A sala principal da casa de fazenda estava mais silenciosa do que o habitual. A bandeja do café havia sido recolhida por Maria, que sumiu discretamente para deixar o momento em família fluir. Eveline sentava-se ao lado de Marcus, os dedos entrelaçados no próprio colo. Seu coração batia um pouco mais rápido, e não era pela gravidez.Helena ajeitou o vestido com elegância antes de começar a falar, os olhos brilhando de expectativa.— Queremos convidar vocês dois para morar conosco, na mansão da capital — disse, olhando especialmente para a nora. — Agora que esse bebê está a caminho, queremos estar por perto. Eveline vai precisar de cuidados, apoio… e eu quero acompanhar cada detalhe desse momento tão importante.Eduardo, como sempre, foi direto:— E, Marcus, está mais do que na hora de você reassumir seu lugar nos negócios da família por completo, não só os negócios da fazenda. Estou ficando velho, e você sabe que a administração precisa de alguém firme. O escritório está montado, pront
O cheiro de café fresco preenchia o ambiente quando Helena desceu pela escada principal com os cabelos presos em um coque elegante e um sorriso já desenhado nos lábios. Eduardo a aguardava na sala de jantar, vestindo roupas leves, com o jornal dobrado ao lado da xícara.— Bom dia, minha querida — ele disse, levantando-se para beijá-la no rosto.— Dormiu bem? — ela perguntou, puxando uma cadeira.— Surpreendentemente bem. Esse ar da fazenda faz milagres.Maria surgiu com uma bandeja recheada de frutas, queijos e pães quentinhos.— Os patrões ainda não desceram? — perguntou Helena, lançando um olhar para o topo da escada.Maria disfarçou o sorriso ao servir o café.— Ainda não. Devem estar... descansando.Helena lançou um olhar rápido ao marido, que apenas riu com a sobrancelha arqueada.— Acho que o descanso deles está rendendo bastante, não é? — comentou Eduardo, divertido.— Acho lindo. Marcus sempre foi tão fechado. Ver ele assim, com a esposa... é como se eu finalmente tivesse meu
A manhã amanheceu preguiçosa, iluminando o quarto com uma luz dourada suave. As cortinas balançavam com o vento leve, e o aroma de terra úmida invadia o ar. No centro da cama, enroscados entre lençóis amassados, Marcus e Eveline despertavam lentamente — os corpos ainda colados pela noite de prazer que haviam vivido.Eveline estava deitada sobre o peito nu do marido, os cabelos negros espalhados como seda, a perna entrelaçada na dele.— Ainda quer levantar? — murmurou Marcus, a voz rouca da manhã e cheia de desejo.— Não. Quero ficar aqui... sendo sua.Marcus sorriu e passou a mão pelas costas nuas da esposa. Em silêncio, a virou devagar, posicionando-se entre suas pernas. Os olhos verdes ardiam com a fome que ela tão bem conhecia.O beijo foi quente, demorado, e logo os corpos se encontravam mais uma vez. A penetração foi profunda, lenta, repleta de um desejo cru e ao mesmo tempo cheio de carinho. Ela o recebia com gemidos abafados, o quadril ondulando sob ele, os dedos cravando em su
O céu já estava pintado com tons de ouro e lilás quando Marcus soltou um longo suspiro, ainda de mãos entrelaçadas com Eveline. A tarde havia sido perfeita — o nascimento do bezerro, o café no alpendre, o silêncio compartilhado com amor.Mas agora, no cair da noite, ele queria que ela soubesse tudo.— Eveline… antes de qualquer coisa, eu quero que você saiba que eu te amo. E que você mudou minha vida de um jeito que eu nunca achei que fosse possível.Ela apertou sua mão com carinho, o olhar sereno.— Eu também te amo, Marcus.— Mas... antes de você, existiu um momento muito escuro na minha vida. E eu acho que você tem o direito de conhecer essa parte de mim. Não porque ela ainda tenha poder sobre mim. Mas porque, de certa forma, foi essa dor que me trouxe até aqui. Até você.Ela permaneceu em silêncio, atenta. Sabia que estava prestes a ouvir algo importante.— Eu nunca te falei isso. Queria ser eu mesmo quem te contasse. Eu percebi que minha mãe comentou, de leve, quando esteve aqui.
O dia seguinte amanheceu com o cheiro fresco de terra molhada. A fazenda acordava devagar, e Eveline, já vestida com uma das novas peças que havia escolhido — um vestido floral leve, que desenhava suavemente sua cintura e deslizava solto sobre o quadril — caminhava em direção ao estábulo com um sorriso nos lábios. O cabelo solto, os olhos iluminados… ela parecia irradiar alegria.Maria a encontrou no caminho, sorrindo.— Bom dia, senhora Eveline. Está com um brilho especial hoje.— É a felicidade, Maria. Eu tô me sentindo... viva.A governanta sorriu, e no fundo do peito, sentiu de novo aquela gratidão silenciosa. Como era bom ver aquela casa cheia de vida outra vez. Por tanto tempo, os corredores da fazenda ecoaram com um silêncio espesso, quase melancólico, cortado apenas pelos sons da rotina. Mas agora havia risos, passos leves e sonhos sendo construídos dentro daquela casa.Eveline chegou ao estábulo enquanto os empregados organizavam os animais para o pasto. Lucio, um dos capataz
Os dias na fazenda seguiram calmos e ensolarados, com o canto dos pássaros marcando o início de cada manhã e o cheiro doce de grama molhada ao entardecer. Eveline se adaptava à rotina com leveza: visitava os animais, acompanhava Maria na cozinha, explorava cada canto da propriedade com o olhar curioso de quem desejava pertencer. E pertencia.Mas aos poucos, pequenos detalhes começaram a chamar sua atenção.Na primeira vez, foi sutil. Estava saindo do quarto com um vestido claro, de alças finas, quando Marcus a observou com o cenho levemente franzido.— Vai sair assim?— Assim como? — ela respondeu, sem entender.— Esse vestido... é um pouco... leve demais, não acha? O tecido marca muito seu corpo. Os rapazes da fazenda vão olhar.Ela riu, tentando quebrar o clima.— Amor, estamos a trinta e poucos graus. E eu estou grávida. Conforto é o que mais importa agora.— Só estou dizendo pra você se cuidar — respondeu ele, sério. — É minha responsabilidade te proteger. E... ninguém precisa ver
O dia estava quente, e Eveline aproveitava a leveza da manhã para caminhar pelos arredores da casa principal. Usava um vestido florido de tecido leve, com mangas curtas e uma fenda sutil que balançava com o vento. Seus cabelos estavam soltos, os lábios tingidos com um brilho suave, e havia algo no jeito de andar — um equilíbrio entre delicadeza e segurança — que chamava atenção por onde passava.Maria havia pedido alguns ingredientes na cidade, e um dos entregadores da loja da capital chegaria naquela manhã. Como Marcus estava ocupado no escritório, Eveline se ofereceu para receber a encomenda.Quando o caminhão estacionou perto da entrada da casa, ela se dirigiu até o portão com um sorriso cordial.O rapaz que desceu era jovem, simpático, olhos escuros e sorriso fácil. Estava organizando algumas caixas quando a viu se aproximar.— Bom dia, senhora... Eveline, não é? — disse, estendendo a mão. — Eu sou André. Vim da loja do centro. Que bom conhecê-la pessoalmente.— Bom dia, André! Qu
A luz do amanhecer mal começava a tocar as janelas do quarto quando Marcus abriu os olhos com um sorriso satisfeito. Os lençóis ainda guardavam o cheiro do amor da noite anterior — e da mulher que, mais uma vez, o havia desarmado por completo.Espalhadas pelo chão de madeira, entre almofadas caídas e roupas bagunçadas, estavam as peças de lingerie vermelha que Eveline havia escolhido com ousadia e intenção. O conjunto era novo, delicado, provocante. Quando ela surgiu com ele na penumbra do quarto, os cabelos soltos, o olhar incendiado, Marcus quase esqueceu como se respirava.Ela dançou para ele com um sorriso malicioso, lenta, sedutora, os quadris marcando o ritmo de um desejo que crescia como labareda. O sutiã caiu primeiro, arrancado pelos dentes dele. A calcinha? Nem teve tempo de ser retirada com as mãos — Marcus a puxou entre os dentes e se perdeu entre suas coxas.Foi uma noite de prazer intenso, risos abafados, e corpos que se pertenciam em cada investida. Eveline dera um verd