André fez a ligação. O número, no entanto, estava desativado.Lucas franziu levemente a testa e ordenou:— Envie alguém até a casa deles. Não importa o que custe, quero que os encontrem. André imediatamente fez outra ligação, organizando uma equipe para ir até a casa de Breno e Igor.Uma hora depois, o celular tocou. Um dos homens da equipe informou: — Breno e Igor tinham apenas um pai, mas ele faleceu no ano passado. A casa está trancada, e os vizinhos disseram que não viram nenhum dos dois por aqui recentemente. Lucas massageou a testa com os dedos, visivelmente irritado:— Vão ao Condomínio Hipicus e analisem as câmeras de segurança. Duas horas mais tarde, André voltou com os vídeos das câmeras. Ele entregou o celular para Lucas, que começou a assistir às imagens.O vídeo mostrava Pedro segurando Camila nos braços. A cada segundo, o semblante de Lucas ficava mais tenso, suas mãos cerrando-se em punhos, os músculos das veias saltando sob a pele enquanto seus nós dos dedos fic
— Certo, Sr. Lucas. — André estava prestes a sair para fazer a ligação. Lucas o chamou de volta:— Breno e Igor desapareceram. Arranje mais dois seguranças para proteger a Camila. Que sejam confiáveis.— Vou providenciar agora mesmo, Sr. Lucas. Quando André saiu, Lucas levou a mão às têmporas, tentando aliviar a dor latejante que se espalhava pela cabeça. A raiva subiu tão intensa que o deixava à beira da explosão. As sequelas da concussão só pioravam as coisas: o enjoo subia à garganta, o peito apertava, e cada respiração parecia um esforço árduo. Porém, nenhuma dor física podia se comparar à pontada aguda que dilacerava seu coração. Jamais teria imaginado que Camila, enquanto ele estava inconsciente, pudesse estar nos braços de Pedro. O fato de Pedro andar livremente pela casa dela, sem camisa, era uma afronta direta, um soco em sua dignidade. Ele se sentia traído, usado, humilhado. E isso era insuportável. Do lado de fora, André já tratava de organizar tudo. Contratou rapida
Pedro ajudou Camila a entrar no carro e garantiu que ela estivesse acompanhada por seguranças. Com tudo resolvido, ele foi até o quarto de Lucas. Ao abrir a porta e se aproximar da cama, estava prestes a falar algo. De repente, Lucas arrancou o cateter, jogou o cobertor de lado e pulou da cama. Em um movimento rápido, agarrou Pedro pela gola da camisa e, sem dizer uma palavra, ergueu o punho, pronto para acertá-lo. Pedro segurou o pulso de Lucas com firmeza, empurrando-o para trás para criar distância. Com um tom sereno, disse: — Quando você estiver recuperado, podemos resolver isso com um confronto justo. Agora, seria injusto lutar com você nessas condições.Lucas apoiou-se na beira da cama, lançando um olhar frio e cortante. Um sorriso carregado de desprezo surgiu em seus lábios. Ele provocou:— Você gosta de dizer que não se aproveita das situações, mas tem feito exatamente isso. No fim das contas, você é tão hipócrita quanto qualquer outro. Pedro respondeu com um sorriso ig
Antes que Enzo pudesse reagir, Pedro bateu a porta com força e saiu a passos largos. Só de permanecer mais um segundo ao lado de Enzo, sentia nojo.Olhando para a porta do quarto, que ainda tremia com o impacto, Enzo ficou tão furioso que parecia que seu bigode ia pegar fogo. Ele gritou em direção à entrada:— De onde saiu esse moleque imaturo? Nem pelos no rosto tem, mas já ousa falar desse jeito comigo! Sabe com quem está lidando?Mas Pedro já estava longe e não ouviu uma palavra sequer.Lucas, sentado ao lado, lançou um olhar de desprezo para Enzo.— Você manda gente seguir ele no meio da madrugada e agora quer bancar o desentendido? — Disse Lucas, com tom frio.Enzo percebeu que estava em desvantagem. Sua expressão endurecida se suavizou enquanto se aproximava da cama:— Eu só estou pensando no seu bem, Lucas. Quero que veja quem realmente é Camila. Uma mulher volúvel como ela não merece toda essa consideração sua. — Disse Enzo, com uma voz mais calma.Lucas curvou os lábios em um
Beatriz suspirou de alívio:— Ainda bem, ainda bem... Por um momento, achei que você nem se lembrava mais de mim, sua mãe.Lucas levou a mão à testa, com o tom arrastado de quem já estava cansado da conversa:— Não é tão grave assim. É como uma ressaca, sabe? O médico disse que em poucos dias minha memória volta ao normal.— Ah, então está tudo bem.Apesar de dizer isso, Beatriz não estava nem um pouco tranquila. Seu olhar passeava de cima a baixo pelo filho, analisando cada detalhe, como se quisesse encontrar algo mais. Seu coração doía só de vê-lo naquele estado. Quando notou que a mão de Lucas estava sangrando por conta do local onde haviam retirado o soro, rapidamente pegou um lenço de papel e limpou o sangue com cuidado.Depois de jogar o papel no lixo, algo no chão chamou sua atenção. Fotos espalhadas por todo lado. Ela se abaixou para pegar uma.— Quem é esse aqui? — Perguntou Beatriz, segurando a imagem.Era uma foto de Pedro, sem camisa, estendendo roupas na varanda.Beatriz o
Enzo foi pego de surpresa. A água misturada com cinzas de cigarro escorreu por sua cabeça, irritando seus olhos. Enzo tentou abri-los, mas o líquido ardia e fazia com que lacrimejasse sem parar. A sensação era insuportável, como se algo estivesse perfurando seus olhos.Sem conseguir enxergar direito, esfregava o rosto com o dorso das mãos, mas isso só fazia piorar a dor. Lágrimas corriam involuntariamente por suas bochechas, e ele estava tão atordoado que, por um momento, até esqueceu de ficar com raiva.Um dos seguranças, que assistia à cena de longe, apressou-se em tirar um lenço do bolso e correu para ajudá-lo. Começou a limpar os olhos, o rosto, o cabelo, e até as manchas de água suja na camisa de Enzo.Por sorte, o andar era exclusivo para pacientes VIP, e o corredor estava praticamente vazio. Caso contrário, Enzo teria virado o assunto principal de todos os jornais no dia seguinte.Depois de finalmente se limpar, Enzo levantou a mão com a intenção de bater em Beatriz.Beatriz, no
— Tudo bem, eu vou. Amanhã volto para te ver. — Disse Beatriz.— Não precisa. A resposta de Lucas foi seca.Beatriz começou a recolher as fotos do chão, pensando em jogá-las no lixo. No entanto, algo a fez mudar de ideia. Ela as guardou em sua bolsa. Para evitar que Lucas ficasse irritado, ela balançou a bolsa no ar e explicou:— Vou levar isso pra destruir. Se eu deixar no lixo, alguma enfermeira pode encontrar e acabar expondo Camila... ou melhor, minha nora.Ao ouvir o nome de Camila, Lucas sentiu uma pontada no coração. Assim que Beatriz saiu, ele pegou o celular e tirou o número dela da lista de bloqueios. Após tudo o que havia acontecido, sua raiva já estava quase completamente dissipada. A lucidez começava a retornar.Pensando com mais calma, concluiu que seria impossível Camila ter algo sério com Pedro. Se fosse o caso, ela jamais teria ido visitá-lo no hospital. Era algo lógico, óbvio, mas que ele não havia conseguido enxergar antes, tomado pela fúria.Depois de refletir por
Só de pensar na possibilidade de Camila não querer mais saber dele, Lucas sentiu o coração apertar. Uma mistura de ansiedade, desânimo e dor invadiu seu peito, uma sensação semelhante à de um término de relacionamento.Sem conseguir ficar parado, Lucas ligou para André e deu uma ordem direta:— Prepare o avião particular.Ao ouvir isso, André sentiu a cabeça latejar. Nem precisava perguntar para onde Lucas queria ir; era óbvio que ele planejava ir atrás de Camila.Com uma expressão aflita, André tentou argumentar:— Sr. Lucas, uma concussão não é uma lesão simples. O médico recomendou repouso absoluto. Viajar de avião pode agravar sua condição. Existe um risco real de sequelas permanentes, sem contar o corte profundo no seu braço. A mudança de pressão pode abrir os pontos novamente.Lucas massageou as têmporas latejantes, tentando aliviar a dor:— Então prepare o carro.André suspirou, já quase sem argumentos, mas insistiu:— Srta. Camila foi para a Cidade Antiga da Pomba. De carro, sã