CAPÍTULO 64 Os pais de Anelise saíram logo cedo, Nayara foi trabalhar vendendo as flores da floricultura no terminal, então, Ane ficou sozinha. — É Chico... você é meu melhor companheiro, hoje! — ela falou para o gato e iria se deitar, porém o seu estômago estava ruim, e a tontura havia voltado, mas o remédio para esses sintomas haviam acabado. — Droga! Vou precisar ir até a farmácia, meu amigo... ainda bem que é perto, vou andando, quem sabe não melhoro... Anelise apenas encostou a porta e foi até a farmácia, pediu os seus remédios e então sentiu a sua bolsa caindo no chão, quando se abaixou estranhou a voz: — Nossa, você está com uma cara péssima, quase não te reconheci! — Anelise levantou a cabeça rapidamente, segurando a sua bolsa, sentindo a tontura a invadir, precisou se apoiar na prateleira para levantar. — Raissa? Não sabia que trabalhava, aqui... — Anelise falou quando viu que se tratava de uma colega antiga, uma das que a invejava na adolescência
CAPÍTULO 65 — Meu anjo... eu sabia que precisava me lembrar de algo, mas parecia que quanto mais eu tentava, pior ficava a minha cabeça, foi horrível! Não saber nem de onde eu vim, e agora ainda me dói, pois essa foi a segunda vez, na minha vida! — Theodoro falou e Anelise fez um beiço. — Eu entendo... — “ele não havia lembrado dela”. — Foquei em recuperar o meu corpo, fiquei afastado das forças armadas por dois anos. — Anelise arregalava os olhos a cada nova informação. — Precisei refazer o treinamento, então voltei a trabalhar, fazem alguns meses que eu estava servindo, até subiram a minha graduação para cabo, e agora estou como segundo general. Certo dia me lembrei do seu rosto, mas não consegui associar a nada, e era estranho pois também ouvia uma voz suave no meu ouvido uma época que fiquei acamado e parecia muito com você, mas acredito que alucinei... até a noite que outra bomba me acordou de madrugada, e mesmo em choque, eu me lembrei de você, me lembrei d
CAPÍTULO 66 Vicente estava acabado, com raiva passou no hotel, tirou as suas coisas que haviam ficado lá e desceu na área de reuniões. Sem olhar assinou os papéis que o Robson havia entregado para desfazer o acordo e rasgou os papéis que recebeu do advogado em Curitiba, não queria ter nenhum laço com eles, e queria esquecer Anelise. Furioso ele dirigiu por horas e voltou para Curitiba. Haviam coisas de Anelise pelo apartamento, ele pegou um saco grande e começou a recolher tudo, como não coube, ele colocou em outros, e então jogou no quarto de hóspedes, trancando a porta. Acessou um aplicativo e comprou muitas bebidas, não queria que mais ninguém visse a sua tristeza. . Na casa de Anelise foi um momento incrível, mágico. Theodoro contou com detalhes tudo que podia sobre o que passou em Israel, passaram horas conversando e comendo as guloseimas da Dona Maria. Sempre foi um sonho para esse casal que a filha “Anelise”, se casasse com Theodoro, embora
CAPÍTULO 67 Anelise foi saindo do hotel devagar. Pegou o celular procurando por uma mensagem, algo que explicasse o que Vicente queria, mas não tinha nada, haviam muitas chamadas perdidas de Théo já que agora ela o adicionou no WhatsApp, então acabou ligando para ele. — Meu anjo, onde está? Vim na sua casa e não consigo parar de comer, a sua mãe deve estar me achando magro, está me enchendo de comida! — Theodoro falou animado, mas Anelise deu um sorriso tão discreto que ele nem ao menos ouviu. — Ane, o que aconteceu? — Você pode vir me buscar? — Claro, agora mesmo! Onde você está? — No hotel aqui do centrinho... — Estou indo. — Theodoro nem perguntou mais nada, apenas avisou a Dona Maria e foi apressado até o hotel em que ela estava. Conhecia Anelise o suficiente para saber que havia algo errado. Quando chegou a abraçou e a levou até o carro. — Quer me contar ou quer um sorvete? — ela deu um leve sorriso. — Com certeza o sorvete! Você já f
CAPÍTULO 68 Anelise foi a primeira a chegar, Theodoro estava de joelhos, apoiado no sofá e com uma das mãos apertando o braço do mesmo, como se o quisesse esmagar; seu semblante estava enfurecido e seus olhos ainda fechados. — Théo, olha pra mim! Eu estou aqui, só precisa acordar! — Anelise o chamou devagar e com cuidado, ele ainda não havia acordado, e ela precisou chacoalhar. — Théo! Ele abriu os olhos aos poucos, demorou alguns segundos para soltar o sofá, dava para notar a sua respiração acelerada, todos perceberam algo errado, porém ninguém perguntou nada. — Me desculpem! Eu pensei que isso havia acabado, mas pelo visto me enganei! — ele disse e se sentou no sofá. — Tenho isso, mesmo antes de ter recobrado a memória, acho que foi por causa da guerra... ouço barulhos de explosões e acordo nesse estado, é como se o meu corpo se auto-defendesse, é estranho. — Calma! Vou buscar uma água com açúcar pra você, meu filho! — dona Maria falou e se retirou. — I
CAPÍTULO 69 — Não precisa se dar ao trabalho, Théo! — Anelise falou alto o suficiente para que Vicente ouvisse. — Me deixe em paz, Vicente! — ela desligou. Vicente nem conseguiu desligar seu celular, ele acabou desligando sozinho, enquanto ele o olhava sobre a cama, com os olhos perdidos em tantos pensamentos. Anelise abraçou o Théo, que havia chegado um dia antes de viagem. — Não seria melhor ter ouvido o que Vicente queria dizer? — Theodoro questionou. — Ah, não! Não quero mais que ele me confunda, não preciso dele! — Ane respondeu. — Isso é verdade! — estavam tão próximos como antes, porém Anelise reclamou por ele se negar a dormir na sala da casa dela. — Meu anjo, é mais seguro que eu fique no hotel durante as noites, você nem vai perceber! Eu posso ir agora e voltar bem cedo, aposto que você nem terá notado! — Anelise fez bico. — Eu não ligo se você gritar, posso tentar te ajudar meu amigo! Ou então você pode deitar comigo, na minh
CAPÍTULO 70 Anelise entrou na casa dos seus pais assustada. Todos ficaram fazendo perguntas que ela não sabia responder, até que Théo falou: — Bom, vamos esquecer esse assunto por agora, pois tem um novo integrante querendo conhecer a casa, não é? — sorriu para Anelise e se ofereceu para segurar o pequeno Samuel, então com o bebê nos seus braços, eles foram em direção ao quarto. — Caramba, Théo! Foi você quem mexeu no quarto, não foi? — Anelise perguntou deslumbrada, olhando que estava maior e muito mais decorado, sendo que antes só havia um berço simples. — Todos nós, meu anjo! Até a sua irmã emprestou uma parte do quarto dela para o sobrinho, acho que o pequeno conseguiu amolecer a tia brava! — Théo brincou, e Nayara se emocionou, “o pior é que é verdade”, ela pensou. — Ai, obrigada gente! Ficou maravilhoso! Olhem só, tem até brinquedos, mantas novas, roupas... meu Deus, até um carrinho! — Anelise colocou a mão na boca. — Você teria amado, filha! Théo
CAPÍTULO 71 Anelise suava frio, não sabia mais o que fazer, e olhando à sua volta não viu o carro do Théo em lugar algum, certamente por ser das forças armadas saberia como ajudá-la com isso, mas ele não estava ali, por algum motivo não havia chegado. Tentou usar a embreagem e reduzir a marcha para que o carro freasse, porém estranhamente o câmbio quebrou, era inútil tentar fazê-lo funcionar. Era como se estivesse prestes a quebrar e decidiu que seria exatamente naquele momento. “Droga, droga!“ Ela seguiu por uma rua mais calma, porém não analisou que logo à frente teria uma ladeira, e o carro começou a descer mais rápido e Anelise se desesperou em como faria numa curva que estaria logo depois disso. “Meu Deus, eu vou morrer?“ Foi aí que ela percebeu um carro que a seguia, estranhamente o motorista prosseguiu, ficando lado a lado com o carro ao redor dela, com o desespero não se deu conta que o veículo era familiar, mas quando os vidros do carro de Vice