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Nicklaus MikhaillGrudo as costas contra a porta do quarto que mandei preparar no momento em que recebi a ligação, recordo de todas as mulheres usadas por meu pai que ficaram aprisionadas nesse lugar. Um bastardo como eu não poderia ter caído tão distante da fruta podre.Ergo as mãos observando o sangue seco, retorço os lábios em desgosto por esse inferno de dia, solto o ar e vou para o quarto nada como um bom banho para amenizar a minha raiva, embaixo do chuveiro sentindo a água gelada batendo nas costas a imagem da garota de joelhos no chão assustada volta de uma maneira excitante.O seu medo tão palpável diante da minha crueldade chega a ser excitante.Mas de alguma maneira distorcida sou tomado pela fúria cega recordando do medo presente na face tão pequena contra o chão sendo espancada, sempre adorei ver todas as faces do medo em qualquer pessoa. É como uma droga tão viciante quando endorfina, queremos sempre mais e mais.Então, porque quando Carolina sente medo de outras pessoas
CarolinaCom o corpo todo dolorido decido apenas aceitar esse castigo, afinal, segurei nas mãos do próprio diabo entrando dentro daquele carro, as lágrimas caem tão dolorosas quanto os machucados no meu abdômen. Estou me sentindo tão cansada e tão frágil, afasto o banco com o pé ganhando espaço para poder deitar de lado sentindo o chão permeado pelo frio já conhecido das noites na rua.Ignoro a dor no pulso pela posição e abraço as minhas pernas, sendo tomada pelas lembranças de um tempo não tão distante. Lembro da fome queimando de dentro para fora e do frio adormecendo o corpo de fora para dentro. Um conflito tempestuoso enquanto ajeitava alguns pedaços de papelão buscando um lugar seguro para dormir, até finalmente conseguir um pequeno abrigo perto da escola. Foi graças a uma professora que consegui ficar viva durante esse período, sua bondade em deixar-me entrar primeiro no colégio para tomar banho além de conseguir algumas roupas.Pela manhã estudava e a tarde saia distribuindo u
Carolina Não paro para observar o caminho que tomamos enquanto sou carregada por ele, na realidade sentir o perfume masculino é como um balsamo, sinto que estou embriagada pela presença dele. “Nicklaus, preciso falar com você.” Não ergo a cabeça para encarar o dono da voz apesar de sentir ele parando e seu corpo enrijecendo pela tensão em volta do meu. Se estiver certa é o irmão dele. “Agora não.” — Duas simples palavras na voz firme e autoritária que causa arrepios pelo meu corpo. “É importante.” — Ergo um pouco a cabeça encontrando o olhar curioso. Os mesmos olhos revoltados cheios de promessas estranhas, analisando o irmão com cautela posso ver as perguntas que deseja fazer. “Então resolva.” O homem quase tão alto quanto Nicklaus abre um sorriso imenso como um lobo ganhando uma caçada. Quando se vira saindo em passos largos pelo corredor, Nicklaus volta a se movimentar escondo o rosto novamente em seu ombro querendo evitar a luz que ofusca meus olhos. “Gostou de olhar meu i
Carolina Vou na direção das cortinas abrindo um pouco posso ver a luz forte do sol brilhando iluminando o gramado molhado pela noite fria. O silêncio é tão incomodo quanto a sensação de estar presa, a solidão sempre foi confortável e agora tenho uma ilusão crescendo de uma maneira da qual nem ao menos consigo organizar os pensamentos. Sinto o perfume masculino primeiro, o toque quente vem em seguida com a mão grande demais ao redor da minha cintura usando o nariz para traçar uma linha em meu pescoço deixando um rastro de arrepios. “Vem, vamos dormir.” — A voz rouca me excita e não deveria. Observo suas costas repletas de desenhos se encontrando com estrelas de várias pontas nos ombros. Os músculos firmes bem marcados apesar das cicatrizes, agora posso notar, alguns pontos que parecem ser marcas de balas e outras de facas, e o moletom cinza foi trocado por um preto sem esconder a bunda arredondada. Nicklaus se deita na cama enorme seus olhos encontrando os meus ao arquear uma sobranc
Nicklaus Obverso a maneira tranquila da qual dorme em meus braços desatenta ao perigo tão próximo, deixo que fique na minha cama enquanto saio para resolver entender o que pode ter acontecido para Dimitri estar tão preocupado, ainda mais quando é sempre tão intransigente. A bela visão deveria ser o suficiente para apaziguar a fera sedenta para destruí-la, mas não é, meu desejo em quebrar sua inocência apenas aumenta exponencialmente, quero que veja a beleza da destruição e o preço a ser pago por encantar o diabo com seus olhos assustados. Entro no closet apenas para pegar uma camisa preta, saio do quarto a deixando para trás junto com a pouca decência que ainda tenho para preservar a sua virgindade. Dimitri como sempre está com os braços cruzados em frente a porta da suíte. “Esperava escutar os gritos da nossa garota” Completamente cego avanço como um animal, o segurando pelo pescoço e batendo sua cabeça contra a parede com força. “Ela é minha”— Declaro possessivo, seu sorriso lou
Carolina A claridade b**e contra meus olhos, quando viro o corpo sinto a falta da presença marcante que deveria estar aqui. Sinto vontade de rir embaixo da coberta diante da sensação de prazer. “Vamos menina o seu dia vai ser cheio hoje.” Ergo o corpo rapidamente encontrando com a governanta de fios grisalhos junto com uma bandeja repleta, frutas, iogurte, café, suco. Ela está tão concentrada em trazer-me a bandeja que nem ao menos nota o quanto fico surpresa com a quantidade de comida, mesmo trabalhando as despesas jamais me deixaram comer tão bem assim, sinto o estomago roncando, nem lembro que horas comi a última vez. “Menina!”— Sua voz cheia de espanto faz-me levantar o rosto e encontrar com a preocupação estampada. — “O que aconteceu com você? Não minta pra mim, foi Nicklaus que fez isso?” Levo a ponta dos dedos ao rosto sentindo um pouco do desconforto causado pelo corte no canto da boca as lembranças retornando como uma enxurrada de pensamentos o medo e a sensação amarga da
Carolina Depois de um dia inteiro dedicado a conversar com professores solícitos, alguns que até mesmo desprezara-me por ser bolsista dispostos a esclarecer os detalhes necessários para completar cada carga horária. A coordenadora do curso separou o horário de almoço exclusivamente para repassar o material necessário a ser comprado se prontificando imediatamente em contatar os fornecedores.Agora, dentro do cômodo que antes estava vazio tenho uma pequena clínica montada. Com direito a mesa de vidro, notebook de última geração, um armário com equipamentos de atendimento básico e uma maca hospitalar. Passo as mãos no rosto ainda desacreditada mas ao mesmo tempo ciente, nada disso é de graça. E em quase três dias ao lado de Nicklaus continuar acreditando na bondade chega a ser ingênuo. Descobri que Yves criou tanto ele quanto Dimitri, o irmão dele, apesar de ser uma pessoa amável e bondosa, a senhora de cabelos grisalhos deixou-me ciente de que não existe saída, em seu olhar o amor
Carolina Sinto-me ficar completamente sóbria a raiva que borbulha dentro do peito é tão grande que ergo a mão para bater nele. Sou detida antes disso ficando com os pulsos presos atrás das costas com apenas a mao esquerda Nicklaus deixa-me incapacitada. “Você não pode me forçar a casar” Grito remexendo o corpo para tentar sair de cima do colo. “Você vai casar comigo por querer Carolina.” “Só pode estar louco, nao faz nem uma semana que te conheço, você me trancou e amarrou a correntes de ferro.”“Consequência do seu próprio ato estupido, criança insolente, se não fosse por mim poderia estar morta.” - Ele grita mas não me deixa sair do colo.“Você matou a própria esposa grávida não faz nem quatro dias.” “Já disse que o filho não era meu.”“E de que isso diminui a sua culpa em matar um inocente? Você matou uma criança inocente.” “E matarei mais mil delas, porra! - Arregalo os olhos sentindo a sua mao direita em meu pescoço- Não sou a porra de um homem bondoso e você que lide com a