Suspirei sentando-me em um dos bancos que ficavam sob os canteiros das árvores de cerejeira, as mesmas que estávamos observando horas antes de mãos dadas, sem problema algum. E agora, de repente, estávamos brigados e a sensação que tinha era a de que não compreendíamos um ao outro. Parecia que o destino estava nos pregando uma piada de muito mau gosto.
– Não sabia o sabor que você gostava, então trouxe o mais pedido! Look comentou surgindo de repente ao meu lado, exatamente com
Sou grata a Alessandra por ter entrado na cozinha naquele momento, meus pelos se arreiam sempre que penso no que poderia ter acontecido caso tivesse ficado mais tempo sozinha com Shiori, e a possibilidade de que seria capaz de mata-la em meio ao meu acesso de raiva, me atormentava mesmo dias depois do ocorrido. Quatro dias se passaram desde a nossa discussão e temos nos evitado a todo custo dentro de casa, o clima estava estranho e até mesmo Alessandra que nada tinha a ver com nosso problema, estava sendo afetada pois, não sabia como conviver com suas duas colegas de quarto brigadas. Me senti mal por
Na manhã seguinte, a segunda-feira, depois de enrolarmos muito na cama, lembrei-me da visita ao hospital que havia prometido e praticamente corri de volta ao dormitório, entrando de fininho para não atrapalhar as meninas que poderiam ainda estar dormindo. Porém, como uma mãe brava, Alessandra já se encontrava acordada, tomando seu café puro na cozinha, aparentemente esperando-me. Conversamos brevemente, e sorri contando que iria visitar a mãe de um amigo no hospital, só precisava pegar meus docum
Os primeiros raios de sol da manhã irromperam por entre as cortinas brancas me acordando de um sono sem sonhos, sentei-me na cama e estiquei os braços alongando os músculos das costas, uma longa cascata de fios negros desprendeu-se do elástico, mas ignorei. Depois de alguns minutos ainda naquela posição, levantei-me e segui para o banheiro adjunto ao quarto. Pela primeira vez em anos, acordei me sentindo disposta e feliz até mesmo pelos raios de sol que iluminavam o quarto e minha vida que antes parecia viver sob uma escuridão profunda. Bocejei tentando me erguer e então senti algo pesar levemente sobre meu corpo, olhei para baixou e fitei o pequeno Kappa que dormia serenamente, deitado sobre minha barriga, suas pernas escorriam por cada lado de minha cintura o que lhe dava uma aparência engraçada, poderia confundi-lo com uma criança humana se não fosse por sua pele esverdeada.A água em sua cabeça não escorUm homem impertinente...
A sensação de deslocamento esteve constantemente me perseguindo antes mesmo de me entender como uma criatura sobrenatural, não importava onde estivesse, ou com quem estivesse, aquela sensação de não pertencimento estava sempre presente e nunca aprendi a lidar com isso. Mas curiosamente, essa sensação deixou de me incomodar, ao passo em que Haru tornava-se um ente mais importante para mim, conseguindo minha confiança com uma facilidade absurda, e isso me assustava. Em momento nenhum deixei que alguém se aproximasse tanto, mas por algum motivo, eu gostava de estar perto dele
Haru, depois daquela conversa, ganhou um grande espaço em minhas emoções, me fazendo corar sem graça sempre que estava por perto, ou desejar sua presença quando estava longe, e antes que pudesse perceber, tínhamos nos tornando muito mais que amigos, o que me surpreendia visto que nem isso eu queria no início. Haru, depois daquela conversa, ganhou um grande espaço em minhas emoções, me fazendo corar sem graça sempre que estava por perto, ou desejar sua presença quando estava longe, e antes que pudesse perceber, tínhamos nos tornando
Minha mente fervilhava em perguntas assim que o loiro se afastou de nós, era a primeira vez que conhecia um mestiço assim como eu, e estava muito empolgada, mas instintivamente sentia que havia algo de errado acontecendo, como se a chegada de outra raposa demônio representasse algum tipo de perigo. Respirei fundo, esfregando as têmporas que começavam a doer e voltei minha atenção a Haru que parecia perdido em pensamentos também. – Espero que o que estou sentindo seja apenas demarcação de território! O ouvi dizer baixo, como se falasse para s
Haru levou-me na porta de casa naquela noite depois de uma romântica caminhada de mãos dadas sob a noite estrelada, beijou-me novamente em despedida e seguiu seu próprio caminho. Subi a longa escadaria, balançando o corpo levemente enquanto cantarolava uma musiquinha animada e quando entre no pequeno apartamento notei que meu filhotinho já dormia, ainda com a televisão ligada em um programa culinário, decidi que lhe contaria sobre minhas aventuras na manhã seguinte e depois de verificar se