Incerto

Carolina

Com o corpo todo dolorido decido apenas aceitar esse castigo, afinal, segurei nas mãos do próprio diabo entrando dentro daquele carro, as lágrimas caem tão dolorosas quanto os machucados no meu abdômen. Estou me sentindo tão cansada e tão frágil, afasto o banco com o pé ganhando espaço para poder deitar de lado sentindo o chão permeado pelo frio já conhecido das noites na rua.

Ignoro a dor no pulso pela posição e abraço as minhas pernas, sendo tomada pelas lembranças de um tempo não tão distante. Lembro da fome queimando de dentro para fora e do frio adormecendo o corpo de fora para dentro. Um conflito tempestuoso enquanto ajeitava alguns pedaços de papelão buscando um lugar seguro para dormir, até finalmente conseguir um pequeno abrigo perto da escola. Foi graças a uma professora que consegui ficar viva durante esse período, sua bondade em deixar-me entrar primeiro no colégio para tomar banho além de conseguir algumas roupas.

Pela manhã estudava e a tarde saia distribuindo u
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