Acordo no meio da madrugada após ter um estranho sonho com Lana. Desta vez não fui obrigado a reviver a triste noite de sua morte, mas a culpa e o desespero são os mesmos.
Enxugo o suor da testa respirando profundamente. Imagens do pesadelo de poucos minutos retornam à minha mente. Lana me culpava por presentear Alexia com um filho sendo que esse sempre foi o seu maior sonho, ser mãe, as imagens borradas chegam a me causar calafrios. Os olhos acusatórios de Lana fazem um nó se formar em minha garganta. Passo a mão pelo pescoço tentando dispersar aquele pensamento ruim da minha mente.
— Está tudo bem? — Alexia pergunta perdida e sonolenta.
— Sim, querida. — Beijo sua testa. — Volte a dormir. — Puxo a coberta sobre seu corpo e sem muita demora ou relutânci
AlexiaA semana passou rápido e Durval tem estado cada vez mais ocupado e distante. Não distante em um sentido ruim, mas sinto falta de tê-lo ao meu lado para exatamente tudo.Ultimamente a casa anda tumultuada. Nunca vi os homens de Durval tão atentos e alvoroçados, mas a cada dia que se aproxima da ideia maluca de Durval entregar todas as provas que ele tem para a polícia, as coisas se complicam ainda mais.Não sei se gosto dessa ideia, muito menos se isso é a coisa certa a se fazer, mas apenas concordo, pois sei que para ele isso é necessário e importante.Durval precisa concluir a sua vingança para se libertar de vez do peso da culpa que carrega em seu peito. E mesmo sabendo que Lana sempre permanecerá em seu coração e que o desespero de a perder de uma forma tão brutal ainda pesará em suas ações no futuro. Eu r
DurvalPela janela do meu Lexus LC 500 observo os policiais entrarem e saírem da delegacia. Inquietamente remexo a pasta grossa em minhas mãos contendo todos os incontáveis anos de minhas pesquisas contra Diones.Por um momento sinto meu coração se acelerar e minhas mãos falharem ao me lembrar de Alexia deitada sobre a cama do apartamento. Eu não consegui me despedir e sei que isso a magoará.Seus lindos cabelos loiros jogados elegantemente sobre o travesseiro fazem os pelos do meu corpo se arrepiarem. Seu corpo delicado sobre a cama e o pensamento de saber que ela carrega um filho meu me tiram a paz.Meus olhos se encheram de lágrimas ao ver aquele pequeno pontinho rabiscado por uma caneta vermelha apontando meu primogênito.Eu não queria que as coisas fosse assim, mas a partir de agora Alexia não terá mais contato comigo. Os motivos sã
Alexia.Os enjoos estão me matando e a decepção nem preciso comentar. Faz três semanas que não vejo Durval e muito menos converso com ele.Se me sinto magoada por ele ter tomado as próprias decisões e nem mesmo ter se despedido? É claro que sim, mas o entendo e não o julgo. Bom, talvez julgue por sentir sua falta, mas são somente nos momentos de extrema raiva e por fim sei que ele está apenas me protegendo.Confesso que não é fácil lidar com tudo isso, não é fácil sorrir e se manter forte perante as pessoas que estão ao meu lado. Muito menos viver em um apartamento no centro de Londres onde tudo me lembra ele, mas nada tem seu cheiro ou suas características.Sei que isso soa estranho e mesquinho da minha parte, mas essa é a realidade. Tudo neste apartamento é tão parecido com nossa casa,
— Estou ansiosa para saber o sexo. — Ela confessa.— Eu também estou. — Sorrio a observando, mas logo me sinto um pouco chateada, porém procuro não demonstrar.— E você? Como se sente? Meu marido está radiante, mas cheio de inseguranças. — Ela se volta para Matheo e o mesmo a observa constrangido.— Ah, não... — Sorrio. — Ele está apenas me acompanhando.— Ah, me desculpe! — Ela sorri constrangida ao perceber o erro que cometeu.— Tudo bem. — Tento confortá-la.— Se te conforta, também me sinto ansioso. — Matheo sussurra somente para mim com um suave sorriso no rosto.Volto minha atenção para ele e meus olhos se enchem de lágrimas.— Eu sei que não deveria, mas você é como uma irmã, então ele é meu sobrin
Bônus Samuel Rizzon— Silêncio. — O Juiz bate o martelo e o som cala a todos que estava na sala.— Meritíssimo o meu cliente já passou transtornos demais em todos esses anos, peço que o senhor Tales pense melhor em suas acusações errôneas, sendo que as provas são claras contra o senhor Fatine. — Peço educadamente ao Juiz.— Isso é um absurdo, meritíssimo! Todos nós sabemos que Nikolay encobriu a verdade sobre a morte da esposa. — Tales ataca novamente sem ser chamado.— Silêncio, Tales. — O juiz Carter ordena. — Se interromper mais uma vez o senhor Samuel pedirei para que saia e esfrie um pouco a cabeça.Tales se cala imediatamente, pois sabia que Carter não tolerava desordem e desrespeito em suas audiências. Apesar de ser jovem e ter ingressado como Juiz a pouco men
Durval— Vista. — Um dos guardas joga um macacão azul em minhas mãos me empurrando com a arma em direção aos banheiros.Em silêncio faço o que é ordenado, mesmo contra a minha vontade. Não me agrada estar aqui, mas preciso.Entrego meus pertences aos guardas e sou barrado por uma mão em meu peito. Observo o braço do homem que impede meu caminho até chegar em seus olhos.— Você é apenas um ex-policial falido que destruiu a vida de um delegado honrado, não ache que terá regalias aqui dentro. — Ele fecha as mãos no meu macacão me ameaçando.Continuo o observando em silêncio e contenho minha vontade de rir. Não vou criar inimizades, não tão cedo.— Às suas ordens, senhores. — Sigo o caminho que um segundo homem me indica.— V
Durval.Encosto a cabeça na parede e respiro profundamente observando o escuro. Já perdi as contas dos dias que estou aqui, mas o silêncio me conforta, porém, minha mente me destrói.Insegurança, dúvida e medo foi algo que nunca tive em minha vida depois da morte de Lana, mas com a chegada de Alexia, vivo em uma constante roda gigante que me leva a todos esses sentimentos que ignoro por anos.Não sei o que será de nós depois que eu sair daqui e isso me assusta. Faz mais de meses que não tenho notícias dela e não sei como as coisas estão lá fora, mas meu papel aqui dentro está sendo cumprido e certos sacrifícios são necessários.O único problema é que não aceito o fato desse sacrifício ser a distância de Alexia. Se eu mereço isso, porra, eu mereço. A deixei sozin
Alexia.— Vamos lá, Alexia! Você é mais forte do que isso. — Matheo pula de um lado para o outro sobre o tapete da sala com uma disposição que não sei de onde vem.— Matheo, vamos com calma, minha barriga está pesada. — Apoio a mão na lombar e na barriga.— Hoje não podemos treinar tiro, está chovendo. — Matheo aponta para a janela.— Vocês dois. — Valentina aparece na porta gritando. — A janta está quase pronta, vão tomar banho.— Não terminamos Valentina, essa preguiçosa barriguda está me enrolando. — Matheo me acusa descaradamente.— Preguiçosa barriguda? — Apoio a mão na boca chocada.— Duas crianças. — Ela balança o pano de prato. — Andem, estou mandando. O senhor me deixou respons&a