Ele ouviu batidas na porta e olhando para a tela do seu computador viu que era seu assistente do lado de fora, então autorizou a entrada:
— Entre!
A porta se abriu e o homem vestido com um terno cinza chumbo, extremamente alinhado ao seu corpo, entrou naquele cômodo. O som de seu sapato pisando no carpete era o som que mais sobressaia naquele momento. Parando em frente a mesa de Renzo, o homem fez uma leve curva em sinal de respeito e colocou a pasta com documentos em frente ao seu chefe.
— Aqui está o relatório dos faturamentos dos nossos cassinos deste mês. Nossos lucros continuam com um crescimento exponencial não só em questão ao faturamento monetário, mas também em relação a sua fama — disse o homem.
Renzo pegou a pasta e folheou os documentos por alguns minutos, analisando os dados com atenção a fim de entender a veracidade daquelas informações.
— Isso é ótimo, Andrea. Eles estão fazendo um ótimo trabalho, pode aumentar o salário de todos os funcionários do cassino em 10% — disse Renzo guardando a pasta em uma das gavetas de sua mesa.
— Sim, senhor — Andrea concordou.
— E sobre o meu irmão? — Renzo perguntou.
— Já fizemos contato com ele e passamos a primeira tarefa, ele tem 24 horas para cumprir — disse Andrea.
— Ótimo — Renzo sorriu.
— Senhor, e se ele não cumprir a tarefa?
Renzo suspirou fundo.
Era uma missão simples, Maxwell teria que modificar todas as informações que ele mesmo havia passado para a Interpol. Isso iria o descredibilizar e também faria algumas pessoas pagarem pela morte de alguns dos membros da máfia que tiveram suas identidades divulgadas, os tornando alvo. Agora, se Maxwell não fizesse o que foi pedido, ele iria precisar incentivar seu irmão e mostrar que ele não está blefando.
— A orelha ou o dedo dela, você escolhe — disse Renzo de forma fria.
— Sim, senhor! — Andrea concordou. — Precisa de algo mais?
Renzo olhou o relógio em seu pulso e viu a hora. Logo seria noite. Seu dia foi cansativo e exaustivo. Antes de ir até o encontro de Madison, ele estava trabalhando em seu escritório na sua empresa. Empresa esta que foi fundada por ele com o intuito de lavar a quantidade de dinheiro que ele fazia de forma ilegal. Sua empresa era no ramo hoteleiro. Renzo havia construído diversos hotéis e resorts, e com a gama de seu faturamento, ele não construiu apenas dentro da Itália e sim por vários lugares da Europa.
Desde que assumiu a máfia, Renzo tornou o faturamento do grupo dez vezes maior e isso fez com que houvesse a necessidade de criar uma empresa de grande porte para poder fazer a lavagem daquele dinheiro. Vittorio ficou muito orgulhoso do neto e os membros da máfia que se beneficiavam daquele dinheiro também ficaram felizes com a ascensão de Renzo. No início muitos não queriam aceitar que Renzo fosse o próximo Don, por ele ser mestiço, mas depois de assumir o poder e exacerbar os rendimentos, Renzo passou a ser “aceito” pelos membros mais velhos que compunham o conselho da máfia.
— Eu ia tomar um banho e deitar, mas acho que estou precisando relaxar de outra forma hoje — disse Renzo se levantando. — Quer ir comigo até o Fiamme del club?
— Será um prazer, senhor.
Os dois partiram no carro pessoal de Renzo. Por ter sua identidade em segredo, ele não corria tantos riscos ao sair na rua sem seguranças. E Renzo também tinha um poder de autoproteção muito grande devido aos seus anos de dedicação em artes marciais.
Assim que chegaram à boate, Renzo e Andrea entraram e foram direto para a área VIP, uma sala reservada somente para o Don. Ali havia um bar reservado com barman para preparar os coquetéis e umas strippers que dançavam em polidances no mini palco que havia ali dentro.
Enquanto isso, na mansão de Renzo, Madison tentava achar alguma brecha para poder escapar daquele lugar. Uma parte dela pedia para ela ficar quieta e esperar quer Maxwell viesse a resgatar, mas o outro lado a incentivava tentar fugir daquele lugar. Presa no sótão, ela estava ficando agoniada. As horas iam se passando enquanto ela ficava olhando para a brecha da porta. Madison sabia que haviam dois seguranças do lado de fora fazendo sua guarda porque eles estavam conversando sobre um jogo de basquete que teve na noite anterior. Passos extras vieram em direção a porta do sótão e um dos homens perguntou: — É o jantar da prisioneira? — Sim, abra por favor — disse uma mulher. Madison correu para a pequena cama que havia ali e se deitou, fingindo estar dormindo. A porta se abriu e uma mulher, na casa dos 40 anos entrou. Ela se vestia como empregada e tinha um olhar pacífico. — Senhorita, aqui está seu jantar. Desc
Madison estava um pouco tonta devido ao movimento rápido e surpresa de Renzo. Ela levou alguns segundos para se recompor e a falta de resposta da parte dela deixou o homem mais furioso, o que resultou em seu pescoço se apertado com mais força. — Responda! — Renzo esbravejou. Madison tentou se livrar do aperto do homem, mas não conseguiu. — Me solta — ela disse com dificuldades. Renzo percebeu que estava usando força demais e afrouxou, fazendo Madison buscar por ar incessantemente. — Você quer me matar? — Madison perguntou inconformada. — Ainda não — Renzo sorriu de lado. — Mas continue me irritando e eu vou te picar em milhares de pedacinhos. Por mais calmo que Renzo estivesse falando, havia ameaça real em suas palavras, o que fez Madison estremecer. — Sério que você estava tentando fugir? — Renzo perguntou com escárnio. — E continuarei tentando até que voc
Renzo ficou paralisado por um instante com aquela informação. Uma mulher de 24 anos, em pleno século XXI, ser virgem. Além de tudo, ela e o seu irmão tinham um relacionamento amoroso há 2 anos, como Maxwell consegue controlar seus instintos masculinos perto dessa bela mulher sem poder tocá-la? Sem saber como lidar com aquela situação, Renzo saiu de cima de Madison e foi direto para o banheiro a deixando sozinha no quarto. Dentro do banheiro, Renzo se olhou no espelho e sua feição estava sombria. Seu corpo estava queimando de desejo por aquela mulher em sua cama. Queimando a ponto de fazê-lo esquecer por um momento que a mulher que ele amarrou em sua cama é a noiva de seu irmão. A fim de conseguir controlar sua excitação, depois de se despir, Renzo entrou no box de seu banheiro e ligou o chuveiro no frio. A água fria deu um choque em seu corpo quente, finalmente, o controlando. Contudo, ao pensar na mulher deitada em sua cama, Renzo ficou novamente e
Na manhã seguinte, Madison acordou com a claridade que preenchia o ambiente. Ela demorou um tempo para se lembrar onde estava e memórias da noite passada vieram a sua mente, a fazendo despertar imediatamente. Ela se sentou na cama e percebeu que havia sido desamarrada durante a noite e seu corpo estava coberto por um lençol. Seu nariz captou um cheiro estranho, então ela olhou na direção de onde vinha aquele cheiro e viu Renzo fumando na varanda. Ele estava virado para o quarto e a olhava fixamente. Madison notou que ele estava vestindo apenas uma calça de moletom. Como ela havia imaginado, ele era cheio de tatuagens e seu corpo era bem definido. — Gostou do que está vendo? — Renzo perguntou com um sorriso sarcástico. Madison despertou do seu transe e revirou os olhos com deboche para ele. — Sou muito mais o seu irmão — disse ela, mentindo para si mesmo. Renzo riu e entrou no quarto enquanto tragava seu cigarro. Chegando próx
— Senhor Moretti? Andrea atendeu a chamada de Renzo. — Algum movimento de Maxwell? — Descobrimos que ele estava em contato com alguns policiais amigos dele, tentando descobrir para onde levamos a senhorita Bennett. Mas já resolvemos isso, os policiais não estão mais disponíveis para cooperar com ele. E quanto a sua identidade, por enquanto está segura. Não sabemos o porquê ele ainda não revelou. Talvez seja para tentar se desvencilhar de você de alguma forma. Ele não vai querer ser associado ao Don da máfia italiana — disse Andrea. — Entendi. Vou enviar um vídeo, talvez ele motive o meu querido irmãozinho — disse Renzo. — Que tipo de vídeo o senhor quer, senhor? — Pode deixar que eu me encarrego de gravar. Fique atento a qualquer movimento dele — disse Renzo. — Sì, Don. Renzo finalizou a chamada e foi para o banheiro fazer sua higiene matinal. Do outro lado do corredor, Madison t
Renzo terminou de subir as escadas e foi em direção a suíte de hóspedes onde Madison estava. O segurança que estava parado na frente do quarto, abriu a porta para seu chefe que entrou com a bandeja de café da manhã. Renzo viu Eleonora penteando os cabelos de Madison, elas estavam de costas para ele e não perceberam sua entrada. Renzo colocou a bandeja em cima da cama e se aproximou em passos lentos, fazendo seu reflexo aparecer no espelho. O corpo de Madison estremeceu de medo ao ver a imagem daquele homem surgindo no espelho. Seus olhos se encontraram por um momento através dos reflexos, Madison tratou de desviar o olhar imediatamente, o que fez Renzo sorrir. — Prenda o cabelo dela em um coque. Renzo ordenou com sua voz alta e rouca, fazendo Madison o olhar através do espelho, novamente, mas desta vez, desesperada. Os olhos dela ficaram vermelhos novamente e lágrimas silenciosas tomaram sua face. Eleonora ficou preocupada, mas não ousou perguntar na presença de seu chefe. Vendo Mad
Madison acompanhou os seguranças em silêncio, mas seu coração estava acelerado. Ela pensou que iria para o sótão e não que voltaria para a presença de Renzo. Eles subiram para outro andar e foram direto para o escritório de Renzo, que já os aguardava. Um dos homens bateu na porta e Madison ouviu a voz potente de seu cunhado liberando a entrada deles. No entanto, na hora de entrar, um dos homens ficou do lado de fora do escritório e o outro entrou com Madison. O corpo da mulher se arrepiou, a temperatura daquela sala estava muito baixa e nem era somente por conta do ar-condicionado ligado. O olhar gélido de Renzo sobre ela também era a causa. — Venha, sente-se! Renzo ordenou apontando para a cadeira a sua frente. Madison se sentou de cabeça baixa, tentando evitar contato com seu cunhado, enquanto o segurança ficou parado de pé atrás dela. — Parece que meu irmão não se importa com você — disse Renzo com um sorriso debochado no rosto.
Renzo jogou a navalha e o pedaço de orelha em cima de sua mesa. — Leve-a para o sótão — Renzo ordenou ao seu segurança. — Sim, senhor. O homem foi até Madison e segurou o braço dela, que passou a gritar como forma de desabafar. Renzo franziu o cenho confuso. Enquanto enrolava um pano em sua mão, ele caminhou lentamente até sua cunhada e puxou a mão dela que cobria sua orelha. Madison se assustou e abriu os olhos vendo Renzo a encarando seriamente. — Você é um monstro! — Madison gritou com raiva. Renzo franziu a testa e reprimiu sua raiva, caso contrário, ele seria capaz de desmembrar sua cunhada ali em seu escritório. Ele levou a mão até a orelha de Madison e beliscou o local a fazendo gemer de dor. Contudo, aquela dor causou surpresa a Madison que levou a mão diretamente a sua orelha novamente. Seus dedos começaram a vasculhar o local e ela notou que sua orelha estava intacta. Madison olhou para Renzo surpresa.