— Você está cheirando café. — Ele ergue uma sobrancelha me encarando duvidoso.
— A culpa é sua. — Resmungo. — Me assustei com a mensagem e acabei derramando tudo, corri tanto para chegar até aqui que mal troquei minhas roupas.
— Minha culpa? Eu não tenho culpa de nada. — Se defende. — Não fui eu que quis compensar todos os anos perdidos em alguns meses. — Debocha.
O encaro com irritação.
— Se acalme. — Ergue as mãos na defensiva.
Passo as mãos nos cabelos e no rosto tentando pensar, mas neste momento nem isso consigo fazer com clareza.
— Diz que você está brincando, por favor, Lourenço. Fala que você só queria me ver no desespero que me encontro agora. — Aperto as mãos nos olhos me sentindo desnorteado. — Eu acho que alívio vai ser t&atil
DurvalA conversa com Lourenço me abriu os olhos em vários pontos e sinceramente estou ansioso em saber mais sobre nosso filho. Eu não sei explicar a felicidade que preenche meu peito, mas eu gosto dela.Sei que é errado esconder de Alexia a gravidez, mas será por pouco tempo. Pelo menos até a situação em que nos encontramos se estabilizar e Diones finalmente estiver na palma das minhas mãos.— Depois que você voltou da clínica do Lourenço está estranho. — Alexia murmura me observando desconfiada, limpando o suor que escorre de sua testa com o dorso da mão.Ergo a sobrancelha me fingindo de desentendido enquanto seguro com facilidade um de seus golpes premeditados.— Já disse que precisa mudar a sequência dos seus ataques. Você sempre me ameaça com a perna esquerda, mas me ataca com a direita.
Durval— Jennah, meu nome agora é Durval, não Nikolay. Durval, apenas Durval estamos entendidos? — Sorrio parando em sua frente.— Você? — Me observa perplexa. — Eu não posso acreditar. — A decepção fica estampada em sua face. — Como Nikolay? Como se tornou isso? — Vejo pequenas gotículas de lágrimas formarem em seus olhos. — Eu sempre te admirei. — Balança a cabeça em negação.— Me desculpe se não sou o que esperava, mas você se torna frio quando as pessoas que você mais confia te traem. — Balanço os ombros com indiferença.— Como? Eu não entendo. Você era um policial admirável.Observo o Voyaller atrás de mim e a surpresa em saber que eu era um policial está estampada em sua face.— É,
— O carro não pegou fogo... — Diz entre lágrimas.— Essa cicatriz. — Deixo o chapéu de lado mostrando meu rosto a ela. — É profunda demais para um simples acidente de carro, mas ela está aqui para me lembrar do que sou e do que eu fui... eu sei que é difícil acreditar, mas tenho provas suficientes para colocar Diones atrás das grades e para isso eu preciso de você.— Como pode esconder tudo isso? Por que não contou a verdade? — Pergunta desnorteada.— Porque não adiantaria. Ninguém acreditaria em mim e o líder do nosso batalhão também estava envolvido nas falcatruas de Jacob. Você acha que ele levaria as minhas acusações adiante sendo que isso o colocaria em risco? Não sou tolo, Jennah! Batalhei dezessete anos para conseguir todas provas necessárias contra Diones e chegou o momen
DurvalSubo as escadas com as mãos dentro dos bolsos do sobretudo e caminho calmamente em direção ao meu escritório.— Cobra, agora podemos conversar adequadamente, me desculpe a recepção calorosa, mas não podia esperar mais tempo para abordar minha preciosa vítima ou os meus planos sairiam de ordem. — Sorrio me sentando em sua frente.— Descobri coisas interessantes a seu respeito. — Ele mantém sua expressão fechada e séria.— É, o passado nem sempre é como desejamos. — Murmuro desgostoso.— Sinto muito pela sua esposa. — Maneia a cabeça.— Faz dezessete anos. — Balanço as mãos fazendo uma careta. — Nem tudo pode ser evitado nesta vida. Lana era uma mulher maravilhosa, mas por ironia do destino ganhei Alexia como prova dos meus pecados. — Bala
DurvalOfegante ela se agarra ao meu corpo trêmulo e com calma saio de seu interior deixando que sua respiração se acalme. Com Alexia ainda agarrada a minha cintura ligo o chuveiro deixando que o jato de água quente escorra por nossos corpos.— Eu te amo... — Alexia sussurra em meu ouvido, sorrio com a declaração repentina e com calma à coloco em pé diante de mim.— Repete. — Peço com gentileza retirando os fios molhados de cabelo que caem em seu rosto, pois amava ouvir sua voz suave e carregada de satisfação balbuciar aquelas palavras.— Eu te amo Nikolay. — Seus olhos luminosos se fixam nos meus provando toda a sinceridade e pureza daquelas profundas palavras.— Você é maravilhosa, minha criança. — Beijo sua testa demoradamente deixando a água molhar e deslizar por nossos corpos.
Acordo no meio da madrugada após ter um estranho sonho com Lana. Desta vez não fui obrigado a reviver a triste noite de sua morte, mas a culpa e o desespero são os mesmos.Enxugo o suor da testa respirando profundamente. Imagens do pesadelo de poucos minutos retornam à minha mente. Lana me culpava por presentear Alexia com um filho sendo que esse sempre foi o seu maior sonho, ser mãe, as imagens borradas chegam a me causar calafrios. Os olhos acusatórios de Lana fazem um nó se formar em minha garganta. Passo a mão pelo pescoço tentando dispersar aquele pensamento ruim da minha mente.— Está tudo bem? — Alexia pergunta perdida e sonolenta.— Sim, querida. — Beijo sua testa. — Volte a dormir. — Puxo a coberta sobre seu corpo e sem muita demora ou relutânci
AlexiaA semana passou rápido e Durval tem estado cada vez mais ocupado e distante. Não distante em um sentido ruim, mas sinto falta de tê-lo ao meu lado para exatamente tudo.Ultimamente a casa anda tumultuada. Nunca vi os homens de Durval tão atentos e alvoroçados, mas a cada dia que se aproxima da ideia maluca de Durval entregar todas as provas que ele tem para a polícia, as coisas se complicam ainda mais.Não sei se gosto dessa ideia, muito menos se isso é a coisa certa a se fazer, mas apenas concordo, pois sei que para ele isso é necessário e importante.Durval precisa concluir a sua vingança para se libertar de vez do peso da culpa que carrega em seu peito. E mesmo sabendo que Lana sempre permanecerá em seu coração e que o desespero de a perder de uma forma tão brutal ainda pesará em suas ações no futuro. Eu r
DurvalPela janela do meu Lexus LC 500 observo os policiais entrarem e saírem da delegacia. Inquietamente remexo a pasta grossa em minhas mãos contendo todos os incontáveis anos de minhas pesquisas contra Diones.Por um momento sinto meu coração se acelerar e minhas mãos falharem ao me lembrar de Alexia deitada sobre a cama do apartamento. Eu não consegui me despedir e sei que isso a magoará.Seus lindos cabelos loiros jogados elegantemente sobre o travesseiro fazem os pelos do meu corpo se arrepiarem. Seu corpo delicado sobre a cama e o pensamento de saber que ela carrega um filho meu me tiram a paz.Meus olhos se encheram de lágrimas ao ver aquele pequeno pontinho rabiscado por uma caneta vermelha apontando meu primogênito.Eu não queria que as coisas fosse assim, mas a partir de agora Alexia não terá mais contato comigo. Os motivos sã