ThiagoEnquanto dirijo cegamente pelo trânsito caótico do Rio de Janeiro, só consigo pensar em pegar aquela vagabunda e bater nela até que ela não tenha mais forças para reagir. Estou puto de raiva. Como ela pôde fazer isso comigo? Como pode retribuir todo o amor que lhe dei com uma traição? As imagens de seis anos atrás invadem a minha mente. Eu e ela sentados de frente para a enorme piscina na casa dos Ávila, em uma festa de despedida. Porra, o lugar estava movimentado, todos os nossos amigos estavam lá e eu me lembro que estava perdidamente apaixonado pela garota mais bonita do colégio. Era o nosso último ano e eu comprei um anel para fazer o pedido de casamento. Eu sabia que a galera ia vibrar e o meu coração estava a ponto de sair pela boca.— Bianca? — Alguém a chamou e eu vi ali a minha chance. Aproveitei o instante que estava de costas para mim e me ajoelhei, abrindo a caixinha e revelando o solitário. Os burburinhos eufóricos a fizeram se virar de frente para mim. Eu abri um
ThiagoUma visão de arrombar os corações. Penso quando Cris Ávila surge usando um tubinho preto e uma bota de canos longos, em perfeita harmonia com os seus cabelos escuros e compridos, enquanto ela caminha na direção do meu carro. Assim que a garota se acomoda no banco do carona o seu perfume simplesmente me abraça e faz a minha cabeça rodopiar, mas são as suas coxas de fora que prendem o meu olhar.— Que bom que você me atendeu! — A sua voz melodiosa me faz fitar o seu rosto, encontrando um sorriso perfeito adornado por um batom vermelho escuro.— Obrigado por me ligar! — Seu sorriso se amplia.— Para onde vamos?— Para onde você quiser.— Ótimo! Está fazendo um pouco de calor, que tal uma água de coco.— Por mim tudo bem! — Ligo o motor e logo estou entrando no trânsito.— Então, me conta como você está?Respiro fundo.— Dentro de mim tem uma bagunça, sabe? Eu… não sei como agir e sinto falta do meu filho. Eu não mereço isso, Cris…— Eu sei que não. — O fato de ela segurar na minha
ThiagoMerda!Merda!Merda!Xingo mil vezes, andando de um lado para o outro da minha sala, enquanto os meus olhos correr vez ou outra para a escadaria que leva para o segundo andar. Após fazer sexo com a irmã do meu inimigo, ficamos parados e em silencio por alguns minutos até ela pedir para descer do balcão. Victória não me olhava nos olhos enquanto recolhia as suas roupas e eu comecei a me vestir.Sabia que isso era uma puta loucura. Por que eu nunca dou ouvidos a voz da razão?Agora estou aqui esperando-a descer as escadas, após ela sibilar baixinho que precisava de um banho.Seu imbecil! Rosno mentalmente, me condenando por me deixar levar por meus malditos extintos.… O que você quer, Thiago?… Precisamos conversar!… Não temos nada para conversar! Você assinou os papéis?… Bianca, eu quero ver o meu filho!… Estou morando com o Cris agora. Ele é o pai do Eduardo, então fique longe de nós dois!— A culpa é sua! — sibilo baixo e com amargor. — A culpa é sua! — esmurro um abajur q
ThiagoUm mês depois...— Thiago? — Escuto a voz da minha namorada do outro lado da linha telefônica e paro tudo que estou fazendo.— Vick, como foi a viagem?— Bem! Eu cheguei bem.— Que bom! — digo, porém, a sinto um pouco hesitante. — Está tudo bem? — Procuro saber.— Está… é que…— O que foi?— Thi, promete que não vai surtar.— Fala de uma vez, Victória! — ralho.— A Bianca… ela está aqui nos Estados Unidos. — Pressiono o telefone entre os meus dedos, bufando no processo.… Estou morando com o Cris agora.… Ele é o pai do Eduardo, então fique longe de nós dois!Então era verdade. Filho da puta, traidor! Rosno em fúria.— Eu sei.— Como assim, você sabe?— Ela me disse que estava morando com ela.— Mas ela não está!— Não minta para mim, Victória! — rujo.— Eu não estou mentido, Thiago. O Cris está morando com a namorada dele.— Que história é essa?— Eu não sei o que a Bianca te disse, mas ela já provou por várias vezes que é digna de confiança.Solto uma respiração alta.— Com q
Vick— Sonhando acordada, filha? — Ouço mamãe dizer e me dou conta de que ela está dentro do no meu quarto.— Não, por quê?— Eu bati na porta, mas você não ouviu e tem se sorrisinho bobo no seu rosto.— Ah! — Fico sem graça— Acha que eu não percebi que está sorriso feito uma boba há dias?— Não há sorriso nenhum aqui, mamãe! — ralho incomodada e penso em sair da cama, porém, a Senhora Isabelly é persistente e ela se senta do meu lado, procurando os meus olhos. Detalhe, ela está com aquele sorriso.— Ok, entendi, mas quando quiser conversar a sua mãe estará bem aqui. — Sorrio de boca fechada.— Está bem!— O seu pai tem reclamado a sua ausência na Drink Drive.Oh céus, mais isso! A verdade, é que tenho ocupado o meu tempo com um certo carinha quebrado e acabei me esquecendo das minhas responsabilidades.— Eu precisei resolver umas coisas...— Umas coisas, que tipo de coisas?Salvar um cara lega, porém, declarado rival do meu irmão de destruir-se por causa da sua ex?Bufo audivelmente
— O plano é o seguinte, você vai para um hotel e eu vou para o apartamento do meu irmão. — E o que eu faço lá no hotel? — Relaxe, meu amor e deixe o resto comigo. — Sabe que eu não vou conseguir relaxar, não é? — Pelo menos tente. Eu te amo! — Também te amo! Ter que assisti-la ir para longe de não está sendo muito fácil, mas a Vick tem um plano, conseguir mais informações sobre a Bianca e o Eduardo e assim tentar me aproximar do meu filho. A verdade, é que estou com uma puta saudade dele e que faria qualquer loucura só para chegar perto do Edu. Algumas horas depois, estou instalado em um quarto de hotel, de banho tomado e com um carrinho farto de comida bem na minha frente. Contudo, não tenho fome, a ansiedade está me consumindo por dentro. A noite estou ansioso e me sinto como um animal enjaulado, e sem qualquer notícia. Encaro o meu celular largado em cima da mesinha de centro. — Por que você não me liga? — resmungo, me levantando do sofá para ir até a varanda. — Vamos, Vick,
Vick Algumas semanas depois... Eu nunca o vi tão feliz assim. Thi está rindo e se divertindo feito uma criança enquanto curte o seu filho em cima de uma cama de hospital. Algumas vezes me pego sorrindo com as atitudes engraçadas de pai e filho. — Bom dia para o paciente mais bonito desse hospital! — Uma enfermeira diz se aproximando da cama e acabando com a diversão dos dois. — Está na hora de se livrar desse soro. — Eba! — Rio da alegria da criança. — Quando eu sair daqui quero ver a Bianca. — Thiago diz parando do meu lado. — Por quê? — Porque eu quero olhar na cara dela e perguntar o porquê. — Não creio que ela encontre uma explicação plausível para as suas atitudes malucas — ralho. — Mas vou perguntar mesmo assim. — Thi, eu… — Paro de falar quando ele sorrir para mim. — Adoro quando me chama assim, sabia? — Não tenho a oportunidade de responder-lhe, pois logo ele me beija calidamente. — Prontinho! — A enfermeira sibila o fazendo se afastar de mim, porém, apenas arfo, se
Jenny — Espero que tenha boas notícias, detetive! — falo assim que me acomodo em uma cadeira de um restaurante. — Sinto muito, senhorita Reinhold, mas não consegui levantar as provas necessárias. Infelizmente o médico que participou do assassinato da Senhora Parker naquela época simplesmente desapareceu. — Como assim, ele desapareceu? — Amber contesta. — Eu não encontro os seus rastros em lugar nenhum. Temo que também tenha levado o mesmo destino que os outros. — Kaio diz. — Acha que ele está morto? — inquiro extasiada. — Eu não posso afirmar, mas o máximo que consegui rastrear do homem, foi a sua conta bancária. Na noite do assassinato, ele recebeu uma quantia considerável e depois simplesmente sumiu. — Ou fugiu. — E como havia falado em outra ocasião, o mecânico que cuidou do carro dos seus pais, morreu há alguns anos. Bufo irritada. Rachel não pode se safar dessa por falta de provas. — Senhorita Reinhold, eu preciso de carta branca para fazer a exumação do corpo do seu pai