— O carro não pegou fogo... — Diz entre lágrimas.
— Essa cicatriz. — Deixo o chapéu de lado mostrando meu rosto a ela. — É profunda demais para um simples acidente de carro, mas ela está aqui para me lembrar do que sou e do que eu fui... eu sei que é difícil acreditar, mas tenho provas suficientes para colocar Diones atrás das grades e para isso eu preciso de você.
— Como pode esconder tudo isso? Por que não contou a verdade? — Pergunta desnorteada.
— Porque não adiantaria. Ninguém acreditaria em mim e o líder do nosso batalhão também estava envolvido nas falcatruas de Jacob. Você acha que ele levaria as minhas acusações adiante sendo que isso o colocaria em risco? Não sou tolo, Jennah! Batalhei dezessete anos para conseguir todas provas necessárias contra Diones e chegou o momen
DurvalSubo as escadas com as mãos dentro dos bolsos do sobretudo e caminho calmamente em direção ao meu escritório.— Cobra, agora podemos conversar adequadamente, me desculpe a recepção calorosa, mas não podia esperar mais tempo para abordar minha preciosa vítima ou os meus planos sairiam de ordem. — Sorrio me sentando em sua frente.— Descobri coisas interessantes a seu respeito. — Ele mantém sua expressão fechada e séria.— É, o passado nem sempre é como desejamos. — Murmuro desgostoso.— Sinto muito pela sua esposa. — Maneia a cabeça.— Faz dezessete anos. — Balanço as mãos fazendo uma careta. — Nem tudo pode ser evitado nesta vida. Lana era uma mulher maravilhosa, mas por ironia do destino ganhei Alexia como prova dos meus pecados. — Bala
DurvalOfegante ela se agarra ao meu corpo trêmulo e com calma saio de seu interior deixando que sua respiração se acalme. Com Alexia ainda agarrada a minha cintura ligo o chuveiro deixando que o jato de água quente escorra por nossos corpos.— Eu te amo... — Alexia sussurra em meu ouvido, sorrio com a declaração repentina e com calma à coloco em pé diante de mim.— Repete. — Peço com gentileza retirando os fios molhados de cabelo que caem em seu rosto, pois amava ouvir sua voz suave e carregada de satisfação balbuciar aquelas palavras.— Eu te amo Nikolay. — Seus olhos luminosos se fixam nos meus provando toda a sinceridade e pureza daquelas profundas palavras.— Você é maravilhosa, minha criança. — Beijo sua testa demoradamente deixando a água molhar e deslizar por nossos corpos.
Acordo no meio da madrugada após ter um estranho sonho com Lana. Desta vez não fui obrigado a reviver a triste noite de sua morte, mas a culpa e o desespero são os mesmos.Enxugo o suor da testa respirando profundamente. Imagens do pesadelo de poucos minutos retornam à minha mente. Lana me culpava por presentear Alexia com um filho sendo que esse sempre foi o seu maior sonho, ser mãe, as imagens borradas chegam a me causar calafrios. Os olhos acusatórios de Lana fazem um nó se formar em minha garganta. Passo a mão pelo pescoço tentando dispersar aquele pensamento ruim da minha mente.— Está tudo bem? — Alexia pergunta perdida e sonolenta.— Sim, querida. — Beijo sua testa. — Volte a dormir. — Puxo a coberta sobre seu corpo e sem muita demora ou relutânci
AlexiaA semana passou rápido e Durval tem estado cada vez mais ocupado e distante. Não distante em um sentido ruim, mas sinto falta de tê-lo ao meu lado para exatamente tudo.Ultimamente a casa anda tumultuada. Nunca vi os homens de Durval tão atentos e alvoroçados, mas a cada dia que se aproxima da ideia maluca de Durval entregar todas as provas que ele tem para a polícia, as coisas se complicam ainda mais.Não sei se gosto dessa ideia, muito menos se isso é a coisa certa a se fazer, mas apenas concordo, pois sei que para ele isso é necessário e importante.Durval precisa concluir a sua vingança para se libertar de vez do peso da culpa que carrega em seu peito. E mesmo sabendo que Lana sempre permanecerá em seu coração e que o desespero de a perder de uma forma tão brutal ainda pesará em suas ações no futuro. Eu r
DurvalPela janela do meu Lexus LC 500 observo os policiais entrarem e saírem da delegacia. Inquietamente remexo a pasta grossa em minhas mãos contendo todos os incontáveis anos de minhas pesquisas contra Diones.Por um momento sinto meu coração se acelerar e minhas mãos falharem ao me lembrar de Alexia deitada sobre a cama do apartamento. Eu não consegui me despedir e sei que isso a magoará.Seus lindos cabelos loiros jogados elegantemente sobre o travesseiro fazem os pelos do meu corpo se arrepiarem. Seu corpo delicado sobre a cama e o pensamento de saber que ela carrega um filho meu me tiram a paz.Meus olhos se encheram de lágrimas ao ver aquele pequeno pontinho rabiscado por uma caneta vermelha apontando meu primogênito.Eu não queria que as coisas fosse assim, mas a partir de agora Alexia não terá mais contato comigo. Os motivos sã
Alexia.Os enjoos estão me matando e a decepção nem preciso comentar. Faz três semanas que não vejo Durval e muito menos converso com ele.Se me sinto magoada por ele ter tomado as próprias decisões e nem mesmo ter se despedido? É claro que sim, mas o entendo e não o julgo. Bom, talvez julgue por sentir sua falta, mas são somente nos momentos de extrema raiva e por fim sei que ele está apenas me protegendo.Confesso que não é fácil lidar com tudo isso, não é fácil sorrir e se manter forte perante as pessoas que estão ao meu lado. Muito menos viver em um apartamento no centro de Londres onde tudo me lembra ele, mas nada tem seu cheiro ou suas características.Sei que isso soa estranho e mesquinho da minha parte, mas essa é a realidade. Tudo neste apartamento é tão parecido com nossa casa,
— Estou ansiosa para saber o sexo. — Ela confessa.— Eu também estou. — Sorrio a observando, mas logo me sinto um pouco chateada, porém procuro não demonstrar.— E você? Como se sente? Meu marido está radiante, mas cheio de inseguranças. — Ela se volta para Matheo e o mesmo a observa constrangido.— Ah, não... — Sorrio. — Ele está apenas me acompanhando.— Ah, me desculpe! — Ela sorri constrangida ao perceber o erro que cometeu.— Tudo bem. — Tento confortá-la.— Se te conforta, também me sinto ansioso. — Matheo sussurra somente para mim com um suave sorriso no rosto.Volto minha atenção para ele e meus olhos se enchem de lágrimas.— Eu sei que não deveria, mas você é como uma irmã, então ele é meu sobrin
Bônus Samuel Rizzon— Silêncio. — O Juiz bate o martelo e o som cala a todos que estava na sala.— Meritíssimo o meu cliente já passou transtornos demais em todos esses anos, peço que o senhor Tales pense melhor em suas acusações errôneas, sendo que as provas são claras contra o senhor Fatine. — Peço educadamente ao Juiz.— Isso é um absurdo, meritíssimo! Todos nós sabemos que Nikolay encobriu a verdade sobre a morte da esposa. — Tales ataca novamente sem ser chamado.— Silêncio, Tales. — O juiz Carter ordena. — Se interromper mais uma vez o senhor Samuel pedirei para que saia e esfrie um pouco a cabeça.Tales se cala imediatamente, pois sabia que Carter não tolerava desordem e desrespeito em suas audiências. Apesar de ser jovem e ter ingressado como Juiz a pouco men