—Fernando?
Ela o procurou. Não conseguia ver nada, estava envolta a uma escuridão. Cris deu mais dois passos à frente, com os braços estendidos, como se procurasse apoio. Com dificuldade ela caminhou um pouco mais, vendo ao longe um fraca luz.
— Mas o que está acontecendo?
A dúvida dominava os pensamentos de Cris e imagens do encontro com Eduarda e Daniel surgiam em sua mente. Ela sabia que algo ruim havia acontecido, mas não conseguia ligar os pontos. Não conseguia lembrar-se do porquê estava com eles. Sabia somente que deveria seguir o caminho onde estava e tentar chegar à parte um pouco mais iluminada daquele lugar. Como se em um passe de mágica, ela se viu no final da trilha que estava seguindo, diante da luz fraca.
— Cristiane?
Uma doce voz quebrou o silêncio do lugar. Cris ouviu alguém chamando seu nome e uma mão oferecendo
—Mas eu só quero saber Nando. – Ela dizia manhosa enquanto arrumavam suas coisas para irem embora.— Eu sei que quer saber, mas isso não te fará bem Cris. Esquece que esse cara existiu.Ela estava de alta e desde a saída do médico que Cris tentava a muito custo arrancar de Fernando alguma informação sobre o que aconteceu com Daniel e como a família de Eduarda estava. Ele estava irredutível, recusava-se a lhe falar sobre qualquer um dos dois. No fundo Cris entendia, sabia que ele estava somente tentando resguardá-la de vivenciar novamente tudo o que os dois fizeram a ela. Ainda assim, precisava daquelas informações para dar um desfecho e enfim fechar aquele livro.Estavam no meio de uma pequena discussão quando a porta do quarto se abriu revelando uma morena de olhos verdes lindos. Cris sorriu largamente e Amélia praticamente correu para ela a envol
Ela sabia que um dia a sua felicidade acabaria, não era normal alguém ser tão feliz o tempo todo, sentia que algo ruim ficava à espreita, esperando a oportunidade certa para fazer o castelo de sonhos dela desmoronar. Para muitos, Cris estava ficando paranoica, ainda sob influência de tudo o que havia passado há meses atrás, mas ela sabia, entendia os sinais que a vida lhe apresentava.Mesmo quando ela ficava quieta, sentada no sofá olhando para o lago e perdida em pensamentos ou quando sentia o corpo de Cris tremer de forma involuntária, e cenas ruins invadissem sua mente sem permissão, despertando suas piores lembranças. Ainda nesses momentos, queria acreditar, ter esperança de que nada poderia atrapalhar a felicidade que envolvia o casamento deles.Seguia com sua rotina e com o seu maior plano: Amar Fernando como nunca alguém jamais amou.Se de
— É simplesmente lindo Nando. – Cris dizia enquanto abria a porta que daria a imensa varanda do hotel em que estavam hospedados.Após muita conversa, decidiram que não teriam o porquê fazer uma viagem para fora do Brasil se ainda não conheciam os lugares incríveis que seu país tinha a oferecer. Estavam em Maceió, o hotel cinco estrelas escolhidos por Fernando, ficava de frente para o mar, a vista incrível provocaria inveja ao mais lindo quadro. Cris estava encantada e andava na larga varanda, como criança solta em um parquinho. Seu marido a olhava e sorria, vendo-a tão cheia de vida, mesmo após tudo o que passou.Duas batidas na porta tiraram Fernando de seu estado contemplativo. Após receber suas malas e dispensar o entregador, ele caminhou lentamente até a Cris, despindo-se pelo caminho.— Psiu. – Ela então o olhou.Fernando es
— Ok. Está linda.Amélia disse ao seu reflexo no espelho pela terceira vez. Os cabelos caiam em cachos bem moldados, a maquiagem forte, destaca os olhos verdes, mas foi o que escolhera para aquela noite que deixou a morena estonteante. Um vestido vermelho vivo de uma única alça que descia colado ao corpo, ressaltando cada curva bem-feita, moldada por horas de academia e boa alimentação. Saindo da sua zona de conforto, estava sobre um salto dez que ao contrário do que Amélia sempre acreditou, o salto somente valorizou ainda mais o corpo.— Sim. Linda. – Garantiu a ela mesmo mais um vez antes de sair de casa.Assim que chegou ao Delirium, um dos rapazes mascarados abriu a porta, ajudando-a descer e ela lhe entregou a chave do carro, deixando um “obrigada” silencioso sair de seus lábios. Entrou no Club e sentiu o corpo ser impactado com a atmosfera de luxúria que env
— Será que eu morri? – Fernando perguntou com a voz rouca, quando abriu os olhos e viu Cris saindo do banheiro. Os longos cabelos recém lavados, caiam molhados por seus braços e o corpo, estava coberto somente por um biquíni branco.Cris não era uma mulher magra, dessas montadas em academia. Ao contrário, apesar da vida agitada, era sedentária, tirando os passeios de bicicleta nos finais de semana no parque e nada mais. Sabia que estava longe de ter um corpo perfeito, algumas gordurinhas a mais, sobravam de um lado ou outro, seu quadril trazia a marca de algumas celulites e estria, mas ainda assim, não conseguia deixar de sorrir, todas as vezes em que se via nua ou quase, na frente de Fernando, ele adorava cada pedacinho de seu corpo e isso a enchia de segurança.— Não sei, acha que está no inferno? – Brincou, indo para a cama, onde ele ainda estava deitado, olhando-a.<
— Enfim em casa.Fernando jogou as malas na entrada da casa, tomando Cris nos braços rapidamente, fazendo-a gritar de susto.— Sou um homem tradicional. – Disse a ela rindo.— Não me lembro de ter sido muito tradicional na primeira noite em que te conheci. – Ela dizia enquanto entravam em casa – Se não me engano, você não foi nada tradicional enquanto me comia dentro do carro.— Em minha defesa, você estava gostosa demais naquele vestido vermelho. E depois, eu não te comi, eu te fodi com força.Os dois riram alto com a fala que Fernando usou, lembrando o filme favorito dela. Assim que ele chegou na sala, colocou Cris no chão, não conseguiu conter o sorriso largo nos lábios, pois o ambiente estava imerso na luz forte do sol, que adentrava por todas as janelas que ladeava o lado direito da casa.— Essa é a vis&atild
Cris andava de um lado para outro em seu quarto, próximo a janela que ladeava todo o cômodo, as leves cortinas se moviam com a brisa suave, mesmo tendo a paisagem perfeita para os olhos de mais rigoroso apreciador, ainda sim, Cris só praguejava em alta voz. Não conseguia entender como Amélia poderia ser tão imprudente, já não bastou tudo o que aconteceu a Cris no último mês? Será que não havia sido lição o suficiente? Parecia que não.— Como ela pode? Como pode permitir que um estranho mascarado a possua dessa forma. – Ela dizia inquieta. – Será que tudo o que passei não foi lição forte o bastante?Ela ameaçava de descer e brigar severamente com a amiga, mas desistia, travando na porta e voltando a andar no amplo espaço. Poderia ser o melhor sexo da vida de Amélia, mas ela não tinha o direito de
Os meses simplesmente voaram. Uma rotina foi estabelecida, tanto na vida de Amélia e seu mascarado, quanto na vida de Cris e Nando. As duas amigas, trocavam mensagens uma vez ou outra, mas estavam distantes desde o último encontro há meses atrás.— Sinto falta dela. – Cris suspirou jogada nos braços do marido, pela decima vez.— Vai até ela. – Nando respondeu com carinho.Estavam deitados no sofá da sala, o mês de julho ajudava os amantes. As tardes frias e as noites congelante, era propicio para lareira, vinho e colo, e nisso, o casal era perito. Estavam aninhados sob o grosso edredom e os suspiros e lamentações de Cris, despertava em Nando o desejo de cuidar e proteger sua amada, a cada nova reclamação, ele a enchia de beijos e a apertava ainda mais contra o peito.— Ela não fala comigo direito Nando, mal responde minhas mensagens, com