Carolina Abraço meu filho dentro do carro, colocando ele para arrotar, as ruas de Moscou ainda são diferentes, flores ainda são deixadas nas calçadas que foram banhadas de sangue. A mão forte de Nicklaus aperta o meu joelho, viro o rosto para encarar a cicatriz que marca a sua testa, tudo nele é ainda mais charmoso do que nunca. Nem ao menos parece que esteve tão perto de morrer. Com cuidado ele ergue as mãos enormes pegando o pacotinho azul sonolento e o encaixando no colo. Mordo os lábios admirando a sua maneira gentil se acalentar Dante, algumas vezes, o pego de surpresa sorrindo para cada abertura de boca torta que o filho faz. Mesmo após acordar, ainda ficamos mais uma semana direto no hospital para que ele fizesse alguns exercícios de fortalecimento da coluna, mas é necessário que continue por mais uns seis meses, provavelmente nosso motivo de briga definido. Reviro os olhos buscando aproveitar esse momento tranquilo. Acordar depois da imagem do sangue escorrendo pelas minh
NicklausO rosto bonito procurando uma explicação, procurando palavras que nem mesmo aprendi a pronunciar direito quando tudo o que sinto por ela é tão único quanto o seu olhar descrente da minha redenção. Ela é muito mais do que um anjo perdido no meio do meu inferno particular, é a Lilith que faltava para se sentar ao meu lado e governar tudo, por isso não exito em devorar cada pedaço dela como um louco viciado pela próxima overdose brincando se irá viver ou morrer diante da droga.Carolina e nosso filho são os motivos que me fazem estar aqui nesse porto as três da madrugada esperando pacientemente a chegada dela, poucos a conhecem, é possível contar nos dedos quantas pessoas encararam a beleza da morte e sobreviveram. Sim, ela é tão bela quanto cruel, uma parte minha clama em ter o seu respeito como se um monstro precisasse de outro para afagar o ego enorme.Até mesmo o vento muda quando se faz presente, de dentro da escuridão entre os contêineres ela aparece usando uma calça tão c
NicklausBato com o pé contra o pequeno escritório, sim, em comparação a tudo o que tínhamos esse escritório no novo apartamento é pequeno. Carolina dorme com nosso filho ao lado na cama enorme, em cada instante andando pelo lugar abre um sorriso diferente como se estivesse finalmente satisfeita com sua casa, talvez por não ser tão grande quanto a mansão e nem tão pequeno quanto o lugar em que vivia antes de a conhecer.Ela se senta na sala com alguns livros e estuda por horas com nosso filho do lado sem nem mesmo perceber o tempo passando. Saber que está com a mente ocupada facilita a minha vida, principalmente agora que a madrugada banha com sua luz a minha mesa e o meu irmão está sentado na poltrona agarrado com a garrafa de bebida destilada.
MayaDeixo as lágrimas caírem ainda mais amedrontada, tentando encolher as pernas contra o sofá enquanto ele grita furioso, destruindo algumas coisas no quarto. O ódio e a loucura em seu olhar é o prelúdio de dor. Mordo os lábios contendo os soluços, pois o som deles só o deixara ainda mais agressivo. Desvio o olhar, mas ainda peguei o flash dos seus olhos ao notar que estava encarando. Prendo a respiração ao ver seus sapatos sociais lustrados, um movimento e seu pé esquerdo está em cima do meu joelho causando uma dor profunda.“Por favor.” Gemo desesperada.A mão grande envolve os meus fios com força, sou arrastada para a escada de madeira, quando tenho o corpo
NicklausCaminho até o desgraçado no chão amarrado como um bicho, o suor cobrindo seu corpo pelo calor desse local inospito, os olhos brilhando em desafio da maneira como gosto nem mesmo consigo segurar pela espera. Avanço contra o infeliz acertando um chute nas suas costelas adorando como se curva e trava a mandibula tentando se mostrar forte para suportar.“Como se sente sendo sabendo que o pirralho é filho do Razmunikin?” Provoca com os dentes sujos de sangue.Abro um sorriso enorme que o faz franzir o cenho em dúvida sem entender o motivo pelo qual estou tão contente. Agacho na sua frente o puxando pelos cabelo e batendo seu rosto duas vezes contra o chão escutando o som delicioso do nariz se quebrando e o sangue escorrendo pelo quei
Dois meses depois – Nicklaus. Um caralho que essa merda de campanha politica seria fácil, muito pior é saber que preciso comparecer a inúmeros compromissos sociais para ser visto pela população e pelos amigos ricos como alguém que vale a pena o investimento. Caminho muito puto pela lateral da igreja passando os dedos nos bancos de madeira, o casamento de Dimitri irá acontecer em algumas horas, precisei discutir com o bastardo por horas sobre a importância de fazer a festa, mesmo querendo fugir dessa porcaria. Avisto a cabine de madeira para confissões num canto do lugar, apresso os passos para lá entrando, ajeito o terno esperando pacientemente as batidas leves contra a madeira indicam que finalmente chegou. “Entrar para a política foi uma jogada de mestre.” Sua voz soa baixa, mas a ironia está lá presente. “Não acredita que posso fazer mais pelo meu país?” Retruco usando o mesmo tom irônico. “Surpreenda-me” Pede com a voz risonha. “Qual motivo de ter marcado esse encontro?” Co
Nicklaus “Aquela é a mulher que está fornecendo os homens e as armas.” Sussurro em seu ouvido, resolvendo dar mais dois tapas antes de falar de novo. “A vadia marcou essa reunião para cobrar o favor que devo.” Mais um tapa e ela geme baixinho babando a minha mão. “Mas você não pode esperar no carro, não é mesmo?” Questiono retirando a calcinha ensopada de dentro da bunda dela e seguindo o tecido até a fenda que pinga. “É bem justo que pague uma penitência por desconfiar do marido, afinal, você é a única que anda se negando com vergonha do corpo nesses dois meses.” Acuso fazendo ela abrir a boca para responder, só que enterro dois dedos de uma vez dentro dela. “Tão quente meu anjo, acho que se estiver grávida de novo não vai ficar com tanta vergonha de mim.” Ela geme rebolando a bunda para cima. Retiro a mão da boca dela socando os dedos num entra e saí só para escutar o que ela inventará dessa vez. A verdade é que depois do episódio no hospital e a volta para casa, o meu pequeno anj
CarolinaA fúria latente queimando qualquer resquício da minha consciência comandando todos os meus passos em direção a sandice obscura em mal tratar-lhe a carne, preciso ver com os próprios olhos sua imoralidade se tornando uma culpa apesar de duvidar que o demônio possa sentir algo diante do próprio pecado. Orei, a todos os deuses, implorei a cada um dos arcanjos ditos divinos pela bíblia para que esses sentimentos fossem expurgados da minha alma, excomungados do meu coração e repudiados pela minha moral.Descobri de maneira tardia que sou prisioneira dos meus pecados, cada passo nesse corredor escuro é como um passo no caminho para luz, apesar de estar indo na direção do inferno em busca do gerador dos meus tormentos. A madeira que reveste a lâmina pesada da faca chef, transforma a garota em uma mulher vingativa, rancorosa e ciumenta.Observo a inabitual luz escapando pelo espaço da porta aberta, atraindo-me para o lar da besta, o silêncio da mansão em nada se compara as vozes enlo