Alexia
Durval assopra a xícara de café quente concentrado em seu jornal, sua postura relaxada me faz sorrir enquanto como uma pequena fatia de pão em minhas mãos. Seus olhos observam as notícias com cuidado e simplesmente não consigo desviar minha atenção de seu corpo relaxado.
Não importa quanto tempo passe ou o que aconteça, eu sempre vou amar observá-lo desta maneira. Seu sobretudo emoldura seus ombros e a lapela de seu terno marca a camisa cinza chumbo por baixo do terno escuro.
Eu não sei os motivos que o levam a usar terno algumas vezes na semana, mas é incrivelmente excitante observar esses panos delicados se envolverem em seu corpo.
Pela quinta vez seu celular vibra sobre a mesa e já estava começando a ficar irritada e com pena, Durval vem ignorando Lourenço desde a casa de Samuel e talvez ele realmente tenha algo import
— Você está cheirando café. — Ele ergue uma sobrancelha me encarando duvidoso.— A culpa é sua. — Resmungo. — Me assustei com a mensagem e acabei derramando tudo, corri tanto para chegar até aqui que mal troquei minhas roupas.— Minha culpa? Eu não tenho culpa de nada. — Se defende. — Não fui eu que quis compensar todos os anos perdidos em alguns meses. — Debocha.O encaro com irritação.— Se acalme. — Ergue as mãos na defensiva.Passo as mãos nos cabelos e no rosto tentando pensar, mas neste momento nem isso consigo fazer com clareza.— Diz que você está brincando, por favor, Lourenço. Fala que você só queria me ver no desespero que me encontro agora. — Aperto as mãos nos olhos me sentindo desnorteado. — Eu acho que alívio vai ser t&atil
DurvalA conversa com Lourenço me abriu os olhos em vários pontos e sinceramente estou ansioso em saber mais sobre nosso filho. Eu não sei explicar a felicidade que preenche meu peito, mas eu gosto dela.Sei que é errado esconder de Alexia a gravidez, mas será por pouco tempo. Pelo menos até a situação em que nos encontramos se estabilizar e Diones finalmente estiver na palma das minhas mãos.— Depois que você voltou da clínica do Lourenço está estranho. — Alexia murmura me observando desconfiada, limpando o suor que escorre de sua testa com o dorso da mão.Ergo a sobrancelha me fingindo de desentendido enquanto seguro com facilidade um de seus golpes premeditados.— Já disse que precisa mudar a sequência dos seus ataques. Você sempre me ameaça com a perna esquerda, mas me ataca com a direita.
Durval— Jennah, meu nome agora é Durval, não Nikolay. Durval, apenas Durval estamos entendidos? — Sorrio parando em sua frente.— Você? — Me observa perplexa. — Eu não posso acreditar. — A decepção fica estampada em sua face. — Como Nikolay? Como se tornou isso? — Vejo pequenas gotículas de lágrimas formarem em seus olhos. — Eu sempre te admirei. — Balança a cabeça em negação.— Me desculpe se não sou o que esperava, mas você se torna frio quando as pessoas que você mais confia te traem. — Balanço os ombros com indiferença.— Como? Eu não entendo. Você era um policial admirável.Observo o Voyaller atrás de mim e a surpresa em saber que eu era um policial está estampada em sua face.— É,
— O carro não pegou fogo... — Diz entre lágrimas.— Essa cicatriz. — Deixo o chapéu de lado mostrando meu rosto a ela. — É profunda demais para um simples acidente de carro, mas ela está aqui para me lembrar do que sou e do que eu fui... eu sei que é difícil acreditar, mas tenho provas suficientes para colocar Diones atrás das grades e para isso eu preciso de você.— Como pode esconder tudo isso? Por que não contou a verdade? — Pergunta desnorteada.— Porque não adiantaria. Ninguém acreditaria em mim e o líder do nosso batalhão também estava envolvido nas falcatruas de Jacob. Você acha que ele levaria as minhas acusações adiante sendo que isso o colocaria em risco? Não sou tolo, Jennah! Batalhei dezessete anos para conseguir todas provas necessárias contra Diones e chegou o momen
DurvalSubo as escadas com as mãos dentro dos bolsos do sobretudo e caminho calmamente em direção ao meu escritório.— Cobra, agora podemos conversar adequadamente, me desculpe a recepção calorosa, mas não podia esperar mais tempo para abordar minha preciosa vítima ou os meus planos sairiam de ordem. — Sorrio me sentando em sua frente.— Descobri coisas interessantes a seu respeito. — Ele mantém sua expressão fechada e séria.— É, o passado nem sempre é como desejamos. — Murmuro desgostoso.— Sinto muito pela sua esposa. — Maneia a cabeça.— Faz dezessete anos. — Balanço as mãos fazendo uma careta. — Nem tudo pode ser evitado nesta vida. Lana era uma mulher maravilhosa, mas por ironia do destino ganhei Alexia como prova dos meus pecados. — Bala
DurvalOfegante ela se agarra ao meu corpo trêmulo e com calma saio de seu interior deixando que sua respiração se acalme. Com Alexia ainda agarrada a minha cintura ligo o chuveiro deixando que o jato de água quente escorra por nossos corpos.— Eu te amo... — Alexia sussurra em meu ouvido, sorrio com a declaração repentina e com calma à coloco em pé diante de mim.— Repete. — Peço com gentileza retirando os fios molhados de cabelo que caem em seu rosto, pois amava ouvir sua voz suave e carregada de satisfação balbuciar aquelas palavras.— Eu te amo Nikolay. — Seus olhos luminosos se fixam nos meus provando toda a sinceridade e pureza daquelas profundas palavras.— Você é maravilhosa, minha criança. — Beijo sua testa demoradamente deixando a água molhar e deslizar por nossos corpos.
Acordo no meio da madrugada após ter um estranho sonho com Lana. Desta vez não fui obrigado a reviver a triste noite de sua morte, mas a culpa e o desespero são os mesmos.Enxugo o suor da testa respirando profundamente. Imagens do pesadelo de poucos minutos retornam à minha mente. Lana me culpava por presentear Alexia com um filho sendo que esse sempre foi o seu maior sonho, ser mãe, as imagens borradas chegam a me causar calafrios. Os olhos acusatórios de Lana fazem um nó se formar em minha garganta. Passo a mão pelo pescoço tentando dispersar aquele pensamento ruim da minha mente.— Está tudo bem? — Alexia pergunta perdida e sonolenta.— Sim, querida. — Beijo sua testa. — Volte a dormir. — Puxo a coberta sobre seu corpo e sem muita demora ou relutânci
AlexiaA semana passou rápido e Durval tem estado cada vez mais ocupado e distante. Não distante em um sentido ruim, mas sinto falta de tê-lo ao meu lado para exatamente tudo.Ultimamente a casa anda tumultuada. Nunca vi os homens de Durval tão atentos e alvoroçados, mas a cada dia que se aproxima da ideia maluca de Durval entregar todas as provas que ele tem para a polícia, as coisas se complicam ainda mais.Não sei se gosto dessa ideia, muito menos se isso é a coisa certa a se fazer, mas apenas concordo, pois sei que para ele isso é necessário e importante.Durval precisa concluir a sua vingança para se libertar de vez do peso da culpa que carrega em seu peito. E mesmo sabendo que Lana sempre permanecerá em seu coração e que o desespero de a perder de uma forma tão brutal ainda pesará em suas ações no futuro. Eu r