Cris perdeu-se na intensidade dos olhos azuis, protegidos pela máscara. Por alguns segundos não conseguiu desviar sua atenção e entendeu por que a amiga estava perdida. Mas além do ar de mistério que ele despertava, havia mais naquele olhar, Cris somente não conseguia saber o que.
— Oi, sou o marido. – Fernando disse sério, já colocando a mão entre Cris e o mascarado, tirando a esposa do transe.
— O marido tem nome? – Marcelo perguntou, com um leve sorriso brincando no canto de seus lábios, parecia estar se divertindo com aquela situação.
— Fernando. – Respondeu secamente e sem tentar disfarçar, puxou Cris para perto dele, sentando-se.
— Marcelo? – Amélia sorria como uma colegial apaixonada, encarando o objeto do seu desejo, parado a sua frente.
O mascarado aproximou-se um pouco mais, colando seus
Amélia saiu do clube batendo os pés e completamente descontrolada, nem em seu pior pesadelo imaginou que terminaria sua noite brigada com seu mascarado, ele nos braços de outra mulher e sua melhor amiga estragando tudo. Entrou no carro e bateu à porta com muito mais força do que o necessário, já estava a caminho de casa, quando decidiu que alguém precisava pagar por sua noite ter sido um fracasso e decidiu que seria Cris. Pegou o celular e ligou para a amiga, chamou até cair na caixa postal, mas Amélia não desistiu, queria brigar e estava decidida a colocar sua raiva para fora. Já estava na quarta tentativa e dentro do elevador do prédio onde morava, quando a voz estressada de Fernando atendeu o telefone.— Lia, agora não é um bom momento! – Disse ele sério.— Nem vem Nando, o momento é ótimo, se eu não acabei minha noit
Amélia acordou com uma ressaca moral assombrando seus pensamentos, a noite anterior não estava lhe dando trégua. A lembrança do seu mascarado com a outra mulher invadia a sua mente, imaginar que ele deu a outra o que deveria ser somente dela, a enlouquecia, para piorar tudo, conseguiu deixar Fernando chateado com ela.Espreguiçou-se na cama, sentindo os ossos estalar, estava decidida, iria aproveitar o domingo para ir conversar com Cris e ver se estava melhor, não deixaria nenhum relacionamento atrapalhar a amizade das duas, ela conhecia bem o passado de Cris e viu ele se repetir com Eduarda, não iria permitir que o mesmo acontecesse com ela.Uma hora depois, Amélia estava dentro do carro a caminho da casa de seus amigos, tomaria café da manhã com eles e com sorte, seria melhor do que a última tentativa.— Sabe que não precisa de nada disso. – Cris falav
Amélia sabia que elas teriam feito todo o possível em favor de Eduarda, moveriam o céu se ela precisasse. Passou dias se perguntando onde falhou, em que momento perdeu a amiga e não notou, nunca conseguiu responder suas próprias perguntas.— Posso te perguntar uma coisa? – As duas se olharam.— Claro.— Como consegue Cris?— Não entendi. – A confusão estava estampada em sua face.— Como consegue passar por tudo isso e se manter inteira? As coisas que viveu no passado, depois com a Eduarda.Ficaram em silencio por alguns segundos, nem mesmo Cris sabia como conseguiu passar por todas as situações que a vida havia lhe imposto e sair viva. Sabia que jamais se viu inteira, pois em cada uma daquelas situações, foi quebrada em tantos pedaços que seria impossível montá-la novamente. Mas estava viva e isso bastav
— Posso saber o motivo desse sorriso? – Marcelo dizia enquanto descia o zíper do vestido de Amélia.— Curioso você... – Ela brincou.— Não acredito que seja curiosidade, somente não quero que esteja comigo e seu pensamento, esteja em outro lugar.— Ciúmes?Perguntou, virando-se para ele, deixando o vestido cair no chão, revelando o corpo completamente nu.— Jamais. – Ele respondeu – Deite-se quero te comer amarrada hoje.— Hum...- Ela murmurou indo em direção a cama – Já parou para se perguntou que talvez eu não quisesse ser comida dessa forma hoje. – Mas suas palavras contradiziam suas ações, ela já estava deitada sobre a cama.— Você quer o que eu quiser te dar, então, fique quietinha.Seu lado racional sabia que aquele relacionamento era ab
Vivenciaram com intensidade cada momento, desde a escolha de nomes, Ana Clara se fosse menina, Pedro Henrique se fosse menino, aos detalhes do quarto, roupinhas, enfeites e brinquedos. Cris sempre acabava o dia, declarando ao marido que eles iriam à falência antes mesmo que o bebê nascesse, mas ele sabia que isso seria impossível, os negócios estavam indo muito bem, os eventos da empresa eram os mais recomendados da cidade de São Paulo, e mesmo gravida, Cris exercia o seu papel com maestria, deixando Fernando sempre orgulhoso e muito excitado enquanto ela desfilava de um lado ao outro pelos salões das festas. Escapar para os cantos escuros, já era rotina para eles, nem mesmo quando a barriga passou a ser a maior parte do corpo de Cris, eles conseguiam se conter diante do desejo que sentiam um pelo outro.Ela vivia o sonho de quase toda mulher, bem-casada, bem-sucedida, seu marido era lindo e gostoso, a desejava todos os di
Ela ouviu a voz baixa, como se estivessem falando com ela, mas em sussurro, não conseguia definir quem eram as pessoas que a rodeavam e a chamavam. Foi aos poucos forçando os olhos a se abrirem e a luz da sala iluminada irritou suas vistas.— Nando? – Chamou por ele.— Oi amor, estou aqui.Ainda sentindo-se tonta, ela sentou-se no sofá com a ajuda de Fernando, que ainda a olhava, esperando por uma resposta, alguma explicação para tudo aquilo que havia acontecido.— Vocês estão bem? – Ele perguntou baixinho, acariciando a barriga dela.— Não, jamais ficaremos bem com aquele monstro por perto.— Você pode me contar, por favor, o que está acontecendo? Do que está falando Cris?Ela respirou fundo, buscando dentro de si toda a força e coragem que precisava para reviver aqueles momentos dolorosos novamente.&mda
— O detetive Sergio está nos esperando. – Anunciou Fernando ao policial que os atendeu.Foram conduzidos até uma antessala, lá dentro estavam dois policiais, o detetive e um promotor. Amélia ainda estava de braços dados com Cris e Fernando andava atrás das duas, como se fosse amparar um possível queda. Uma grande janela ocupava toda a parede a frente, dando visão para outra sala, lá dentro estavam parados lado a lado, alguns homens com semelhança física e no centro da fila estava Marcelo. Ele olhava com desdém em direção ao vidro, fazendo Cris recuar dois passos, levando as mãos a barriga como se protegesse o bebê.— Calma amor. – A voz doce de Fernando sussurrou em seu ouvido.— Fique tranquila senhora, eles não podem vê-la. – O promotor colocou-se de frente para Cris, olhando diretamente em seus olhos,
— Ah meu Deus!Cris exclamou assim que o catamarã começou a aproximar-se da costa da ilha. Após duas horas em mar aberto, onde mais da metade ela passou mal, enjoada. Conseguia ficar em pé e contemplar a beleza do lugar.Da costa para o resort, foi outra aventura, não havia dentro da ilha outro meio de transporte, se não um trenzinho que era acoplado a um trator e então seguiam, cada um para seu devido lugar, já que cada hotel ou resort da ilha, possuía seu próprio trem.— Nando eu juro que se ficarmos mais cinco minutos balançando nesse trem, vou jogar você daqui de cima.— Está louca? – Perguntou rindo.— Não, estou gravida, cansada, enjoada e agora, toda dolorida. Estou com um pequeno ser dentro da minha barriga, que está se esticando a cada buraco que passamos e levando toda a minha sanidade.Fernando calo