CrisApós um dia cheio no hospital, tomo um banho por lá mesmo e resolvo não ir para casa. Sigo para o pub próximo do trabalho, me sento em um canto reservado, peço uma garrafa de uísque e encho o primeiro copo da noite. Não pretendo esvaziá-la, só quero ficar quieto no meu canto e deixar o tempo correr. Daqui há dois meses terei que voltar para o Brasil pela primeira vez desde a noite que marcou a minha vida, para participar o baile de Alice e serei forçado a enfrentar os meus fantasmas do meu passado.Agora entendo o meu pai.Daniel Ávila passou anos sofrendo com a dor de um passado que quase o destruiu. Ele se autodepreciava, se matava aos poucos com o álcool e se entregava ao trabalho como um louco. Era doloroso vê-lo daquele. Sei que essa situação é bem diferente da outra, mas dor de um coração partido é uma dor insuportável, seja separado pela morte ou pela própria vida. Encho o segundo copo quando a vejo passar pela porta do Pub pouco movimentado. Jenny parece triste, talvez um
Cris— Então vem, eu vou te levar para casa. A carinha que ela faz é... porra, assim fica difícil suportar e seguir as regras!Jennifer faz uma carinha de menina abandonada toda inocente, com a boquinha aberta em espanto e os olhos negros brilham de apreciação. Então ela sorrir novamente e com dificuldade, sai do carro. Tenho o cuidado de levantar o vidro e de travar a porta, pego as suas chaves, e guardo no meu bolso. Sigo para o ponto de táxi porque eu também bebi e não é seguro dirigir agora. Jennifer enlaça o seu braço no meu e encosta a sua cabeça no meu ombro.Está tão perto que me sinto envolvido por seu perfume floral.— Onde está o seu carro, doutor gostosão? — Ela questiona, olhando de um lado para o outro. Contudo, faço sinal para um táxi parado em frente do pub e ajudo Jennifer a se acomodar no banco de trás, me sentando do seu lado em seguida. Ela volta a encostar a cabeça no meu ombro e puxa uma respiração forte.— Para onde, Senhor? — O motorista pergunta, porém, me do
CrisEstou com um puta tesão aqui e a garota simplesmente dormiu?!Sem alternativas vou para o banheiro, ligo o chuveiro e entro debaixo da água fria. Preciso terminar o meu servicinho sujo sozinho e enquanto faço isso me surpreendo ao pensar nela na hora de gozar. Sim, pensei nos seus olhos inocentes, na sua boca gostosa, na porra da dança que assisti descaradamente no Pub, no seu gosto, no seu gemido, no seu toque. Pensei que esse desastre ambulante que está dormindo bem ali no meu quarto e na minha cama.— Aaah, Jennifer! — grunho me derramando inteiro e chamando o seu nome, e quando tudo se acaba, encosto a cabeça nos azulejos molhados e fecho os meus olhos, permitindo que a água complete o seu serviço.Estou mesmo fodido. Penso quando me vem a cabeça que eu nunca gozei pensando em outra mulher que não fosse a Bianca. Mesmo estando com outras mulheres na minha c
Cris— Fica mesmo e fala pelos cotovelos, e chora e rir ao mesmo tempo. Eu quase fico maluco com você — confesso, mas com diversão. Ela me abre um sorriso tímido.— Então... é só esquecer — pede tímida.— Não, não é. Vem comigo, Jennifer — peço e lhe estendo a minha mão.— Por que está me chamando assim? — questiona, fazendo uma coisinha com o nariz que eu amei ver.Ela é toda assim, engraçada, divertida, linda e sexy. Como pode se botar para baixo dessa maneira?— Esse é o seu nome, não é? — indago divertido e seu sorriso aumenta mais um pouquinho.— É, mas o senhor sempre me chama...— Não estamos no trabalho agora, Jennifer e eu já fiz algumas confidências para você que nunca fiz para ninguém
Janny— Não vai me dizer nada? — Ele me pergunta depois de um tempo.A verdade é que eu tenho muita coisa para dizer e sei que se eu abrir a boca não vou conseguir parar mais. O problema é que eu não estou pronta para encarar o doutor Ávila ainda. Pelo amor de Deus, eu confidenciei que tive sonhos com ele e não foi qualquer tipo de sonho, foram sonhos eróticos, e ele... nós... nós fizemos confidências bêbados, Sem falar que ainda sinto o sabor daquele beijo na minha boca, e...—Jennifer, pelo amor de Deus, o que há de errado em sonhar comigo? Foi tão ruim assim?! — Ele reclama e a minha cabeça dá um giro como se fosse o exorcista. Estou impactada aqui.Como ele consegue fazer isso? — É simples, Reinhold, você pensa alto demais. — Ele responde e eu caio na real.Fazia mu
Cris— O doutor Breno pediu para avisar que tem uma cirurgia geral e que vai precisar da sua ajuda. Você sabe, caso algo der errado — informa me lançando olhares que me intrigam.— Agora?— Sim. Ele disse "não volte sem ele." — Ela imita a voz do homem.— Diga que irei assim que terminar o parto...— Ah, vamos lá, doutor gostosão. assim você me põe na berlinda. — Ela ralha com voz arrastada e levemente divertida.— Amber, eu não posso. Agora não. — Então ela fica séria e fala como uma verdadeira profissional.— Doutor Christopher gostosão Ávila, temos uma mãe grávida de sete meses e o bebê dela tem uma ruptura no coração, que não dá para esperar por uma cirurgia depois do nascimento, porque ele pode morrer durante o parto. O d
JennyEle volta a me beijar e me pega nos seus braços, levando-me para escadas acima até o seu quarto, depois me põe cuidadosamente na sua cama e me olha por alguns instantes. Seu olhar queima passeando pelo meu corpo nu e deitado no seu colchão macio. Automaticamente os meus braços cobrem a minha nudez e ele vem para cima de mim, tirando as minhas mãos de sobre o meu corpo, encarando-me sério em seguida.— Não se esconda de mim, Jennifer! Você é...— Não, por favor! Não diga essas palavras! — peço.— Eu não vou te dizer, vou te mostrar.Dito isto, Ávila se inclina sobre mim e me beija como se não houvesse amanhã. A sua língua aveludada pede passagem e eu permito que ela entre e explore a minha boca, enquanto a sua mão desliza pela lateral da minha coxa, seguindo pela lateral do meu corpo e alca
JennyEle respira fundo e bebe um gole do seu vinho.— Porque Bianca e Thiago vão estar lá.O olho em silêncio por uma fração de segundos.— Não acha que está na hora de enfrentar o seu passado?Meu Deus, como eu sou hipócrita! Porque eu mesma não consigo enfrentar o meu próprio passado, mas o estou incentivando a enfrentar o seu.— Talvez, mas não sei se consigo fazer isso sozinho — confessa e no mesmo instante percebo um brilho diferente em seu olhar. — Se eu te convidasse, você aceitaria ir comigo? — Essa pergunta me pega desprevenida e claro, eu devo estar com uma cara de espanto estampada no meu rosto, porque ele me abre um sorriso engraçado — Não precisa me responder agora se não quiser, Jenny.— Vai ficar me chamando assim agora? — Ele arqueia as sobrancelhas em um