OthonEu e Karen estávamos saindo do hospital, discutindo sobre o que fazer para o jantar, quando algo chamou minha atenção. Vi Colin bater a porta do carro com força, o rosto determinado, quase furioso, enquanto andava apressado em direção a um beco próximo. Meu instinto me dizia que algo estava errado, mas foi apenas um segundo depois que tudo ficou claro.Karen gritou, a voz cheia de pânico: — Othon, é a Valquíria!Foi então que eu vi. Valquíria, a mulher que todos pensávamos estar contida, estava ali, andando rapidamente na mesma direção que Colin, como se estivesse o atraindo para uma armadilha. Meu coração disparou, e uma onda de preocupação tomou conta de mim. Karen estava grávida, e a ideia de me envolver em algo perigoso com ela ao meu lado era aterrorizante. Por um momento, fiquei paralisado, mas sabia que precisava agir rápido.— Onde está indo, Othon? — Karen perguntou, ao me ver fazer o retorno com o carro. Apenas quando estacionei o carro em frente ao hospital e pedi
LetíciaEu tentava controlar o pânico que ameaçava me dominar, mas meu coração batia como um tambor, rápido e descompassado, enquanto eu me esforçava para manter a calma. Tudo ao meu redor parecia distorcido, como se estivesse vivendo um pesadelo do qual não conseguia acordar. O homem ao meu lado, dirigindo com um foco frio e impiedoso, não era Colin. Não podia ser. Eu sabia disso agora, mesmo que no início tivesse sido enganada.A ideia de que o irmão gêmeo de Colin poderia estar em Curitiba e ainda mais usando um carro igual ao dele jamais teria passado pela minha cabeça. Como eu poderia imaginar uma coisa dessas? Quando entrei no carro, pensei estar segura. Era o carro de Colin, o rosto de Colin, o sorriso que, à primeira vista, parecia o de Colin. Mas agora, olhando de perto, percebi o erro.O homem ao meu lado tinha um olhar gélido, sem vida. Seus olhos, diferentes dos de Colin, não carregavam o calor e a intensidade que eu conhecia tão bem. Colin tinha um brilho nos olhos, como
ColinEu estava à beira do desespero. Letícia não atendia ao telefone, e cada tentativa frustrada aumentava o pânico que já estava tomando conta de mim. A única coisa que conseguia pensar era que algo terrível havia acontecido. Quando Othon sugeriu que fôssemos ao hospital para verificar se ela estava lá, aceitei imediatamente. Precisava saber onde ela estava, precisava vê-la com meus próprios olhos para acalmar o tumulto que estava se formando dentro de mim.Quando chegamos ao hospital, Karen estava na frente, parecendo tão desesperada quanto eu me sentia por dentro. Ela olhou para mim e Othon com uma expressão que misturava medo e ansiedade.— O que aconteceu? — perguntou ela, a voz trêmula. — Eu vi o carro da polícia e fiquei com medo do que poderia ter acontecido.Othon imediatamente assumiu o papel de protetor, o tom de sua voz mais severo do que o normal. — Karen, você não deveria estar aqui fora, se expondo assim. Sabe muito bem que Valquíria é completamente louca e imprevisí
LetíciaQuando Patrick encerrou a chamada abruptamente após soltar aquela bomba sobre Colin estar com Valquíria, uma onda de indignação me tomou por completo. Eu sabia que Patrick estava jogando comigo, mas as dúvidas, o medo, tudo aquilo estava me sufocando.As palavras de Patrick se repetiam na minha mente. Colin... com Valquíria? A mulher que tentou matá-lo? Aquilo não fazia sentido. Colin não poderia estar com Valquíria. Ele não faria isso. E se estava, era porque ele estava sendo forçado.Eu estava à beira do desespero, mas uma parte de mim ainda lutava para manter a esperança viva. Colin não me abandonaria, não do jeito que Patrick estava insinuando. E mesmo que ele estives
LetíciaPatrick deu um pequeno sorriso, mas não era um sorriso de alegria. Era um sorriso de alguém que se delicia com o caos, que se alimenta do medo e da confusão dos outros.— Só estou tentando mostrar a verdade, Colin, — disse Patrick, seu tom quase casual. — Deixando que Letícia veja quem você realmente é.— E quem eu sou, Patrick? — Colin perguntou, dando um passo em nossa direção. — Diga a ela, diga quem eu sou, mas faça isso sem suas mentiras.Patrick soltou uma risada curta, e por um momento, senti que ele estava prestes a fazer algo terrível. Eu me sentia perdida e tudo dentro de mim gritava para correr, para sair dali. Mas ao mesmo tempo, não podia deixar Colin enfrentar isso sozinho.— Eu não preciso dizer nada, Colin, — Patrick respondeu, o sorriso sumindo e a voz ficando fria. — Ela vai ver por si mesma. Vai ver o que eu vejo. Colin olhou para mim, seus olhos suavizando por um momento, antes de se fixarem novamente em Patrick. Havia tanta coisa não dita entre nós, tanta
ColinApós o que aconteceu com Letícia, eu sabia que não poderia deixá-la sozinha de forma alguma. Enquanto dirigia de volta para casa, a adrenalina ainda correndo pelas minhas veias, minha preocupação com ela era o que mais pesava em minha mente. Ela havia passado por algo terrível, e eu não podia arriscar que algo assim acontecesse novamente.Dentro do carro, eu tentei convencê-la a ir para o meu apartamento. Sabia que o prédio de alto padrão onde eu morava era muito mais seguro do que a casa dela. O lugar tinha segurança 24 horas, câmeras em todos os cantos e um sistema de entrada que praticamente tornava impossível para alguém como Patrick se aproximar. Eu queria que Letícia estivesse em um lugar onde eu pudesse protegê-la de qualquer ameaça, onde eu soubesse que ela estaria segura.— Letícia, — comecei, tentando manter a voz calma e racional. — Acho que seria melhor você ficar no meu apartamento por um tempo. É mais seguro lá, você sabe disso.— Não acho que essa seja uma boa ide
LetíciaFiquei profundamente emocionada com a forma como os pais de Colin me receberam. A forma calorosa e genuína com que Marieta me abraçou, a preocupação sincera no olhar de Afonso—tudo isso me pegou de surpresa. Eu havia ouvido algumas coisas sobre eles, principalmente sobre como sempre estiveram do lado de Patrick, mesmo quando as evidências apontavam para o contrário. Isso me fez criar uma imagem de pessoas distantes, talvez até frias. Mas agora, vendo o carinho e o cuidado com que me tratavam, percebi o quanto eles tinham mudado nos últimos meses.Colin havia me contado sobre a mudança que aconteceu em seus pais, especialmente depois que souberam o que Patrick havia feito, se passando por ele e sugerindo que eu deveria tirar o bebê que estava esperando. Detestava lembrar desse episódio, de como aquilo me abalou profundamente. Mas saber que, de certa forma, essa situação foi o catalisador para que Marieta e Afonso finalmente enxergassem quem Patrick realmente era, me comoveu.El
ColinEra difícil acreditar que, após um dia tão tumultuado, eu estava aqui, no meu sofá, com Letícia nos meus braços. Sentia o calor de seu corpo contra o meu, sua respiração calma e constante, e era como se todo o caos tivesse se dissipado. Ela estava aqui, comigo, e isso era tudo o que importava.Uma onda de emoção me invadiu, mas também um desejo profundo. Estar com Letícia, a mulher que estava esperando minha filha, a mulher por quem eu tinha me apaixonado perdidamente... era tudo o que eu mais ansiava. Eu a envolvi em meus braços, puxando-a para mais perto, e a beijei com ardor, deixando transparecer o quanto eu a desejava.Seus lábios nos meus eram uma mistura de suavidade e urgência. Cada beijo que trocamos parecia aprofundar o vínculo entre nós, e a intensidade só aumentava. Os beijos tornaram-se mais exigentes, cada toque mais elétrico, e o desejo de estar com ela completamente crescia dentro de mim. Mas, ao mesmo tempo, eu não queria apressar nada, não queria que Letícia se