NicklausBato com o pé contra o pequeno escritório, sim, em comparação a tudo o que tínhamos esse escritório no novo apartamento é pequeno. Carolina dorme com nosso filho ao lado na cama enorme, em cada instante andando pelo lugar abre um sorriso diferente como se estivesse finalmente satisfeita com sua casa, talvez por não ser tão grande quanto a mansão e nem tão pequeno quanto o lugar em que vivia antes de a conhecer.Ela se senta na sala com alguns livros e estuda por horas com nosso filho do lado sem nem mesmo perceber o tempo passando. Saber que está com a mente ocupada facilita a minha vida, principalmente agora que a madrugada banha com sua luz a minha mesa e o meu irmão está sentado na poltrona agarrado com a garrafa de bebida destilada.
MayaDeixo as lágrimas caírem ainda mais amedrontada, tentando encolher as pernas contra o sofá enquanto ele grita furioso, destruindo algumas coisas no quarto. O ódio e a loucura em seu olhar é o prelúdio de dor. Mordo os lábios contendo os soluços, pois o som deles só o deixara ainda mais agressivo. Desvio o olhar, mas ainda peguei o flash dos seus olhos ao notar que estava encarando. Prendo a respiração ao ver seus sapatos sociais lustrados, um movimento e seu pé esquerdo está em cima do meu joelho causando uma dor profunda.“Por favor.” Gemo desesperada.A mão grande envolve os meus fios com força, sou arrastada para a escada de madeira, quando tenho o corpo
NicklausCaminho até o desgraçado no chão amarrado como um bicho, o suor cobrindo seu corpo pelo calor desse local inospito, os olhos brilhando em desafio da maneira como gosto nem mesmo consigo segurar pela espera. Avanço contra o infeliz acertando um chute nas suas costelas adorando como se curva e trava a mandibula tentando se mostrar forte para suportar.“Como se sente sendo sabendo que o pirralho é filho do Razmunikin?” Provoca com os dentes sujos de sangue.Abro um sorriso enorme que o faz franzir o cenho em dúvida sem entender o motivo pelo qual estou tão contente. Agacho na sua frente o puxando pelos cabelo e batendo seu rosto duas vezes contra o chão escutando o som delicioso do nariz se quebrando e o sangue escorrendo pelo quei
Dois meses depois – Nicklaus. Um caralho que essa merda de campanha politica seria fácil, muito pior é saber que preciso comparecer a inúmeros compromissos sociais para ser visto pela população e pelos amigos ricos como alguém que vale a pena o investimento. Caminho muito puto pela lateral da igreja passando os dedos nos bancos de madeira, o casamento de Dimitri irá acontecer em algumas horas, precisei discutir com o bastardo por horas sobre a importância de fazer a festa, mesmo querendo fugir dessa porcaria. Avisto a cabine de madeira para confissões num canto do lugar, apresso os passos para lá entrando, ajeito o terno esperando pacientemente as batidas leves contra a madeira indicam que finalmente chegou. “Entrar para a política foi uma jogada de mestre.” Sua voz soa baixa, mas a ironia está lá presente. “Não acredita que posso fazer mais pelo meu país?” Retruco usando o mesmo tom irônico. “Surpreenda-me” Pede com a voz risonha. “Qual motivo de ter marcado esse encontro?” Co
Nicklaus “Aquela é a mulher que está fornecendo os homens e as armas.” Sussurro em seu ouvido, resolvendo dar mais dois tapas antes de falar de novo. “A vadia marcou essa reunião para cobrar o favor que devo.” Mais um tapa e ela geme baixinho babando a minha mão. “Mas você não pode esperar no carro, não é mesmo?” Questiono retirando a calcinha ensopada de dentro da bunda dela e seguindo o tecido até a fenda que pinga. “É bem justo que pague uma penitência por desconfiar do marido, afinal, você é a única que anda se negando com vergonha do corpo nesses dois meses.” Acuso fazendo ela abrir a boca para responder, só que enterro dois dedos de uma vez dentro dela. “Tão quente meu anjo, acho que se estiver grávida de novo não vai ficar com tanta vergonha de mim.” Ela geme rebolando a bunda para cima. Retiro a mão da boca dela socando os dedos num entra e saí só para escutar o que ela inventará dessa vez. A verdade é que depois do episódio no hospital e a volta para casa, o meu pequeno anj
CarolinaA fúria latente queimando qualquer resquício da minha consciência comandando todos os meus passos em direção a sandice obscura em mal tratar-lhe a carne, preciso ver com os próprios olhos sua imoralidade se tornando uma culpa apesar de duvidar que o demônio possa sentir algo diante do próprio pecado. Orei, a todos os deuses, implorei a cada um dos arcanjos ditos divinos pela bíblia para que esses sentimentos fossem expurgados da minha alma, excomungados do meu coração e repudiados pela minha moral.Descobri de maneira tardia que sou prisioneira dos meus pecados, cada passo nesse corredor escuro é como um passo no caminho para luz, apesar de estar indo na direção do inferno em busca do gerador dos meus tormentos. A madeira que reveste a lâmina pesada da faca chef, transforma a garota em uma mulher vingativa, rancorosa e ciumenta.Observo a inabitual luz escapando pelo espaço da porta aberta, atraindo-me para o lar da besta, o silêncio da mansão em nada se compara as vozes enlo
Nicklaus MikhailExiste uma lei dentro da máfia que impera sobre todas as outras, um certo clichê sobre manter os inimigos por perto e deixar claro para os amigos que suas traições não serão perdoadas, o motivo? Quando demonstramos ao outro clemência um terceiro vê esse gesto como fraqueza e incita aos demais a traição.Por isso gosto de pensar que sigo o lema de Maquiavel ao ser aquele que elege os inimigos, observo com certa necessidade o rosto pálido e incapaz de um desses tolos embaixo do meu mocassim, o sangue escorrendo pelo nariz, hematomas marcando cada pedaço da sua pele enquanto falta oxigênio em seus pulmões. Trago o cigarro bebendo da nicotina a calma que preciso para as duvidas que enchem a minha mente.— Sabe Carlo, sempre imaginei que fosse mais inteligente. — Falo cortando o silêncio, abaixando-me sobre o homem e apagando o cigarro em sua bochecha.O gemido de dor é tudo o que me excita, ademais o espetáculo em mostrar a todos como um traidor morre nunca deixa de ser p
CarolinaCertos dias deveria ter a noção de que sair de casa não é uma opção, entretanto, para uma órfã isso é impossível, principalmente quando depende de dois empregos para conseguir se manter sem precisar recorrer a venda de drogas ou prostituição, algo do qual vi muitas colegas durante o ensino médio buscarem. Hoje, mais uma vez precisei aguentar os desaforos da madame Mikhail, todos sabem com o que seu marido trabalha e mesmo que minha vontade fosse puxar seus fios um a um jamais faria algo assim.Entretanto quando o primeiro disparo soou, fui incapaz de manter o olhar no chão, no meio da testa do soldado havia uma marca de bala fazendo o sangue escorrer para a ponte do nariz, seu corpo grande e pesado caindo no chão com um baque pesado. Soltei o ar com força pensando em sobreviver a mais um dia de trabalho para poder ir a universidade pela noite, nenhuma das minhas dividas estudantis vai se pagar por milagre.Juntei forças e orei, acredito que orei pela primeira vez nos últimos