As 21:06 Cris atravessava a portaria, indo ao encontro de Fernando, que estava parado do lado de fora de seu carro. A visão que ele lhe proporcionava fez Cris salivar de desejo. Vestido com uma calça jeans escura e uma camisa social branca com as mangas compridas dobradas e os primeiros botões abertos, os cabelos molhados e despenteados da forma mais sexy que um cabelo desarrumado poderia ser. Ele era naquele momento, sem dúvida alguma, o sonho de consumo de muitas mulheres.
— CA.RA.LHO!!! – Ele falou alto enquanto Cris se aproximava – Você está enlouquecedora.
Ela sorriu. Sabia o quanto estava linda e havia investido para levar Fernando a loucura somente com o olhar. O vestido vinho de gola alta e mangas 7/8, descia marcando cada curva de seu corpo até alguns centímetros abaixo dos joelhos. O scarpin preto de salto agulha combinava perfeitamente com a carteira elegante da mesma cor que Cris levav
Ele ainda estava parado na porta quando Cris acionou o Ipod. Um som sexy e envolvente tomou todo o apartamento. Seu corpo movia-se com sensualidade, arrancando de Fernando gemidos guturais. Estava de costas, movendo o quadril, atiçando o desejo dele, quando ouviu o barulho alto da porta se fechando e em seguida sentiu as mãos quentes dele deslizar sobre sua bunda. Ela virou-se, levando as mãos ao peito dele e o empurrou contra o sofá, fazendo com que se sentasse.— Não pode me tocar sem a minha permissão Sr. Fernando. – Disse em um sussurro o repreendendo.- Onde está a minha Cris? – Ele disse em meio ao riso – O que fez com ela?Cris sorriu virando-se e devagar rebolou sentando-se no colo dele. Movia-se no ritmo da música, roçando sobre o pênis ereto de Fernando.— Está me deixando louco Cris.A voz saiu anasalada e o autocontrole dele se perd
Os dias aconteciam de forma leve para Cris e Fernando. Estavam juntos a todo o momento e até mesmo nos eventos programados por Cris e sua equipe. Ela conseguia um jeito de apresentar o seu trabalho de fotógrafo, fechando assim, quase todas as festas juntos. Estavam sempre no apartamento de Cris ou na casa dele.Algo passou acontecer com mais frequência, despertando a curiosidade de Cris, que agora, estava sempre atenta para a troca de olhares entre Fernando e Eduarda. Não que ela desconfiasse da amiga, isso jamais. Sabia também que traição não era algo admissível para Fernando, mas eles sempre estavam se olhando de forma ressentida, como se um estivesse contrariando o outro de alguma forma. Cris já havia tentado algumas vezes entrar no assunto, mas os dois sempre faziam de tudo para deixar de ser o centro da atenção naquele momento, então Cris também sempre deixava passar.
Por dias o celular de Cris anunciou as ligações desesperadas de Eduarda, Amélia e Fernando. Mensagens sem fim chegavam, fazendo o aparelho travar, mas nenhuma foi lida por Cris. Após tirar uma licença, Cris passou duas semanas isolada em um resort no interior de São Paulo. Estava disposta a simplesmente esquecer tudo o que viveu ao lado de Fernando, esquecer as mensagens recebidas. No momento certo, sentaria e conversaria com Eduarda, era dela a única explicação que Cris desejava. Foram dez dias em que ela somente leu, aproveitou as piscinas termais, massagens e nada mais. Foram dez dias em que Cris foi somente dela. Permitiu-se chorar como nunca havia chorado antes. Deixou com que as lágrimas lavassem sua ingenuidade. A incredulidade pelo que fizeram. O amor que sentia por Fernando e a incerteza do que sentia por alguém que descobriu o nome a poucos dias. Estava colocando as malas no carro, pensando em sua volta e em como seria o retorno ao escritório, como iria adm
A segunda feira chegou e após um fim de semana mergulhada no mais profundo silencio. Cris estava temerosa sobre como seria o reencontro com Eduarda e tendo como base o encontro com as outras duas pontas daquela confusão toda, algo lhe dizia que não seria muito fácil.Assim que a porta do elevador abriu-se, a pouca certeza e segurança que existia dentro dela para aquele momento, desapareceu. Queria somente dar meia volta e retornar para sua bolha de proteção e comodidade em seu apartamento. Algo que não seria mais possível, tendo em vista que Amélia a viu e literalmente correu em sua direção, envolvendo Cris em um abraço apertado.— Estava tão preocupada com você – Ela dizia em seu ouvido enquanto a apertava mais – Cris, juro que não sabia de nada. Estava tão certa que vocês nasceram um para o outro. Pareciam tão perfeitos
As respirações quentes se misturavam. As mãos de Daniel tomavam posse de cada parte do corpo de Cris, que se entregava ao toque, pedindo por mais. Os lábios moviam-se em uma sincronia perfeita e sem pensar em mais nada, ela permitiu que seu corpo fosse puxado por ele, em plena luz do dia, encostado em um via qualquer. Cris abriu as pernas, fazendo a saia social subir e exibir as coxas grossas. Sentou-se sobre Daniel e sentiu a ereção que roçou forte contra sua calcinha úmida.— Cris... – Ele tentou falar, mas ela sabia que qualquer palavra dita naquele momento, acabaria com tudo. Cris o calou, beijando seus lábios com fervor. Seus dedos se entrelaçaram nos cabelos da nuca de Daniel, puxando-o mais para ela. Rebolou sobre ele, atiçando, desejando, fazendo-o gemer em seus lábios. – Quero você.As mãos de Daniel subiram pelas coxas de Cris apertando, marcando
Cris sentiu o rosto em chamas, ficando cega de raiva, avançou sobre Eduarda. Já não sabia mais onde acertava, somente que o espaço ao redor delas estava pequeno demais, apertado demais. A dor no couro cabeludo veio logo em seguida, Eduarda havia entrelaçado os dedos nos cabelos de Cris e o puxava com força.— Solte meus cabelos sua ridícula. – Ela gritou, acertando um soco bem no meio do rosto de Eduarda, que teve a reação de soltar Cris e levar as duas mãos ao rosto.— Você quebrou o meu nariz sua vadia mal-amada. – O sangue escorria por entre seus dedos – Vou acabar com você... vou acabar com você.Eduarda berrava e de forma insana, partia para cima de Cris. As duas se estapeavam, batendo o corpo nas paredes e portas do banheiro. A gritaria chamou a atenção das pessoas que esperavam na pequena fila, que logo entraram e tentaram se
Luzes. Ela via luzes sobre os seus olhos, que passavam rápidas sobre ela. Escutava vozes, mas não conseguia entender o que diziam. Dormiu.— Não sei onde iremos parar, não acredito que um ser humano possa fazer isso com outro e ir embora assim. Olha o estado que a pobrezinha ficou.Ela ouviu a voz que lastimava algum acontecimento trágico na vida de alguém. Sentiu por aquela pessoa. A cidade estava mesmo muito violenta. Tentou falar, perguntar de quem ela estava falando, mas as palavras se perderam entre sua mente e a boca. Dormiu.— Não sei Amélia, ela está assim há dois dias, não sei mais o que fazer ou o que pensar.Fernando, ele estava ali. Sua voz estava ainda mais aflita e angustiada do que da outra mulher. Não sabia o porquê, queria falar, acolher ele em seus braços e dizer que tudo ficaria bem, mas não conseguia se mover. Sentiu a me
O tempo não parou. Cris passou a ficar muito mais na casa de Fernando do que em seu próprio apartamento. Estava sendo cuidada por ele. Mesmo após a alta médica, ele a convenceu a ficar, usando os estranhos acontecimentos dos últimos dias como desculpa para sua segurança. Não sabiam ainda o porquê, mas o universo parecia estar conspirando contra a vida de Cris. Vários pequenos acidentes passaram a acontecer. Até no escritório pequenos infortúnios passaram a persegui-la, como ficar presa dentro do banheiro após o expediente ou a cafeteira estourando em suas mãos. Situações que despertavam em Fernando a suspeita e em Cris o bom humor.Sem notar entraram em uma rotina. Fernando a deixava no escritório, quase sempre almoçavam juntos e a tarde ele a buscava. Quando estavam com vontade, iam a um barzinho jogar conversa fora com alguns amigos, ou iam direto par