Por dias o celular de Cris anunciou as ligações desesperadas de Eduarda, Amélia e Fernando. Mensagens sem fim chegavam, fazendo o aparelho travar, mas nenhuma foi lida por Cris.
Após tirar uma licença, Cris passou duas semanas isolada em um resort no interior de São Paulo. Estava disposta a simplesmente esquecer tudo o que viveu ao lado de Fernando, esquecer as mensagens recebidas. No momento certo, sentaria e conversaria com Eduarda, era dela a única explicação que Cris desejava. Foram dez dias em que ela somente leu, aproveitou as piscinas termais, massagens e nada mais. Foram dez dias em que Cris foi somente dela. Permitiu-se chorar como nunca havia chorado antes. Deixou com que as lágrimas lavassem sua ingenuidade. A incredulidade pelo que fizeram. O amor que sentia por Fernando e a incerteza do que sentia por alguém que descobriu o nome a poucos dias.
Estava colocando as malas no carro, pensando em sua volta e em como seria o retorno ao escritório, como iria adm
A segunda feira chegou e após um fim de semana mergulhada no mais profundo silencio. Cris estava temerosa sobre como seria o reencontro com Eduarda e tendo como base o encontro com as outras duas pontas daquela confusão toda, algo lhe dizia que não seria muito fácil.Assim que a porta do elevador abriu-se, a pouca certeza e segurança que existia dentro dela para aquele momento, desapareceu. Queria somente dar meia volta e retornar para sua bolha de proteção e comodidade em seu apartamento. Algo que não seria mais possível, tendo em vista que Amélia a viu e literalmente correu em sua direção, envolvendo Cris em um abraço apertado.— Estava tão preocupada com você – Ela dizia em seu ouvido enquanto a apertava mais – Cris, juro que não sabia de nada. Estava tão certa que vocês nasceram um para o outro. Pareciam tão perfeitos
As respirações quentes se misturavam. As mãos de Daniel tomavam posse de cada parte do corpo de Cris, que se entregava ao toque, pedindo por mais. Os lábios moviam-se em uma sincronia perfeita e sem pensar em mais nada, ela permitiu que seu corpo fosse puxado por ele, em plena luz do dia, encostado em um via qualquer. Cris abriu as pernas, fazendo a saia social subir e exibir as coxas grossas. Sentou-se sobre Daniel e sentiu a ereção que roçou forte contra sua calcinha úmida.— Cris... – Ele tentou falar, mas ela sabia que qualquer palavra dita naquele momento, acabaria com tudo. Cris o calou, beijando seus lábios com fervor. Seus dedos se entrelaçaram nos cabelos da nuca de Daniel, puxando-o mais para ela. Rebolou sobre ele, atiçando, desejando, fazendo-o gemer em seus lábios. – Quero você.As mãos de Daniel subiram pelas coxas de Cris apertando, marcando
Cris sentiu o rosto em chamas, ficando cega de raiva, avançou sobre Eduarda. Já não sabia mais onde acertava, somente que o espaço ao redor delas estava pequeno demais, apertado demais. A dor no couro cabeludo veio logo em seguida, Eduarda havia entrelaçado os dedos nos cabelos de Cris e o puxava com força.— Solte meus cabelos sua ridícula. – Ela gritou, acertando um soco bem no meio do rosto de Eduarda, que teve a reação de soltar Cris e levar as duas mãos ao rosto.— Você quebrou o meu nariz sua vadia mal-amada. – O sangue escorria por entre seus dedos – Vou acabar com você... vou acabar com você.Eduarda berrava e de forma insana, partia para cima de Cris. As duas se estapeavam, batendo o corpo nas paredes e portas do banheiro. A gritaria chamou a atenção das pessoas que esperavam na pequena fila, que logo entraram e tentaram se
Luzes. Ela via luzes sobre os seus olhos, que passavam rápidas sobre ela. Escutava vozes, mas não conseguia entender o que diziam. Dormiu.— Não sei onde iremos parar, não acredito que um ser humano possa fazer isso com outro e ir embora assim. Olha o estado que a pobrezinha ficou.Ela ouviu a voz que lastimava algum acontecimento trágico na vida de alguém. Sentiu por aquela pessoa. A cidade estava mesmo muito violenta. Tentou falar, perguntar de quem ela estava falando, mas as palavras se perderam entre sua mente e a boca. Dormiu.— Não sei Amélia, ela está assim há dois dias, não sei mais o que fazer ou o que pensar.Fernando, ele estava ali. Sua voz estava ainda mais aflita e angustiada do que da outra mulher. Não sabia o porquê, queria falar, acolher ele em seus braços e dizer que tudo ficaria bem, mas não conseguia se mover. Sentiu a me
O tempo não parou. Cris passou a ficar muito mais na casa de Fernando do que em seu próprio apartamento. Estava sendo cuidada por ele. Mesmo após a alta médica, ele a convenceu a ficar, usando os estranhos acontecimentos dos últimos dias como desculpa para sua segurança. Não sabiam ainda o porquê, mas o universo parecia estar conspirando contra a vida de Cris. Vários pequenos acidentes passaram a acontecer. Até no escritório pequenos infortúnios passaram a persegui-la, como ficar presa dentro do banheiro após o expediente ou a cafeteira estourando em suas mãos. Situações que despertavam em Fernando a suspeita e em Cris o bom humor.Sem notar entraram em uma rotina. Fernando a deixava no escritório, quase sempre almoçavam juntos e a tarde ele a buscava. Quando estavam com vontade, iam a um barzinho jogar conversa fora com alguns amigos, ou iam direto par
Ela só chorava, não conseguiu ter nenhuma reação de defesa. Não debateu-se ou gritou. Fechou os olhos desejando que ele não percebesse que estavam se movendo. Ouviu ele abrindo o cinto e a calça jeans. Os dedos fortes puxando e rasgando sua calcinha. Ela seria violentada e ninguém a ajudaria, viveria novamente aquele inferno.— Vou te fazer gozar meu amor e então vai ser só minha.Ela sentiu somente o alívio da falta do corpo dele sobre o dela, não conseguia se mover, fechou os olhos e permaneceu do mesmo jeito. Ouvia a gritaria. Coisas se quebrando. Pessoas falando e gritos de ajuda. Mas não conseguia nem ao menos descer sua saia e se cobrir. Mãos quentes a envolveram e somente nesse momento Cris passou a gritar e se debater. Querendo somente um jeito de fugir de seu agressor.— Amor... amor sou eu. Cris por favor, pare. Sou eu amor, sou eu.&mda
— Você está completamente louca Eduarda! – Fernando gritou no momento em que Cris abriu a porta.— Afaste-se Nando.— Isso Fernando, saia do caminho, vamos passar. Cris precisa ir comigo. Ele vai voltar quando ver quem está comigo.— De quem você está falando? – Ele quis saber. – Não vai sair daqui com ela.— Você vai sair da minha frente e nós vamos embora daqui juntas. Afinal, você sabe que não dá sorte ver a noiva antes do casamento.Fernando colocou-se na frente delas, impedindo a passagem. Em pouco tempo as poucas pessoas que estavam hospedadas e amigos que foram para a cerimônia lotaram o lugar. Eduarda arrastava Cris e aos poucos ganhava passagem, indo em direção ao estacionamento. Fernando e os outros andando atrás delas, enquanto tentavam convencê-la a mudar de ideia.— Voc&e
—Fernando?Ela o procurou. Não conseguia ver nada, estava envolta a uma escuridão. Cris deu mais dois passos à frente, com os braços estendidos, como se procurasse apoio. Com dificuldade ela caminhou um pouco mais, vendo ao longe um fraca luz.— Mas o que está acontecendo?A dúvida dominava os pensamentos de Cris e imagens do encontro com Eduarda e Daniel surgiam em sua mente. Ela sabia que algo ruim havia acontecido, mas não conseguia ligar os pontos. Não conseguia lembrar-se do porquê estava com eles. Sabia somente que deveria seguir o caminho onde estava e tentar chegar à parte um pouco mais iluminada daquele lugar. Como se em um passe de mágica, ela se viu no final da trilha que estava seguindo, diante da luz fraca.— Cristiane?Uma doce voz quebrou o silêncio do lugar. Cris ouviu alguém chamando seu nome e uma mão oferecendo