Durval
Observar o homem amarrado sobre a mesa em minha frente faz meu coração bombardear meu peito e imagens de Lana sendo estuprada invadem minha mente de forma brutal.
Meu sangue ferve e o ódio domina cada parte de mim, cada pedacinho do meu corpo e dos meus pensamentos.
Aprecio meu charuto cubano enquanto balanço impacientemente minha perna esperando que o homem em minha frente acorde. Não costumo fumar, na verdade, odeio esse hábito, mas em ocasiões tão especiais como essa confesso que mereço me dar o luxo de aproveitar essa maravilha.
— Senhor. — Matheo chama a minha atenção. — Valentina acabou de se instalar no dormitório B-26.
— Deram a ela o quarto de Theodoro? — Acabo franzindo as sobrancelhas.
— Ela achou melhor ficar no térreo senhor e o único quarto disponível era esse. &mda
Seus olhos cheios de ódios se voltam para mim enquanto ele puxa o ar pela boca com força.— Mas já está cansado? — Sorrio sentindo meu peito vibrar. — Estamos apenas começando, meu querido amigo.— Eles virão atrás de mim. Eu sei disso. — Tosse algumas vezes.— Não! — Sorrio batendo uma pequena faca na palma da minha mão. — Você é um fugitivo, eles não vão te procurar aqui. — Afirmo. — Na realidade eles nem sabem que isso existe. — Testículo o local. — Esse lugar é fora de rota, uma mansão abandonada fora dos mapas, fica no meio do nada, bem longe de tudo e todos. Poucos sabem desta localidade. Então, eles não irão chegar até aqui. — Gesticulo com indiferença. — Eu nem sou suspeito. — Balanço os ombros fazendo uma careta en
DurvalA risada rompe a minha garganta enquanto saltito animado ao redor de Diones.Meu peito vibra, meu coração acelera e os hormônios da felicidade fazem a festa dentro do meu organismo.— Eu juro. — Faço uma pausa dramática. — Juro que não queria sentir tamanha felicidade em te ver sangrar, mas é mais forte do que eu. — Encosto os fios desencapados em sua pele vendo seu corpo chacoalhar com o choque capaz de machucá-lo, mas não o matar.— Eu esperei tantos anos por esse momento. — Grito observando seu corpo largado nas correntes.As novas feridas de chicotadas pintam seu corpo velho em tons de vermelho vivo.— Esta é uma verdade obra de arte. — Afirmo analisando o corte mais profundo e os mais superficiais desabrochando em vergões e feridas grosseiras.— Tenho que concordar. — R&oc
Aqueles olhos puros e preocupados se fixam nos meus com tamanha profundidade que me lembro dos primeiros dias dela nesta casa. Como sempre, seus olhos tempestuosos parecem desvendar minha alma.— Eu confio em você. — Um doce sorriso surge em seus lábios e o som da campainha faz Olívia ter um sobressalto e começar a chorar.— Acalme Olívia que eu recepciono Jennah. — Sigo para sala de recepção após um aceno de concordância de Alexia que balança nossa pequena em seus braços tentando acalmá-la.Abro a porta e vejo Jennah fardada reclamando dos meus homens.— Eu sei o caminho até a porta. — Seus olhos escuros se voltam para mim irritados. — Seus homens não são muito receptivos.— Fardada, com a viatura da polícia na porta da minha casa sabendo quem eu sou. Acho que eles te recepcionaram muito bem.
DurvalPasso pelo saguão e encontro Matheo fazendo a guarda do local como havia ordenado.— Senhor. — Cumprimenta formalmente ao me ver se aproximando.— As coisas serão mais rápidas Matheo, não quero manter Diones aqui por muito tempo, então vamos usar o andar inferior hoje. — Digito a senha no painel eletrônico e a porta se abre me dando passagem para as escadas.— Quer que preparemos os carros e as motos para a caçada na floresta? — Matheo pergunta ansioso.— Não será necessário. Não quero dar a Diones o prazer de uma morte rápida, se usarmos a caçada um tiro pode ser fatal e isso seria pouco para ele, eu quero vê-lo sofrer. — Afirmo voltando minha atenção para as escadas.— Às suas ordens, senhor. — Matheo mantém a postura ereta e eu sigo o
Me apoio na mesa vendo Diones largado sobre as correntes quase morto. Seguro a faca que estava sobre a mesa parando em sua frente enquanto encaro os olhos azuis suplicantes de Lana em minha mente.Por vários minutos encaro o corpo de Diones segurando a faca em mãos revivendo o passado, me lembrando de cada detalhe daquela fatídica e desgastante noite e tomado pelo ódio lascivo cravo a faca em seu peito sabendo que atingiria seu coração.Eu já estava cansado de tudo aquilo, cansado do meu passado e das dores que carrego dele, naquele momento só queria terminar o que comecei há mais de dezoito anos atrás e finalmente seguir em frente.Mesmo sem conseguir me encarar, engasgado com o próprio sangue que escorria por sua boca, Diones destrói meu psicológico com uma única frase antes de começar a convulsionar.— Ela acreditava que você poderia sal
Três anos depois.O vento gelado de dezembro bate contra meu rosto. O chapéu posicionado milimetricamente sobre minha cabeça ameaça sair com a brisa forte, mas permanece em seu devido lugar enquanto caminho entre as pedras.Em silêncio e com os pensamentos longe troco os passos lentamente sobre a neve que recobre o chão. As árvores altas e de copas grandes deixam aquele lugar um pouco mais apresentável, bonito e digamos que sofisticado, mas ainda triste e pesado.O dia nublado não torna as coisas mais fáceis, apenas me deixa mais ansioso e preocupado. A mais de dez anos não venho aqui e sei que estou em falta com ela, mas também sei que lhe devo sérias satisfações.Com um suspiro pesado e a mente borbulhando pensamentos do passado e presente, enfio as mãos no bolso do sobretudo tentando me aquecer, não do frio
FraseEle não busca reconhecimento, sucesso ou fama.Ele busca vingança.PrólogoAqueles lindos olhos claros que mais parecem um oceano de águas limpas e turbulentas me encaram assustados e com uma súplica silenciosa por socorro. Inutilmente tento soltar as correntes que prendem meus pulsos na barra de ferro atrás das minhas costas.O pequeno corpo escultural que se encaixa perfeitamente ao meu é brutalmente estuprado diante dos meus olhos, sem que eu nada possa fazer. Por mais que eu grite, implore e ofereça minha vida em troca da dela, recebo chutes e pancadas. Sou obrigado a assistir toda maldade dos homens que um dia confiei, acreditei e jurei lealdade.Os meus próprios companheiros e amigos mancham a pureza e in
18 anos atrás, Inglaterra — LondresDurval— Durval, acorde! Você irá se atrasar. — Sinto mãos pequenas chacoalharem meu corpo com preocupação.Resmungo chateado por ter que me levantar e ir trabalhar, gostaria de tirar umas férias para poder viajar com minha linda esposa, sou jovem, no auge dos meus 23 anos e merecia umas férias por ter subido de cargo há poucos meses.— Ande logo, Durval! — Reclama irritada.— Hum... — resmungo chateado. — Você ainda insiste em me chamar por esse apelido idiota, já faz anos — reclamo esfregando as mãos nos olhos.— Vá logo tomar um banho, Nikolay González. — Recebo um leve tapa no peito e acabo sorrindo com a reação da minha esposa.— Ei, volte aqui, eu quero meu beijo — retruco.