OliviaDepois de mais algumas músicas, o céu começou a trovejar. Logo, uma chuva intensa cairia sobre nós. Compramos mais cerveja e nos dirigimos ao estacionamento de trailers. Planejamos continuar bebendo dentro do ônibus enquanto jogávamos cartas. Ao chegarmos lá, um homem afastava um cachorrinho que latia em frente à porta de seu trailer.— Saía daqui, pulguento! — disse ele, irado, atirando pedras no cãozinho.— Aí! — falei alto, enraivecida, chamando a sua atenção. — Qual é o seu problema?— O meu problema é esse cachorro latindo na minha porta e revirando o meu lixo! — Entrou em seu trailer, batendo a porta.— Que idiota! Ele só está com fome.Olhei para Tate e fixei meu olhar no resto de seu hamburguer. Ele olhou para mim e depois para o cão.— O meu hamburguer, não — disse com a boca cheia, em tom de derrota.— Não seja egoísta, Tate! Esse é seu terceiro hamburguer.Ele suspirou fundo e deu mais uma enorme mordida no lanche antes de me entregar o resto. Não é muito, mas julgue
Olivia— Isso é mesmo necessário? — perguntei para Jason.— Você não conhece a minha irmã. Ela tem mania de perfeição. Quer tudo e todo mundo impecável — disse ele, enquanto o alfaiate marcava medidas no terno que estava sendo feito sob medida.— Bom, então é melhor eu começar a repensar na roupa que vou usar.— Você fica linda com qualquer coisa.Olhei-o através do reflexo do espelho. Jason sorria docemente. Teria sido mais fácil se eu tivesse me apaixonado por ele e não pela sua versão rude, quatro anos mais velha.— Então vou subir ao palco usando um saco de batatas na festa de sessenta anos do seu pai.Ele riu.Apanhei uma pena de pavão sobre uma bancada e virei-me para ele, aproximando-me. Ainda faltava muito para terminar a roupa, mas já era possível imaginar como ela ficaria em seu corpo. Jason era mais magro do que seu irmão e tinha uma postura impecável.— Está ficando bonito.O sino acima da porta soou, anunciando a entrada de mais alguém no ateliê. Olhei por cima do ombro,
Olivia— Desculpe.— Não tem que se desculpar por nada. Foi só um beijo entre nós. Apesar de eu ainda ter uma quedinha por você. Mas, de verdade, por mim, tudo bem se relacionarem — falou em um tom gentil. — Mas senti um clima meio tenso hoje. Não estão mais juntos?— Acho que nunca estivemos de verdade. Para ele é tudo muito carnal.— E para você?— Era no início, mas... deixou de ser.— Eu sinto muito. — Havia um pouco de compaixão na sua voz.— Por quê? Era para você estar me detestando agora.— Não há motivo para odiar você. Não tínhamos nada sério, e você não me prometeu nada. Sinto muito que esteja magoada. Quando a gente se apaixona por alguém, não é assim que queremos que as coisas acabem.— Mas a culpa não é dele. Jaden foi claro como a água desde o começo. Ele falou que não procurava nada romântico, explicou em detalhes o que realmente queria.— Que imbecil! — resmungou baixinho, negando com a cabeça.— Não diz isso do seu irmão. Eu estava ciente o tempo todo que ele não bus
JadenSentado à mesa, digeria em silêncio o jantar em família. Acomodado na cabeceira, meu pai falava sorridente sobre qualquer coisa que a minha mente se negava absorver. Jame também não parecia muito a fim de estar ali. A sua face era de puro tédio e cansaço. Jason encarava nosso pai com um olhar frigido e desinteressado. Jannet ria de absolutamente tudo o que saia da boca dele e concordava com cada palavra, assentindo com a cabeça.Meus olhos percorreram todos até Jack. Observei-o por alguns minutos e senti algo estranho, algo que muito se parecia com o sentimento de aversão. Isso pegou-me de surpresa. Quando foi que deixei de admirá-lo com tanta devoção? Antes, disputava pela sua atenção. Agora, desejava ser invisível aos seus olhos.Até semanas atrás, fazia questão de ir vê-lo na cidade, sempre que possível. Sentia a sua falta todos os dias pela manhã. Trabalhava duro cada segundo do meu dia para garantir que tudo seguisse conforme o seu gosto e exigências. Falhar com o rancho, n
JadenDeitei-me sobre o seu corpo, e suas mãos se levantaram hesitantes, esperando por um impedimento que não veio. Ela tocou meus braços e suavemente as palmas subiram até os meus ombros. Entreolhamo-nos em silêncio, um pouco tensos. Tinha tanto a dizer para ela, mas ao mesmo nada a falar. Uma confusão de sentimentos me preenchia por dentro se misturando a excitação.Beijando os seus lábios, penetrei-a. Seus dedos apertaram-me, e ela gemeu ansiosa e manhosa. Suas pálpebras se abriram e seus olhos brilhantes encararam-me. Nossos corações batiam rápido demais e no mesmo ritmo. Suas pernas se levantaram e enlaçaram a minha cintura. Olivia tornou a me beijar enquanto apertava-me em seus braços.Quando ela gozou novamente, virei-a de costas para mim e retirei o cinto da calça jogada no chão, amarrando os seus punhos e prendendo-os na cabeceira de ferro. Sua respiração estava acelerada e sua pele levemente arrepiada. Meus lábios beijaram a sua nuca e trilharam um caminho até as suas nádega
JadenOlivia e eu transamos mais uma vez, sobre o tapete macio diante da lareira. Quando enfim gozamos, juntos, ela beijou-me sem pressa, apreciando os meus lábios. Abracei o seu corpo sentado sobre o meu colo, segurando-o junto a mim com firmeza, afundando as pontas dos meus dedos na sua pele. Nossos lábios se separaram, e ela olhou-me com um olhar amoroso, passando as mãos pelos fios na minha cabeça. — Temos mesmo que dizer adeus agora? — perguntou, levemente ofegante.— Não posso mais me permitir te machucar. Você deseja um relacionamento que não posso te dar. E por mais que estar perto pareça melhor do que nada, não é justo com você.— Por quê?— Porque o que temos nunca irá evoluir. Ficaremos presos onde estamos até que um de nós se canse disso e vá embora odiando o outro. E esse um de nós, será você.— Por que finge que não está apaixonado por mim? — perguntou com o cenho franzido e com um pouco de irritação na voz.O seu corpo recuou-se, criando uma distância de uns trinta cen
OliviaMeus olhos estavam inchados de tanto chorar por uma noite inteira. Deitada na cama, eu colocava uma bolsa de gelo sobre eles. Precisava estar impecável em duas horas para o aniversário do governador, que começaria ao meio-dia.Uma batida na porta foi ouvida e gritei, anunciando que a porta estava aberta. Tate entrou, aproximando-se de mim. Ele encarou o meu rosto inchado e torceu a face com desgosto. Coloquei o gelo novamente sobre os olhos e respirei fundo.— O que aquele cowboy metido fez agora? — perguntou, sentando-se na beirada da cama.— Você estava certo sobre ele. Jaden é do tipo que quebra corações.Um riso cheio de escárnio escapou dele.— Odeio estar certo quando isso te faz triste. — Segurou minha mão.Retirei novamente o gelo do rosto e encarei o teto. Um suspiro pesado e cheio de cansaço emanou de mim.— Eu já me apaixonei antes, e você sabe disso. Mas nunca foi nada como é agora. O meu coração está doendo e eu sinto vontade de ir até ele implorar aos seus pés par
OliviaAssim que meus pés pisaram no palco e meus olhos alcançaram a entrada, Jaden surgiu. Agarrada ao microfone, eu o encarava enquanto meu coração batia rápido, estremecendo o colar sobre o peito. Borboletas voaram por meu estômago e eu me senti imensamente nervosa. As pernas tremeram e as mãos suaram frias.Ele estava maravilhoso. Nunca imaginei que poderia ficar ainda mais bonito, mas sim, era perfeitamente possível. Jaden trajava terno cinza e camisa preta. Os primeiros botões estavam abertos, exibindo um pedaço do seu peitoral.Seus olhos viajaram pelo mar de pessoas, até chegarem nos meus. A carranca dura se desfez rapidamente. Os olhos brilharam e eu pude ver o canto dos seus lábios se erguerem lentamente em algo que fora quase um sorriso.Então, percebi uma movimentação ao seu redor. Uma mulher morena de corpo esbelto e longos cabelos lisos aproximou-se dele a passos apressados, parando à sua frente. Eu me lembro dela. É alguém bonita demais para se esquecer facilmente, e su