— Sua mulher? — Lenny gargalha. — Sua mulher.... Isso é cômico Nikolay. — Anda em minha direção rindo. — O que você vai fazer? Cadê sua ironia? — Se aproxima sabendo que eu não o atacaria enquanto Alexia corre risco.
— Ela está nos prédios a sua volta. — Indico as janelas e seus olhos se arregalam ao ver o ponto vermelho marcado na testa no homem que segura Alexia e Agatha. — Adivinhe só Lenny. — O observo com os olhos cerrados. — Você me conhece bem e sabe que eu não preciso de platéia, joguinhos, ceninhas ou armas para acabar com você. — Dou de ombros me aproximando dele. — Se queria uma luta direta era só me avisar que eu viria com honra, nunca corri de uma boa briga e jamais negaria isso a você.
— Eu não vou perder para você. — Grita se desestabilizando.
<DurvalAlguns dias depois.Alexia se surpreendeu com minha atitude sobre Theodoro e apesar de ser conhecido e tachado como monstro sem coração, sei muito bem reconhecer aqueles que merecem clemência e os que merecem a morte.Theodoro com certeza é o tipo que merece clemência, afinal serviu ao meu lado por longos anos e nunca em nenhum momento pensou em me trair. A vida apenas foi injusta com ele o colocando contra a parede de uma forma que nem mesmo eu saberia como reagir.A adrenalina no corpo de Alexia demorou a baixar. A primeira vez que matamos não é tão simples como parece mesmo que seja uma pessoa que odiamos. As imagens tendem a retornar em nossas mentes e a cor vermelha do sangue quente jorrando sobre as feridas causam visões indesejadas, mas quando se pratica o ato constantemente, você acaba se tornando frio o suficiente para ignorar todos esses f
DurvalObservar o homem amarrado sobre a mesa em minha frente faz meu coração bombardear meu peito e imagens de Lana sendo estuprada invadem minha mente de forma brutal.Meu sangue ferve e o ódio domina cada parte de mim, cada pedacinho do meu corpo e dos meus pensamentos.Aprecio meu charuto cubano enquanto balanço impacientemente minha perna esperando que o homem em minha frente acorde. Não costumo fumar, na verdade, odeio esse hábito, mas em ocasiões tão especiais como essa confesso que mereço me dar o luxo de aproveitar essa maravilha.— Senhor. — Matheo chama a minha atenção. — Valentina acabou de se instalar no dormitório B-26.— Deram a ela o quarto de Theodoro? — Acabo franzindo as sobrancelhas.— Ela achou melhor ficar no térreo senhor e o único quarto disponível era esse. &mda
Seus olhos cheios de ódios se voltam para mim enquanto ele puxa o ar pela boca com força.— Mas já está cansado? — Sorrio sentindo meu peito vibrar. — Estamos apenas começando, meu querido amigo.— Eles virão atrás de mim. Eu sei disso. — Tosse algumas vezes.— Não! — Sorrio batendo uma pequena faca na palma da minha mão. — Você é um fugitivo, eles não vão te procurar aqui. — Afirmo. — Na realidade eles nem sabem que isso existe. — Testículo o local. — Esse lugar é fora de rota, uma mansão abandonada fora dos mapas, fica no meio do nada, bem longe de tudo e todos. Poucos sabem desta localidade. Então, eles não irão chegar até aqui. — Gesticulo com indiferença. — Eu nem sou suspeito. — Balanço os ombros fazendo uma careta en
DurvalA risada rompe a minha garganta enquanto saltito animado ao redor de Diones.Meu peito vibra, meu coração acelera e os hormônios da felicidade fazem a festa dentro do meu organismo.— Eu juro. — Faço uma pausa dramática. — Juro que não queria sentir tamanha felicidade em te ver sangrar, mas é mais forte do que eu. — Encosto os fios desencapados em sua pele vendo seu corpo chacoalhar com o choque capaz de machucá-lo, mas não o matar.— Eu esperei tantos anos por esse momento. — Grito observando seu corpo largado nas correntes.As novas feridas de chicotadas pintam seu corpo velho em tons de vermelho vivo.— Esta é uma verdade obra de arte. — Afirmo analisando o corte mais profundo e os mais superficiais desabrochando em vergões e feridas grosseiras.— Tenho que concordar. — R&oc
Aqueles olhos puros e preocupados se fixam nos meus com tamanha profundidade que me lembro dos primeiros dias dela nesta casa. Como sempre, seus olhos tempestuosos parecem desvendar minha alma.— Eu confio em você. — Um doce sorriso surge em seus lábios e o som da campainha faz Olívia ter um sobressalto e começar a chorar.— Acalme Olívia que eu recepciono Jennah. — Sigo para sala de recepção após um aceno de concordância de Alexia que balança nossa pequena em seus braços tentando acalmá-la.Abro a porta e vejo Jennah fardada reclamando dos meus homens.— Eu sei o caminho até a porta. — Seus olhos escuros se voltam para mim irritados. — Seus homens não são muito receptivos.— Fardada, com a viatura da polícia na porta da minha casa sabendo quem eu sou. Acho que eles te recepcionaram muito bem.
DurvalPasso pelo saguão e encontro Matheo fazendo a guarda do local como havia ordenado.— Senhor. — Cumprimenta formalmente ao me ver se aproximando.— As coisas serão mais rápidas Matheo, não quero manter Diones aqui por muito tempo, então vamos usar o andar inferior hoje. — Digito a senha no painel eletrônico e a porta se abre me dando passagem para as escadas.— Quer que preparemos os carros e as motos para a caçada na floresta? — Matheo pergunta ansioso.— Não será necessário. Não quero dar a Diones o prazer de uma morte rápida, se usarmos a caçada um tiro pode ser fatal e isso seria pouco para ele, eu quero vê-lo sofrer. — Afirmo voltando minha atenção para as escadas.— Às suas ordens, senhor. — Matheo mantém a postura ereta e eu sigo o
Me apoio na mesa vendo Diones largado sobre as correntes quase morto. Seguro a faca que estava sobre a mesa parando em sua frente enquanto encaro os olhos azuis suplicantes de Lana em minha mente.Por vários minutos encaro o corpo de Diones segurando a faca em mãos revivendo o passado, me lembrando de cada detalhe daquela fatídica e desgastante noite e tomado pelo ódio lascivo cravo a faca em seu peito sabendo que atingiria seu coração.Eu já estava cansado de tudo aquilo, cansado do meu passado e das dores que carrego dele, naquele momento só queria terminar o que comecei há mais de dezoito anos atrás e finalmente seguir em frente.Mesmo sem conseguir me encarar, engasgado com o próprio sangue que escorria por sua boca, Diones destrói meu psicológico com uma única frase antes de começar a convulsionar.— Ela acreditava que você poderia sal
Três anos depois.O vento gelado de dezembro bate contra meu rosto. O chapéu posicionado milimetricamente sobre minha cabeça ameaça sair com a brisa forte, mas permanece em seu devido lugar enquanto caminho entre as pedras.Em silêncio e com os pensamentos longe troco os passos lentamente sobre a neve que recobre o chão. As árvores altas e de copas grandes deixam aquele lugar um pouco mais apresentável, bonito e digamos que sofisticado, mas ainda triste e pesado.O dia nublado não torna as coisas mais fáceis, apenas me deixa mais ansioso e preocupado. A mais de dez anos não venho aqui e sei que estou em falta com ela, mas também sei que lhe devo sérias satisfações.Com um suspiro pesado e a mente borbulhando pensamentos do passado e presente, enfio as mãos no bolso do sobretudo tentando me aquecer, não do frio