LetíciaFiquei profundamente emocionada com a forma como os pais de Colin me receberam. A forma calorosa e genuína com que Marieta me abraçou, a preocupação sincera no olhar de Afonso—tudo isso me pegou de surpresa. Eu havia ouvido algumas coisas sobre eles, principalmente sobre como sempre estiveram do lado de Patrick, mesmo quando as evidências apontavam para o contrário. Isso me fez criar uma imagem de pessoas distantes, talvez até frias. Mas agora, vendo o carinho e o cuidado com que me tratavam, percebi o quanto eles tinham mudado nos últimos meses.Colin havia me contado sobre a mudança que aconteceu em seus pais, especialmente depois que souberam o que Patrick havia feito, se passando por ele e sugerindo que eu deveria tirar o bebê que estava esperando. Detestava lembrar desse episódio, de como aquilo me abalou profundamente. Mas saber que, de certa forma, essa situação foi o catalisador para que Marieta e Afonso finalmente enxergassem quem Patrick realmente era, me comoveu.El
ColinEra difícil acreditar que, após um dia tão tumultuado, eu estava aqui, no meu sofá, com Letícia nos meus braços. Sentia o calor de seu corpo contra o meu, sua respiração calma e constante, e era como se todo o caos tivesse se dissipado. Ela estava aqui, comigo, e isso era tudo o que importava.Uma onda de emoção me invadiu, mas também um desejo profundo. Estar com Letícia, a mulher que estava esperando minha filha, a mulher por quem eu tinha me apaixonado perdidamente... era tudo o que eu mais ansiava. Eu a envolvi em meus braços, puxando-a para mais perto, e a beijei com ardor, deixando transparecer o quanto eu a desejava.Seus lábios nos meus eram uma mistura de suavidade e urgência. Cada beijo que trocamos parecia aprofundar o vínculo entre nós, e a intensidade só aumentava. Os beijos tornaram-se mais exigentes, cada toque mais elétrico, e o desejo de estar com ela completamente crescia dentro de mim. Mas, ao mesmo tempo, eu não queria apressar nada, não queria que Letícia se
LetíciaAcordei na manhã seguinte nos braços de Colin. Senti o calor do corpo dele contra o meu e, por um momento, fiquei apenas apreciando aquela sensação. Era reconfortante estar ali, envolvida por ele, como se o mundo lá fora não pudesse nos tocar. Mas então, o inevitável lembrete da minha gravidez se fez presente—eu precisava ir ao banheiro.Tentei me mexer com cuidado, na esperança de não acordá-lo. Mas assim que comecei a me desvencilhar de seus braços, Colin me segurou com mais firmeza, sem abrir os olhos.— Onde você pensa que vai? — murmurou, a voz rouca de sono, mas com uma pitada de possessividade que me fez rir.— Preciso ir ao banheiro, — expliquei, divertida. — Sabe como é, gravidez… não dá pra adiar.Colin soltou uma risada suave e me soltou apressadamente, como se de repente percebesse a urgência da situação.— Ah, isso realmente não dá para esperar, — disse ele, se recostando mais relaxado na cama. — Mas volte logo, estarei esperando.Senti meu peito aquecer com a doç
PatrickO telefone continuava vibrando no balcão da pia, mas eu o ignorei. Sabia que eram meus pais ligando. Desde que fugi de Colin na tarde anterior, Marieta e Afonso estavam se revezando nas tentativas de falar comigo. Provavelmente desesperados, como sempre, mas eu não estava pronto para lidar com eles. Não agora.Desde que voltei para o hotel, minha mente não parava de correr em círculos. A imagem de Colin descontrolado não saía da minha cabeça. Por que ele tinha mudado tanto? Sempre o vi como rancoroso, mas despreocupado, alguém que, no fundo, ainda estava obcecado por Valquíria e disposto a fazer qualquer coisa por ela. Mas agora? Agora ele parecia outra pessoa.Eu olhei para o meu reflexo no espelho, ainda atordoado pelo que havia acontecido. Colin... nunca, em todos esses anos, ele tinha chegado perto de agir daquela forma. Por mais que eu o provocasse, por mais que jogasse com ele, sempre soube que Colin era previsível, controlado. Sempre a choramingar para os nossos pais, s
ColinA ideia de uma viagem foi algo revigorante e decidimos ir até o hospital e conversar pessoalmente com Othon sobre uma licença temporária para Letícia. Eu estava certo que ele iria entender, independentemente do fato de sermos grandes amigos. Letícia está grávida e não pode estar suscetível às loucuras do meu irmão.Porém, quando estávamos a caminho do hospital, uma dor aguda atravessou meu peito como uma lâmina quente. A dor foi tão repentina e intensa que minhas mãos quase perderam o controle do volante. Instintivamente, encostei o carro no meio-fio, sentindo o suor frio se formar na testa. Respirei fundo, tentando acalmar o pânico que começava a crescer dentro de mim.— Colin? — Letícia perguntou, sua voz carregada de preocupação. — O que aconteceu?Eu segurei o volante com força, os nós dos meus dedos ficando brancos. A dor no peito era excruciante, como se algo estivesse pressionando meu coração com força. Mas, da mesma forma que veio, ela começou a desaparecer. Lentamente,
ColinQuando entramos no setor de emergência, vi os médicos e enfermeiros correndo para estabilizar Patrick e Valquíria. Ambos estavam gravemente feridos. O barulho das máquinas, o som dos monitores cardíacos, tudo parecia ecoar na minha mente, me empurrando para um estado de alerta constante.Othon se aproximou de um dos médicos, tentando obter informações.— Qual o estado deles? — ele perguntou, a voz firme, mas os olhos denunciando sua preocupação.O médico balançou a cabeça, apertando os lábios.— Tanto Patrick quanto Valquíria sofreram concussão severa e várias fraturas. Vamos estabilizá-los antes de fazer qualquer avaliação mais profunda.A cada palavra do médico, eu sentia uma mistura de alívio e desespero. Patrick estava vivo, mas gravemente ferido. E Valquíria... bem, ela sempre foi uma força destrutiva, mas mesmo assim, vê-la naquele estado me fez questionar tudo.— Não há nada que possamos fazer, a não ser esperar — Othon apontou, enquanto passava as mãos nos cabelos, bagun
LetíciaApós o acidente, eu continuei no apartamento de Colin. Sabia o quanto toda essa situação o havia abalado profundamente. Ele precisava de apoio, e eu estava disposta a ser esse apoio para ele, mais do que nunca. Rita tinha insistido em voltar para a nossa casa, dizendo que eu deveria ficar com Colin, que ele precisava de mim agora que estávamos nos entendendo tão bem. Eu não queria aceitar, claro. Rita sempre foi minha fortaleza, e a ideia de ela voltar para casa sozinha me incomodava. Eu sentia que deveria estar ao lado dela também. Foi então que minha mãe mencionou que tinha sido convidada para fazer um cruzeiro com suas amigas. Era um desejo antigo dela, e quando a vi falando sobre isso com um brilho nos olhos, percebi o quanto ela merecia aquela oportunidade. Incentivei-a a ir, muito feliz por vê-la finalmente pensando em si mesma e aproveitando a vida de maneira mais descontraída.— Vai, mãe! — eu disse, animada. — Você merece. Aproveita e se diverte bastante. Vou ficar
ColinEnquanto me afundava em mais um dia de trabalho, tentando evitar pensar em tudo que estava acontecendo, a campainha tocou. Soltei um suspiro, já imaginando que fosse algo que eu teria que resolver, e fui até a porta. Para minha surpresa, eram Noah e Othon, ambos com sorrisos exuberantes e uma garrafa de uísque na mão.— O que vocês estão fazendo aqui? — perguntei, levantando uma sobrancelha.— Viemos salvar o seu aniversário, meu amigo! — Noah disse, levantando a garrafa como se fosse um presente de ouro. — Não vamos deixar você passar o dia sozinho, afundado no trabalho.— E trouxemos um jogo de cartas para completar o combo, — Othon acrescentou, piscando. — Não precisa agradecer, estamos sendo altruístas.Eu não consegui evitar uma risada, mas logo fiz questão de provocá-los:— São duas da tarde, e vocês já querem beber? Vocês sabem que eu tenho coisas para fazer, certo?— Claro que sabemos, — Noah respondeu com um sorriso preguiçoso. — Mas é seu aniversário, Colin. A gente sa