Enxugo as minhas lágrimas e volto a pentear o meu cabelo no closet, voltando para o quarto ele estava lá com a sua cara de pau e eu o ignoro, apenas ajeito a cama a tento sair para fora mas ele me segura.

— Por que você está me olhando assim hein? O que aconteceu? — indaga segurando o meu queixo.

— Me solta Gustavo! Me larga! — ordeno o batendo e ele permanece imóvel apenas recebendo as pancadas.

Bato com toda força que me restava mas ele parecia uma muralha de pedra, acabo me cansando e apenas dou um último soco desabando em lágrimas logo em seguida, ele vem me abraçar mas eu digo :

— Fica longe de mim! Você já conseguiu o que queria! Me deixa em paz! — grito com ódio e ele continua me olhando paralisado.

Ele apenas dá uns passos para frente me deixando presa na parede, segurando os meus braços com uma mão com a outra ele levanta o meu queixo e diz :

— Eu não te usei sua boba... Eu precisei levar a Sophia no médico apenas isso — afirma dando um beijo em mim mas eu viro o rosto, ele o vira denovo e fica segurando — Por que você não confia em mim Anne? Eu te fiz algum mal? — indaga segurando o meu queixo e penetrando a minha mente com. O seu olhar — Diga, eu te fiz algum mal? — repete e eu respiro fundo.

— Você permitiu que eu me entregasse a você sabendo que não iria retribuir os meus sentimentos, você me usou Gustavo — pontuo com a voz falha.

— Quem disse que eu não sinto o mesmo que você Anne? Ah... É você tem razão, eu não sinto o mesmo que você — pontua e eu me solto dando um murro no peitoral dele que segura as minhas mãos — Por que você desconfia de mim, eu não sinto desconfiança de você Anne, eu sinto amor é muito diferente — encosta os meus braços na parede — E você... O que sente por mim além de desconfiança Anne? E medo também, eu sei que você sente isso — completa me deixando surpresa.

— Eu te amo Gustavo... É isso que eu sinto por você e toda vez que eu te vejo perto daquela mulher eu sinto meu coração quebrar por que eu sei que ela é melhor do que eu e que você me trocaria por ela — falo quase engasgando com as lágrimas.

— Eu nunca dei bola para ela em anos não vai ser agora que eu achei o amor da minha vida que eu vou — vira o meu rosto para o seu — Eu te amo sua dramática, eu te amo... Sabe o que significa isso? — indaga olhando para mim.

— Não... Eu não sei o que significa — respondo chorando e ele me abraça, eu retribuo e ele fica um bom tempo me consolando até que a última lágrima caísse.

— Me desculpa — peço olhando para ele e enxugando as lágrimas — É que eu não consigo vê ela perto de você sem ter esse medo... Eu acho que você me entende não é? — pergunto e ele balança a cabeça afirmando que sim.

— A gente vai viajar para colocarmos a cabeça no lugar ok? Se afastar de tudo e todos e ficarmos só nos dois nos conhecendo — pontua com a mão no meu rosto.

— E a minha amiga? Alguma novidade? — questiono preocupada por que de repente me veio a lembrança dela.

— Esses dias o meu amigo não foi até o cassino por que avó dele está doente mas da próxima vez que ele for eu pedirei que ele a compre... Eu não sei se você sabe mas por ser uma das primeiras garotas de lá ele geralmente reluta em deixa-la ir — explica me deixando preocupada... Eu não sei por que essa angústia estava me tomando.

— Pede para ele ir hoje, ou vai você — imploro desesperada — Eu acho que ele vai fazer alguma coisa com ela Gustavo... Por favor não deixa ele matar a minha amiga — imploro chorando e ele me abraça forte.

— Ele não vai fazer nada com ela minha princesa, fica calma por favor — — implora e eu sinto meu coração acelerar.

Em um momento de pânico tudo que eu passei naquele inferno volta a minha mente e eu só consigo gritar e me debater... Eu não quero que ela morra, se ela morrer vai ser por minha causa.

— Salva ela por favor Gustavo — imploro o segurando — Salva a minha amiga Gustavo — imploro gritando.

Aos poucos a minha mente vai saindo de mim e eu apago...