Jenny
Uma hora depois, já estou arrumada e pronta para ir trabalhar. No caminho nem eu e nem a Amber trocamos uma palavra. O silêncio é o meu melhor amigo nessa hora. Não demora para entrarmos no hall do hospital e eu vou para os elevadores. Em segundos as portas se abrem e lá está ele... a fonte do meu desespero e o dono do meu coração.
A verdade é que eu queria fugir para bem longe dele agora. Definitivamente não consigo olhar no seu rosto, com certeza eu desabaria, ou faria alguma bobagem, ou...
— Não seja covarde, Jennifer Reinhold! — ralho mentalmente comigo mesma e continuo parada bem aqui no meu lugar, enquanto o homem que é capaz de roubar o meu ar apenas com o seu olhar caminha na minha direção.
— Oi! — Ele diz e as portas se fecham, mas para a minha surpresa, Cris as trava.
— Oi! — respondo sem ao m
JennyMinutos depois...Saio do banheiro enrolada em uma toalha e me surpreendo ao vê-lo dentro do meu quarto. Cris tem o olhar fixo nos pedaços de espelho que estão no chão e quando ele ergue o seu olhar para mim vejo algumas lágrimas escaparem deles. Me sinto mexida com isso.Droga, estamos machucando um ao outro. Ele solta um pedaço do vidro no chão e inesperadamente me abraça forte, muito forte.— Eu fiz isso com você, Tempestade. — Então ele chora e eu finalmente retribuo o seu gesto, o apertando nos meus braços. — Me perdoe, Jenny! Me perdoe! — pede repetidas vezes.— Está tudo bem! — Tento dizer, mas ele se afasta para fitar os meus olhos. — Eu tomei uma decisão, Cris. — Meu namorado me olha preocupado.— Você tomou? — sibila e eu faço sim para ele.
Jenny— Olá, Reinhold! Em que posso ajudá-la? — Doutora Samantha fala assim que me vir entrar no seu consultório.— Oi, Samantha! — Sem saber como começar a falar apenas olho ao meu redor.— Sente-se, Reinhold! — Ela pede, abrindo um sorriso profissional e eu faço. — E então?— Eu gostaria de marcar uma consulta.— É claro, para quem é a consulta? — Ela inquire abrindo uma agenda e segura uma caneta prateada, porém, o fato de eu não a responder a faz erguer a sua cabeça para me encarar.Respiro fundo e me ajeito em cima da cadeira.— É para mim.— Oh! E você tem alguma urgência?— Quero uma consulta para o mais breve possível. — Engulo em seco. Ela abre outro sorriso, mas esse não é profissional. Ele é doce.— Ok, estou desocupada agora. Você quer conversar? Depois marcamos uma consulta pra você.Meu peito infla devido a respiração profunda que acabei puxar.— Eu gostaria. — Seu sorriso se amplia.— Certo! — Samantha guarda a agenda e fica de pé. — Nesse caso, quero que relaxe um pouc
CrisDevo dizer que não estou nada bem e que a minha cabeça não para de girar. Por um lado, tem o fato de Eduardo está machucado e eu ainda estou me perguntando como aquilo aconteceu? E embora Bianca tenha respondido com convicção as perguntas dos policiais de alguma forma não me sinto convencido. Do outro lado tem a minha relação com a Jenny, que está sendo afetada de alguma maneira e o fato de ela quebrar o espelho e ainda machucar as suas mãos fez algo dentro de mim se quebrar.Eu jamais a machucaria de propósito, mas sei que as minhas atitudes involuntárias estão fazendo isso por mim.… Meu Deus, ele está bem?E pensar que ela sempre se esquece de si mesma para se preocupar com os outros.… Se for pra tê-lo perto do meu lado, a afastando de mim eu não quero. Sim, eu estava disposto a esquecer que tinha um filho com a Bianca. Estava disposto a abrir mão da minha convivência com ele apenas para não a perder, porque eu já não sei mais viver sem a minha Tempestade. Penso e beijo a su
CrisNo dia seguinte...— O chefe chegando atrasado? — ralho quando John adentra a sua sala nas primeiras horas do dia. — Isso aqui está virando uma bagunça mesmo! — retruco com humor me servindo uma xícara de café. Contudo, a porta do escritório volta a se abrir e Lucy Hale passa por ela com cara de poucos amigos.— Cris Ávila. — Ela ronrona docemente e eu fecho a cara.— Hale! — A cumprimento com secura na voz. — Me serve um café? — Ela pede e eu aceno.— Você quer, John?— Sim, eu aceito! — Após entregar-lhes as xícaras, me acomodo em uma cadeira de frente para a mesa do chefão e Hale faz o mesmo com a cadeira do meu lado. Entretando, após bebericar do seu café, ela me lança um sorriso malicioso.— Sabe, Cris eu sinto falta do que tínhamos — fala, porém, encaro o meu amigo do outro lado da mesa.— Nunca tivemos nada, Hale — rebato com um tom firme na voz. Ela arqueia as sobrancelhas. — Nada além de sacanagem na cama.— Escute aqui, seu… — Ela se levanta bruscamente e vem para cim
Cris — Liguei para a Bianca — falo assim que saímos do banho. Jenny não diz nada, ela apenas continua concentrada em vestir a sua roupa. Portanto, decido continuar. — Ela quer que eu vá buscá-los no hospital em algumas horas. — A observo sacodir os cabelos para atrás dos seus ombros, então ela me fita. neles. Nem insegurança. Ou qualquer coisa do tipo. Isso é bom, não é? Me pergunto. — Posso ir com você se você quiser. — Meu coração se aquece com essa sua sugestão. — Você quer mesmo fazer isso? — pergunto, porque preciso ter certeza. — Se você quiser, eu também quero. — Não seguro um sorriso largo e com alguns passos, chego perto dela, a puxo para os meus braços e a beijo demoradamente. — Eu quero muito que você venha comigo, Tempestade — sibilo e a gora ela sorri para mim. — Vai ser bom, assim o Edu já vai te conhecendo. — Seu sorriso se alarga e eu não seguro a ânsia de beijá-la outra vez. — Então está decidido, irei acompanhá-lo nesse passeio. — Ótimo! Que tal um lanche? — S
Cris— Sim. Você conheceu o meu pai?— Não, mas já ouvi falar muito dele e de sua esposa também.— Ah!— Ah, nós realmente temos que ir — falo atraindo a sua atenção para mim.— Se não se importar, eu gostaria de falar com você, Cristopher.Seu tom seco não me passa despercebido. De verdade, eu gostaria de entender por que Álvaro não gosta de mim. Não é uma questão social ou financeira disso eu tenho certeza. Entretanto, ele sempre fez questão de que a sua filha mantivesse distância de mim e da minha família.— Claro! — concordo, deixando um beijo casto no rosto da minha garota. — Eu volto logo! — sussurro e sigo o homem que sai da sala em seguida.— O que você faz aqui? — Ele questiona assim que adentra o escritório da casa e eu o encaro aturdido.— Como?— Ávila, minha filha é uma mulher casada…— Separada! — O corrijo bruscamente.— Claro, por isso está se aproximando dela outra vez?— Do que você está falando, homem? — ralho um tanto ríspido.— É o seguinte, Ávila, eu nunca o quis
JennyUm mês depois...As consultas com Samantha têm me ajudado muito nesses últimos dias. Confesso que me olhar no espelho hoje tem sido algo mais fácil para mim. Contudo, ainda existe um pedaço do meu passado, trancado dentro da gaveta do meu criado mudo que eu ainda não tive coragem de abrir. A carta do meu pai. Suspiro ao olhar para o objeto através do reflexo do espelho. Ainda não sei o porquê, só sei que estou me acovardando em descobrir as suas últimas palavras.Sacudo a cabeça e deixo para pensar nisso depois. Agora eu preciso me concentrar no que preciso fazer. Portanto, olho para a nova Jeniffer Reinhold em pé na minha frente e aprecio o lindo vestido vermelho, porém, curto e de saia esvoaçante que abraça o meu corpo. E pensar que há alguns dias eu jamais usaria algo assim. Os meus olhos descem mais um pouco, para saltos extremamente altos e provocantes.Sorrio.Pela primeira vez na vida me sinto linda de verdade. Não, linda não, eu estou exuberante. Meu sorriso se alarga. G
Jenny— A minha liberdade! — Faço um brinde solo e bebo um gole exagerado. — A sensação é maravilhosa! — Sorrio amplamente após mais esse brinde e bebo mais um gole da minha bebida. O meu coração dispara frenético quando imagino a cara da madrasta malvada e da galinha enfeitada recebendo a ordem de despejo. Então começo a dançar e danço sem parar, e quando dou por mim, a primeira garrafa de vinho já se foi. Dou um giro desconcertado, soltando um uuuiii e rio em seguida. A porta da sala se abre e o Doutor Gostosão passa por ela. Ele arqueia as sobrancelhas, aparece perplexo ao ver o meu estado. Cris cruza os seus braços rente ao peito e me encara divertido.— O que andou aprontando, pequena Tempestade? — Sorrio para essa diversão na sua voz e ergo a minha taça quase vazia.— Estou comemorando! — Sinto a minha voz diferente e volto a rir. No ato, dou alguns passos cambaleantes na sua direção e quando me aproximo, levo o dedo para a sua boca e o encaro mordendo o meu lábio inferior. —