CAPÍTULO 9 Maicon Prass Fernandes Com o silêncio no local, o senhor Maxim Kim tomou a frente: — Tudo bem, a jovem está certa. Mais um motivo para querer Maria Eduarda como nora, uma verdadeira mafiosa. — seus homens abaixaram as armas. — ELA É LOUCA! VAI DOER PRA CARAMBA PRA TIRAR ESSA BALA! — Anton gritou, Don Antony só faltou enfiar a pistola na boca do maledetto, e senhor Kim interviu. — Espere! — senhor Kim tentou apaziguar. — Podem continuar, levem a Maria Eduarda para dentro, isso já foi longe demais! — Don Antony insistiu, mesmo que o senhor Kim tenha colaborado com ela. Acompanhei sua desgraça de longe. — Tem certeza que quer resolver dessa maneira, Don? Ainda acho que posso ser generoso o suficiente e declarar paz entre nós, mesmo sem o acordo de casamento, reconheço o erro dos meus filhos. Parece muito vantajoso, não acha? Porque se matarem o Anton, por mais que seja um imbecil, não poderei fechar os olhos. Então, prefiro me acertar com ele, caso contrário, não
CAPÍTULO 10 Maria Eduarda Duarte Eu fiquei arrasada. Pensava que a minha família jamais desconfiaria de mim, e agora estou aqui, implorando para que alguém me entenda e me dê outra chance, e tudo por culpa daquele idiota do Anton, e do mentiroso do consigliere, que disse algo sem saber e me deixou nesse problema imenso. Depois que os Russos se foram, a minha família entrou na sala. — Mãe... eu te mostro o corte e você conversa com eles, eu não menti. — tentei mais uma vez. — Filha, é que tudo tomou um rumo complicado e... — antes que ela terminasse de falar, o Don me desesperou, dizendo que outra vez, escolheria meu marido. — Mas quem seria? Quem? — perguntei apavorada, então o consigliere surgiu do nada e chamou o Don para fora. Quando saíram me senti melhor, aliviada. — Senta, filha. — minha mãe sugeriu, mas eu não conseguiria. — Será que o Don já tem alguém em mente para dizer isso? — perguntei meio baixo, encostando na parede da sala de jantar. — Eu acho que si
CAPÍTULO 11 Maria Eduarda Duarte Em passos lentos eu ordenei que os soldados fechassem a casa e subi para o meu quarto. Olhei para mim mesma e detestei me ver com aquele vestido branco que não queria vestir. A minha garganta doeu demais ao pensar que sonhei em usar um vestido desses e aquele maledetto do Anton destruiu meu sonho. Decidida, peguei uma tesoura na gaveta e comecei a cortar, fiquei olhando para o espelho e deixando aquele modelo horrível cair em partes no chão, pelo menos umas cinco delas, e comecei a pisar em cima. A dor aumentou, agora foi para o peito e não posso, não consigo chorar, me sinto tão sufocada. Desde criança a minha irmã gêmea Maria Luíza, tem crises de pânico ao ver alguém chorar, então todos fomos proibidos de fazer isso na frente dela. Quando ficamos adolescentes, descobrimos que não é só pânico, ela tem o mesmo transtorno bipolar do nosso primo e Don, “Antony”, e que alguns fatores se tornam gatilhos pra ela. Mas co
CAPÍTULO 12 Maria Eduarda Duarte Vesti uma calça e uma camiseta simples. Calcei um tênis e peguei outra mochila. Arrumei algumas coisas e precisei descer para procurar a minha antiga, que por sorte encontrei na sala, também pude pegar meus documentos. Não levaria o celular dessa vez, quem sabe não rastreariam, então peguei apenas a pulseira que estava arrebentada, meu pai ficaria chateado se eu não levasse, porém, coloquei no bolso, com uma pistola carregada na cintura. Dessa vez eu não pediria nenhum carro no aplicativo, peguei a chave de um dos modelos simples da casa, e esperei o momento correto para sair, ou seja, quase duas horas depois, e ainda me assustei quando questionada. — Onde a senhorita vai? — um dos soldados perguntou quando cheguei no portão. — Buscar uma amiga para passar a noite aqui. — menti, eu iria para bem longe. — Ok. — depois que o portão foi aberto eu disfarcei por alguns minutos dirigindo devagar, e então pisei fundo. O carro do
CAPÍTULO 13 Maicon Prass Fernandes O infeliz em quem atirei, estava vigiando a casa por ordens de Anton. Não sei como conseguiu isso, e muito menos engoli como eles entraram na propriedade sem que ninguém visse. O levei até o reduto e fiz questão de eu mesmo torturar. Um soldado tirou o sangue para exame de compatibilidade e eu segui em frente, acabei descobrindo que o infeliz matou um dos nossos soldados para conseguir espionar, pelo menos não temos um traidor, foi apenas descuidado. Com a mente cansada de ouvir tanta merda de uma mulher só, depois de tantas pancadas, ordenei aos nossos soldados: — Enquanto não saem os resultados, cortem as pontas dos dedos com a tesoura grande e costurem até que eu volte. Não vou demorar. — Sim, chefe. — virei as costas e fui pra casa tomar um banho. Hoje seria, mais uma das noites que trabalharia com meu carro, precisava de mas adrenalina para suportar a voz da Maria Eduarda amanhã, porque ela me irritou muito por hoje. Saí acelerand
CAPÍTULO 14 Maicon Prass Fernandes Maria Eduarda estava aos gritos, fazendo um barulho imenso. — ME TIREM DAQUI! ME TIREM DAQUI! SOCORRO, ESSE LOUCO ME PRENDEU AQUI DENTRO, VOU MORRER! EU NÃO CONSIGO RESPIRAR! Imediatamente abri o porta-malas do carro, e o Don veio comigo. Maria Eduarda estava batendo desesperada, socando por onde conseguia, completamente em pânico, e não pensei duas vezes, eu mesmo a segurei nos braços e a tirei de lá. Foram alguns segundos tão estranhos, ela estava agitada. Seu corpo quente e seu cheiro doce, a deixaram sensual, fiquei sem reação. Seus cabelos curtos não cobriram seu pescoço suave, que ao se mover depressa acabou encostando algumas vezes na minha boca, não consegui afastá-la. Confesso que me assustei com uma mulher agressiva que saiu de lá, com dificuldades em respirar, mas que me deixou confuso em algum momento, e demorei para perceber que ao colocá-la no sofá, fiquei perto demais olhando pra ela. Voltei a si quando minha irmã Fabiana ap
CAPÍTULO 15 Maria Eduarda Duarte Não teve nada que eu pudesse fazer para evitar esse casamento, então desisti, deixei seguir o fluxo e parei de pensar em tantas maneiras de fuga, principalmente após ouvir a história da Fabiana, casada com meu primo Antony, o Don. — Eu tinha esquecido que você era uma catadora de reciclagem como o Maicon. Nunca julguei, mas eu já sabia das regras e ao olhar pra ele tentei evitar sofrer, evitar se apaixonar por um homem que minha família não apoiasse. — Por que o humilhou? Maicon não me disse nada, mas todos comentaram daquela noite por um bom tempo. Era só ter dito que não rolava, não temos culpa por nossa condição financeira, embora agora tudo tenha mudado. — Ele não iria desistir, até esses dias eu estava disposta a tentar me apaixonar pelo meu noivo Alexei, mas ele me traiu e olha no que virou. — Fabiana se aproximou segurando a pequena Manuela no braço esquerdo e colocou a mão direita em mim. — Duda, você cresceu. Agora é u
CAPÍTULO 16 Maicon Prass Fernandes Dois dias passaram voando. O bom foi que na casa do Don, nem ouvi falar mais da Maria Eduarda, parece que está se comportando. A Laura, irmã do Don e seu marido Alex, organizaram o casamento. Tenho muitas roupas sofisticadas, não me dei ao trabalho de comprar uma nova. Cheguei cedo com a minha família no local da cerimônia, e observei cada convidado do Don entrar. Olhei no relógio e vi que faltava dez minutos pra começar, então fui até ele e perguntei: — Onde deixou a noiva? — Naquele quarto lá em cima — apontou para o quarto normalmente usado pelas noivas aqui dessa igreja. — Quer que eu dê uma olhada? — A Laura foi lá agora pouco, mas se quiser conferir... — arregalei os olhos. — Laura? É capaz da sua irmã dar fuga na noiva. — falei apressado, já me virando. — Vai logo, vou esperar aqui! — ele sabe que tenho razão, então disfarcei e fui. Quando cheguei lá, a porta estava aberta e automaticamente senti meu peito doer, estava ten