Ponto de vista da SerenaObservei o médico sair da sala de cirurgia, as luzes fortes do hospital deixando seu rosto quase como de um fantasma. De onde estava, um pouco mais distante no corredor, vi Helena correr na direção dele. Ela já estava andando de um lado para o outro fazia um tempo. A voz dela rompeu o silêncio tenso.— Como ele está? Como está meu Bill?Encostei-me à parede, prendendo a respiração.— Ele está fora de perigo por enquanto, — Disse o Dr. Henderson. — Bill é forte, passou pelo pior. Mas ainda não recuperou a consciência.A mãe de Bill pareceu aliviada por um momento, mas logo ficou preocupada novamente. Ela juntou as mãos com força, cheia de esperança.— Pode nos dizer mais? Quando ele vai acordar? Há algo mais com que devamos nos preocupar?O médico sorriu e respondeu:— Vamos por etapas. Por enquanto, ele precisa descansar, e estaremos o monitorando de perto. Fizemos tudo o que podíamos, e ele está mostrando bons sinais de recuperação. Manterei vocês informados.
Ponto de vista do Bill Meus olhos se abriram lentamente, e tudo o que vi foi um teto branco. O cheiro estéril, o som das máquinas, tudo começou a fazer sentido. Eu percebi que estava num hospital. Tentei juntar os pedaços na minha cabeça para lembrar o que tinha acontecido e como eu tinha parado ali.A última coisa que passou pela minha mente foi uma motocicleta indo direto em direção à Serena. Instintivamente, me joguei para a empurrar para fora do caminho. Depois disso, tudo ficou em branco.— Merda! — Pensei. — Será que ela está bem?Olhei ao redor do quarto, procurando por Serena. E lá estava ela, com a cabeça apoiada na minha cama de hospital. Parecia que tinha ficado ali a noite toda, cuidando de mim. Soltei um suspiro de alívio ao saber que ela estava sã e salva.Tentei me mexer, mas imediatamente senti uma dor latejante nos braços e nas pernas, lembranças do acidente. Porém, ao ver Serena tão perto, a dor parecia menos intensa.Enquanto a observava dormir, a memória de Serena
Ponto de vista da SerenaAo sair do quarto do Bill, acabei esbarrando no Doutor Henderson, que estava olhando para a prancheta com os documentos. Ele levantou o olhar e sorriu quando me viu.— Serena. — Ele chamou. — O Bill já recuperou a consciência?— O Bill acabou de acordar. — Respondi. — Obrigada por tudo, Dr. Henderson.— Que bom ouvir isso. Vamos manter ele sob observação. — Ele me garantiu.— Por favor, dê uma olhada nele. — Pedi.— Eu estava indo para o quarto dele agora mesmo. — Respondeu o Dr. Henderson. — Gostaria de me acompanhar?Eu não queria voltar ao quarto do Bill enquanto a Doris estivesse lá. Era desconfortável ver ela agindo como se fosse uma pessoa gentil, quando eu sabia que ela não era.— Na verdade, eu estava saindo para buscar algo para o Bill. — Expliquei ao Dr. Henderson. Ele assentiu, e então me virei para sair, seguindo pelo corredor em direção à saída do hospital.Fui até a loja de conveniência mais próxima, em busca do lanche favorito do Bill que ele co
—O que é isso? — Perguntei.— Bom, abra para ver. — Disse o Calvin.Eu tirei uma caixa do saco de papel. Era uma caixa elegante da Cartier, vermelha escura com detalhes dourados. Ao abrir, vi um lindo colar de jade dentro. O jade tinha um tom verde profundo, e o design era simples, mas bem elegante.— Calvin, isso é demais. Eu não posso aceitar isso. — Falei, oferecendo o presente de volta para ele. — Eu realmente não quero nada em troca.Calvin balançou a cabeça e não pegou o presente de volta.— Por favor, fique com isso. Pense nisso como um agradecimento da minha família por ter salvo o Bill. — Insistiu ele, deixando claro que queria que eu aceitasse o presente.Acabei pegando no presente, embora estivesse um pouco em dúvida. O Calvin parecia muito sincero, e eu podia ver que ele realmente queria que aquilo fosse um gesto de gratidão.Justo naquele momento, o celular de Calvin vibrou.— Com licença, eu preciso atender isso. — Disse ele, se levantando para sair e atender a chamada.F
Ponto de vista da Serena— Você é um idiota, Bill. — Falei com o rosto sério.Senti meu rosto esquentar, mas não deixei transparecer nenhuma emoção. Ele estava agindo como sempre, tentando me provocar com aquelas palavras. Mas eu sabia jogar aquele jogo também.Revirei os olhos diante do comentário dele.— E daí se eu tiver um sugar daddy? — Retruquei. — Que diferença faz para você? Nós já estamos divorciados.O maxilar de Bill se contraiu, e os olhos dele se estreitaram um pouco.— Agora entendi. Você tem um novo alvo. — Disse ele.— O que isso significa? — Perguntei, exigindo uma explicação.— Você fica por aí seduzindo caras ricos do bairro. — Disparou ele. — Pois adivinha? Eu tenho mais dinheiro do que todos esses idiotas juntos!De onde isso tudo estava vindo? Era a primeira vez que Bill me acusava de algo assim. E já ele estava me chamando de interesseira.— É isso que você realmente pensa de mim? — Perguntei, tentando manter a calma. — Você age como se fosse o marido perfeito só
Ponto de Vista da SerenaEstava quase saindo do hospital quando me recordei que o presente de Calvin ainda estava no quarto de Bill. Mas eu não podia voltar, não depois da forma que ele tinha me depreciado.Já conseguia visualizar a cena. Se eu voltasse pelo presente, Bill provavelmente me atacaria com mais insultos, dizendo que eu estava tentando seduzir o tio dele. Ele nem me deu a chance de explicar que nunca quis aceitar aquele presente em primeiro lugar.Eu realmente não queria me envolver com Calvin. Depois de todo o problema com a família dele nos últimos três anos, por que eu iria querer manter qualquer vínculo com eles? Estar perto de Calvin significaria apenas mais comentários desagradáveis por parte de Helena e Claire.Mas já que eu estava divorciada de Bill, não teria mais que ver eles novamente. Talvez eu já pudesse começar a tentar encontrar alguma paz interior.Quando Bill me salvou no dia anterior, uma parte de mim se questionou se ele ainda tinha algum sentimento por m
Ponto de vista da SerenaEu nunca tinha percebido o quanto havia me afastado da minha velha vida depois de me casar com o Bill, até esbarrar com Stevie entre a ala de cereais e café no supermercado.Estava no meio do ala de cafés quando a vi a Stevie, exatamente como era nos tempos da faculdade, ela estava olhando o celular e rindo.Hesitei por um segundo, mas então decidi me aproximar.— Stevie? — Chamei. Já faz um bom tempo.Stevie se virou, surpresa ao me ver. Ficamos em silêncio por um momento, mas então ela disse:— Serena! Eu não acredito que é você.Stevie me abraçou, soando realmente feliz por me ver. Mas isso me fez questionar algo.— Você não está brava? — Soltei, sem conseguir esconder minha confusão. Nós não nos falávamos desde que eu me havia casado com o Bill.Stevie balançou a cabeça, sorrindo levemente.— Não, eu entendo. Homens assim podem ser difíceis. — Ela disse, com um tom leve, mas sincero. — Você sabe, com meu padrasto e tudo mais. Mas, caramba, eu senti muito su
Ponto de vista da SerenaA Stevie esperou do lado de fora da cabine enquanto eu esvaziava meu estômago no banheiro.Ouvi uma batida suave na porta.— Você precisa de ajuda? Posso segurar seu cabelo se quiser. — Ofereceu a Stevie.— Não, está tudo bem. — Respondi. — Eu dou conta do assunto. Já tive muita prática.Depois que terminei, limpei a boca e respirei fundo. Estava preocupada que a Stevie talvez ficasse brava comigo por não ter contado sobre o bebê.Mas eu estava errada. Assim que saí da cabine, Stevie me abraçou forte.— Stevie, você está chorando? — Perguntei, percebendo as lágrimas nos olhos dela.Ela se afastou um pouco e disse com um sorriso:— Claro que estou chorando, boba! Vou ser tia.— Ou poderia ser a madrinha do bebê. Eu sei que você cuidaria do meu filho se algo ruim acontecesse comigo. — Falei.Stevie sorriu novamente e respondeu:— Seria maravilhoso! Quero dizer, ser madrinha do seu bebê, não o que você falou de algo ruim acontecendo com você.— Espera, o Bill sab