JennyUm mês depois...As consultas com Samantha têm me ajudado muito nesses últimos dias. Confesso que me olhar no espelho hoje tem sido algo mais fácil para mim. Contudo, ainda existe um pedaço do meu passado, trancado dentro da gaveta do meu criado mudo que eu ainda não tive coragem de abrir. A carta do meu pai. Suspiro ao olhar para o objeto através do reflexo do espelho. Ainda não sei o porquê, só sei que estou me acovardando em descobrir as suas últimas palavras.Sacudo a cabeça e deixo para pensar nisso depois. Agora eu preciso me concentrar no que preciso fazer. Portanto, olho para a nova Jeniffer Reinhold em pé na minha frente e aprecio o lindo vestido vermelho, porém, curto e de saia esvoaçante que abraça o meu corpo. E pensar que há alguns dias eu jamais usaria algo assim. Os meus olhos descem mais um pouco, para saltos extremamente altos e provocantes.Sorrio.Pela primeira vez na vida me sinto linda de verdade. Não, linda não, eu estou exuberante. Meu sorriso se alarga. G
Jenny— A minha liberdade! — Faço um brinde solo e bebo um gole exagerado. — A sensação é maravilhosa! — Sorrio amplamente após mais esse brinde e bebo mais um gole da minha bebida. O meu coração dispara frenético quando imagino a cara da madrasta malvada e da galinha enfeitada recebendo a ordem de despejo. Então começo a dançar e danço sem parar, e quando dou por mim, a primeira garrafa de vinho já se foi. Dou um giro desconcertado, soltando um uuuiii e rio em seguida. A porta da sala se abre e o Doutor Gostosão passa por ela. Ele arqueia as sobrancelhas, aparece perplexo ao ver o meu estado. Cris cruza os seus braços rente ao peito e me encara divertido.— O que andou aprontando, pequena Tempestade? — Sorrio para essa diversão na sua voz e ergo a minha taça quase vazia.— Estou comemorando! — Sinto a minha voz diferente e volto a rir. No ato, dou alguns passos cambaleantes na sua direção e quando me aproximo, levo o dedo para a sua boca e o encaro mordendo o meu lábio inferior. —
Jenny—E então, não vai me contar como foi o seu encontro com o advogado? — Cris pergunta com curiosidade, me estendendo um prato com uma porção deliciosa da macarronada. — Eu sei que as notícias são ótimas pelo estado de comemoração que te encontrei. — Ele ralha me fazendo sorrir, depois leva uma garrafada da massa para a boca.Sinto as minhas bochechas queimarem com esse seu último comentário. O fato é que não tenho o hábito de beber, uma taça de vinho é o máximo que bebo em qualquer evento, duas quando estou em um momento só nosso, mas uma garrafa inteira? Não sei o que deu em mim.— O encontro foi bem… produtivo — respondo e olho as horas no meu relógio de pulso. — Mas, não posso dizer o mesmo para Rachel e para Ashley — comento evasiva, enchendo a minha boca em seguida. Cris para a sua taça a caminho da sua boca.— Como assim? — Sua curiosidade parece aumentar.— Eu pedi para despejá-las da minha casa — falo de uma vez e ele imediatamente arqueia as sobrancelhas.— Você fez o qu
Jenny— Isso aqui está uma loucura! — Alguém comenta após uma manhã bem puxada.— Verdade, nunca vi tantas grávidas em um só turno.— Até parece que elas combinaram os partos para esse dia. — Elas riem, porém, meneio a cabeça com diversão. A verdade, é que estou radiante demais para reclamar e o motivo? Acredite, não é o meu estado de espírito atual e nem a minha alta estima, e sim, porque irei realizar o meu primeiro parto normal. Calma, dessa vez eu garanto que não encontrarei uma vagina monstro e nem um alienígena saindo de dentro da paciente.Rio desse meu pensamento.— Preparada, Reinhold? — Doutor Phil pergunta um tanto empolgado. Confesso que em outros tempos eu estaria trêmula, nervosa e tropeçando em tudo na minha frente, mas hoje não.— Com certeza estou pronta! — sibilo ansiosa por esse momento.Entrar na sala de parto e encontrar uma equipe formada me faz sonhar com o dia que terei a minha própria equipe. Sim, eu quero estar no comendo, realizando sonhos, trazendo vidas ao
Jenny— Tive uma reunião com Xavier e descobri que tudo aquilo era só meu. E como elas nunca tiveram consideração comigo, por que eu teria que ter com elas?— Você está certa. — Ela me abre um sorriso amplo demais. — Nossa, estou tirando o meu chapéu para a doutora Samantha.— Doutora Samanta?— Ela fez com você em um mês, o que eu tento fazer em dois longos anos. Jen, você é outra pessoa! — Sorrio. Entretanto, o meu bip avisa que uma mensagem chegou.— Eu tenho que ir, Amber, o meu horário de almoço acabou e ainda tenho mais três partos para fazer.— Está bem! Eu também tenho algumas coisas para fazer. — Me aproximo para abraçá-la, porém, antes de me afastar, ela me faz olhá-la nos olhos. — Estou orgulhosa de você!— Obrigad
Jenny— Jenny, vai ficar tudo bem! — Lara fala minutos depois, quando estamos dentro de um táxi seguindo uma ambulância, que tem urgência em chegar no hospital. — Você está sentindo alguma coisa? — Ela procura saber como uma boa profissional.— A minha cabeça dói. — Levo uma mão para atrás da minha cabeça e quando a tiro, percebo os meus dedos sujos de sangue.— Deve ter sido quando caiu. Você deve ter batido a cabeça. — Balanço a cabeça em concordância.— A Amber?— Fique calma, eles estão cuidando dela. — Não demora para adentrarmos o hospital e Lara me leva direto para a enfermaria. Faço menção de sair da maca. Eu preciso ter notícias da minha amiga. Preciso saber que ela está bem. Por favor, Deus, não a tire de mim! Rogo menta
CrisMinutos antes do tiro…— Oi, Vick! — falo com entusiasmo assim que atendo a ligação da minha irmã. — Ne conte, como você está e como estão as coisas aí no Brasil?—Estamos morrendo de saudades suas, irmão, mas estamos todos bem. Faz tempo que você não liga e por isso pensei em te ligar… — Ela faz uma pausa estranha e logo fico intrigado. — Eu estive me perguntando se você se acertou com a Jenny? — Sorrio amplamente.— Estamos bem!— Ai que bom!— Isso quer dizer que vocês estão em uma espécie de lua de mel? — Rio do seu comentário.— Quase isso! — A escuto vibrar do outro lado da linha. — Você precisa vê-la, Vick. A Jenny está mais amadurecida e mais segura de si. E eu estou muito orgulhoso dela
Cris— Eu já disse, ela está bem!— Então me explica essa história de tentativa de assassinato e me diz de uma vez o que aconteceu, merda! — grito agitado e nervoso.— Venha para minha sala. — John pede me deixando aturdido. — Você precisa saber o que está acontecendo antes de ir vê-la.Puxo uma respiração exasperada quando John começa a falar os detalhes sobre a tentativa de assassinato em frente ao Pub, e quando ele menciona a Amber ficou sem chão.— Aquela mulher louca tentou matar a Jenny? — rosno me levantando da cadeira.— Teodoro conseguiu contê-la.— A Lara, mas como?— Parece que a garota pratica defesa pessoal ou algo assim, e quando a mulher pensou em fugir ela viu uma oportunidade, e conseguiu detê-la.Levo as mãos para os cabelos, puxando o ar algumas