A noite de bebedeiras não me rendeu somente uma ressaca aterradora, acabei descobrindo algo interessante quando já estávamos todas bêbadas. Shiori estava tendo pesadelos, as duas na verdade, e ela conseguia se lembrar vagamente do ser que a atormentava, e pela descrição cogitei que se tratasse de um youkai, mais precisamente uma raposa-demônio. Não seria estranho que uma Kitsune estivesse atacando-a em seus sonhos, mas não conseguia identificar quem era, afinal Haru não deveria estar tão desocupado e não imaginava que Look tivesse motivos para fazer algo assim.
Haru passou o braço ao redor da minha cintura, inclinou-se levemente para beijar o topo da minha cabeça, e sorriu amoroso. Ele havia percebido o meu nervosismo assim que nos encontramos em frente ao dormitório feminino, e ao seu modo, estava tentando me confortar com seus gestos carinhosos. Sorri fraquinho, enfiando meu rosto na curvatura entre seu ombro e o pescoço, sentindo o cheiro amadeirado do perfume misturado ao seu cheiro natural. O conhecido frio na barriga retornou, e senti meus joelhos perdendo a força, suspirei agarrando-me a ele com minhas mãos trêmulas. Ergui
Seria eufemismo dizer que fiquei com medo da minha sogra, a sensação que senti enquanto era encarada por seus orbes não poderia ser descrita somente como temor, minha garganta fechava-se e a pele arrepiava sempre que nossos olhos se encontravam, estava claro que ela me tinha como uma ameaça. – Finalmente Haruki, já estava pensando que você era gay! Naoki comentou surgindo de repente ao nosso lado, divertindo-se enquanto fingia interesse no que o pai falava, estava agindo como se não nos conhecêssemos, mas preferi assim.
A noite havia sido exaustiva, as revelações tão difíceis de aceitar ainda estavam impregnadas em minha mente, e sentia que precisava de um certo tempo para absorver toda aquela informação, havia uma dualidade de sensações que faziam o meu coração palpitar pois, ao mesmo tempo que estava feliz por sentir que poderia ter proximidade com minhas cunhadas, ainda havia a pressão ofuscante da minha sogra, e era muito complicado sintetizar tudo aquilo.Não lembro exatamente o momento em que adormeci, estava tão cansada emocionalmente que apenas apaguei, caindo
Suspirei sentando-me em um dos bancos que ficavam sob os canteiros das árvores de cerejeira, as mesmas que estávamos observando horas antes de mãos dadas, sem problema algum. E agora, de repente, estávamos brigados e a sensação que tinha era a de que não compreendíamos um ao outro. Parecia que o destino estava nos pregando uma piada de muito mau gosto. – Não sabia o sabor que você gostava, então trouxe o mais pedido! Look comentou surgindo de repente ao meu lado, exatamente com
Sou grata a Alessandra por ter entrado na cozinha naquele momento, meus pelos se arreiam sempre que penso no que poderia ter acontecido caso tivesse ficado mais tempo sozinha com Shiori, e a possibilidade de que seria capaz de mata-la em meio ao meu acesso de raiva, me atormentava mesmo dias depois do ocorrido. Quatro dias se passaram desde a nossa discussão e temos nos evitado a todo custo dentro de casa, o clima estava estranho e até mesmo Alessandra que nada tinha a ver com nosso problema, estava sendo afetada pois, não sabia como conviver com suas duas colegas de quarto brigadas. Me senti mal por
Na manhã seguinte, a segunda-feira, depois de enrolarmos muito na cama, lembrei-me da visita ao hospital que havia prometido e praticamente corri de volta ao dormitório, entrando de fininho para não atrapalhar as meninas que poderiam ainda estar dormindo. Porém, como uma mãe brava, Alessandra já se encontrava acordada, tomando seu café puro na cozinha, aparentemente esperando-me. Conversamos brevemente, e sorri contando que iria visitar a mãe de um amigo no hospital, só precisava pegar meus docum
Os primeiros raios de sol da manhã irromperam por entre as cortinas brancas me acordando de um sono sem sonhos, sentei-me na cama e estiquei os braços alongando os músculos das costas, uma longa cascata de fios negros desprendeu-se do elástico, mas ignorei. Depois de alguns minutos ainda naquela posição, levantei-me e segui para o banheiro adjunto ao quarto. Pela primeira vez em anos, acordei me sentindo disposta e feliz até mesmo pelos raios de sol que iluminavam o quarto e minha vida que antes parecia viver sob uma escuridão profunda. Bocejei tentando me erguer e então senti algo pesar levemente sobre meu corpo, olhei para baixou e fitei o pequeno Kappa que dormia serenamente, deitado sobre minha barriga, suas pernas escorriam por cada lado de minha cintura o que lhe dava uma aparência engraçada, poderia confundi-lo com uma criança humana se não fosse por sua pele esverdeada.A água em sua cabeça não escorUm homem impertinente...