Alexia.
— Vamos lá, Alexia! Você é mais forte do que isso. — Matheo pula de um lado para o outro sobre o tapete da sala com uma disposição que não sei de onde vem.
— Matheo, vamos com calma, minha barriga está pesada. — Apoio a mão na lombar e na barriga.
— Hoje não podemos treinar tiro, está chovendo. — Matheo aponta para a janela.
— Vocês dois. — Valentina aparece na porta gritando. — A janta está quase pronta, vão tomar banho.
— Não terminamos Valentina, essa preguiçosa barriguda está me enrolando. — Matheo me acusa descaradamente.
— Preguiçosa barriguda? — Apoio a mão na boca chocada.
— Duas crianças. — Ela balança o pano de prato. — Andem, estou mandando. O senhor me deixou respons&a
Alexia.Se as coisas estão fáceis? Não, elas não estão.Durval faz mais falta do que quero demonstrar e todos os dias faço questão de reler sua carta para que meu coração se acalme um pouco. Minha gravidez está chegando ao fim e nosso bebê está prestes a nascer sem um pai presente.Matheo me deixa no escuro sobre tudo o que acontece, não importa quantas vezes eu pergunte ou que eu faça. Ele simplesmente muda de assunto e pede para que eu tenha paciência, mas minha paciência já está se esgotando e eu estou realmente cansada de tudo isso.Passo a mão em minha barriga que cresceu bastante nas últimas semanas e respiro profundamente tentando manter a calma. O médico disse que não é bom para mim e nem para Olívia essa ansiedade acumulada, mas não tenho muito o que fazer &eac
Durval— Não acredito que posso usar meus ternos e chapéu novamente. — Bato a mão no sobretudo empoeirado, me sentindo satisfeito por ter tirado aquele macacão chamativo e exagerado.Arrumo meu chapéu sobre a cabeça e respiro profundamente me sentindo em paz.— Como é bom estar de volta. — Abotoo meu sobretudo.— Tenho uma novidade para você. — Samuel sorri me observando.— Novidade, espero que seja boa. — Caminho em direção a saída e vejo Theodoro no volante da BMW.— Theodoro? Não era ele quem eu esperava. — Bato a mão na aba do chapéu suspirando.— Eu só vim assinar os papéis. — Samuel sorri. — Mas fiquei sabendo que você já é pai e confesso que esse é o melhor presente que podemos ter. — Seus olh
Alguns dias depois...Durval Quando você provoca seu inimigo não precisa de muito para tê-lo em suas próprias mãos. Ele mesmo chega até você.Sorrio ao observar a tatuagem da silhueta de um leão no braço esquerdo de Teddy.— Ora. — O observo sorrindo. — Não era você quem estava me seguindo? — O observo com a sobrancelha arqueada e ele se mantém calado.Caminho ao redor da cadeira e o barulho dos meus sapatos ecoam pelo salão vazio.Observo Teddy com cuidado e procuro analisar cada detalhe de seu corpo imaginando como posso torturá-lo. O alicate sobre a bancada me chama atenção e pondero se deveria começar com seus dentes ou unhas.— Devo começar com seus dentes? — Pergunto com calma segurando o alicate em mãos. — Ou un
Horas antes do sequestroAlexia.Acaricio o rosto de Olívia que está concentrada em se alimentar. Seus pequenos lábios sugam meus seios avidamente e aquela sensação apesar de dolorosa é única.Eu jamais imaginei que sentiria amor tão grande, amor incondicional, afinal o fato de um dia ser mãe sempre me assustou.— Ali, minha querida. — Aquela voz rouca próximo ao meu ouvido faz os pelos do meu corpo se eriçarem.— Oi, meu amor. — Deixo um beijo em seus lábios e ele logo beija a cabeça de Olívia.— Tenho alguns assuntos para resolver. — Ele suspira passando as mãos sobre os cabelos molhados e bagunçados pós-banho.— Você não quer ficar mais um pouco. — Sorrio observando seu peito nu e inconscientemente mordo os lábios
DurvalCom um único movimento calo os murmúrios à minha volta. Lenny é inexperiente, arrogante e ingênuo em achar que pode me vencer com tão pouco é imprudência.Os pelos do meu corpo se arrepiam com a adrenalina que percorre minhas veias, espera por mais de dezessete anos é algo que poucos conseguem e Lenny é moleque demais para enxergar que a paciência faz parte do processo de vingança, mas tenho que confessar que deixá-lo viver foi um erro que não será cometido novamente.— O que faremos senhor? — Matheo pergunta ao meu lado.— Esperamos. — Ordeno.— Senhor, não deveríamos atacar. — Tim questiona pensativo.— Paciência é uma virtude que poucos tem. — Falo com calma.Matheo me observa intrigado, pois sabe que a cada momento que
DurvalAs ruas desertas da boate deram lugar a moradia para desabrigados que saem correndo à procura de um lugar mais seguro quando nos veem.A cada passo que dou em direção a entrada me pergunto aonde Lenny quer chegar, sem segurança, sem homens defendendo seu perímetro, sem nada para protegê-lo.Com alguns sinais dou ordens para meus homens dar a volta no local e invadir a parte de trás da boate enquanto eu e alguns de meus homens ficamos com a entrada.O isolamento acústico não permite que eu ouça nada do que se passa lá dentro, mas a porta da frente entreaberta já me deixa claro que Lenny me espera e não era para menos.— Eu vou entrar primeiro. Vocês continuam escondidos e esperem o meu sinal. — Ordeno.Com um acenar de cabeça eles assentem.— Lenny espera por mim, então vamos dar a isca
— Sua mulher? — Lenny gargalha. — Sua mulher.... Isso é cômico Nikolay. — Anda em minha direção rindo. — O que você vai fazer? Cadê sua ironia? — Se aproxima sabendo que eu não o atacaria enquanto Alexia corre risco.— Ela está nos prédios a sua volta. — Indico as janelas e seus olhos se arregalam ao ver o ponto vermelho marcado na testa no homem que segura Alexia e Agatha. — Adivinhe só Lenny. — O observo com os olhos cerrados. — Você me conhece bem e sabe que eu não preciso de platéia, joguinhos, ceninhas ou armas para acabar com você. — Dou de ombros me aproximando dele. — Se queria uma luta direta era só me avisar que eu viria com honra, nunca corri de uma boa briga e jamais negaria isso a você.— Eu não vou perder para você. — Grita se desestabilizando.<
DurvalAlguns dias depois.Alexia se surpreendeu com minha atitude sobre Theodoro e apesar de ser conhecido e tachado como monstro sem coração, sei muito bem reconhecer aqueles que merecem clemência e os que merecem a morte.Theodoro com certeza é o tipo que merece clemência, afinal serviu ao meu lado por longos anos e nunca em nenhum momento pensou em me trair. A vida apenas foi injusta com ele o colocando contra a parede de uma forma que nem mesmo eu saberia como reagir.A adrenalina no corpo de Alexia demorou a baixar. A primeira vez que matamos não é tão simples como parece mesmo que seja uma pessoa que odiamos. As imagens tendem a retornar em nossas mentes e a cor vermelha do sangue quente jorrando sobre as feridas causam visões indesejadas, mas quando se pratica o ato constantemente, você acaba se tornando frio o suficiente para ignorar todos esses f