os documentos e assinar os papéis para receber a herança. Fiquei nervosa com aquela ligação. Como assim herança? — É necessário a nossa presença? Será que posso enviar o meu advogado para resolver isso? —Bufo após falar. Gostava muito dos meus tios
Acordo pontualmente próximo ao horário de levantar, um misto de apreensão e alegria percorre minhas veias. Meu corpo relaxou durante a noite, mas essa estranha sensação que estou vivenciando agora me deixa nervosa. Assim que tudo estiver pronto, saio em direção à casa dos meus pais para buscar Giovanne. Estou ansiosa por vê-lo, engulo em seco, ao perceber que ele não está. Sua expressão deixa em dúvida se fiz a escolha certa em optar pelo navio para Madri, quando poderia ter escolhido o avião, que é muito mais rápido. Giovanne não esconde seu desânimo. No entanto, esta viagem pode ser benéfica para ambos, especialmente para nos aproximarmos um pouco mais. Ao chegarmos ao porto, avistamos o navio que nos levaria ao destino. Dou pulos de alegria, e vejo meu irmão sorrir com minha atitude. Ele está começando a se soltar e a agir como o meu irmão de verdade. A jornada duraria cerca de 12 horas, de Londres até Madri, capital da Espanha, onde meus tios moravam e onde passei parte da minh
Estava correndo, como sempre, em uma manhã ensolarada quando avistei alguém caído na beira da praia. Corri para mais perto e era uma moça, no momento, a achei muito bonita. Ela tinha a aparência de uns 25 anos, aproximadamente. Chequei para ver se ela estava respirando, toquei seu rosto com delicadeza, para retirar os cabelos da frente dos seus olhos e de sua boca bem desenhada. Ela abriu os olhos e me olhou com espanto. Senti uma eletricidade percorrer meu corpo quando nossos olhares se conectaram. Nunca havia sentido tal sensação física, meu corpo se arrepiou apenas com seu olhar. Quando fui tomá-la em meus braços, ela esmoreceu, desmaiando. Consegui checar sua pulsação, mas me preocupei com o fato de ela estar com a cabeça sangrando. Sem pensar direito, a levei para casa. Pois o hospital ficava a cerca de duas horas de distância, e eu podia ligar para o Doutor Versales, meu médico particular e amigo. Meu segurança me ajudou a colocá-la no carro. Fiquei perturbado. E se ela mor