Madison pousou a xícara sobre o pires e se preparou para levantar-se, mas a voz de Renzo interrompeu seu movimento. — Agora que terminamos o café, é hora de fazermos aquela ligação. O peso das palavras dele caiu sobre ela como uma âncora. Madison sabia que aquele momento chegaria, mas isso não tornava a situação menos desagradável. Lentamente, ergueu os olhos para encontrá-lo. Renzo se recostou na cadeira, casual, porém com sua presença dominante de sempre. A luz matinal que entrava pelas janelas delineava seus traços fortes, tornando-o ainda mais imponente. Ele pegou um cigarro da mesa ao lado, acendeu com um movimento preciso do isqueiro e soltou a fumaça no ar com tranquilidade. — Você lembra o que tem que fazer, não é? — Ele perguntou, seu olhar afiado fixo nela. Madison assentiu levemente, mas Renzo queria mais do que um gesto. — Diga. Ela engoliu em seco. — Tenho que fingir que estou machucada. Mostrar que você cortou minha orelha. Ele sorriu de lado. — Exato
Maxwell passou as mãos pelos cabelos, os dedos tremendo de raiva. Ele ainda segurava o celular, encarando a tela escura como se pudesse encontrar uma resposta ali. O eco das palavras de Renzo reverberava em sua mente como um martelo: "48 horas."Ele socou a mesa, derrubando um copo que estava ali. O vidro se estilhaçou, espalhando pequenos fragmentos pelo chão, mas ele nem sequer olhou. Seu peito subia e descia em respirações pesadas, o ódio latejando como um tambor de guerra dentro dele. Madison…A culpa misturava-se com a fúria, formando um nó sufocante. Ele a colocou naquela posição. Foi sua falha, sua arrogância em tentar derrubar Renzo que a transformou em um peão naquele jogo cruel. Mas ele não deixaria Renzo vencer. Maxwell apertou os olhos, tentando pensar. Ele não tinha mais acesso às informações que Renzo queria. Depois do afastamento, todos os seus acessos à Interpol foram revogados. Seu e-mail oficial, suas senhas, tudo havia sido bloqueado. Ele poderia tentar reat
Um pouco mais cedo...O som abafado da voz de Renzo vinha de dentro da sala de jantar, e Irina, encostada contra a parede do corredor, inclinou-se ligeiramente para ouvir melhor. Ela nunca foi de questionar os negócios de Renzo, mas desde que Madison apareceu, tudo parecia diferente. Ele não era um homem de se apegar a ninguém, muito menos a uma mulher. Ele podia possuir quantas quisesse, e geralmente, quando se cansava, as descartava sem hesitação. Mas Madison… Madison era diferente. E Irina queria saber por quê. O tom grave de Renzo reverberava pela madeira pesada da porta. "— 48 horas Maxwell. Ou eu começo a retalhar Madison."Irina estreitou os olhos. Maxwell. Novamente aquele nome. Ela estava tentando achá-lo desde o dia em que falou com Madison no quarto, mas não obteve êxito.Ela prendeu a respiração, os nós dos dedos apertando o avental que usava. "— Você pode conseguir essas informações, e você vai conseguir. É esperto o bastante para isso." A resposta veio ab
Irina caminhava pelos corredores silenciosos do prédio onde os empregados de Renzo residiam. As luzes fracas do início da madrugada desenhavam sombras alongadas nas paredes brancas, e o murmúrio distante da mansão, com sua opulência contrastante, parecia pertencer a outro mundo. Chegou ao seu pequeno quarto, um cômodo aconhegante e pouco iluminado, onde tudo era simples e desgastado pelo tempo. Não havia luxo ali, apenas uma cama de ferro com lençóis limpos e organizados, uma pequena mesa de madeira feita de penteadeira e um criado-mudo antigo ao lado da cama, com um abajour em cima. Irina sentou-se na beirada da cama, o coração batendo com força, enquanto seus pensamentos giravam em torno do que acabara de presenciar. As palavras de Renzo ecoavam em sua mente, a conversa pela qual ele falsamente ameaçava Madison e revelava segredos que ela jamais imaginara: o irmão na Interpol, a manipulação e intrigantemente, a obsessão de Renzo por Madison. Irina sabia que aquilo não podia continua
Maxwell encarava o celular em sua mão, o olhar fixo na tela enquanto o coração martelava contra suas costelas. A mensagem anônima ainda brilhava diante de seus olhos: "Aguarde meu próximo contato dentro dos próximos dias."A identidade do remetente permanecia um mistério. Poderia ser uma armadilha, um jogo de Renzo para dobrá-lo ainda mais. Mas e se fosse real? E se, finalmente, alguém estivesse disposto a trair seu irmão e lhe dar a chance de trazer Madison de volta? Ele respirou fundo, apertando o telefone com mais força do que o necessário. — Algum problema, chefe? — perguntou o hacker ao seu lado, sem tirar os olhos da tela do laptop. Maxwell desviou a atenção do celular e voltou ao motivo de estar ali. Ele não podia se distrair. Ainda precisava daquela maldita lista para cumprir as exigências de Renzo. — Continue. — Sua voz saiu dura, impaciente. O hacker deu de ombros e voltou a digitar no teclado. Os dedos dele voavam sobre as teclas, linhas de código enchendo a tel
Em uma sala fracamente iluminada, Madison Bennett, uma professora de piano em uma escola primária, se perguntava o porquê de estar ali. Ela não se lembrava de qualquer inimigo iminente que pudesse raptá-la a luz do dia para fazer qualquer tipo de cobrança. Pois ela tinha plena certeza que não era por dinheiro, visto que, tinha uma vida simples e não vinha de família rica. Madison tentava controlar sua respiração com o intuito de desacelerar as batidas de seu agitado coração. O medo corria em suas veias, ela não conseguia enxergar perfeitamente devido a péssima iluminação do ambiente. Ela não sabia exatamente a quanto tempo estava ali, pois a última coisa que lembra é de um carro preto fechando seu caminho e um homem alto, corpulento e, vestido de preto saindo do carro e indo em sua direção. Logo depois ela apagou e acordou dentro daquele cômodo. Faziam, mais ou menos, 30 minutos que Madison havia despertado e não havia sinal de qualquer outro ser humano dentr
— Então o que você quer comigo? Eu não sou rica, sou uma mulher simples... — Eu quero Maxwell Cross — Sombra a interrompeu. — O Max? O que você quer com ele? Madison agora temeu pela vida de seu namorado ao ver a ira nos olhos de Sombra ao pronunciar o nome de Maxwell. — Ele fez algo que não devia e isso custou a vida de pessoas muito importantes para mim. Agora preciso acertar as contas com ele — disse o homem. — Você vai matá-lo? Madison sentiu um frio correr em sua espinha. Se seu namorado fez algo que custou a vida de pessoas importantes para aquele homem, certamente ele não o deixaria impune. — Oh não — o homem soltou uma risada fraca anasalada. — Eu não teria coragem de matar o meu próprio irmão. — O que você disse? — Madison perguntou incrédula. — Não entendeu, cunhada? Sombra se aproximou da mulher deixando seus corpos bem próximos.
Madison parou de se mover sentindo todo seu corpo se arrepiar e se concentrou no que estava acontecendo. Havia algo duro embaixo de sua bunda a pressionando. Seu rosto tomou um tom avermelhado e começou a esquentar. — Eu sou sua cunhada, seu pervertido — Madison rosnou. O motorista olhou através do retrovisor e segurou o riso, mas voltou a atenção a estrada ao receber um olhar de reprovação do seu chefe. Renzo suspirou fundo antes de responder: — Além disso, eu sou homem. E ter uma mulher rebolando no meu colo é impossível controlar minhas reações naturais como homem — ele disse baixo e rouco. — Então se não quer que eu te foda aqui no banco de trás desse carro, é melhor ficar parada o restante da viagem. A respiração ofegante de Renzo a fez perceber que ele estava se controlando. E isso a fez terminar a viagem totalmente paralisada, tendo seu corpo movido apenas pelo balanço do carro. Assim que chegaram n