Jorge gesticulava enquanto falava, apontando para as pessoas ao redor deles, que agora não estavam somente nuas, mas tocavam-se com intimidade, proporcionando uma grande orgia a céu aberto. Sobre os grandes futons espalhados pelo jardim, casais perdiam-se em beijos quentes e molhados, enquanto suas mãos deslizavam sobre os corpos nus, buscando encaixes inimagináveis, contorcendo-se de prazer. Em outros, grupos desvendavam-se, buscando o corpo um do outro, sem se importar a quem pertenciam, somente sentiam o que o momento proporcionava, deixando gemidos de prazer ecoar no ar, fazendo o corpo de Amélia arrepiar.
Ela queria segurar as pernas, que agora, raspavam uma na outra, em uma tentativa inútil de conter um pouco o desejo que queimava seu corpo, fazendo sua intimidade latejar, pedindo por alívio. Jorge deliciava-se com o que via, o corpo de Amélia deixava claro o seu desejo, os seios rígidos, revelando sob o tec
São Paulo os recebeu com o céu nublado e a tão conhecida garoa, Amélia estava no aeroporto esperando pelo casal de amigos. Assim que os viu, surpreendeu-se com o tamanho da barriga de Cris, foram somente quinze dias, mas ela parecia ter dobrado de tamanho. A amiga andou em direção a ela e mesmo com o corpo bronzeado e os dias de descanso total, ainda conseguia levar sob os olhos uma leve mancha arroxeada. — Nando não te deixou dormiu não? – Amélia questionou assim que envolveu Cris em um abraço. — Quase isso. – Ela riu – Mas estou sentindo que irei explodir a qualquer momento e não tem ideia do cansaço que sinto. — Posso imaginar amiga, levar some
Fernando estava impaciente em casa há mais de duas horas e não tinha notícias de Cris. Resolveu tudo o que precisa ser resolvido na rua, deixando todas as coordenadas para que Amélia e a equipe desenvolvesse uma boa proposta para o próximo cliente, voltou correndo a tempo de almoçar com a esposa. Já estava passando das três da tarde e nenhuma notícias dela ainda. Após a quinta tentativa ligando para o celular, ouviu o toque melódico vindo do andar de cima da casa, subiu correndo ainda com a ligação em andamento, encontrando o aparelho jogado sobre a cama.— Lia, estou preocupado, ela não faz essas coisas. – Dizia aflito ao telefone para a amiga.— Estou indo para aí.Amélia chegou mais rápido do que poderia ser possível, conhecia muito bem a amiga e sabia que sumir não era do seu feitio. Assim que o grande port&ati
Cris sentiu a primeira dor forte, começou em suas costas, irradiando para a barriga, não conseguia mais ficar sentada, passou a andar pelo quarto, massageando a barriga, puxando o ar com força, sentindo o suor escorrer em seu rosto. Estava apavorada, a cólica parecia aumentar mais a cada minuto, endurecendo sua barriga, travando suas pernas, obrigando-a se apoiar nos moveis.Ouviu um barulho, em seguida a maçaneta virou e a porta se abriu, revelando o rosto de Daniel. A princípio ele a encarou desconfiado, mas correu em direção a Cris em seguida, amparando-a, ajudando a sentar-se em uma poltrona no canto do quarto próximo a ela.— Você está sem cor alguma, o que houve? – Perguntou realmente preocupado.Cris não conseguia responder, o medo que sentia, calou sua voz. Daniel respirou fundo, levando a mão aos cabelos, puxando os fios para trás com mais for&cc
Estavam vivendo o ápice da felicidade. Cris acreditou que nenhum outro dia, seria tão feliz e completo, como foi o dia de seu casamento, quando enfim se viu pertencente a alguém e em um encaixe tão perfeito, que parecia irreal. Mas no quarto daquela maternidade, com o amor da sua vida sentado ao seu lado, tendo nos braços um pequeno pacote cor de rosa, então entendeu, tudo fez sentido, toda a dor foi esquecida e nada mais teria sentido, sem aquelas duas pessoas em sua vida.— Está chorando amor. – Ele disse, limpando a lagrima no rosto dela.— Estou... Mas é de felicidade.— Bom dia família linda! – Amélia falava alto e sorridente, passando pela porta.Após o nascimento da pequena, Amélia se responsabilizou em colocar todas as coisas em seu devido lugar. Trazendo para o hospital a mala do bebê e de Cris, todas as lembrancinhas e decora&c
— Se ele chegar perto da minha filha, vou matá-lo.Fernando dizia para o detetive do outro lado da linha.— Preciso que se acalme Fernando, estamos indo para sua casa, não faça nada que possa se arrepender.— Detetive Sergio, só por favor, acabe com isso de uma vez por todas.Ele desligou o telefone, jogando sobre o console do carro. Cris tentou falar com o marido inúmeras vezes, mas ele se recusava a respondê-la. Estava furioso.— Amor por favor se acalme. – Pediu choramingando.— Me acalmar? – Ela gritou – Não aguento mais essa loucura, quando acredito que tudo acabou e enfim poderei respirar, ele volta.— Eu sei, também não aguento mais isso. – Disse tentando conter o choro.Fernando riu.— Por que está rindo? – Ela perguntou confusa.— Você não aguenta
Somente nesse momento que notou ainda estar com a arma na mão. Cris abaixou, colocando a arma ao seu lado e sentou-se no chão do box, as pernas tremiam muito e não conseguia mais manter-se em pé. Fernando passou pelos policiais em seguida, assim que pegaram a arma no chão, alcançando a esposa e a envolvendo nos braços, sentando ao lado delas.— Está tudo bem agora amor. – Ele disse baixinho, muito mais para ele mesmo do que para ela.Cris segurava a filha fortemente em seus braços e a menina não continha o choro. Amélia entrou no banheiro e também chorava, aproximou-se do casal de amigos, estendendo os braços, pegando a bebê.— Solta amiga, me deixe tirar a bolinha daqui, ela está apavorada.Cris somente balançou a cabeça concordando, mas não soltava a criança, foi as mãos de Fernando que afrouxaram o
— Tudo bem, você venceu! Cris dizia para o seu celular, naquele exato momento. Nada em sua vida corrida e escandalosamente atrasada, fazia sentido. Toda a rotina estabelecida com o passar dos anos, havia sido revirada há meses por uma única mensagem de um número desconhecido. Uma brincadeira boba em uma manhã ensolarada. Uma tirada sarcástica e o despertar da infinita curiosidade que gritava dentro dela constantemente. Todo o passado de dor e angústias, esquecido. O trauma, os pesadelos que ainda assombravam suas noites, nada mais importava, ela estava decidida. — Já disse que irei. Não aguentava mais aquele mistério todo. A última noite havia sido desesperadora demais para que ela perdesse a coragem no último minuto. Ela iria, não importando mais qual seria o rumo que aquele encontro tomaria. Programou um e-mail para ser entregue à sua melhor amiga dentro de uma hora, caso alguma coisa acontecesse com ela, ao menos saberiam onde encontrar o seu corpo. <
Ao lado da palavra "atrasada" em um dicionário, sem dúvida alguma, deveria ter uma foto de Cristiane. Ela era a personificação da falta de pontualidade. Nem era por maldade, realmente se esforçava em chegar no horário marcado, mas jamais conseguia. O mundo parecia conspirar contra a sua pontualidade. Cris, como era chamada pelos amigos, já estava desistindo de lutar contra o que o destino havia preparado para ela. Mas algo estava a seu favor. Ela morava na quarta maior metrópole do mundo: São Paulo. A cidade é um emaranhado de carros e semáforos, um ir e vir constante de pessoas, transporte público, andarilhos e tudo mais que puderem imaginar. Cris se permitia usar o trânsito louco a seu favor e justificava seu atraso sempre da mesma forma. Seus amigos já não se importavam mais ou sempre marcavam com ela um horário diferente para o encontro. Claro que sempre uma ou duas hor